Os 120 anos do nascimento do
dirigente comunista Jorge Dimitrov
“Os atuais
governos dos países capitalistas são provisórios. O verdadeiro senhor do mundo
é o proletariado”
Jorge
Mikhailovitch Dimitrov nasceu em 18 de junho de
1882 em Radomir, Bulgária, e foi um dos mais importantes dirigentes comunistas
do século XX. De família proletária, Dimitrov começou a trabalhar ainda jovem,
como gráfico. Aos 15 anos já desenvolvia atividades políticas e logo tornou-se
dirigente da União de Sindicatos de Bulgária. Aos 22 anos, foi eleito para o
Comitê Central do Partido Comunista da Bulgária. Graças a sua atuação junto aos
trabalhadores, Jorge Dimitrov foi parlamentar na Bulgária de 1913 até 1923,
destacando-se por uma atuação combativa no sentido de transformar o parlamento
numa tribuna política em defesa dos trabalhadores búlgaros.
Em
junho de 1923, a burguesia búlgara promoveu um golpe de Estado e derrubou o
governo constitucional democrático, estabelecendo uma ditadura fascista no
país. A partir daí, o Partido Comunista sofreu uma dura perseguição, seus
dirigentes foram presos e muitos, assassinados. O Partido Comunista Búlgaro passa, então, a
atuar na clandestinidade e, em setembro de 1923, organiza um levante popular antifascista
que, apesar de contar com apoio de muitos trabalhadores, foi derrotado pelas
forças reacionárias. O governo fascista decreta a sentença de morte de Dimitrov
e ele é obrigado a sair do país. Segue para a Iugoslávia, onde assume a direção
do jornal do Partido, o Diário Operário.
Nesse período,
Dimitrov é eleito para o comitê executivo da III Internacional Comunista e
enviado à Alemanha como observador da Internacional, já que, depois da
capitulação dos partidos burgueses e pequeno-burgueses, o partido comunista
alemão foi a última trincheira de resistência ao nazismo. Portanto, quando
Hitler subiu ao poder, Jorge Dimitrov se encontrava na Alemanha.
Desmascarando Hitler e suas
mentiras
No dia 9 de
março de 1933, em Berlim, Dimitrov foi preso pela Gestapo (Geheime
Staatspolizei, policia secreta do estado nazista) juntamente com seus camaradas
B. Popov e W. Tanev, acusados de terem
realizado o incêndio do Reichstag (parlamento alemão), ocorrido em 27 de
fevereiro de 1933, no que ficou conhecido como o Processo de Leipzig.
Dimitrov fez sua
própria defesa, dispensando o advogado designado pelo tribunal e, inspirado na
defesa de Karl Marx em Colônia, saiu da posição de acusado para a de acusador,
dando um exemplo para todos os revolucionários do mundo de como o
revolucionário deve fazer sua defesa e comportar-se perante um tribunal
fascista e burguês.
Contando com
um grande movimento de massas desencadeado em todo o mundo pela sua liberdade e
graças à sua firmeza, Dimitrov conseguiu provar ao Tribunal a sua inocência e
acusou o regime de Hitler de ser o verdadeiro responsável pelo incêndio do
parlamento alemão. Absolvido, foi libertado em 19 de fevereiro de 1934. Muitos
anos mais tarde, no Tribunal Internacional de Nurembergue, o general nazista
Goering contou a verdade sobre o incêndio do Reichstag, confessando que a ação
fora realizada por soldados da SS (Schutzstaffel, a polícia militar de elite do
Partido Nazista) à paisana, e por
criminosos comuns ligados a ela.
Algemado,
alquebrado de forças, torturado, Dimitrov indicou ao mundo como é possível, nas
prisões e nos tribunais, lutar sem conciliar, e enterrou a idéia de que o homem
preso está incapaz de lutar. Sua história é repleta de ensinamentos e exemplos
para os revolucionários de todo o mundo. Após sua libertação, foi para a União Soviética
e assumiu o cargo de Secretário Geral da Internacional Comunista, de 1935 até
1943. Voltando à Bulgária, após a vitória sobre o nazi-fascismo na II Guerra
Mundial, assumiu o cargo de chefe de governo da República Popular Búlgara, de
1946 até sua morte, em 1949.
