II PARTE — OS ENSINAMENTOS DO PROCESSO
DE MOSCOVO— 1936
163
Proletários, é a vossa causa que está em
jogo
165
Colocar sob a sua protecção terroristas miseráveis,
é ajudar o fascismo
(G. Dimitrov)
168
Porque é que a II Internacional defende Trotsky
(N. Krupskaia) 174
OS ENSINAMENTOS DO PROCESSO
DE MOSCOVO-1936
G. Dimitrov
N. Krupskaia
PROLETÁRIOS, É A VOSSA CAUSA
QUE ESTA EM JOGO!
(Prefácio do Bureau d'Édittons à obra intitulada «te
complot contre ta Révolution russe. Les enseignements
du Procès de Moscou contre le centre terroriste
trotskiste-zinoviévisten, Paris, 1937.)
A organização de atentados criminosos na União Soviética
faz
parte da ofensiva fascista mundial que visa a
escravatura dos povos "
So os mesmos criminosos que enviam os assassinos
para a Espanha e para a União Soviética. Os bandos
trotskistas-zinovievistas mostram-se os aliados mais
íntimos da canalha criminosa fascista de Hitler e de
Mussolini. Tanto no processo dos terroristas de Moscovo
como no processo dos terroristas de Novosibirsk
provou-se, perante o mundo inteiro, que os bandos terroristas
trotskistas-zinovievistas trabalhavam de comum
acordo com os agentes da Gestapo. Eles revelaram-se
como agentes desta. Na Espanha, os trotskistas tentam
desagregar e esmagar a Frente Popular antifascista,
a fim de ajudar os generais fascistas Franco e Mola a
conseguir a vitória. É assim que o trotskismo mostra
ser o aliado, o auxiliar e o pioneiro da pior reacção
e da pior contra-revolução, o cúmplice dos mais mortais
inimigos da classe operária, do fascismo assassino.
A descoberta do «complot» -trotsquista-zinovievista
contra a vida de Staline e dos seus colaboradores mais
íntimos suscitou uma indignação indescritível em toda
a
população da U. R. S. S., assim como entre as massas
laboriosas e oprimidas do mundo inteiro. Todos os
operários e antifascistas compreenderam que, por meio
destes atentados celerados, se queria atingir o coração,
165
o que há de melhor, a posição mais forte da paz mundial,
a democracia, o que há de mais caro e de mais
sagrado ao proletariado revolucionário mundial e a toda
a parte avançada e progressiva da humanidade. A estes
atentados cobardes e pérfidos dos bandos terroristas
trotsquistas, ao assassínio premeditado maquinado pelos
instrumentos do fascismo, só podia ser dada uma
resposta, a que foi dada pelo tribunal supremo da
U. R. S. S., no cumprimento do seu dever revolucionário:
a destruição deste bando de conspiradores pérfidos
que tinham mostrado ser
os inimigos mortais do proletariado
revolucionário mundial.
Tanto o processo dos terroristas de Moscovo, como o
dos terroristas de Novosibirsk demonstraram a tnda a
opinião mundial a união absolutamente estreita no homicídio
entre o fascismo alemão e os bandos terroristas
trotskistas-zinovievistas. Se, no processo dos terroristas
de Moscovo, se descobriu que os atentados dos
bandidos ferozes visavam os chefes do primeiro poder
operário, em Novosibirsk, provou-se que os assassinatos
em massa visavam os operários de empresas e de
minas inteiras da União Soviética. Portanto, não se
podia duvidar mais que o fascismo criminoso sedento
de sangue se preparava para esmagar o primeiro poder
operário e os seus chefes gloriosos, e realizar a campanha
de destruição que desde há anos pregava. Para
o conseguir, recorreu aos únicos meios que lhe restavam
ainda nas condições actuais das relações de força
na U. R. S. S.: os cobardes assassinatos tramados em
segredo.
