terça-feira, 2 de maio de 2017

Entrevista na íntegra do presidente sírio Bashar al-Assad à AFP

Entrevista na íntegra do presidente sírio Bashar al-Assad à AFP

 AFP /Agence France-Presse     01.May.17     Outros autores
Esta entrevista é um importante documento. Entrevistado por uma agência noticiosa que manifestamente não simpatiza consigo, o presidente Assad defende o seu governo das recentes acusações de lançamento de um ataque com armas químicas, acusações seguidas por mais uma agressão aberta dos EUA e da NATO ao seu país. As respostas são concludentes.

PERGUNTA: Senhor presidente, deu a ordem de atacar Khan Sheikhun com armas químicas?
RESPOSTA: Na verdade, ninguém investigou até agora o que aconteceu naquele dia em Khan Sheikhun. Como sabe, Khan Sheikhun está sob o controle da Frente al-Nusra, que é um braço da Al-Qaeda. As únicas informações que o mundo tem até agora são as publicadas pelo braço da Al-Qaeda. Ninguém tem outras informações. Não sabemos se todas as fotos ou imagens de vídeo que vimos são verdadeiras ou se estão manipuladas. É por isso que pedimos a realização de uma investigação em Khan Sheikhun.
Além disso, fontes da Al-Qaeda disseram que o ataque ocorreu entre as 06h00 e as 06h30 da manhã, enquanto o ataque sírio na mesma região foi por volta do meio-dia, entre as 11H30 e as 12H00. Falam, portanto, de duas histórias ou eventos diferentes. Não foi emitida nenhuma ordem para lançar um ataque. E, além disso, não temos armas químicas porque renunciamos ao nosso arsenal há vários anos. E mesmo que tivéssemos essas armas, nunca as teríamos usado. Ao longo de nossa história, nunca utilizamos o nosso arsenal químico.
P: Então o que aconteceu naquele dia?
R: Como acabo de dizer, a única fonte destas informações é a Al-Qaeda, que não podemos levar a sério. No entanto, nossa impressão é de que o Ocidente, principalmente os Estados Unidos, é cúmplice dos terroristas e armou toda essa história para que servisse de pretexto ao ataque. O ataque não ocorreu por causa do que aconteceu em Khan Sheikhun. Estamos diante de um único e mesmo evento: a primeira etapa era o espetáculo ao qual assistimos nas redes sociais e nas redes de televisão, e a campanha midiática desencadeada. A segunda etapa era a agressão militar. Foi o que aconteceu, na nossa opinião. Porque foram apenas alguns dias, ou inclusive 48 horas, entre a campanha midiática e o ataque americano, sem a menor investigação, sem a menor prova tangível do que seja. Nada além de acusações e campanhas midiáticas, e depois o ataque.
P: Então, quem seria, na sua opinião, o responsável por esse suposto ataque químico?
R: As acusações propriamente ditas vêm da Al-Qaeda. Não temos, portanto, a necessidade de realizar uma investigação para determinar a origem. Eles mesmos declararam: a região está sob seu controle e não há mais ninguém. Em relação ao ataque, acabo de dizer, não está claro se aconteceu ou não. Porque como é possível verificar um vídeo? Há tantos vídeos falsos neste momento, e há provas que eram falsas, como as dos Capacetes Brancos, por exemplo. São membros da Al-Qaeda, membros da Frente Al-Nusra. Fizeram a barba, colocaram capacetes brancos, e apareceram como os heróis humanitários, o que não é verdade. Estas mesmas pessoas matavam soldados sírios e a prova está na internet de todas as formas. Ocorre o mesmo com esse ataque químico. Não sabemos se essas crianças morreram em Khan Sheikhun. Nem mesmo sabemos se estão realmente mortas. E se houve um ataque, quem o lançou? E com que material? Nenhuma informação, nada de nada, e ninguém investigou.

P: Então pensa que é uma invenção?

