quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Caso Megaupload: Corporações monopolistas mandam e Estados obedecem

Gabão suspende domínio do Mega, novo site do criador do Megaupload


Site de compartilhamento, que só entraria no ar em 2013, estava hospedado no país

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Página de apresentação do Mega, anunciado há uma semana por Kim Dotcom
Foto: Reprodução da internet
Página de apresentação do Mega, anunciado há uma semana por Kim DotcomReprodução da internet


RIO — Kim Dotcom, o fundador do Megaupload que fora preso em janeiro sob acusação de lavagem de dinheiro e fraude, sofreu um novo revés nesta quarta-feira. O governo do Gabão proibiu que Dotcom hospedasse seu novo site de compartilhamento de arquivos no endereço Me.ga, cujo domínio é registrado no país africano.
O ministro das Comunicações do Gabão, Blaise Louembe, disse que o governo agiu antes que a página fosse lançada para proteger direitos de propriedade intelectual.
— O Gabão não pode servir de plataforma para que se cometam atos que violem direitos autorais nem ser usado por pessoas inescrupulosas — justificou Louembe, de acordo com o site da BBC.
Há uma semana, Dotcom anunciou para 20 de janeiro — exatamente um ano após sua prisão — o Me.ga, um novo site de compartilhamento de arquivos na nuvem. Para evitar que o site fosse retirado do ar pelos Estados Unidos, Dotcom tomou o cuidado de hospedá-lo fora daquele país.
Ele também reforçou que os dados compartilhados seriam criptografados, de forma que o site não teria qualquer responsabilidade sobre os arquivos armazenados — no caso do Megaupload, os EUA argumentaram que o site era, sim, responsável pela pirataria de seus usuários.
“Nós prometemos, nós entregamos. Maior. Melhor. Mais rápido. Mais forte. Mais seguro”, prometia a página do Me.ga.
Depois que o Gabão divulgou sua posição, Dotcom insinuou no Twitter que a decisão foi resultado de pressão dos EUA e do grupo de mídia Vivendi.
“Não se preocupem. Nós temos um domínio alternativo. Isso só mostra que a caça às bruxas do governo americano ainda está em curso”, escreveu.
Depois, ainda ridicularizou a medida do Gabão.
“O ministro do Gabão usou uma máquina do tempo para avaliar a legitimidade do futuro Mega, Veredito: crime cibernético! Merece US$ 5 de recompensa do FBI”, afirmou, para depois acrescentar: “A receita do Gabão com petróleo representa 60% das receitas do Estado. Mais da metade da produção do país vai para os EUA, todos nós sabemos ;-).”
No início do ano, Kim Dotcom foi preso na Nova Zelândia. Seu site, o Megaupload, foi retirado do ar sob acusação de causar prejuízo de US$ 500 milhões à indústria cinematográfica. O serviço era utilizado para o compartilhamento de arquivos, que incluíam filmes e softwares piratas.
Alemão, Dotcom vive há alguns anos na Nova Zelândia e luta na Justiça para não ser extraditado para os EUA, onde pode ser preso por até 20 anos.



 
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