Foi nesta via terrorista que o fascismo hitleriano
encontrou os bandidos do bloco Trotsky-Zinoviev e fez
causa comum com estas gentes, rebaixadas ao papel
de terroristas assassinos. Tais são os factos averiguados,
estabelecidos nos documentos judiciais.
Mas, apesar desta aliança desavergonhada dos bandos
terroristas degenerados de Trotsky e de Zinoviev
166
com o fascismo hrtleriano, ainda apareceram advogados
e defensores cínicos destes cobardes assassinos e terroristas
trabalhando contra o primeiro Estado operário.
Os chefes mais eminentes da II Internacional e da Internacional
Sindicalde Amesterdão, Fritz Adler, De
Brouckère, Citrine, Otto Bauer e outros ainda, queriam
conter o gesto de defesa do poder soviético e. procuravam
Impedir a supressão do bando terrorista contra-
-revolucionário. Em lugar de vir em ajuda do poder dos
Sovietes na sua luta de defesa revolucionária contra o
mortal inimigo de todo o proletariado mundial —coisa
•• . absolutamente natural para todos os operários e antifascistas
que amam a liberdade — os porta-vozes da
II Internacional tomam partido por esse pior inimigo do
proletariado mundial e contra a vanguarda revolucionária
combatente do proletariado, e contra todos os antifascistas.
É o segundo fàcto absolutamente evidente que
nós devemos constatar.
A luta contra o principal inimigo do proletariado, do
socialismo e da democracia, a luta contra o fascismo,
obriga, hoje também, cada operário e cada antifascista,
a tomar posição nestas questões. Enquanto se encontrarem
ainda nas suas próprias fileiras traidores à causa
da classe operária, aliados do fascismo, agentes do inimigo
de classe, o proletariado não poderá ganhar a
luta penosa, plena de sacrifícios, a longa luta que ele
tem de conduzir contra o fascismo e a contra-revolução.
A tarefa primordial, a mais importante, a mais inelutável
do proletariado mundial e de todos os antifascistas
é consolidar, estender e tornar invencível, à força
de firmeza
e de coesão interna, a Frente Única do
Proletariado e a Frente Popular Antifascista, ganhar e
mobilizar para a luta comum contra o fascismo todas
as camadas ainda hesitantes do povo trabalhador. E isso
não' se fará defendendo os inimigos mortais da vanguarda
revolucionária como fazem os líderes da II Internacional,
mas só depurando completamente as fileiras
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do proletariado de todos os inimigos declarados e dissimulados,
de todos os aliados do fascismo conhecidos
ou a descobrir.
A palavra de ordem para a classe operária internacional
não é defender o trotskismo contra-revolucionário,
fazer causa comum com ele. É pelo contrário
depurar as fileiras da classe operária dos aliados do
fascismo. É isso que constitui hoje a necessidade da
hora presente.
COLOCAR SOB A SUA PROTECÇÃO TERRORISTAS
MISERÁVEIS, É AJUDAR O FASCISMO
Não é possível ler, sem experimentar um sentimento
de profunda indignaçãp, o telegrama que os
representantes oficieis da Internacional Socialista e da
Federação Sindical Internacional, Oe Brouckère, Adler,
Citrine e Schevenels dirigiram, a toda a pressa, ao
governo soviético, a propósito do Centro terrorista
trotskista-zinovievista.
Estes lideres agiram com o mesmo empenho quando
a Internacional Comunista se dirigiu à Internacional
Socialista com vista a uma ajuda comum aos mineiros
asturianos que lutavam de armas na mão em Outubro
de 1934? Apressaram-se eles a responder aos apelos
reiterados dos representantes da Internacional Comunista
convidando-os a agir em comum pela defesa do
povo etíope, atacado pelo fascismo italiano? De modo
nenhum. Recordamo-nos que, então, eles declararam
que se consideravam impotentes para travar conversações
sobre esta questão e que era necessário aguardar
a convocação do Executivo da Internacional Socialista.