Dimitrov
entregou sua vida à causa dos operários, não só de seu país, mas de todo o
mundo, e sempre esteve na linha de frente da defesa dos princípios
revolucionários e da luta dos trabalhadores pela construção da sociedade
socialista. Em sua vida, seguiu fielmente suas próprias palavras: “É preciso
estar sempre pronto a fazer, a todo preço, tudo que possa servir
verdadeiramente à classe operária”.
“O verdadeiro senhor
do mundo é o proletariado”
Discurso de
encerramento do VII Congresso Mundial da Internacional Comunista, pronunciado
por Dimitrov em 20 de agosto de 1935.
O VII Congresso Mundial da Internacional Comunista, o
congresso dos comunistas de todos os países e de todos os continentes do mundo,
termina seus trabalhos.
Qual o
balanço, que representa o congresso para o nosso movimento, para a classe
operária mundial, para os trabalhadores de todos os países?
Este
congresso foi o congresso do triunfo completo da unidade entre o proletariado
da União Soviética – o país em que o socialismo venceu – e o proletariado do
mundo capitalista em luta pela libertação. A vitória do socialismo na União
Soviética, vitória que interessa à história mundial, provoca em todos os países
capitalistas um poderoso movimento na direção do socialismo. Esta vitória
firmou a obra de paz entre os povos, aumentando a importância internacional da
União Soviética e o seu papel de poderoso reduto dos trabalhadores na sua luta
contra o Capital, contra a reação e o fascismo. Fortifica a União Soviética
enquanto base da revolução proletária mundial. Põe em movimento no mundo
inteiro não só os operários que se voltam cada vez mais para o comunismo, mas
também os milhões de camponeses e pequenos trabalhadores das cidades, uma parte
considerável dos intelectuais, os povos escravizados das colônias; enche-os de
entusiasmo pela luta, aumenta a sua união à grande pátria de todos os
trabalhadores, intensifica a sua resolução de apoiar e defender o estado
proletário contra todos os seus inimigos.
Esta vitória
do socialismo aumenta a confiança do proletariado internacional nas suas
próprias forças e na real possibilidade de obter a sua própria vitória,
confiança que se torna, ela própria, uma imensa força em ação contra a
dominação da burguesia.
É na união
das forças de combate do proletariado e das massas trabalhadoras dos países
capitalistas que reside a formidável perspectiva de um próximo desmoronamento
do capitalismo e a garantia da vitória do socialismo no mundo inteiro.
Nosso
congresso lançou os fundamentos de uma vasta mobilização das forças de todos os
trabalhadores contra o capitalismo como nunca aconteceu na história da luta da
classe operária.
O congresso
coloca diante do proletariado internacional, como a mais importante tarefa
imediata, a união das suas forças no domínio político e da organização, e a
liquidação do isolamento a que o conduz a política socialdemocrata de
colaboração de classe com a burguesia: a união dos trabalhadores em volta da
classe operária numa vasta Frente Popular contra a ofensiva do capital e da
reação do fascismo e a ameaça de guerra em cada país e na arena internacional.
Não
inventamos de modo algum esta tarefa. Foi a própria experiência do movimento
operário mundial que a pôs em evidência, e, sobretudo, a experiência do
proletariado na França. O mérito do Partido Comunista Francês é ter
compreendido o que é necessário fazer hoje, não ter escutado os sectários que
assediam o Partido e dificultam a realização da frente única de luta contra o
fascismo, mas, pelo contrário, ter preparado corajosamente, à maneira
bolchevique, mediante um pacto de ação comum com o Partido Socialista, a Frente
Popular Antifascista em via de formação.
