sábado, 23 de fevereiro de 2013

Partido Comunista da Turquia: Declaração conjunta do Encontro Anti-OTAN em Istambul



Partido Comunista da Turquia: Declaração conjunta do Encontro Anti-OTAN em Istambul ImprimirPDF
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Istambul, 2-3 de Fevereiro de 2013
Após comparecerem ao encontro “Luta contra a barbárie perpetrada pela OTAN no Oriente Médio e no Norte da África” nos dias 2 e 3 de fevereiro de 2013 em Istambul, os partidos comunistas e de trabalhadores redigiram a seguinte declaração conjunta e o chamado a todas as forças progressistas que lutam pela paz e pela justiça a assiná-la e divulgá-la.
Os imperialistas costumavam contar a mentira despudorada de que a OTAN existia para a defesa contra a chamada “ameaça” soviética. Entretanto, em seguida à dissolução do Bloco Socialista a notória missão da OTAN não chegou ao fim. Ao contrário, esta máquina de guerra do imperialismo se expandiu em termos de membros e de área de operação, e hoje promove uma corrida armamentista e gastos militares crescentes, bem como investe em novas armas e em sua rede planetária de bases militares. Envolvida em numerosas operações militares em uma vasta extensão geográfica que se estende do Afeganistão à Líbia, a OTAN é hoje ameaça maior do que nunca à paz em todo o mundo. Como partidos comunistas e de trabalhadores lutando em países-membro da OTAN, declaramos que uma luta sem tréguas contra a OTAN não é apenas essencial, mas uma necessidade urgente em todo lugar mais do que nunca.
Os EUA desempenham hoje o papel central tanto na OTAN quanto no quadro mais geral do sistema global imperialista, como sua principal potência. O comando da OTAN é formado sobre a base da força (político-militar e econômica) que a classe burguesa de cada Estado-membro tem. A única soberania na OTAN é a soberania do capital supervisionado pelas forças imperialistas de EUA e Europa. Nós declaramos que a luta por direitos sociais, econômicos, democráticos e nacionais e pela emancipação dos povos e contra a OTAN é inseparável da luta contra o capitalismo.
Desde a sua fundação, a OTAN vem conduzindo operações encobertas contra movimentos revolucionários, organizações da classe trabalhadora e setores progressistas. A organização clandestina da OTAN, informalmente conhecida como “Operação Gládio”, esteve por trás de numerosas operações secretas incluindo bombardeios, assassinatos políticos, técnicas de subversão etc. Somando-se a estas operações secretas, a OTAN promove propaganda aberta dos interesses imperialistas através de manipulação da mídia, financiamento a ONGs e programas de pesquisas em universidades etc. Condenamos todas as tentativas de ingerência da OTAN, desde as operações encobertas até as atividades de relações públicas sob qualquer forma, pois todas são dirigidas por profundo antagonismo à classe trabalhadora e aos povos e suas organizações progressistas ao redor do mundo, bem como por um ferrenho anticomunismo.
A OTAN, os EUA e a UE, três “postos avançados do capitalismo e do imperialismo”, trabalham de maneira coordenada para assegurar o poder do capital de diferentes maneiras e por diferentes meios. A variação nos métodos e nos instrumentos não muda o fato de que todos eles servem ao mesmo sistema, o imperialismo, que se encontra em completa contradição com os interesses dos povos. A estrutura militar da UE está articulada à OTAN. Declaramos, portanto, que uma verdadeira luta contra a OTAN implica na rejeição resoluta de todas as outras organizações e alianças imperialistas.
A OTAN expandiu sua área de intervenção a partir do início dos anos 1990. Na Cúpula de Roma, em 1992, e na de Washington, em 1999, a OTAN aprovou novas orientações a autorizando a intervir em armas ao redor do mundo. Pretextos como o combate ao terrorismo ou a defesa da democracia vêm sendo usados para legitimar a expansão das agressões da OTAN em novos territórios. A guerra bárbara contra a Iugoslávia, a invasão sangrenta do Afeganistão são exemplos das consequências práticas das novas diretrizes. No mesmo contexto, a OTAN desenvolveu novos programas como a Parceria para a Paz destinada a ganhar novos países parceiros. Declaramos que estamos determinados a lutar contra todas as formas de expansão da OTAN, contra seu intervencionismo e suas agressões, por sua dissolução e pelo direito soberano de cada povo decidir sobre o desengajamento e a retirada da OTAN e das alianças imperialistas.
Em um contexto internacional marcado pelo aprofundamento da crise estrutural do capitalismo, pela intensificação da exploração dos trabalhadores e dos povos, por crescentes ameaças antidemocráticas e ataques à soberania, a vida demonstra que a guerra e a agressão continuam a ser instrumentos da estratégia imperialista de dominação econômica e geoestratégica.
Mas a escalada do imperialismo encontra a resistência de povos que, através das mais diversas formas de luta, corajosamente confrontam as agressões, invasões e guerras que o imperialismo impõe.
A luta dos povos pela paz tem recebido muitos golpes das classes dominantes das grandes potências imperialistas, que buscam sobrepujar, através da força e da violência, as profundas contradições e crises que seu sistema engendra.
Expressamos nossa solidariedade aos povos que resistem à ocupação, agressão e interferência imperialista, nomeadamente no Oriente Médio e na África. Reafirmamos nosso compromisso com o fortalecimento e crescimento do movimento pela paz e contra a OTAN, pelo desenvolvimento de uma frente anti-imperialista, contra a agressividade imperialista e as guerras, contra o chamado “escudo antimísseis”, as bases militares estrangeiras, contra a participação de forças militares de nossos países nas agressões imperialistas contra outros países e pessoas.
Recentemente a OTAN se tornou a ferramenta imperialista para derrubar governos no Oriente Médio e no Norte da África, substituindo-os por outros que servissem melhor aos interesses do imperialismo. O bárbaro derramamento de sangue na Líbia, que resultou no linchamento de Muammar Gaddafi e na abertura da Líbia à pilhagem imperialista, tem agora seu devido lugar como uma página desprezível na história da humanidade. A atual intervenção militar francesa no Mali, com participação e aprovação de diversos outros membros da OTAN, representa linha de continuidade com a guerra de agressão contra a Líbia.
A OTAN vem lutando para que o mesmo cenário sangrento se estabeleça na Síria. Os imperialistas e seus Estados-cliente na região armaram, financiaram e apoiaram a oposição armada desde o início da crise. A OTAN está preparada para intervir diretamente a partir do momento em que seus mercenários se mostraram incapazes de derrotar o regime na Síria. A implantação dos mísseis Patriot na fronteira entre Turquia e Síria representa ameaça real à paz e à soberania de todos os povos na região. A Turquia, mediante esta ação, tornou-se uma ameaça real não à Síria mas ao Iran, que é constantemente intimidado pelos imperialistas. Quanto a isto, condenamos toda forma de ação da OTAN contra Síria e Irã. Declaramos que é apenas o povo da Síria que tem o direito de determinar o futuro sírio. Em completa solidariedade com o povo da Síria, também declaramos que continuaremos a lutar contra todos os planos imperialistas para a região.
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB).
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