Administração de Lucho Arce devolveu ao órgão US$ 351 mi e anunciou que vai processar responsáveis por tomar empréstimo durante governo de facto de Jeanine Áñez
A Bolívia devolveu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) um empréstimo milionário contraído em 2020 para (segundo o governo golpista de Jeanine Áñez), combater o coronavírus, anunciou o Banco Central da Bolívia (BCB), que denunciou as imposições do organismo internacional.
“O BCB, como agente financeiro do governo, em defesa da soberania econômica do país e após realizar os trâmites administrativos necessários junto ao credor, fez o pagamento total de US$ 351,5 milhões”, disse o órgão emissor.
Os US$ 351,5 milhões (cerca de R$ 1,9 bilhão) correspondem aos US$ 327,2 milhões (quase R$ 1,8 bi) acordados em abril de 2020 pela presidente de facto de direita Jeanine Áñez, além de outros US$ 24,3 milhões (R$ 131 mi), a título de variação cambial e juros e comissões.
O BCB explicou nesta quarta (17/02) à noite que "fez a devolução" por diversos motivos, entre eles o fato de o empréstimo ser "oneroso" e "efetuado irregularmente" pelo governo golpista de Áñez, que substituiu o ex-presidente Evo Morales em novembro de 2019, no meio de uma revolta.
ABI
Banco Central da Bolívia devolveu ao FMI empréstimo contraído por Jeanine Áñez
A entidade bancária boliviana também afirmou em seu comunicado que fez uma análise do crédito financeiro e que determinou que o FMI condicionou sua ajuda "a uma série de imposições fiscais, financeiras, cambiais e monetárias", sem dar maiores detalhes.
O BCB, que se reporta ao Executivo, também anunciou que vai entrar com ações cíveis e criminais contra os agentes governamentais responsáveis por administrar o apoio financeiro do FMI, informou a agência de notícias AFP.
Depois de concordar com o empréstimo em abril de 2020, o governo de facto enviou uma lei ao Parlamento para aprovação do crédito, mas o Congresso, controlado pelo partido de Morales, o Movimento pelo Socialismo (MAS), o rejeitou.
O MAS argumentou então que a documentação exigida não havia sido enviada ao Congresso. Morales se distanciou do FMI durante seus 14 anos de mandato (2006-2019) e rejeitou qualquer crédito.
O porta-voz do FMI, Gerry Rice, disse em junho passado que o crédito para apoiar o balanço de pagamentos da Bolívia era "transparente".
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