Por este ato,
que responde aos interesses vitais de todos os trabalhadores, os operários
franceses, comunistas e socialistas, colocam novamente o movimento operário
francês em primeiro lugar, à cabeça da Europa capitalista; demonstram que são
dignos descendentes dos partidários da Comuna e os herdeiros dos gloriosos
ensinamentos da Comuna de Paris. Nós, comunistas, somos um partido de classe,
um partido proletário. Mas estamos prontos, como vanguarda do proletariado, a
organizar ações comuns do proletariado e de outras classes trabalhadoras
interessadas na luta contra o fascismo. Nós, comunistas, somos um partido revolucionário,
mas estamos prontos para ações comuns com os outros partidos em luta contra o
fascismo.
Fortalecer
as posições do proletariado
O objetivo
final para nós, comunistas, não é o mesmo dessas classes e desses partidos, mas
estamos prontos ao mesmo tempo para lutar em comum pelas tarefas imediatas cuja
realização enfraquece as posições do fascismo e fortifica as posições do
proletariado.
Se estivermos prontos para fazer tudo isto é porque
queremos, nos países de democracia burguesa, barrar o caminho à reação e à
ofensiva do Capital e do fascismo, impedir a supressão das liberdades
democráticas burguesas, prevenir o esmagamento terrorista do proletariado, da
ala revolucionária do campesinato e dos intelectuais.
Nosso congresso é o
congresso da luta da manutenção da paz contra a ameaça de guerra imperialista.
Esta luta,
compreendemo-la hoje de uma nova maneira. Nosso congresso recusa resolutamente
a atitude fatalista em relação às guerras; mas é igualmente verdade que as
massas trabalhadoras, pelas suas ações de luta, podem impedir a guerra
imperialista.
O mundo hoje
já não é o que era em 1914.
Atualmente,
numa sexta parte do globo, estabeleceu-se um poderoso Estado proletário, que se
apóia na força material do socialismo vitorioso. Graças à sua inteligente
política stalinista de paz, a União Soviética fez mais uma vez abortar os
planos agressivos dos promotores de guerra.
Atualmente,
na luta contra a guerra, o proletariado mundial não dispõe apenas da arma que
constituía sua ação de massa, como em 1914. Hoje a luta de massa da classe
operária internacional contra a guerra conjuga-se com o ascendente do Estado
Soviético e com o seu poderoso Exército Vermelho, principal guardião da paz.
Hoje, a
classe operária internacional não se encontra, como em 1914, sob a influência
exclusiva da socialdemocracia coligada com a burguesia. Hoje, existe um partido
comunista mundial: a Internacional Comunista. Hoje, as massas de operários
socialdemocráticas viram-se para a União Soviética e para sua política de paz,
para a frente única com os comunistas.
Hoje, os
povos dos países coloniais e semicoloniais não consideram a causa da libertação
como uma causa desesperada. Pelo contrário, passam cada vez mais à luta
resoluta contra os opressores imperialistas.
A melhor prova é fornecida pela Revolução Soviética da China e pelas
proezas heróicas do Exército Vermelho do povo chinês.
O ódio dos
povos contra a guerra torna-se cada vez mais profundo e intenso. A burguesia,
que lança os trabalhadores para o abismo das guerras imperialistas, arrisca aí
a cabeça. Atualmente, vemos levantar-se pela causa da manutenção da paz não só
a classe operária, o campesinato e os outros trabalhadores, mas também as
nações oprimidas e os povos fracos, cuja independência está ameaçada por novas
guerras. Até mesmo determinados grandes Estados capitalistas, temendo as perdas
que poderiam sofrer na seqüência de uma nova partilha do mundo, estão
interessados, na presente etapa, em evitar a guerra.
Daí a
possibilidade de uma vastíssima frente única da classe operária, de todos os
trabalhadores e dos povos inteiros contra a ameaça de guerra imperialista.