Todavia, tratava-se, nessa altura, de uma causa justa e
honesta: a defesa dos interesses vitais do proletariado,
não só espanhol, como do proletariado internacional, da
168
luta contra uma guerra de rapina das mais iníquas,
das mais infames.
Mas, hoje, vsrifica-se que eles são plenamente competentes
para assumir pela sua própria cabeça, sem
consultar as suas organizações? a defesa de acusados
terroristas que levantaram a sua mão criminosa contra
os dirigentes do poder soviético.
Foi sempre assim. Quando o tribunal proletário da
U. R. S. S. abateu o seu gládio para castigar os sabotadores
que misturavam vidro moldo aos alimentos dos
trabalhadores, envenenavam o gado dos kolkhozes, avariavam
as. máquinas, para castigar os sabotadores-espiões
e os agentes do fascismo que destruíam as vias
férreas, preparavam explosões, vemos invariavelmente
os líderes reaccionários —Citrine, Adler, etc. — interceder
em defesa desta súcia de contra-revolucionários.
Muitas vezes, no passado, quando os organismos da
ditadura do proletariado apanharam em flagrante delito
os agentes do fascismo estrangeiro que preparavam
atentados contra os chefes do país do socialismo, a
simpatia dos líderes reaccionários não foi para o lado
dos operários e dos kolkhozianos da União Soviética,
mas para o lado dos seus cruéis inimigos.
Nenhum líder da Internacional Socialista dirigiu telegramas
de condolências nem ao P. C. da U. R. S. S.,
nem ao governo soviético quando Kirov, o melhor filho
do povo, o combatente tão devotado à causa da libertação
da classe operária internacional foi traiçoeiramente
morto. Pelo contrário. Também desta vez, eles
se apressaram a tomar a defesa daqueles sobre quem
se abatia a cólera do povo. E ó tanto mais revoltante
ver que, precisamente hoje, quando em torno do povo
espanhol que luta heroicamente se forma de facto uma
Frente Única internacional de luta contra os generais
rebeldes, contra 'o fascismo alemão e italiano, para a
defesa da República e da democracia, Citrine e os seus
consortes entregam-se a uma manifestação hostil contra
169
o país do socialismo, o bastião mais firme e indestrutível
da liberdade dos povos.
Que podem dizer estes advogados de Trotsky, Zinoviez,
Kamenev, perante factos inegáveis? Não está provado
que Trotsky, entronizado no seu'tempo pelos líderes
socialistas reaccionários, é o organizador do terror
individual na União Soviética? Está provado. Não está
provado que os seus aliados, Kamenev, Zinoviev, etc.
prepararam, durante anos, atentados terroristas contra
o maior chefe e o-organizador das vitórias do socialismo,Staline,
contra os seus melhores companheiros
de luta, os dirigentes do Partido e do poder soviético?
Está provado. Não está provado que este bando terrorista
assassinou Kirov? Está provado. Não está provado
que estes vis terroristas agiam em aliança com a
Gestapo,
quer dizer, com a policia secreta do fascismo
alemão, o mais cruel inimigo da classe operária, torcionário
feroz dos trabalhadores comunistas, socialistas
e sem partido? Está provado. Não está provado que
os terroristas contra-revolucionários, na sua ilegalidade
pestilenta, cultivavam os hábitos dos polícias fascistas
que incendiaram o Reichstag, e, mais tarde, exterminaram
os participantes neste ignóbil processo? Está
provado. Tudo isso foi provado no tribunal soviético,
em sessão pública, na presença de representantes da
imprensa internacional, foi confirmado pelas categóricas
declarações dos próprios culpados. Encostados à
parede pelos factos e pelas provas, eles reconheceram
plenamente a justeza das acusações levantadas contra
eles e não negaram a sua ligação com o fascismo, tanto
no domínio político como no da organização.
Não é um facto que os acusados, na sua última declaração,
proclamaram um após outro a infâmia dos
seus crimes contra a classe operária?
