João Dória quer cortar R$454,6 milhões da ciência
- 15 de dezembro de 2020
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ANTI-CIÊNCIA – João Dória quer
cortar investimentos essenciais para o desenvolvimento científico do
Estado. (Foto:
Reprodução)
“Além de estudos
sobre as faltas de políticas para enfrentar a crise socioeconômica, com o
desenvolvimento de pesquisas para combate da violência contra as mulheres, do
desemprego e do agravamento dos transtornos mentais.”
Larissa Mayumi
SÃO PAULO (SP) – O governador de
São Paulo, João Doria (PSDB), que se diz em defesa da ciência em seus discursos
quer tirar R$454,6 milhões da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo (FAPESP), um dos principais órgãos de fomento à pesquisa científica e
tecnológica do país.
No final de outubro,
Doria tentou aprovar texto que retirava R$1 bilhão da FAPESP e das
universidades estaduais, como USP, UNICAMP e UNESP. Em vídeo, divulgado pela
FAPESP, com o governador ao lado do presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago,
Doria reafirma que não cortaria a verba da ciência, dizendo: “Nós não vamos
aplicar a Drem, que poderia gerar algum prejuízo a Fapesp. Isso não haverá. E
ao contrário, estabelecemos ontem, no Palácio dos Bandeirantes uma produtiva
reunião para somar forças e investimentos na pesquisa, na ciência e na
tecnologia”.
Ainda assim, nesta
sexta-feira (11), a PL 627/2020 foi aprovada no
parlamento da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento e será votada
nesta semana pelo plenário. O Projeto de Lei aplica a Desvinculação da Receita
Orçamentária de Estados e Municípios (DREM), equivalendo a um corte de 30% ao
orçamento de R$1,5 bilhão destinado à pesquisa científica e tecnológica.
A FAPESP é o maior
órgão de pesquisa no Estado de São Paulo e, uma das maiores agências que tem
desenvolvido pesquisas sobre o coronavírus no Brasil, desenvolvendo testes de Covid-19
por saliva, estudos sobre células de
defesa e orientando sobre hábitos que
podem diminuir as chances de hospitalização em casos de contaminação, indicando fatores de risco para
o agravamento da
doença. Além de estudos sobre as faltas de
políticas para enfrentar a crise socioeconômica, com o desenvolvimento de
pesquisas para combate da violência contra as mulheres, do desemprego e do agravamento dos transtornos
mentais.
Fica claro com esses
exemplos, que ao contrário do que diz em seus discursos, o governador João
Doria não defende a ciência e a tecnologia e quer cortar a verba das
instituições que mais tem trabalhado para combater a Covid-19, tomando medidas
contrárias às que de verdade podem acabar com essa pandemia.
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