Apoiando-se na política de paz da União Soviética e no desejo de paz de milhões
e milhões de trabalhadores,
Nosso
congresso mostrou a perspectiva de desenvolvimento de uma vasta frente
antibelicista, não só à vanguarda comunista, mas também a toda classe operária
internacional e aos povos de todos os países. Do grau de realização e de
atividade dessa frente mundial dependerá a questão de saber se, num dado futuro
mais próximo, os promotores das guerras fascistas e imperialistas conseguirão
provocar o incêndio de uma nova guerra imperialista, ou se as suas mãos
criminosas serão cortadas pelo machado da poderosa frente de luta contra a
guerra.
Congresso da unidade da classe
operária
Nosso
congresso é o congresso da unidade da classe operária, o congresso da luta pela
frente única proletária.
Não temos
ilusões sobre a possibilidade de ultrapassar facilmente as dificuldades que a
ação reacionária dos líderes socialdemocratas oporá à tarefa de realização da
frente única proletária. Mas não temos medo dessas dificuldades porque, lutando
pela frente única, servimos melhor aos interesses do proletariado, pois a
frente única proletária é a via segura para derrubar o fascismo e o regime
capitalista, para conjurar as guerras imperialistas.
Levantamos
bem alto, neste congresso, a bandeira da unidade sindical. Os comunistas não
defendem a todo custo a existência independente dos sindicatos vermelhos. Mas
os comunistas querem unidade sindical com base na luta de classes e na
supressão, de uma vez por todas, do estado de coisas em que os partidários mais
conseqüentes e mais resolutos da unidade sindical e da luta de classe são
expulsos dos sindicatos da Internacional de Amsterdã.
Sabemos que
nem todos os militantes dos sindicatos que fazem parte da Internacional
sindical vermelha compreenderam e assimilaram ainda esta linha do congresso.
Existem ainda sobrevivências de presunção sectária, que nos será necessário
fazer desaparecer dos militantes para aplicar firmemente a linha do congresso.
Mas, essa linha, realizá-la-emos, custe o que custar, e descobriremos uma
linguagem comum com os nossos irmãos de classe, os nossos camaradas de luta, os
operários que aderem hoje à Federação Sindical de Amsterdã.
Neste
congresso, adotamos a orientação da criação do partido único de massa da classe
operária, da abolição da cisão política do proletariado, causada pela política
social-democrata de abolição de classe. A unidade política da classe operária
não é, para nós, uma manobra, mas o problema do futuro de todo o movimento
operário. Se encontrassem entre nós umas pessoas que encarassem a formação da
unidade política da classe operária como uma manobra, lutaríamos contra elas
como se luta contra pessoas que prejudicam a classe operária. É precisamente
porque encaramos esta questão com uma gravidade e uma sinceridade profundas,
ditadas pelos interesses do proletariado, que pomos determinadas condições de
princípio na base de tal unidade. Essas condições de princípio não foram
inventadas por nós; são os frutos dos sofrimentos do proletariado no decorrer
da sua luta; respondem igualmente à vontade de milhões de operários
socialdemocratas, vontade imanente da lição das derrotas sofridas. Essas contradições
de princípio foram verificadas pela experiência do conjunto do movimento
operário revolucionário.
E, pelo fato
de o nosso congresso se ter desenrolado sob o signo da unidade proletária, não
foi apenas o congresso da vanguarda comunista; foi o congresso de toda a classe
operária internacional que aspira ardentemente à unidade da luta sindical e
política.
Embora não
tenham assistido ao nosso congresso delegados dos operários socialdemocratas;
embora não tenha havido aqui delegados sem partido; embora os operários
alistados à força nas organizações fascistas não tenham sido representados, o
congresso não falou apenas para os comunistas, mas também para esses milhões de
operários; expressou os pensamentos e os sentimentos da imensa maioria da
classe operária. E se as organizações operárias das diversas tendências
procedessem ao exame verdadeiramente livre das nossas decisões em face dos
proletários do mundo inteiro, os operários defenderiam, não duvidamos, as
resoluções que vocês votaram com uma tão grande unanimidade
Além disso,
essa circunstância obriga-nos, tanto mais a nós, comunistas, a fazer das
decisões de nosso congresso o bem de toda a classe operária. Não é suficiente
votar a favor dessas resoluções. Não é suficiente popularizá-las entre os
membros dos partidos comunistas. Queremos que os operários dos partidos da
Segunda Internacional e da Federação Internacional de Amsterdã, tal como os
operários aderentes às organizações de outras tendências políticas, estudem
estas resoluções conosco; tragam suas propostas e suas emendas práticas; que
meditem conosco sobre a melhor maneira de aplicá-las na vida; que, lado a lado
conosco, as realizem de fato.
