sexta-feira, 9 de março de 2012

Bill Bland: "Stalinismo"






Comunidade Josef Stálin

Traduzido para Comunidade Josef Stálin pelo camarada

Original em Inglês -

http://marxism.halkcephesi.net/Bill%20Bland/stalinism.htm






– Thalles Castellani Leal






Página 1






http://comunidadestalin.blogspot.com/

Página 2






“STALINISMO”






Uma carta à Academia Sarat em Londres.

Em 30 de abril de 1999 por Bill Bland.

Eu sou grato à Academia Sarat por ter me convidado a palestrar para vocês sobre

“Stalinismo”.

Porém, sua escolha de tema apresentou-se a mim com certa dificuldade, visto que sou

um grande admirador de Stalin e a palavra “Stalinismo” foi introduzida por oponentes

enrustidos de Stalin – em particular por Nikita Kruschev – em preparação para futuros

ataques políticos a ele.

Hoje, em fato, “Stalinismo” virou um termo de abuso sem sentido usado para denotar

posições políticas com que alguém discorda. A prensa Conservadora às vezes até

descreve Tony Blair como “Stalinista” - dando à Stalin, se estivesse vivo, campos

amplos para uma ação por difamação!

Stalin sempre se referiu a si mesmo como “um pupilo de Lenin” e eu devo seguir o

exemplo e interpretar o assunto “Stalinismo” como Marxismo-Leninismo.

Talvez a figura mais próxima à Stalin na história britânica é Ricardo Terceiro, do qual

todo mundo “sabe” – e eu ponho a palavra “sabe” em aspas – de seus livros de história

do Segundo Grau e de Shakespeare por ter sido um cruel, deformado monstro que

matou o pequenino príncipe na Torre.

É apenas comparativamente recentemente que sérios historiadores começaram a

perceber que o retrato comumente aceito de Ricardo foi desenhado por seus

sucessores Tudor, que tomaram o trono e mataram Ricardo.

Naturalmente, eles então procederam em reescrever as crônicas para justificar sua

usurpada do trono – até alterando a imagem de Ricardo para apresentá-lo como

deformado fisicamente, como um monstro tanto físico quanto moral. Em outras

palavras, a imagem de Ricardo que foi geralmente aceita hoje não foi resultado de

verdades históricas, mas de propaganda de seus oponentes políticos.

É, então, legítimo se perguntar: A figura de Stalin apresentada para nós pelos autoproclamados

“Kremlinologistas” fato histórico ou mera propaganda?

A União das Repúblicas Soviéticas Socialistas (União Soviética), a qual foi construída

sobre as lideranças de Lenin e Stalin, não existe mais. É então verdadeiro dizer – como

muitas pessoas dizem – que isso significa que o socialismo na União Soviética falhou?

Eu tenho a intenção de citar aqui apenas um conjunto de estatísticas. Nesse relato ao

17° Congresso do Partido Comunista da União Soviética em janeiro de 1939, Stalin cita






http://comunidadestalin.blogspot.com/

Página 3






figuras de fontes ocidentais sobre o crescimento industrial em vários países em

comparação com 1913. Essas figuras eram:

Alemanha: -24,6%

Bretanha: -14,8%

EUA: +10,2%

URSS: +291,9%

Realmente, é um fato indisputável que sobre a economia planificada centralmente

instituída por Stalin, a Rússia foi transformada em poucas décadas de um país atrasado

e agrário em um país avançado industrial que em 1941-45 tinha se tornado poderoso o

bastante para derrotar uma agressão alemã capaz de estagnar os recursos de toda

Europa Ocidental.

É comum ouvir Stalin ser chamado de “ditador”

O escritor americano anti-soviético fervoroso Eugene Lyons uma vez perguntou à

Stalin diretamente: “Você é um ditador?” Lyons continua (e eu cito):

“Stalin sorriu, implicando que a pergunta estava no lado do ridículo.

‘Não’, ele falou lentamente, ‘Eu não sou um ditador. Aqueles que usam esta palavra

não entendem o Sistema Soviético de Governo e os métodos do Partido Comunista.

Nenhum homem ou grupo de homens pode ditar. Decisões são feitas pelo Partido.”