Mas Citrine, Adler, etc., tomaram a sua defesa I
Ridículas e lamentáveis são as pretensões destes
líderes que pediam que fossem dadas aos acusados as
170
garantias a que eles têm direito. Foram dadas aos
acusados todas as possibilidades de se defenderem.
Concedeu-se-lhes o direito de escolher os seus defensores,
de citar testemunhas, de erigir a verificação das
provas, etc. Mas eles renunciaram aos defensores, a
citar testemunhas, renunciaram a fazer eles próprios a
contestação, porque a cadeia dos crimes era demasiado
manifesta e estava irrefutavelmente provada. Os seus
crimes foram provados perante o mundo inteiro no processo
público, mediante documentos, factos, provas
irrefragáveis. Os conspiradores criminosos foram apanhados
em flagrante delito, de armas na mão, com passaportes
recebidos dos agentes da Segurança hitleriana,
com explosivos.
Os documentos apresentados no tribunal provaram
que Trotsky dirigia pessoalmente a actividade dos terroristas
que ele enviara à U. R. S. S. para assassinar
Staline e organizar actos terroristas contra os dirigentes
do Estado' Socialista. Neste processo público, a culpabilidade
dos terroristas trotskistas e zinovievistas foi
provada através de provas mais que suficientes.
Foi demonstrado com toda a evidência que Trotsky,
Zinoviev, Kamenev e todo o seu bando se encontravam
do outro lado da barricada; que se encontravam no
mesmo campo dos que lutam contra o povo espanhol,
que enviam aeroplanos, espingardas, obuses aos generais
rebeldes e efectuam uma intervenção contra-revolucionária
em Espanha.
Citrine e os seus consortes tentam justificar a sua
defesa dos terroristas — dos inimigos do poder soviét
i c o — invocando a necessidade de manter solidariedade
com a classe operária que luta em Espanha. Eles
«tentam criar a impressão que o processo dos terroristas
contra-revolucionários ameaça esta solidariedade proletária
com o povo espanhol. É uma mentira descarada.
171
O processo contra os terroristas, agentes do fascismo,faz
parte integrante da luta antifascista da classe
operária internacional. A solidariedade real com o povo
espanhol é incompatível com a defesa dos agentes do
fascismo nos outros países. Não seria possível apoiar
honestamente o povo espanhol na luta contra o fascismo
e, ao mesmo tempo, fazer-se o defensor de um
bando terrorista na U. R.S. S , de um bando que ajuda
o fascismo. Os que, directa ou indirectamente, apoiam
os terroristas contra-revolucionários na U. R.S.S., servem,
no fundo, igualmente o fascismo espanhol, contrariam
a luta do povo espanhol e facilitam a sua derrota.
A intervenção dos líderes da Internacional Socialista
e da Federação Sindical internacional conduz a sapar
a solidariedade do proletariado internacional com
o proletariado da U. R. S. S. Ela dá um golpe no movimento
de unidade da classe operária mundial. Visa a
fazer fracassar a Frente Única dos trabalhadores contra
o fascismo em Espanha, na França e nos outros países.
A intervenção de Citrine e dos seus consortes é um
golpe directo desferido contra a luta heróica do ppvo
espanhol, porque se o povo espanhol seguisse os conselhos
ascorosos que os líderes reaccionários se permitem
dar aos povos da U. R. S. S., a República espanhola seria votada à derrota.
Se o povo espanhol tem de suportar tais sacrifícios,
é precisamente porque os generais contra-revolucionários
gozaram demasiado tempo de impunidade e porque não
foram tomadas a tempo as medidas necessárias
contra os fascistas que organizavam secretamente a
conspiração contra o povo.
É fora de
dúvida que Hitler e Mussolini, os generais
Franco e Mola, os fascistas de França e dos outros
países, todos os inimigos jurados da unidade da classe
operária e da Frente Popular, todos os inimigos da democracia,
do socialismo e da União Soviética saudarão
172
este acto vergonhoso, porque a intervenção de Citrine-
-Adier visa aprofundar a cisão nas fileiras do movimento
operário mundial. Ela faz o jogo da reacção internacional.
