terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Coréia Popular faz 3º teste nuclear com sucesso

Coreia do Norte confirma realização de terceiro teste nuclear e gera críticas ao redor do mundo

Explosão de artefato chegou a provocar terremoto; segundo fontes sul-coreanas, intensidade teria chegado à metade da bomba de Hiroshima, em 1945


A Coreia do Norte confirmou ter executado nesta terça-feira (12/02), “com êxito” seu terceiro e mais potente teste nuclear, utilizando um artefato "miniaturizado". O anúncio provocou reações imediatas de condenação de grande parte da comunidade internacional. O país asiático afirmou, através de nota da agência oficial de notícias, a KCNA, que o teste é uma resposta à hostilidade dos Estados Unidos.

De acordo com a nota, o "teste nuclear de alto nível, ao contrário dos executados no passado, teve mais potência e incluiu um dispositivo atômico miniaturizado e mais leve".

O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência para o meio-dia, horário de Brasília em Nova York. Em Viena, a Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares afirmou que a explosão constituiu uma "clara ameaça à paz e à segurança".

Agência Efe (12/02/13)

Sul-coreanos realizaram protestos nas ruas pedindo fim de regime e contra testesnucleares do Norte

O secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon, condenou um gesto que considerou "profundamente desestabilizador", de acordo com seu porta-voz.

A agência estatal KCNA confirmou o teste três horas depois que detectores sismológicos registraram um tremor pouco comum, às 0h57 de Brasília, em uma área próxima ao local de testes nucleares de Punggye-ri, perto da fronteira com a China.

Agências geológicas dos Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e China detectaram um evento de 4,9 a 5,1 graus de magnitude.

A informação do uso de um dispositivo "miniaturizado" deve provocar alarme, pois dá a entender que o governo norte-coreano alcançou um nível de tecnologia suficiente para fabricar um artefato nuclear com capacidade para ser instalado em um míssil de longo alcance.

Em dezembro, Pyongyang executou um teste de lançamento de foguete para colocar um satélite em órbita, ação que demonstrou os avanços norte-coreanos na área da tecnologia de mísseis.

No campo técnico, analistas tentam descobrir agora se a Coreia do Norte utilizou parte de suas escassas reservas de plutônio ou se utilizou urânio em uma nova opção de desenvolvimento para detonações atômicas.

De acordo com uma fonte do ministério da Defesa da Coreia do Sul, a explosão desta terça-feira teve uma potência de seis a sete quilotons, aproximadamente a metade do que foi utilizado pelos Estados Unidos na cidade japonesa de Hiroshima em 1945, ao final da II Guerra Mundial.


Também de acordo com fontes sul-coreanas, o primeiro teste nuclear norte-coreano, em 2006, teve potência de menos de um quiloton e muitos cientistas o consideraram um fracasso. O teste de 2009, no entanto, usou de dois a seis quilotons.

A Coreia do Norte havia anunciado no mês passado que um teste atômico era iminente.

O país revelou que estava enriquecendo urânio em 2010, quando permitiu a visita de especialistas estrangeiros a um complexo nuclear de Yongbyon.

Repercussões

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu uma resposta rápida da comunidade internacional a um teste nuclear que chamou de "provocação".

Também afirmou, em comunicado, que Washington manterá a vigilância e os compromissos de defesa com os aliados na Ásia.

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, declarou que o teste nuclear norte-coreano era "extremamente lamentável". "(O teste) é uma ameaça grave para a segurança de nosso país e um sério desafio para o marco global de desarmamento nuclear e de não proliferação", afirmou Abe. "Isto não pode ser tolerado, pois prejudicará de forma significativa a segurança e a paz no nordeste da Ásia e na comunidade internacional", insistiu.

A China, principal aliado do regime de Pyongyang, reiterou a "firme oposição" ao teste nuclear norte-coreano em um comunicado do ministério das Relações Exteriores, que não utiliza a palavra "condenação". No comunicado, a China defende o fim dos programas nucleares na península e estimula a Coreia do Norte a "não levar adiante nenhuma ação que agrave a situação".

O país Também defende a retomada das negociações multilaterais (entre as duas Coreias, Rússia, China, Estados Unidos e Japão) sobre o programa nuclear de Pyongyang.

A Rússia pediu a Coreia do Norte o fim das atividades ilegais e o respeito a todas as diretrizes do Conselho de Segurança da ONU.

A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) destacou que o país violou as resoluções das Nações Unidas ao executar o teste nuclear. "Isto é lamentável e uma clara violação", afirmou Yukiya Amano, diretor da AIEA.

A União Europeia condenou o teste norte-coreano, que chamou de "desafio flagrante" ao regime global de não proliferação e violação das obrigações internacionais de Pyongyang. Os governos da Alemanha e da França defenderam novas sanções do Conselho de Segurança da ONU contra a Coreia do Norte.

(*) com Agência Frence Presse
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