Os economistas Fabian britânicos Sidney e Beatrice Webb, em seu livro compreensivo

“Comunismo Soviético: Uma Nova Civilização” rejeitam categoricamente a noção de

Stalin como um ditador. Eles dizem (e eu cito):

“Stalin...não tinha nem o poder extensivo...que a Constituição Americana confia de

quatro em quatro anos para cada sucessivo presidente.

O Partido Comunista na URSS adotou sua própria organização.

Nesse modelo não há lugar para ditadura individual. Decisões pessoais são

desconfiadas e elaboradamente contra-guardadas.”

Certamente, na época de Lênin e Stalin o regime Soviético era oficialmente descrito

como uma “Ditadura do Proletariado”. Mas isso não implica em ditadura individual.

Significa simplesmente que o poder político está nas mãos dos trabalhadores e que

ações políticas visando tomar o poder para longe dos trabalhadores são consideradas

ilegais.






http://comunidadestalin.blogspot.com/

Página 4






É claro, essa atividade é considerada em círculos oficiais de Londres e Washington

como “não-democrática” e “uma grande violação dos Direitos Humanos”.

Mas a palavra “Democracia” significa “o Governo do povo comum” e nesse sentido a

União Soviética na época de Stalin era infinitamente mais democrática que qualquer

país ocidental.

Sobre “Direitos Humanos”, a Convenção de Direitos Humanos das Nações Unidas de

1966 descreve que o Estado devia garantir aos seus cidadãos o “direito de trabalhar”.

Mas somente em uma sociedade Socialista esse direito pode ser posto em efeito, pode

o desemprego ser abolido (como foi na União Soviética durante a época de Stalin).

Uma sociedade Capitalista requer o que Marx chamava de “um exército reserva de

trabalho” para que esta possa fazer o trabalho disponível a curto-prazo em épocas de

crise.

Logo, um país Socialista banir atividades políticas visadas em restaurar o Capitalismo é

totalmente de acordo com a Convenção de Direitos Humanos das Nações Unidas.

De fato, falar sobre Direitos Humanos é, na maioria dos casos, meramente uma arma

de propaganda direcionada contra o Socialismo. Nos olhos de Lombard Street e Wall

Street, uma corrupta central americana “república banana” que manda esquadrões de

morte noturnamente para matar crianças desabrigadas em ordem de manter as ruas

arrumadas para contas de comércio turistas como um “país livre” enquanto ela

permite a liberdade de investimento.

Os traidores soviéticos do Socialismo abriram seu ataque contra o Socialismo em 1956

no 20° Congresso do Partido Comunista em fevereiro de 1956 ao acusar Stalin de gerar

um “Culto a Personalidade” ao redor de si.

De fato, na época de Stalin havia um Culto a Personalidade de Stalin, mas este foi

ridicularizado e oposto pelo próprio Stalin.

Por exemplo, quando em fevereiro de 1938 alguém quis publicar um livro intitulado

“Histórias da Infância de Stalin”, Stalin escreveu tipicamente:

“Eu sou absolutamente contra a publicação do ‘Histórias da Infância de Stalin’.

O livro é abundado de uma massa de inexatidões de fato,... de exageros e de louvores

desmerecidos.

Mas... a coisa importante reside na tendência de gravar na mente das crianças

soviéticas (e no povo em geral) o culto de personalidade de líderes, de heróis infalíveis.

Isso é perigoso e pernicioso... eu sugiro que queimemos este livro”.






http://comunidadestalin.blogspot.com/

Página 5






Havia de fato um Culto a Personalidade ao redor de Stalin. Um líder comunista gritou

no 18° Congresso do Partido Comunista em março de 1939:

“O Povo Ucraniano proclama com todo o seu coração e alma: ‘Vida Longa ao nosso

amado Stalin! ’.

Vida Longa ao mais superior gênio de toda a Humanidade,... nosso amado Camarada

Stalin!”.

O gritante era Nikita Kruschev!

Foi também Kruschev que criou o termo “Stalinismo” e começou a chamar Stalin de

“Vozhd” – o equivalente em russo do alemão “Führer”, líder.

Em outras palavras, o “Culto a Personalidade” ao redor de Stalin não foi criado por

Stalin e por aqueles que o apoiavam genuinamente, mas por seus oponentes políticos

para atacá-lo depois como um ditador megalomaníaco.