R: Evidentemente, foi 100% fabricado. Não temos arsenal químico, não vamos utilizá-lo. Existem vários indícios, mesmo na ausência de provas, porque ninguém tem informações precisas ou evidências tangíveis. Por exemplo, menos de duas semanas ou 10 dias antes do ataque, os terroristas avançavam em várias frentes, incluindo na periferia de Damasco e em Hama, que está perto de Khan Sheikhun. Suponha que temos esse arsenal, suponha que temos vontade de usá-lo: por que não recorremos a ele no momento em que nossas tropas retrocediam e os terroristas ganhavam terreno? O momento deste suposto ataque coincide com o período em que o exército sírio avançava rapidamente e que assistíamos à derrota dos terroristas. Por que então usar essas armas, se as possuímos realmente e temos a vontade de usá-las? Falando logicamente, por que utilizá-las neste momento preciso e não no momento em que atravessávamos uma situação difícil?
Em segundo lugar, e supondo mais uma vez que temos estas armas e a vontade de utilizá-las, por que usá-las contra os civis, e não contra os terroristas que combatemos?
Em terceiro, o exército sírio não está presente nesta região. Não temos batalhas e não temos nenhum objetivo em Khan Sheikhun, que não é uma zona estratégica. Falo de um ponto de vista militar: por que atacá-la? Por qual motivo? Evidentemente, trata-se essencialmente para nós de uma questão de ética, ou seja, não teríamos utilizado a arma química mesmo que a tivéssemos. Não temos nenhuma vontade de utilizá-la, porque seria intolerável e imoral e, se fosse o caso, perderíamos nosso apoio popular. Todos os indícios vão, portanto, contra toda essa história. É possível dizer que é uma obra que fabricaram e que não se sustenta. A história não é convincente.
P: Com o ataque aéreo americano, Trump parece ter mudado consideravelmente de posição em relação a si e à Síria. Tem a sensação de ter perdido quem classificou anteriormente de possível amigo?
R: Eu disse “se”, falava em condicional: se forem sérios combatendo os terroristas, nos tornaremos parceiros. Também disse que isso não envolvia apenas os Estados Unidos, porque somos parceiros de todos os que querem combater os terroristas. Este é, para nós, um princípio fundamental. Mas ultimamente ficou demonstrado, como eu já disse antes, que eles são cúmplices dos terroristas, quero dizer os Estados Unidos e o Ocidente. Não são sérios no momento de combater os terroristas. Ainda ontem, alguns de seus responsáveis defendiam o (grupo) Estado Islâmico. Diziam que o Estado Islâmico não possuía armas químicas. Estão defendendo o Estado Islâmico contra o governo e o exército sírio. De fato, não se pode falar de associação entre nós que lutamos contra o terrorismo e combatemos os terroristas, e eles, que os apoiam abertamente.
P: Pode dizer que o ataque americano o fez mudar de opinião a respeito de Trump?
R: De qualquer forma, era muito prudente ao expressar qualquer opinião a seu respeito, antes ou depois de se tornar presidente. Sempre disse: “Vamos esperar para ver o que ele vai fazer. Não comentaremos as declarações”. Efetivamente, este ataque é a primeira prova de que não se trata do presidente dos Estados Unidos, mas do sistema, do próprio regime nos Estados Unidos. É o mesmo. Não muda. O presidente é um dos atores no cenário americano. Se quiser ser um líder, e qualquer presidente ali quer ser um líder, não poderá. Alguns dizem que Trump queria ser um líder. Qualquer presidente ali que queira ser um líder depois tem que engolir as palavras, deixar de lado seu orgulho, se o tiver, e dar uma guinada de 180 graus. Caso contrário, pagará na política.
P: Mas acredita que haverá um segundo ataque?
R: Enquanto os Estados Unidos forem governados por este complexo militar-industrial, empresas financeiras e bancárias, o que se pode chamar de o regime profundo que atua no interesse destes grupos, evidentemente pode se repetir em qualquer lugar e a qualquer momento, e não apenas na Síria.
P: E o seu exército e os russos agirão em represália se isso acontecer?
R: Se quer falar de represálias, vamos falar de mísseis que percorrem centenas de quilômetros, coisas que não podemos alcançar. Mas a verdadeira guerra na Síria não depende desses mísseis, mas do apoio dado aos terroristas. É a parte mais perigosa dessa guerra. Nossa resposta será a mesma que no primeiro dia: esmagar os terroristas em toda a Síria. Quando nos desfizermos deles, nada nos preocupará nunca mais. Essa é nossa resposta, e não é uma reação a um evento concreto.
