terça-feira, 2 de abril de 2013
Os restos da morte de uma estrela em detalhes sem precedentes
Uma equipe
de astrônomos conseguiu observar os restos da morte de uma estrela
gigante em detalhes sem precedentes. Em fevereiro de 1987, astrônomos
observando a Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã, notaram o
aparecimento súbito do que parecia ser uma nova estrela. Na verdade,
eles não estavam vendo o início de uma estrela, mas o seu fim – a supernova mais
brilhante vista da Terra nos quatro séculos desde que o telescópio foi
inventado. A 170 mil anos-luz da Terra, tendo como progenitora uma
estrela conhecida como Sanduleak -69º 202, uma supergigante azul colapsou. Nas duas décadas e meia desde então, o remanescente da Supernova 1987A
continuou a ser foco de pesquisadores em todo o mundo, proporcionando
uma riqueza de informações sobre um dos eventos mais extremos do
universo – a morte das estrelas.
A nova pesquisa, publicada no The
Astrophysical Journal e feita por astrônomos na Austrália e Hong Kong,
fez imagens da mais alta resolução do remanescente de supernova em
comprimentos de onda milimétrica, usando o rádio telescópio Australia
Telescope Compact Array. Detectar objetos astronômicos distantes como
este em comprimentos de onda menores que 1 centímetro exige as condições
atmosféricas mais estáveis. Geralmente, isso só é possível em condições
mais frias de inverno, mas mesmo assim, a elevação e baixa umidade do
local [do rádio telescópio] torna as coisas muito desafiadoras”, disse a
autora principal do estudo, Dra. Giovanna Zanardo, da Universidade
Curtin e da Universidade da Austrália Ocidental em Perth, ambas na
Austrália.
Ao contrário de telescópios ópticos, um
rádio telescópio pode operar durante o dia e pode observar através do
gás e da poeira, permitindo aos astrônomos ver o funcionamento interno
de objetos como restos de supernovas, galáxias e buracos negros. Os
cientistas estudam a evolução das supernovas olhando para seus restos a
fim de melhorar sua visão sobre a dinâmica dessas explosões, e a
interação da onda de choque com o meio circundante. “Não só fomos
capazes de analisar a morfologia da Supernova 1987A através da nossa
imagem em alta resolução, como pudemos compará-la a imagens de raios-X e
dados ópticos para modelar sua história provável”, disse Bryan
Gaensler, da Universidade de Sydney (Austrália). A equipe suspeita que
uma fonte compacta ou nebulosa de vento de pulsar
está no centro da emissão de rádio, o que implica que a explosão
supernova não colapsou a estrela em um buraco negro. O próximo passo da
pesquisa é tentar observar melhor o interior do remanescente e ver o que
está lá.
Fonte: Hypescience.com[ScienceDaily]
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