terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

MST Campos: Líderes fora de assentamentos

 


Após dois casos de violência contra militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), entre janeiro e fevereiro, cerca de 15 pessoas abandonam os acampamentos. De acordo com a ex-vereadora Odisséia Carvalho, eles estão sob cautela do Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos. Segundo ela, as pessoas, sendo sete do acampamento na usina de Cambaíba e os outros do assentamento Zumbi dos Palmares, se sentem ameaçadas depois das duas mortes de militantes.
— Até o momento, uma pessoa foi presa, suspeita de ser mandante de um dos crimes. Cabe à justiça investigar os casos e prender os culpados. Confio na investigação do delegado titular da 134ª DP (Centro), Geraldo Assed, que foi um dos investigadores do caso da juíza Patrícia Acioli, executada com 21 tiros, em agosto de 2011, em Niterói — disse a ex-vereadora.
Segundo o delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no Rio de Janeiro, José Octávio Fernandes, algumas pessoas já haviam conversado com ele e revelaram que não se sentiam seguras nos acampamentos. “É natural que isso aconteça. Não ouve nenhuma ação do MDA ou do MST para que essas pessoas fossem retiradas. Elas não estavam seguras e resolveram abandonar os acampamentos até que os dois crimes fossem solucionados”, declarou.
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) declarou que o assentamento não é mais um lugar seguro e informou que vai se encontrar hoje com a chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, para tratar sobre segurança pública em Campos.
A partir de hoje, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) começa a cadastrar as 163 famílias que estão na ocupação em Cambaíba, alvo de disputa do MST com os herdeiros da antiga usina de moer cana. O processo vai ajudar o órgão a identificar quem são as pessoas que estão nos lotes, que correspondem a oito fazendas, em 3,5 mil hectares. “O cadastramento é importante, porque a gente pega os documentos do interessado em ter um lote e cruza com informações de outros órgãos. Ali, levanta-se a ficha da pessoa”, explicou o ouvidor do Incra, Pablo Pontes.
Dulcides Netto

    Fonte: Folha da Manhã
Anterior Proxima Inicio

0 comentários:

Postar um comentário