domingo, 19 de junho de 2011

O sistema diz: Deixa eu te roubar e fique me devendo!

FSM: A crise está no DNA do sistema capitalista

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imagemCrédito: FSM

Intervenção do secretário-geral da FSM, George Mavrikos pronunciado na reunião do Conselho Presidencial da FSM, realizada em Genebra
7 de Junho de 2011
Queridos amigos e companheiros,
Saudamos a todos os presentes em nossa reunião de hoje e agradeço-lhes pela sua participação neste evento que tem como objetivo informar sobre as iniciativas e atividades da FSM já aprovadas pelo Secretariado, para ouvir suas sugestões.
Companheiros e companheiras,
Dois ou três anos atrás, quando surgiu a nova crise do sistema, ouvimos muitos analistas tentando convencer-nos de que a culpa pela crise era dos Golden Boys, o capitalismo de casino e outros comentários bonitos e agradáveis …
Agora, esses mesmos analistas tentaram e ainda tentam nos convencer de que devemos culpar os maus trabalhadores gregos, aos maus trabalhadores portugueses, que a culpa é do povo espanhol, dos italianos, irlandeses, belgas, etc, dos grandes salários dos trabalhadores, etc.
Todas estas análises têm um único objetivo: esconder a verdade aos trabalhadores. Esconder que a crise é uma crise profunda do sistema capitalista, que multiplica as rivalidades inter-imperialistas e inter-capitalistas pelo controle de novos mercados, a redistribuição das fronteiras para controlar os países e as fontes de produção de riqueza.
Esta é a verdade. Esta é a realidade.
  • Basta olhar para os conflitos entre o euro e o dólar.
  • Basta olhar para o antagonismo por parte dos dirigentes do Fundo Monetário
    Internacional.
  • Basta olhar para o antagonismo do conflito no norte da África.
  • Basta olhar para a barbárie imperialista contra o povo da Líbia.
  • Basta olhar para a estratégia dos EUA e da OTAN para o chamado novo Oriente Médio.
  • Basta olhar para o enorme aumento dos preços dos alimentos como milho, trigo e açúcar.
    São os Golden boys (meninos de ouro) que criaram esta situação?
    Nós, membros e amigos da Federação Mundial Sindical, organizamos há dois meses em Atenas o 16 º Congresso Sindical Mundial, conversamos sobre todos estes temas atuais e críticos. 828 delegados de 101 países analisaram de uma forma aberta, democrática e militante as contradições do mundo, tirando nossas conclusões e adotando nossas novas tarefas.
    Com base neste debate rico sublinhamos que a crise do sistema capitalista está sendo paga pelos trabalhadores, a crise exacerbou as contradições entre os trustes, cartéis e grupos de Estados, criando guerras e estados-fantoches dos EUA e seus aliados. Também aumenta a desigualdade e a competitividade.
    A crise está sendo explorada por todos os governos capitalistas para derrubar os salários, reduzir as aposentadorias e pensões, privatizar os bens públicos, generalizando o emprego de tempo parcial, para abolir a negociação coletiva e os acordos coletivos.
    A propaganda do capital de que, por meio de políticas anti-populares gerará crescimento e evolução da recuperação é um mito.
    • Tome como exemplo a Grécia, onde esta política tem aumentado a taxa oficial de desemprego de 7% para 18%.
• Leve o caso da Irlanda, onde o desemprego, segundo dados oficiais registrados é de 14,6% em abril de 2011.
• Considerando o caso de Portugal, onde no primeiro trimestre de 2011 o desemprego foi de 12,4%.
Mas, em geral, nos países da zona do euro, se confirma que o chamado desenvolvimento é fraco, muito frágil e temporário. A média da UE é de cerca de 0,6%, sem qualquer dinâmica. O Japão é de cerca de 2%.
Nos EUA, apesar das grandes promessas, a OCDE espera um crescimento fraco em torno de 2,6%, enquanto a dívida dos EUA aumentará para 107% do PIB, e o desemprego, 8,8%.
O que significam estes dados? Significa que o capital e os seus líderes políticos não são capazes de oferecer uma solução viável para os trabalhadores. A crise está no DNA do sistema capitalista.
Ante esta situação, os sindicatos e os trabalhadores do mundo têm o dever de resistir, de lutar, para unir todos os trabalhadores, independentemente das diferenças políticas, religiosas e de outro tipo. Todos os trabalhadores pertencem à mesma classe e podemos lutar juntos.
• Lutar para defender as conquistas dos nossos povos.
• Lutar para atender às necessidades atuais dos trabalhadores, imigrantes, sem-teto, desempregados, etc.
• Lutar para que cada família tenha alimentos e água potável.
• Lutar pela segurança social, educação, saúde pública, liberdades democrática e sindicais.
• Promover todas as demandas atuais, enquanto fazemos um chamamos aos trabalhadores a encontrar uma maneira real em um mundo sem exploração do homem pelo homem, onde os trabalhadores, camponeses pobres, os trabalhadores independentes estarão no poder.
Todos os membros e amigos da FSM com os novos dirigentes eleitos no 16 º congresso, nos deparamos com novas responsabilidades, para implementar as decisões do Congresso, coordenar os trabalhadores em todos os setores, na luta contínua contra os monopólios e multinacionais.
NOSSAS INICIATIVAS
O próximo grande passo será o Dia Internacional de Ação da FSM, em 3 de Outubro, que, de acordo com a decisão do Secretariado, será um dia de duplo significado, pois coincide com o dia de fundação da Federação Sindical Mundial, em 03 de Outubro de 1945. Os principais objetivos são:
  • 35 horas de trabalho semanais - sete horas por dia, cinco dias por semana, melhores salários
  • Serviços de segurança social para todos
  • Negociação coletiva - acordos coletivos
  • Liberdades democráticas e sindicais
  • Solidariedade com o povo palestino
    O Dia Internacional de Ação marcará o início de novos protestos contra as privatizações e demissões. Deverá envolver a participação de todos os estratos sociais contra as políticas dos monopólios e das multinacionais.
Consideramos positivo que em muitos países de todo o mundo, os jovens e cidadãos indignados saiam e se manifestem nas ruas e praças. Nós acreditamos que devemos ajudar aqueles que participam "voluntariamente" a tomar consciência e olhar desde uma perspectiva classista as causas que criam os problemas, para ajudar as novas gerações a participarem dos sindicatos de uma maneira organizada. A luta organizada, com objetivos e conteúdos específicos, pode trazer resultados para o presente e o futuro.

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