„
Seria errado tornar responsáveis por esta intervenção
todos os partidos e organizações filiadas na internacional
Socialista e na Federação Sindical Internacional. É
certo que eles não mandataram Citrine e Schevenels,
De Brouckère e Adler para assumirem a defesa de
Trotsky, Zinoviev, Kamenev que organizavam actos terroristas
contra os dirigentes do grande país dos Sovietes.
Eles não os tinham mandatado para defender acusados,
aliados ao fascismo alemão e agentes da Gestapo.
Não tinham Encarregado estes líderes de utilizarem o
processo do bando terrorista para desencadearem uma
nova campanha de calúnias contra a União Soviética
e fazerem fracassar a Frente Única
contra o fascismo.
Hoje, em conexão com a intervenção vergonhosa de
Citrine a dos seus consorte, os milhões de partidários
da unidade nas fileiras da Internacional Socialista e da
Federação Sindical Internacional são forçados a ripostar
ainda melhor aos sabotadores da Frente Única.
É bem tempo de pôr fim a estas intervenções feitas
pretensamente em nome das organizações operárias e
que impedem a luta comum contra o inimigo comum.
O exemplo dos condenados degenerados permite a
cada um ver como os renegados, pessoas de dupla '
face, fazendo malabarismos com frases radicais, no
género de Trotsky, desempenham o papel de sabotadores
nas fileiras do movimento operário e executam
o trabalho celerado do fascismo. Hoje, mesmo as pessoas
mais míopes são capazes de perceber porque é que
Trotsky tem necessidade de criar uma IV Internacional e
a quem é que serve esta súcia ascorosa des individualistas
pequeno-burgueses, irritados, de arrivistas enfatuados,
de agentes da Gestapo e de outras polícias.
Saber dai a cada passo provas de uma vigilância
173
da classe perspicaz, aprender a distinguir os amigos
verdadeiros dos inimigos mascarados, desmascarar os
indivíduos de face dupla, agentes do inimigo de classe,
expulsá-los a tempo e impiedosamente das fileiras das
organizações proletárias, tal ó um dos ensinamentos
mais importantes que o movimento operário de todos
os países deve tirar deste processo.
Nós não duvidamos que todas as organizações da
classe operária darão uma merecida resposta às surtidas
anti-soviéticas de Citrine e dos seus consortes,
reforçarão e desenvolverão o movimento em favor da
Frente Única, reunirão milhões de trabalhadores em
torno da justa luta do povo espanhol contra os generais
rebeldes sustentados pelo fascismo alemão e italiano,
e agruparão a classe operária contra o fascismo
e os seus miseráveis auxiliares, os conspiradores'' trotskistas.
G. DIMITROV
PORQUE É QUE A II INTERNACIONAL
DEFENDE TROTSKY
O socialismo não se erege por ordens vindas do alto.
O automatismo burocrático 6 incompatível com a sua
essência: o socialismo vivo e criador é obra das próprias
massas populares',
dizia Lenine nos primeiros dias
da nossa Revolução Socialista de Outubro.
Em 6 de Maio de 1919, no seu discurso ao 1.® Congresso
Russo da Instrução Pós-Escolar, Lenine declarava:
Se nós nos chamamos Partido dos Comunistas, temos
de compreender que só agora, que chegámos i
vitória sobre os obstáculos de ordem externa e que
< Vladimir
I. Lenine. Obra* completas, 1. XXII, p. 45. ed. r.
174
destruímos as velhas instituições, é que se põe pela
primeira vez, se põe realmente e em toda a sua extensão
a primeira tarefa da verdadeira revolução proletária,
a saber a organização de dezenas e de centenas
de milhões de homens
2. »
Após a morte de Lenine, as massas congregaram-se
ainda mais estreitamente em torno do Partido, «lenine
morreu, mas a sua obra vive».
