Oxigênio molecular é detectado fora da Via Láctea pela primeira vez
Substância é o mesmo gás de que precisam para respirar (O2). Embora o elemento seja o 3º mais comum no Universo, ele nunca havia sido encontrado nesse estado em outra galáxia
Pela primeira vez, astrônomos detectaram sinais de oxigênio molecular em uma galáxia fora da Via Láctea. Segundo o estudo, publicado no Astrophysical Journal, a substância é o mesmo gás de que os humanos precisam para respirar (O2) e, embora o elemento seja o terceiro mais comum no Universo, ele nunca havia sido encontrado nesse estado fora da nossa galáxia — até agora.
A substância foi identificada na galáxia Markarian 231, que está a 581 milhões de anos-luz da Terra. Essa é a galáxia mais próxima da Terra que contém um quasar, uma nuvem de gás giratória situada em torno de um buraco negro supermassivo e que, de tão quente, brilha mais intensamente que uma estrela.
Usando radiotelescópios na Espanha e na França, os astrônomos detectaram radiação no comprimento de onda de 2,52 milímetros — e essa é a assinatura da presença de oxigênio molecular. "A emissão detectada de O2 está localizada em regiões a cerca de 10 kpc (32.615 anos-luz) do centro de Markarian 231 e pode ser resultado da interação entre as moléculas que vazam do núcleo galáctico ativo da galáxia com as nuvens moleculares em sua nuvem externa", escreveram os especialistas.
As medições revelam que os níveis de oxigênio comparados aos de hidrogênio eram cerca de 100 vezes maiores que os achados na nebulosa Orion. Isso é notável, segundo os especialistas, porque essa outra nuvem de gás já é considerada muito ativa.
Se os resultados forem confirmados, essas análises poderão ser utilizadas para mais estudos sobre a presença de oxigênio molecular em outras galáxias e para a compreensão do fluxo molecular de um núcleo galáctico ativo. "Essa primeira detecção de oxigênio molecular extragalático fornece uma ferramenta ideal para estudar esses fenômenos", afirma a equipe.
Fonte: Galileu
Mutação pós-Big Bang pode ser responsável por existência do universo
Matéria teve que ser superior à antimatéria em algum momento para que tudo começasse a existir
Um novo estudo realizado por cientistas da Universidade da Califórnia pode ajudar no esclarecimento de um dos principais mistérios que cercam o universo: por que há mais matéria do que antimatéria? E, consequentemente, por que tudo, de minúsculos átomos a gigantescos buracos negros, existe?
De acordo com a ideia mais aceita pela comunidade científica, o Big Bang deu início ao universo. Comparado a uma semente que explodiu há bilhões de anos e que vem se expandindo desde então, o fenômeno gerou a mesma quantidade de matéria e antimatéria. Porém, se matéria e antimatéria se aniquilam automaticamente, o Big Bang teria resultado em nada.
Se tantos corpos celestes surgiram dessa expansão, é porque, em algum momento, a matéria foi superior à antimatéria, e a mágica aconteceu, dando origem a tudo o que existiu posteriormente, inclusive, aos próprios seres humanos.
“Se você começar com um componente igual de matéria e antimatéria, acabará tendo nada”, afirmou Jeff Dror, o principal autor do estudo e pesquisador de pós-doutorado da Universidade da Califórnia, em Berkeley, Estados Unidos. “Tudo apenas se aniquilaria”, completou.
Teorias discutidas
A explicação para a mutação pode estar em pequenas ondulações no espaço-tempo. Partículas elementares conhecidas como neutrinos, que não possuem carga elétrica e que, portanto, podem atuar como matéria e antimatéria, são grandes candidatas a esse feito.
Uma possibilidade é que, cerca de um milhão de anos após o Big Bang, o universo começou a esfriar e passou por uma transição de fase, como se uma água fervente estivesse sendo transformada em gelo. Nesse período, os neutrinos em decomposição passaram a criar mais matéria do que antimatéria em quantidades quase insignificantes que, depois de bilhões de anos, se tornaram absolutamente tudo o que conhecemos.
Apesar de não haver uma maneira simples para atestar essa teoria, os pesquisadores acreditam que a mudança tenha criado fios de energia extremamente longos e finos chamados de “cordas cósmicas”, as quais ainda permeiam o universo. Se essas cordas forem produzidas em escalas de energia suficientemente altas, elas realmente produzirão ondas gravitacionais que podem ser detectadas por observatórios planejados”, disse Tanmay Vachaspati, físico teórico da Universidade Estadual do Arizona que não fez parte do estudo.
Se essas cordas existem, então é muito provável que tenham criado ondas gravitacionais no espaço-tempo. Supernovas, explosões estelares, fundição de buracos negros, entre outros importantes fenômenos espaciais liberam as tais ondas gravitacionais.
Ainda assim, as ondas gravitacionais causadas pelas cordas cósmicas seriam muito mais fracas do que as que quaisquer instrumentos precisaram detectar antes. A boa notícia é que futuros observatórios, que já estão sendo desenvolvidos, terão essa capacidade.
Fonte: Olhar Digital
0 comentários:
Postar um comentário