P: Diz então que a resposta por parte do exército sírio ou dos russos será difícil porque os navios estão muito afastados?
R: É totalmente certo para nós que somos um pequeno país, todos sabem. Não podemos alcançar esses navios. Ou seja, podem lançar mísseis de outro continente, todo mundo sabe. São uma grande potência, nós não somos. Quanto aos russos, isso é outro assunto.
P: Vai aceitar os resultados de uma investigação dirigida pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ)?
R: Desde 2013, quando os terroristas lançaram seus primeiros ataques contra o exército sírio utilizando mísseis químicos, exigimos uma investigação. Fomos nós que pedimos que fosse investigado. Desta vez falamos ontem com os russos, e durante os dias que se seguiram ao ataque, de que vamos trabalhar juntos em prol de uma investigação internacional. Mas essa investigação precisa ser imparcial. Podemos permitir qualquer investigação se, e somente se, for imparcial, e garantindo que países imparciais participem, para ficarmos certos de que não seja utilizada com fins políticos.
P: E se o governo for acusado, renunciará ao poder?
R: Se acusarem ou se demonstrarem? Há uma grande diferença. Porque já acusam o governo. E se você quer dizer “eles” Ocidente, não, porque o Ocidente não nos interessa. Se você fala da OPAQ, se conseguir demonstrar que houve um ataque será preciso investigar para saber quem deu a ordem de lançar este ataque. Mas, no que diz respeito ao exército sírio, há uma coisa clara: não possuímos essas armas e não podemos, ainda que quiséssemos, não podemos e não temos os meios necessários para lançar um ataque como esse, nem temos a intenção de fazê-lo.
P: O que quer dizer? Que não possui armas químicas?
R: Não. Há vários anos, em 2013, renunciamos a todo o nosso arsenal. A OPAQ declarou a Síria livre de material químico.
P: Faço a pergunta porque os americanos disseram que havia armas químicas na base aérea. Nega?
R: Atacaram a base e destruíram os depósitos que contêm diferentes materiais, mas não havia gás sarin. E então o quê? Se dizem que lançamos nosso ataque com sarin a partir dessa mesma base aérea, o que aconteceu com o sarin quando atacaram os depósitos? Alguém ouviu falar do sarin? Nosso chefe do Estado-Maior chegou à base apenas algumas horas depois do ataque. Como pode ter chegado se havia sarin? Como o número de mártires foi seis, quando havia centenas de soldados e de oficiais no local? Se havia sarin na base, como é possível que os outros não tenham morrido? Nas mesmas imagens de vídeo manipuladas sobre Khan Sheikhun, quando os socorristas tentavam ajudar as vítimas ou as pessoas supostamente afetadas, não usavam máscaras ou luvas de proteção. E então? Onde está o gás sarin? Teriam que ter sido afetados diretamente. Isso tudo são apenas acusações. Quero dizer que esse ataque americano e essas acusações constituem uma prova adicional sobre a invenção e o fato de que não havia sarin em lugar nenhum.
P: Se diz que não deu a ordem, é possível que elementos desordeiros tenham lançado esse ataque químico?
R: Ainda que houvesse um elemento descontrolado, o exército não possui material químico. Além disso, um elemento desordeiro não pode enviar um avião por iniciativa própria, mesmo que queira. É um avião, e não um pequeno veículo, ou uma metralhadora. Seria possível se falássemos de uma pistola que alguém manipula de acordo com sua própria vontade para violar a lei, coisa que pode acontecer em qualquer lugar do mundo, mas é impossível quando se trata de um avião. E, em terceiro lugar, o exército sírio é um exército regular, e não milícias. Está estruturado e hierarquizado, com mecanismos muito claros para dar ordens. Portanto, nunca foi o caso, nos seis primeiros anos de guerra na Síria, que um elemento rebelde tentasse agir contra a vontade de seus superiores.
P: Os russos o advertiram antes do ataque americano? Estavam presentes na base aérea?
R: Não, não nos advertiram porque não tiveram tempo. Os americanos os advertiram apenas minutos antes do ataque, ou, como dizem alguns, “depois do ataque”. Os mísseis demoram um tempo para chegar à base. Mas, na realidade, tínhamos alguns indícios, e tomamos algumas medidas.

