29 de diciembre de 2011, 07:11Damasco, 29 dez (Prensa Latina) O Qatar financia e arma uma força extremista de intervenção, com base na Turquia, para introduzi-la na Síria com o objetivo de derrubar o governo do presidente, Bashar Al-Assad, confirma o portal digital israelense DEBKAFile.
De acordo com essa informação, da qual se faz utiliza hoje a agência de notícias Cham Press, esse contingente assalariado, integrado por mercenários de vários países da região, mais sírios radicais da Irmandade Muçulmana, o nomearam Exército Sírio de Libertação, afirma DEBKAFile.
O informe específica que essa força custeada por Doha tem sido mobilizada sob a forma de batalhões e brigadas militares em acampamentos, em território turco, com o consentimento do atual governo de Ancara, próximos à fronteira com Síria.
Neste mês a guarda fronteiriça síria abortou quatro tentativas de infiltração de grupos armados, e no último caso, na madrugada da quarta-feira, em Idleb, infligiu mortos e feridos aos agressores, que eram apoiados por um grupo já em solo sírio.
Uma informação da agência de notícias SANA, que citou as autoridades dessa província, localizada ao norte do país, aprofundou que o grupo utilizou grande quantidade de armamento, uniformes militares e modernos dispositivos de comunicação.
A informação do meio israelense acrescenta que o Qatar decidiu impulsionar esse plano, após a derrubada e morte do líder líbio Muammar Al Kaddafi.
Acrescenta que as monarquias de Doha e Arábia Saudita aprovaram conjuntamente tal conspiração, e inclusive acordaram atribuir ao chefe do Estado Maior do Qatar, General Hamas Ali al-Attiya, somar-se ao exército anti-sírio para assegurar um rápido deslocamento na fronteira turco-síria.
Segundo a informação, até agora conseguiram recrutar uns dois mil 500 homens, dos 20 mil que esperam para se alistar. O núcleo principal é formado por mil membros do chamado Grupo Islâmico de Combate na Líbia (IFGL, em suas siglas em inglês), que enfrentou Kaddafi com o apoio da OTAN, e outros mil vêm de uma organização extremista iraquiana.
DEBKAFile diz que o Qatar já transportou por ar dois mil 500 desses efetivos da Líbia e Iraque ao povoado turco de Antakya, ao sul, na província fronteiriça de Hatay.
Como outras investigações já têm dado conta, o comandante-em-chefe da chamada missão anti-síria, com base em Antakya, é Abdel Hakim Belhaj, um capataz do executado Osama Bin Laden, cuja milícia tomou o controle da capital líbia, Tripoli, em agosto passado, com respaldo da OTAN.
Oficiais do Qatar estabeleceram enlaces de comunicação entre o acampamento onde se encontram os mercenários sírios com a base dos iraquianos, para coordenar as operações do denominado Exército Sírio de Libertação.
BEBKAFile assinala que os militares e os serviços de inteligência turcos observam as atividades, mas não interferem.
A força mercenária extremista de intervenção anti-síria, financiada pelo Qatar e a Arábia Saudita que têm canalizado somas milionárias para custear a hostilidade contra Damasco, tem o silencioso respaldo dos Estados Unidos e outros membros da OTAN, com a Turquia à frente desse grupo de apoio, afirma o meio israelense.
Por outro lado, a agência de notícias SANA informou hoje que um grupo armado assassinou a oito pessoas de uma família no povoado de Kfar Nabouda, zona rural da central província de Hama, além de sequestrar cinco de seus parentes e incendiar suas moradias.
Indivíduos armados tentaram sequestrar um membro dessa família, mas outros de seus integrantes o impediram, e posteriormente o grupo armado completo regressou e os atacou com armas de vários calibres, relata a SANA.
Também em Hama, soldados do exército conseguiram desmantelar três explosivos colocados por esses grupos de bandidos em diversos pontos dessa cidade central.
O meio sírio também informa que um grupo armado sabotou uma linha de alta tensão de 230 Kv que liga duas estações de energia entre Daraa e Sweida.
Tudo isso acontece quando nestes momentos encontra-se na Síria a missão observadora da Liga Árabe, parte de um plano dessa organização regional, com o Qatar como presidente de turno, para supostamente pôr fim à crise neste país.
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