Protestos contra filme anti-islã deixam mortos no Paquistão
Manifestantes quebraram cinemas, bancos e redes de restaurantes; cidades foram tomadas por forças policiais
Ao menos 17 pessoas morreram e cerca de 200 ficaram feridas em protestos no Paquistão. O governo do país asiático estipulou esta sexta-feira (21/09) como feriado nacional, em que ocorreram vários protestos contra o filme anti-islã “A Inocência dos Muçulmanos”. No "Dia de Amor ao Profeta", a polícia da capital Islamabad teve dificuldade para manter os manifestantes afastados das embaixadas dos países ocidentais, em especial a sos EUA e a da França.
O filme em questão, que faz ofensas ao profeta Maomé e compara os fiéis islâmicos a um burro, provocou uma série de protestos entre os países islâmicos em todo o mundo desde a semana passada. Eles voltaram a se intensificar desde a última quarta-feira (19), quando o jornal satírico francês Charlie Hébdo publicou charges satirizando Maomé. Essas manifestações são consideradas blasfêmia pelos muçulmanos.
Agência Efe
Manifestantes em Lahore cercam contêiner colocado para proteger um consulado norte-americano
Segundo a rede de televisão local "Express", 12 pessoas morreram em Karachi, metrópole do sul paquistanês, e cinco em Peshawar, principal cidade do noroeste – um manifestante e um funcionário de TV. Outras duas pessoas morreram em protestos anteriores.
Em Karachi, onde manifestantes incendiaram três cinemas, três bancos e um restaurante da rede americana KFC (Kentucky Fried Chicken), um policial e nove manifestantes morreram, segundo a polícia.
A capital, Islamabad, ficou durante todo o dia praticamente tomada pela polícia, e a zona das representações diplomáticas foi quase isolada depois de tentativas de ataque de ontem que obrigou tropas do exército a protegê-la. Muitas embaixadas, como a do Brasil, optaram por não abrir nesta sexta-feira.
Cerca de 20 mil pessoas marcharam aos gritos "Os americanos são cães" e "Os amigos dos americanos são traidores" perto do enclave. Alguns chegaram a jogar pedras na polícia, que respondeu disparando gás lacrimogêneo. Os manifestantes foram dispersados já durante a noite.
O serviço de telefonia celular foi suspenso pelas autoridades durante boa parte do dia, embora na capital ele tenha sido restaurado à tarde.
Enquanto o comércio permaneceu fechado, os protestos se multiplicaram e se intensificaram à tarde, depois da oração, liderados por influentes partidos islâmicos e alguns grupos extremistas.
Outros países
Os demais protestos seguiram pacificamente nos países islâmicos. Vários deles reforçaram as medidas de segurança antes das orações muçulmanas de sexta-feira.
Na Tunísia, as autoridades proibiram qualquer manifestação contra as caricaturas de Maomé, alegando terem sido informadas a respeito de preparativos de atos "de violência".
Na Nigéria, milhares de muçulmanos queimaram nesta quinta-feira em Zaria (norte) bandeiras americanas e israelenses e exigiram que os produtores do polêmico filme sejam julgados.
No Egito, a Irmandade Muçulmana, movimento do presidente Mohamed Mursi, rejeitaram "categoricamente" a divulgação das caricaturas e pediram "providências" ao governo francês.
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