sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Partido Comunista da Venezuela não promoverá alianças com a oligarquia, mas sim com todo o povo

 

Partido Comunista da Venezuela não promoverá alianças com a oligarquia, mas sim com todo o povo

Oscar Figuera*
26.Out.12 :: Outros autores

Oscar FigueraA propósito deste texto sobre a política de unidade do Partido Comunista da Venezuela, em resposta aos apelos a uma unidade com líderes de sectores que apoiaram Capriles, o secretário-geral do Partido Comunista da Venezuela, Oscar Figuera, acrescentou «Nós gostaríamos de ter uma reunião com o Presidente Chávez para discutir estas coisas»


A Comissão Política do Comité Central do partido Comunista da Venezuela (PCV) tomou uma posição sobre os apelos que são feitos para promover uma aliança de «unidade nacional» entre o governo e os líderes da oposição depois dos resultados das eleições de 7 de Outubro, em que foi eleito o Presidente Chávez para um novo mandato presidencial entre 2013 e 2019.
«Nós, Partido Comunista da Venezuela, não podemos, não devemos e não o vamos fazer, exortar Chávez, nem o Executivo, a fazer uma espécie de aliança entre os sectores imperialista, sionistas que estão ao serviço do grande capital e os que nos identificamos com os interesses dos povos, da Pátria, da Nação, pois seria como misturar azeite com água. Isso queremos deixá-lo bem claro.
Está Capriles disposto a assumir uma postura de rejeição das tentativas de recolonização do imperialismo norte-americano ao nível do continente latino-americano? Está disposto a desenvolver uma política que signifique que os que são mais ricos contribuam para superar as situações de pobreza que ainda existem nos nossos povos?
O nosso problema não é etéreo, o nosso problema é concreto. Que interesses de classe representam eles e que interesses de classe representamos nós?
Nós não dizemos que é uma força pró-imperialista e sionista, porque nem todos os que votaram em Capriles são pró-imperialistas ou pró-sionistas, e isto é a primeira coisa que queremos dizer, e por isso saudamos todos, saudamos o povo venezuelano.
Mas há uma direcção que é encarnada pelo ex-candidato que todos sabemos de onde vem, que todos sabemos a quem pertence, todos conhecemos a sua identidade ideológica com o sionismo e o seu compromisso com o imperialismo; como sabemos que é um pequeno grupo, que não é a maioria da oposição, que tem uma proposta neoliberal de recuperação do Estado para o pôr ao serviço do grande capital e que tem uma proposta que vai no sentido contrário ao do projecto patriótico, nacional, popular, revolucionário que tem vindo a satisfazer as necessidades do nosso povo e que tem como objectivo o ser humano como o centro do desenvolvimento.
Para o Partido Comunista o processo de integração dos sectores do povo opositor que apoiaram o candidato da direita que não são pró-imperialistas, que não são sionistas, nem fascistas, que são a grande maioria, deve suceder na base do aprofundamento dos mecanismos da participação que concretizem a unidade nacional frente ao imperialismo.
É necessário identificar por que razão do ponto de vista da consciência e da realidade material, social, hoje votam por uma opção que não representa os seus interesses. Temos a obrigação de identificar essa razão, para trabalhar com mais força essa construção desmontagem ideológica. Mas temos de trabalhar também as nossas próprias debilidades e erros que permitem que um importante sector do povo venezuelano se identifique com os seus opressores.
Nós vamos aumentar o esforço para continuar a avançar na construção do Grande Pólo Patriótico, enfatizando a linha de articulação real com o movimento popular revolucionário. Necessitamos de criar uma correlação de forças, dentro da aliança anti-imperialista que garanta que esta, liderada pelo Presidente Chávez avance na direcção do aprofundamento da revolução e da construção do socialismo.
Para avançar e levar a cabo o processo de aprofundamento da revolução, o PCV sublinha que é necessário, como medida básica, a construção dos instrumentos de unidade e o fortalecimento dos espaços de Direcção Colectiva, para que aí identifiquemos, no debate criador, profundo e leal entre revolucionários qual é a realidade. Nós temos a nossa apreciação.
* Secretário-geral do Partido Comunista da Venezuela.
Original publicado no Tribuna Popular
Tradução de José Paulo Gascão
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