P: Confirma que 20% de sua força aérea ficou destruída após o ataque, como dizem os americanos?

R: Não conheço o marco referencial destes 20%. O que é para eles 100%? Corresponde ao número de aeronaves? Ou à qualidade? Esta taxa se refere às aeronaves operacionais ou às armazenadas? Não sei o que querem dizer. Não, na realidade, como os russos declararam, algumas aeronaves velhas ficaram destruídas, de qualquer forma algumas delas não estavam em operação. É a verdade, a prova é que, desde esse ataque, não paramos de atacar os terroristas em toda a Síria. Não temos a impressão de ter sido afetados por este ataque.
P: Seu governo declarou no início que haviam atacado um depósito de armas químicas. É verdade?
R: É uma possibilidade entre outras, porque quando você ataca um alvo dos terroristas, ignora o que existe ali. Sabe que é um alvo, pode ser um depósito, um acampamento ou uma sede, você não sabe. Mas sabe que os terroristas o utilizam, então ataca, como qualquer outro alvo. É o que fazemos diariamente, e às vezes durante horas, desde o início da guerra. Mas não tem como saber o que há dentro. Era uma possibilidade, entre outras, que os bombardeios aéreos tivessem apontado para um depósito de armas químicas. Mas, mais uma vez, isso não corresponde ao momento do anúncio, não apenas porque os terroristas o anunciaram sozinhos pela manhã, mas também porque seus órgãos de informação e suas páginas do Twitter e a internet anunciaram o ataque horas antes do suposto ataque, ou seja, às 04h00 da madrugada. Às 04h00 anunciaram que haveria um ataque químico, e que seria preciso se preparar. Como souberam?
P: Não pensa que Khan Sheikhun representa um revés para si? Pela primeira vez em seis anos, os Estados Unidos atacam seu exército. Ontem, após uma breve lua de mel, Tillerson disse que o reinado da família Assad em breve chegará ao fim. Não acredita que Khan Sheikhun constitua um grande revés para si?
R: De forma alguma existe na Síria um reinado para a família Assad. Está sonhando. Ou, digamos, alucinando. Não perdemos nosso tempo com sua declaração. De fato, os Estados Unidos estiveram nos últimos seis anos profundamente envolvidos no apoio aos terroristas por toda a Síria, incluindo o Estado Islâmico e a Al-Nusra, assim como todas as facções que compartilham a mesma mentalidade na Síria. É algo claro e provado na Síria. Mas se você quiser falar de ataques diretos, há apenas alguns meses ocorreu um ataque mais grave que este último, e isso pouco antes de Obama abandonar suas funções. Estou pensando no que ocorreu em Deir Ezzor, no leste da Síria, quando atacaram uma montanha de uma grande importância estratégica. Atacaram uma base do exército regular sírio. Se o exército sírio não tivesse sido na época suficientemente forte para repelir o ataque do Estado Islâmico, a cidade de Deir Ezzor teria caído, e Deir Ezzor estaria conectada com Mossul, no Iraque. Isso teria constituído uma vitória muito estratégica para o Estado Islâmico. O governo americano estava diretamente envolvido. Mas por que recorreram desta vez ao ataque direto? Porque, como acabo de dizer, os terroristas nessa região estavam em plena derrota. Os Estados Unidos não tinham, então, nenhuma outra opção além de apoiar seus agentes, os terroristas, atacando diretamente o exército sírio. Entregaram todo tipo de armas, mas isso não funcionou.

P: Não acredita que isso seja um revés para si?

