terça-feira, 3 de abril de 2012

Al-Jazeera infiltra equipamentos na Síria, denuncia ex-correspondente

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Escrito por Erica Soares
martes, 03 de abril de 2012
Imagen activa03 de abril de 2012, 13:26Damasco, 3 abr (Prensa Latina) O ex-correspondente da Al-Jazeera Ali Hashim revelou hoje que esse canal com sede no Catar introduziu clandestinamente equipamentos de comunicação Thuraya e dispositivos de transmissão via satélite BGAN na Síria a partir do Líbano, Jordânia e Turquia.

Hashim foi repórter em Beirute dessa agência informativa, ponta de lança na guerra midiática contra Damasco, até que renunciou recentemente em protesto pela linha tendenciosa e de falsidades da Al-Jazeera em sua cobertura sobre a crise síria.

Em entrevista ao jornal Al-Safir, Hashim afirmou que esse canal pagou até 50 mil dólares por cada dispositivo infiltrado em território sírio, a fim de que grupos opositores vinculados à violência armada lhes transmitissem informações falseadas que na central terminavam de fabricar sobre os acontecimentos na Síria.

O ex-correspondente disse que a direção da Al-Jazeera o obrigou a não noticiar, nem transmitir imagens dos homens armados que a partir de território libanês atacaram efetivos sírios através da fronteira.

Na sua opinião, esse canal perdeu credibilidade por suas informações parcializadas e pela ausência "do outro ponto de vista".

Hashim renunciou no início de março não só pela projeção midiática da Al-Jazeera contra a Síria, mas também pela linha editorial que segue essa emissora com relação a outros sérios problemas na região, segundo informou nesse momento o jornal libanês Al-Akhbar.

Em particular, o silêncio diante dos graves acontecimentos no Barein "onde vimos e continuamos vendo um povo que está sendo massacrado por uma maquinaria de matar dos Estados do Golfo", segundo escreveu o repórter a um colega, publicou o jornal libanês.

O Al-Akhbar assegurou que o mal-estar não se limita só a Hashim, mas se estende também a outros profissionais da equipe da Al-Jazeera em seus escritórios na Tunísia, Egito, Líbia e Barein, os quais deixaram de aceitar a manipulação, por exemplo, as informações sobre os grupos armados na Síria.

O canal Al-Jazeera experimentou uma série de renúncias entre seus jornalistas e repórteres que objetam a linha instigadora e tendenciosa que a emissora adotou contra a Síria e outros problemas na região, recordou o jornal libanês.

Um deles é Moussa Ahmad, que abandonou no final de fevereiro deste ano o cargo de produtor da sede em Beirute porque "já não há espaço para os moderados no canal desde que se converteu em uma ferramenta de instigação política para atacar a Síria com todos os meios legítimos e ilegítimos", segundo o Al-Akhbar.

Ahmad denunciou o total silêncio da Al-Jazeera sobre o referendo constitucional na Síria, enquanto destacava de forma manipulada os acontecimentos na comunidade Baba Amr da cidade de Homs.

Outro que também se demitiu foi Ghassan bin Jeddo, antigo diretor da Al-Jazeera em seu escritório na capital libanesa. O jornalista argumentou que o canal catari "se converteu em um centro de operações de provocação e mobilização contra a Síria e outros países árabes, e que não estava disposto a ser o que qualificou de testemunha falsa".

Antes de Jeddo já tinham renunciado o apresentador e repórter Sami Kleib e a jornalista Lina Zahr-Eddin, que criticou a cobertura do canal sobre os acontecimentos na Síria, Barein, Líbia e Iêmen.

mgt/mh/es
Modificado el ( martes, 03 de abril de 2012 )
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