Mesmo Stalin não ter tido o poder para parar essas alegadas manifestações de

“lealdade” e de “patriotismo”, Stalin não era tolo e estava ciente de que seus motivos

eram, como ele disse ao escritor alemão Lion Feauchtwanger em 1937, “para

desprestigiá-lo” no futuro.

Logo, o Culto a Personalidade rodeando Stalin era contrário aos próprios desejos de

Stalin e o fato de que isso se demonstrou nos últimos anos de vida de Stalin – longe de

ter qualquer poder ditatorial – vindo de uma minoria dentro da liderança Soviética.

Isso explica muitos fatos estranhos:

Por exemplo,

Que depois de 1927 Stalin cessou de ser ativo na Internacional Comunista.

Que os trabalhos de Stalin, apesar de incompletos, cessaram de serem publicados na

União Soviética em 1949, três anos antes de sua morte.

Que, em termos de prática a longo-prazo, Stalin – apesar de ser Secretário Geral do

Partido Comunista e em boa saúde – falhou em apresentar o relatório no 19°

Congresso do Partido Comunista em 1952.

Deixe-me retomar a pergunta sobre a alegada “falência do Socialismo”.

Em uma tentativa de prevenir a construção do Socialismo, em 1918 o novo Estado foi

atacado pelas forças armadas da Bretanha, França, Polônia e Japão. Mas, mesmo pelo

fato de que o novo Estado Soviético possuía nesse tempo nem um Exército Organizado

e nem militares experientes, a Guerra de Intervenção de cinco anos acabou com vitória

para os Soviéticos.






http://comunidadestalin.blogspot.com/

Página 6






Os oponentes do Socialismo aprenderam uma importante lição pelas suas derrotas,

nominalmente, que o Socialismo era muito improvável de ser destruído por ofensiva

direta, mas somente por dentro, isto é, por agente posando como socialistas,

trabalhando duro dentro do Partido Comunista para atingir lugares de influência e

então, em nome de “modernizar” o Socialismo, usando esta influência para dividir o

Partido em linhas políticas que iriam minar o Socialismo e gradualmente destruir o

apoio do Povo Trabalhador ao Partido.

Isto é um programa que os Marxistas chamam de revisionismo, pois enquanto revisa o

Marxismo de maneiras danosas, clama estar meramente o “modernizando”.

Kruschev se tornou o líder do Partido Comunista Soviético pouco depois da morte de

Stalin em 1953. Mas foi apenas em 1956, três anos depois, que ele se sentiu seguro em

atacar abertamente Stalin – e então somente em um comício secreto que nunca foi

publicado na União Soviética até vários anos depois.

O ataque à Stalin foi um prelúdio necessário para um ataque ao (e a mudança do)

programa para a construção do Socialismo posto em frente por Stalin.

Uma das acusações comumente levantadas contra Stalin é que enquanto ele estava no

cargo de Secretário Geral do Partido muitas pessoas inocentes foram falsamente

aprisionadas por ações Contra-Revolucionárias. Essa alegação, diferente da maioria

das outras, é verdadeira. Entre 1934 e 1938 o posto de Comissário Popular de

Questões Internas – em cargo da polícia de segurança – foi ocupado sucessivamente

por Genrikh Yagoda e Nikolai Yezhov. No julgamento público de Yagoda em 1938, ele

descreveu à corte como ele usou sua autoridade para servir à conspiração protegendo

seus companheiros conspiradores de prisões, mas prendendo Comunistas fiéis sob

falsas acusações.

Foi Stalin quem, suspeitando de que algo estava terrivelmente errado, pegou seu

secretariado pessoal sobre Aleksandr Poskrebyshev para investigar o que estava

acontecendo na polícia de segurança.

Foi pelo resultado de tais investigações que Yagoda e Yezhov foram demitidos e

presos, que todos os supostos casos de crimes políticos foram re-investigados e

milhares de erros de justiça foram corrigidos.

Essa situação foi mais responsável do que qualquer coisa pela produção de bibliotecas

inteiras de acusações contra Stalin o acusando de assassinato em massa.

Com cada edição de tais livros como o de Robert Conquest intitulado “O Grande

Terror”, sua estimativa das “vítimas” de Stalin subiu de vários milhões para o ridículo.

Quando, depois da Contra-Revolução estar completa, Boris Yeltsin publicou figuras

http://comunidadestalin.blogspot.com/ Página 7
Anterior Proxima Inicio

0 comentários:

Postar um comentário