Passaram-se anos e nós tivemos possibilidades de
ver como, de dia para dia, crescia e se reforçava
a organização de dezenas de milhões de trabalhadores,
chamados em massas cada vez mais amplas à administração
do país, à edificação do socialismo. O carácter
social do nosso país soviético modificou-se inteiramente;
milhares e dezenas de milhares de organizadores
saíram do seio das massas populares. E como
provas eloquentes temos o movimento stakhanovista, as
conferências do Inverno passado entre os dirigentes do
Partido e do governo e os organizadores do trabalho
nos diferentes ramos da produção, kolkhozianos, operários,
condutores de ceifeiras-debulhadoras, camponeses
que colhem mais de 500 quintais de beterrabas
por hectare, etc. Toda a gente pôde ver como, na base
da organização económica, a amizade entre os povos
do país dos Sovietes se reforçou e como o nível cultural
das massas se elevou. E as inumeráveis massas de
trabalhadores vêem como Staline se vota inteiramente
e sem reservas à sua causa, à causa de Lenine, à causa
da edificação socialista, como ele as conduz para uma
vida melhor. Eles vêem-no e têm confiança nele, rodeiam-no
de uma confiança e de amor absolutos.porque é que os
trotskistas e os zinovievistas não se preocupavam
com as massas, não se interessavam por elas; eles
2 (Vladimir I. Lenine,
ob. completes, t. XXIV, pp. 277-278,
e. r)
175
pensavam unicamente em se apoderar do poder, mesmo
pelo preço de uma aliança com a Gestapo, com os piores
inimigos da ditadura do proletariado, com os que
procuram restabelecer no país dos Sovietes a ordem
burguesa, a exploração capitalista das massas trabalhadoras.
No fim de 1920, travou-se uma discussão acerca do
papel dos sindicatos. E Lenine escrevia sobre a posição
de Trotsky:
Ele
(Trotsky) caiu numa série de erros ligados à
própria essência da questão da ditadura do proletariado.
Mas, abstraindo disso, porque é que não temos essa
coordenação do trabalho que nos é tão necessária?
Devido a um desacordo sobre os métodos a adoptar
para abordar as massas, para exercer uma influência
preponderente sobre as massas, para se ligar com as
massas. O essencial está nisso
3.
E não foi por acaso qup Trotsky, que nunca compreendeu
o que faz a própria essência da ditadura do
proletariado, que nunca compreendeu o papel que desempenham
as massas na construção socialista e que
pensava que o socialismo poderia ser erigido por ordens
vindas do alto, se comprometeu na via da organização
de atentados terroristas contra Staline, Vorochilov o
outro membros do Bureau Político que ajudam as massas
a edificar o socialismo. Não foi por acaso que o
bloco sem princípios que Zinovlev e Kamenev tinham
formado com Trotsky, os levou, gradualmente, para o
abismo profundo da pior das traições à causa de Lenine,
à causa das massas trabalhadoras, à causa do socialismo.
Trotsky, Zinoviev, Kamenev
e todo o seu bando
de assassinos agiu em colaboração com o fascismo
3
Vladimir I. Lenine, Obras completas, t. XXVI, p. 66, ed. r.
Ver, neste volume, o capítulo «Trotskl e 09 Sindicatos».
I76
alemão, concluiu uma aliança com a
Gestapo. Eis a
razão porque o pais foi tão unânime a reclamar que
estes cães raivosos fossem fuzilados.
Quando leram nos jornais as declarações dos acusasados
no processo, os operários disseram: «Eles queriam
restaurar a ditadura burguesa; quanto a nós, as
massas, tinham-nos esquecido; tê-los-íamos nós deixado
chegar alguma vez ao poder?» Efectivamente, eles esqueceram
que «socialismo vivo e criador ó obra das
próprias massas populares» e colocaram-se nas primeiras
fileiras da burguesia contra-revolucionária.
