quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Milhões de trabalhadores de greve na Índia
Ao redor de 100 milhões de trabalhadores
iniciaram hoje na Índia uma greve de dois dias para protestar contra o aumento
no custo de vida, a falta de oportunidades de emprego e a corrupção.
Apoiada por todos os sindicatos, excepto os
alinhados com o governante Partido do Congresso, a greve evidencia o
descontentamento da classe operária indiana, que se sente excluída da
prosperidade econômica do país na última década.
A inflação, a falta de investimento no setor
público, a violação das leis trabalhistas, os baixos salários e a ausência de
seguridade social, levaram os trabalhadores à greve, informou um comunicado do
Congresso de Sindicatos de Toda a Índia (AITUC), que tem mais de três milhões e
meio de membros.
Um alto nível de participação na greve tiveram
os empregados bancários do país, que somam mais de um milhão, devido à sua
discórdia com os planos do governo de abrir aos investidores estrangeiros esse
estatizado e até agora protegido setor.
Espera-se um grande apoio também dos
trabalhadores do transporte e dos serviços públicos, portos, seguros, mineração
e metalurgia, telecomunicações e inclusive de empregados de departamentos dos
governo central e estaduais.
Os grevistas exigem a instauração de um salário
mínimo nacional, contratos de duração indefinida para 50 milhões de
trabalhadores temporários, a observação estrita das leis trabalhistas e uma
cobertura universal de seguridade social para os trabalhadores do setor
informal.
Também, a aplicação de medidas concretas para
conter o constante aumento dos preços, sobretudo de alimentos e combustíveis, o
fim da privatização das empresas estatais e a contenção da corrupção.
Se o governo não atender estas demandas depois
da greve, vamos intensificar nossos protestos mediante medidas como as greves de
fome em massa e outros atos de agitação, advertiu o secretário geral de AITUC,
Gurudas Dasgupta.(Com o Diário Liberdade)