R: Não. Isso forma parte do mesmo contexto que dura seis anos, e que tomou múltiplas formas, enquanto a política americana e ocidental a respeito da Síria não mudou nada. Deixemos de lado as declarações, algumas são feitas com um tom elevado, outras são menos fortes, mas a política continua sendo a mesma.

P: Enviou a maior parte dos rebeldes a Idlib. Pensa em atacá-los da próxima vez?

R: Atacaremos os grupos armados em qualquer parte da Síria, em Idlib, ou em qualquer outro lugar. Quanto ao momento ou à prioridade, é uma questão militar que é discutida em nível militar.
P: Disse no passado que Raqa era uma prioridade para seu governo. No entanto, as forças que avançam à cidade se constituem, majoritariamente, de curdos apoiados pelos Estados Unidos. Você não teme que seja deixado à margem na libertação de Raqa?
R: Não, já que apoiamos qualquer um que queira libertar qualquer cidade dos terroristas. Isso não quer dizer, no entanto, libertá-la dos terroristas para que seja ocupada pelas forças americanas, por exemplo, ou por qualquer outro agente ou outro terrorista. Então, não está claro quem libertará Raqa: forças sírias que a entregarão depois ao exército sírio? Será feito em colaboração com o exército sírio? Ainda não está claro. Foi isso que ouvimos há um ano, aproximadamente, ou um pouco menos, mas não ocorreu nada em terra. Tudo continua sendo virtual, já que não há nada tangível em terra.
P: Estados Unidos e Rússia são os padrinhos do processo de Genebra. Diante da tensão existente entre os dois países, acha que esse processo continuará?
R: Existe uma grande diferença entre o fato de que o processo esteja ativo, o que pode ocorrer a todo momento, e o fato de que seja eficaz. Até agora, o processo não foi eficaz. A razão é que os Estados Unidos não são sérios para chegar a uma solução política. Querem utilizar o processo político como um guarda-chuva para os terroristas, ou pretendem obter mediante essa tribuna o que não puderam fazer no campo de batalha. Razão pela qual o processo não foi eficaz. Agora nos encontramos na mesma situação, e não consideramos que essa administração seja séria neste plano, já que apoia os próprios terroristas. Então podemos dizer: sim, podemos reativar o processo, mas não podemos dizer que esperamos que ele seja eficaz ou frutífero.
P: Após seis anos, não está cansado?
R: Para dizer a verdade, a única coisa que pode pressionar uma pessoa não é a conjuntura política, nem a postura militar, mas a situação humanitária na Síria, o derramamento diário de sangue, a resistência, o sofrimento que se sente em cada lar da Síria. É a única coisa penosa e cansativa, se podemos falar de cansaço. Mas se quiser falar da guerra, da política, das relações com o Ocidente, não, não estou cansado, porque defendemos nosso país e nunca nos cansaremos de defendê-lo.
P: O que o impede de dormir?
R: Mais uma vez, o sofrimento do povo sírio que constato com o contato humano que mantenho com cada família síria, direta ou indiretamente. É a única coisa que pode me impedir de dormir de vez em quando. Mas não as declarações, nem as ameaças ocidentais de apoiar os terroristas.
P: Hoje há pessoas de Fua e de Kafraya que serão levadas a Damasco e Aleppo. Não teme que isso possa representar um deslocamento da população e que a Síria do pós-guerra não seja como a que existia antes da guerra?
R: O deslocamento feito neste contexto é obrigatório. Não foi escolhido por nós, e desejamos que todos possam continuar em seus povoados e em suas cidades. Mas estas pessoas, como muitos outros civis nas diferentes regiões, estavam cercadas e sitiadas pelos terroristas. Eram abatidas diariamente. Então tinham que ir embora. Evidentemente, voltarão as suas casas após a libertação. Foi o que aconteceu em várias outras regiões, onde as pessoas retornaram para as suas casas. É uma situação provisória. Falando das mudanças demográficas, elas não são do interesse da sociedade síria quando são permanentes. Como é temporário, não nos preocupa.
http://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2017/04/13/interna_internacional,862134/entrevista-na-integra-do-presidente-sirio-bashar-al-assad-a-afp.shtml
                
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