Eles queriam lançar a desorganização no seio das
massas,, queriam matar o cérebro e o coração da revolução,
Staline. Não o conseguiram. Este bando miserável,
infame, foi fuzilado.
E as massas congregam-se ainda mais estreitamente
em redor do C. C., o seu amor por Staline é ainda
maior. Elementos sem-partido escrevem-nos dizendo
que* se deveria publicar nos jornais de grande tiragem,
a titulo de suplemento, as obras completas de Lenine
e de Staline. O grau de consciência, a sede de aprender
aumentam. «Ahl como é magnífica a escola de
adultos construída em Puchkino; não nos cansamos de
admirá-la I», dizia-me outro dia um velho camarada,
dirigente de uma empresa, que, há quarenta anos, frequentara
os meus cursos de Domingo. Ele também
tinha conhecido a prisão. A partir de 1918, organizou
na sua aldeia natal um kolkhoze de cultura de hortas ,
e recebeu um prémio de «um milhão de rublos» pelo
seu trabalho como director de um sovkhoze.
A edificação socialista desenvolve-se, e com ela crescem
as necessidades culturais das massas. Nós devemos
satisfazer estas necessidades, reformar as escolas
de adultos, alargar a rede destas escolas, a de bibliotecas,
criar casas de cultura, clubes nos kolkhozes, museus.
Na etap'a actual, devemos sobretudo voltar a
nossa atenção para a qualidade do ensino, para a qualidade
177
do trabalho das bibliotecas, das salas de leitura,
dos clubes e das casas de cultura.
Nós dispomos já de uma rica experiência neste domínio.
Depois da Revolução Socialista de Outubro, a
iniciativa dos operários manifestou-se grandemente no
domínio cultural. E as tentativas que não resultaram
porque nem sempre soubemos tomar em atenção as
dificuldades e porque tomávamos os nosso «desejos por
realidades», mesmo essas tentativas não foram perdidas,
elas deram os seus frutos. Ensinaram-nos a encarar
melhor o presente, a detestar ainda mais os vestígios
do passado, tornaram-nos ainda mais conscientes
da necessidade de alargar e de aprofundar os nossos
conhecimentos e de os saber aplicar à própria vida.
Nós vemos que a edificação socialista continha progredindo
sem cessar e que o trabalho prossegue mais
intenso, em estreita colaboração.
Não é por um efeito do acaso que a II Internacional
vocifera, obstina-se, entroniza o bando de assassinos
trotskistas-zinovievistas, procura esmagar a Frente Popular.
Os De Brouckère, os Citrines apoiam todas as
vilanias dos Inimigos da classe operária da U. R. S. S.,
do nosso Partido e dos seus chefes. Eles ocupam o primeiro
lugar entre a matilha dos inimigos do país dos
Sovietes que a burguesia congregou.
A .111 Internacional nasceu na luta contra a II Internacional.
Com a ajuda do renegado Kautsky e dos seus
cúmplices, a II Internacional conduziu uma luta encarniçada
contra a ditadura do proletariado e o poder
soviético. A II Internacional quer defender e justificar
a ordem capitalista e enganar as massas trabalhadoras.
É por isso que agora ela defende Trotsky, o agente da
Gestapo.
Ela não o conseguiu. O nosso país soviético
tornou-se um país poderoso que ergue cada ve mais
alto o estandaste do comunismo, que avança com um
passo firme no caminho traçado por Marx, Engels,
Lenine.
178
Não será possível calar isto, nem os trotskistas,
nem os zinovievistas, nem as pessoas da II Internacional
conseguirão enganar os trabalhadores.
A atmosfera tensa que reina na frente internacional,
o perigo da guerra que se avizinha, tornam os trabalhadores
ainda mais clarividentes. A Frente Popular dos
Trabalhadores crescerá e prosperará no mundo inteiro.
N. KRUPSKAIA
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