sábado, 29 de setembro de 2018

Manifestantes contra Bolsonaro tomam o Centro do Rio


Protestos também acontecem em várias cidades do país e do exterior

Por O Dia
- Atualizado às 19h30 de 29/09/2018
Mulheres tomam as ruas em protesto contra Jair Bolsonaro
Mulheres tomam as ruas em protesto contra Jair Bolsonaro - 
Rio - Manifestantes contrários ao candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, tomaram a praça da Cinelândia, no Centro do Rio, no início da tarde deste sábado e seguiram à noite para a Praça XV. Os protestos contra a candidatura de Bolsonaro foram convocados de forma espontânea, em várias cidades do País e também no exterior, a partir da criação do grupo "Mulheres Unidas contra Bolsonaro" no Facebook, no último dia 30. No Rio, o principal palco foi a Cinelândia, onde pelo menos 15 mil manifestantes se reuniram e marcharam pelas ruas.
Por volta das 19h, um pequeno grupo colocou fogo em entulhos e bandeiras e dançaram redor das chamas. Ninguém ficou ferido. Às 15h25, manifestantes reagiram com aplausos à passagem de uma bandeira com a imagem da vereadora Marielle Franco (Psol), assassinada em março. Muitos manifestantes, especialmente as mulheres, responderam à convocação dos organizadores do protesto e usaram lilás.
Ato reuniu milhares contra o candidato do PSL - Maíra Coelho / Agência O Dia
No protesto, as palavras de ordem contra Bolsonaro uniram os manifestantes, com público variado. Performances de arte ficaram lado a lado com ativistas de perna de pau e militantes de partidos. Foi possível ver bandeiras de partidos como PDT e PSTU, assim como material de campanha do candidato a presidente pelo PDT, Ciro Gomes, e do deputado federal Wadih Damous (PT-RJ). Também compareceram manifestantes com camisetas de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba, assim como representantes de religiões de matriz africana.
A mobilização por meio das redes sociais começou a chamar a atenção no último dia 10, ao agregar mais de 300 mil mulheres em um único dia. Neste sábado, o grupo, fechado, contabilizava 3,9 milhões de participantes. A adesão é um reflexo da rejeição a Bolsonaro entre as eleitoras - o porcentual de mulheres que, nas pesquisas de intenção de voto, dizem que jamais votariam no deputado fluminense é maior do que o de homens.
O crescimento do grupo provocou reação em meados deste mês. No fim de semana dos dias 15 e 16, quando tinha em torno de 2,5 milhões de participantes, o grupo chegou a ficar fora do ar após ser hackeado e ter seu nome mudado, com alusão favorável a Bolsonaro. Várias mulheres do grupo foram agredidas verbalmente e receberam ameaças via internet. Paralelamente, naquele fim de semana, a hashtag #EleNão foi utilizada 193,4 mil vezes e a #EleNunca outras 152 mil vezes em todo o País.
A reação ao movimento incluiu suspeitas de violência física no Rio. Uma das administradoras do grupo na cidade registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil afirmando que foi agredida na noite da última segunda-feira, quando chegava em casa, na Ilha do Governador, na zona norte do Rio, por dois homens ainda não identificados. A ativista afirmou que vinha sendo ameaçada nas redes por causa da militância política, mas disse que não podia afirmar quem eram os agressores. Os homens levaram apenas o celular da vítima, deixando os demais pertences.
*Com informações do Estadão Conteúdo

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Mulheres tomam as ruas em protesto contra Jair BolsonaroMAURO PIMENTEL/AFP
Protesto seguiu para a Praça XVMAÍRA COELHO / AGÊNCIA O DIA
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