Nosso
congresso foi o congresso da nova orientação tática da Internacional Comunista.
Mantendo-se
firmemente na posição sólida do marxismo-leninismo confirmada por toda a
experiência do movimento operário internacional e, antes de tudo, pela vitória
da Grande Revolução de Outubro, nosso congresso reviu, no mesmo espírito e com
a ajuda do método do marxismo-leninismo, a tática da Internacional Comunista em
função da modificada situação mundial.
É a nós operários e não aos parasitas sociais e aos ociosos,
que pertence o mundo, o mundo construído pelas mãos operárias.
O interesse
da causa do comunismo exige não só uma luta abstrata, mas também uma luta
concreta contra os desvios, uma resposta dada a tempo e de forma decisiva às
tendências nocivas que abrem caminho, a correção a tempo dos erros cometidos.
Substituir a necessária luta concreta contra os desvios por uma espécie de
desporto, fazer a caça aos desvios aos desviacionistas imaginários, é
entregar-se a um sobrelanço nocivo e inadmissível. Na vida prática de nossos
partidos, é preciso ajudar de todas as maneiras o desenvolvimento da iniciativa
na colocação de novos problemas, favorecer o exame aprofundado das questões
relativas à atividade do partido e não qualificar apressadamente de desvio a
menor dúvida ou a menor observação crítica feita por um membro do partido a
respeito das tarefas práticas do movimento. É preciso agir de modo a que o
comunista que cometeu um erro possa corrigi-lo na prática e censurar
severamente aqueles que persistirem nos seus erros e que desorganizam o
partido.
Lutando pela
unidade da classe operária, lutaremos ao mesmo tempo com uma energia e uma
intransigência cada vez maiores pela unidade interna dos nossos partidos. Não
pode haver lugar, nas nossas fileiras, para frações, para tentativas de fração.
Quem quer que procure violar a unidade de ferro das nossas fileiras por uma ação
fracionista aprenderá por si próprio o que significa a disciplina bolchevique
que sempre nos ensinaram Lênin e Stálin. O Partido acima de tudo! Manter a
unidade bolchevique do partido como a pupila dos olhos, tal a primeira lei
suprema do bolchevismo!
Nosso
congresso é o congresso da autocrítica bolchevique e do reforço da direção da
Internacional Comunista e de suas seções.
Não temos
receio de assinalar abertamente os erros, as fraquezas e os defeitos que se
manifestem nas nossas fileiras, porque somos um partido revolucionário que sabe
que só pode desenvolver-se, crescer e cumprir as suas tarefas na condição de se
desembaraçar de tudo o que dificulta o seu desenvolvimento como partido
revolucionário.
Na sua
resolução sobre o relatório de atividade do Comitê Executivo, o Congresso
decidiu concentrar, para o nosso movimento, a direção nas próprias seções. Daí
a obrigação de reforçar por todos os esforços o trabalho de formação e educação
dos quadros, tal como o trabalho de consolidação dos partidos comunistas com a
ajuda de verdadeiros dirigentes bolcheviques, a fim de que os partidos,
fortalecidos pelas decisões dos congressos da Internacional Comunista e das
Assembléias Plenárias do seu Comitê Executivo, possam, no momento das bruscas
viragens dos acontecimentos, encontrar com rapidez e por si próprios uma
solução justa para as tarefas políticas e táticas do movimento comunista. Ao
eleger os organismos dirigentes, o congresso esforçou-se por criar uma direção
da Internacional Comunista, composta por pessoas que tornaram suas, não por
sentimento de disciplina mas como conseqüência de uma profunda convicção, as
novas diretivas e decisões do congresso, pessoas prontas e aptas a
transformá-las em atos, com firmeza.
