domingo, 24 de fevereiro de 2013

África do Sul:Partido Comunista é criticado por não defender direito dos operários na África do Sul

*pensarnetuno: (Neoliberalismo, $ & mutações....)

 

Partido Comunista é criticado por não defender direito dos operários na África do Sul

Aliança com o governista ANC também é motivo de questionamento pela imprensa do país e por parte dos simpatizantes







Fundado em 1922 por mineiros brancos que pediam melhores condições de trabalho, o Partido Comunista Sul-Africano (SACP, na sigla em inglês) tem sido alvo de críticas pelo silêncio mantido durante as importantes tensões trabalhistas que assolam o país.

Em 2012, quando 34 mineiros foram mortos durante protesto nas minas de Marikana por reivindicar melhores condições de trabalho, o SACP surpreendeu ao emitir nota oficial pedindo a prisão dos dirigentes sindicais que supostamente comandavam a greve, acusando-os de terem semeado a anarquia. Em janeiro deste ano, a única posição tomada pelo Partido Comunista frente à greve dos agricultores por aumento salarial foi apoiar o fim dos protestos, como pedido pelo Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), o partido majoritário do país.

Para críticos locais, as ações tímidas do SACP se explicam pela preocupação em manter uma relação estreita com o ANC. O Congresso Nacional Africano, no poder desde 1994, formou o que é conhecida como Aliança Tripla, uma coligação com o Partido Comunista e com o Congresso dos Sindicatos Sul-Africano (COSATU, na sigla em inglês). O acordo parece estar funcionando - os dois partidos minoritários agem com cautela frente ao governo e o ANC oferece cargos de poder para sua base aliada.

As criticas ao Partido Comunista, no entanto, são ainda mais contundentes. No ano passado, Zwelinzima Vavi, secretário geral da COSATU, negou uma posição lucrativa no governo sul-africano afirmando preferir se concentrar em seu trabalho no sindicato. O secretário-geral do SACP, Blade Nzimande, por sua vez, aceitou o convite para se tornar ministro da educação superior da África do Sul. O membro do Comitê Geral do Partido Comunista Gwede Mantashe também se afastou do cargo para focar em sua função como secretário-geral do ANC. Mantashe era o maior critico do próprio partido em 2009, quando afirmou que seus colegas deveriam “confrontar o ANC e não se tornar pseudo comunistas”. Hoje, Mantashe é o principal defensor público do presidente Jacob Zuma.

Divulgação
Para a analista política Verashni Pillay, o SACP deveria defender os direitos de pobres, marginalizados e, principalmente, dos operários. “A classe trabalhadora está precisando de um herói, alguém que defenda seus direitos. Em vez de fazer esse papel, o Partido Comunista se comporta com o que pra mim é pura passividade”.

[Juventude comunista está de acordo com decisões do partido]

Juventude comunista apoia partido

O porta-voz da Liga Jovem do Partido Comunista (YCLSA, na sigla em inglês), Khaya Xaba ,afirma que a mídia sul-africana é seletiva em sua cobertura. “Eles não nos dão voz quando estamos fazendo algo produtivo para o país, somente publicam nosso nome se existe alguma disputa política envolvida”, afirma completando que os jornalistas sempre encontram “desculpas estúpidas para ridicularizar a aliança do partido com COSATU e ANC”.

Xaba também defendeu as visões da Liga, e argumentou que se uma fatia maior dos lucros gerados no setor privado for voltada para os operários e suas famílias, as tensões trabalhistas do país devem diminuir. “Nós não acreditamos na nacionalização das minas como uma solução, por exemplo, mas sim em maiores lucros voltados para os mineradores e para a comunidade local”, falou.

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