É igualmente
necessário assegurar em cada país a justa aplicação das decisões adotadas pelo
congresso; isso dependerá, em primeiro lugar, da comprovação, da repartição e
da orientação adequadas dos quadros. Sabemos que esta tarefa não é fácil. É
preciso não perder de vista que uma parte de nossos quadros foi formada pela
experiência política de massa bolchevique, mas principalmente na base da
propaganda geral. Devemos fazer de tudo para ajudar nossos quadros a refazerem-se, a
reeducarem-se no novo espírito, no espírito das decisões do congresso. Mas,
onde se concluir que os odres velhos não valem nada para um vinho novo, será
preciso tirar as conclusões que se impõem: não deitar ou deixar estragar o
vinho nos odres velhos, mas substituir os odres velhos por novos.
Eliminamos,
de propósito, dos relatórios tal como das resoluções do congresso as frases sonoras sobre as perspectivas
revolucionárias. Mas não é tivéssemos razões para apreciar, de um amaneira
menos otimistas que antes, a maneira de andar do desenvolvimento
revolucionário, é porque queremos desembaraçar os nossos partidos de qualquer
tendência para substituir a atividade bolchevique por frases revolucionárias ou
discussões estéreis sobre a apreciação da perspectiva. Combatendo toda a
orientação para a espontaneidade, vemos e fazemos entrar na linha de conta o
processo de desenvolvimento da revolução, não como observadores, mas como participantes ativos deste processo.
Como partido de ação revolucionária, realizando no interesse da revolução as
tarefas colocadas em cada etapa do movimento, tarefas que correspondem ás
condições de cada etapa, levando sensatamente, em linha de conta o nível
político das grandes massas trabalhadoras, aceleramos o melhor que podemos a
formação das condições subjetivas necessárias para a vitória da revolução proletária.
“É preciso aceitar as coisas como elas são, dizia Marx, quer dizer, defender os interesses revolucionários de uma que
corresponda às nossas condições”1.
Está aí o essencial! Nunca devemos
esquecer!
É necessário levar as massas as decisões do
congresso mundial, explicá-las às massas, aplicá-las como diretivas para ação
das massas, numa palavra torna-las carne e sangue de milhões da trabalhadores!
É necessário reforçar em todo o lado, o
máximo possível, a iniciativa dos operários, lá onde se encontram, a iniciativa
das organizações de base dos partidos comunistas e do movimento operário, na
aplicação destas decisões.
Ao partirem daqui, os
representantes do proletariado revolucionário, devem levar para os seus países
a firme convicção de que nós, comunistas, somos responsáveis pelo futuro da
classe operária, do movimento operário, do destino de cada povo, do destino de
toda humanidade trabalhadora.
É a nós operários e não aos
parasitas sociais e aos ociosos, que pertence o mundo, o mundo construído pelas
mãos operárias. Os atuais governantes do mundo capitalista são homens
provisórios.
O proletariado é o verdadeiro
senhor do mundo, o senhor do futuro. E deve tomar posse dos seus direitos
históricos, tomar em mãos as rédeas do poder em cada país, no mundo inteiro.
Somos discípulos de Marx e de Engels, de Lênin e de Stálin. Devemos ser
dignos dos nossos grandes mestres.
Viva a unidade da classe
operária!
Viva o VII Congresso Mundial
Internacional Comunista!
Jorge
Dimitrov
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Nota de pensarnetuno:
O proletariado constroi seu futuro no dia-a-dia, em embates pequenos na luta de classes do tamanho de seus recursos e trabalho,sem mágicas.
Isso se contrapõe aos capitalistas que graças às expropriações sobre o proletariado possuem imensas reservas patrimoniais para embates destrutivos, guerras e mais guerras entre países em função das suas manobras reacionárias de auto-preservação.
Venceremos!
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