terça-feira, 8 de setembro de 2015

UJR / Não ao racismo!

Não ao racismo!

Nos últimos meses temos acompanhado diversas manifestações recentes da população negra norte-americana e de refundadores do Partido dos Panteras Negras contra casos de racismo realizados pela polícia, pessoas da grande mídia, organizações e militantes de extrema-direita e, até mesmo, um pré-candidato à presidência dos Estados Unidos da América.
O caso mais recente aconteceu no dia 18 de julho, quando vários confrontos aconteceram entre militantes negros(as) e membros remanescentes da KKK (Klu Klux Klan), que organizaram uma manifestação contra a retirada da bandeira confederada que ainda tremulava no Capitólio (prédio do parlamento) da cidade de Columbia, no estado da Carolina do Sul, nos Estados Unidos.
O que representa a bandeira confederada?
ChargeEUAbandeiraConfederadaBillDayA bandeira confederada foi utilizada durante quatro anos, ainda no século XIX (1861 a 1865), pelos chamados “Estados Confederados” como símbolo da confederação que não reconhecia o governo oficial.
Em 1861 os EUA elegeram como presidente Abraham Lincoln, que tinha como principal proposta de campanha a abolição da escravidão dos negros. Seis estados (posteriormente chegaram a somar treze estados) do sul dos Estados Unidos se uniram em uma confederação para combater as medidas progressistas adotadas e para defender a manutenção da escravidão e o regime agrário que vigorava no país as custas da exploração da população negra, principalmente nos campos de plantação de algodão.
A tal confederação foi declarada ilegal por Lincoln e respondeu à decisão do presidente com armas, dando início à Guerra Civil que dividiu os EUA entre o norte abolicionista e o sul escravista. Embora a guerra tenha durado quatro anos, com a derrota da confederação para o governo oficial, as marcas da segregação nos EUA se mantiveram por muito tempo, principalmente nos estados do sul, que tinham ideais enraizados de opressão contra os negros. E somente na década de 1960 o governo norte-americano aprovou leis que declararam a igualdade entre negros e brancos.
O passado no presente
Os EUA insistem em se proclamar como a maior democracia do mundo, mas tudo isso não passa de um discurso furado, que só cola para a grande mídia burguesa que tenta vender essa ideia e enganar a população de todo o mundo, valendo-se disso em filmes, músicas e programas de televisão.
As manifestações protagonizadas pela organização racista Klu Klux Klan, mostram que a igualdade ainda está longe de ser alcançada na principal potência capitalista. Em tempos de crise, aqueles(as) que não são identificados com o perfil norte-americano: negros, latinos e imigrantes sofrem na pele a rejeição e perseguição dos setores mais reacionários.
A prova disso é que nos últimos anos tem se intensificado os crimes contra a população negra. Três casos recentes de assassinatos realizados pela polícia contra jovens negros desarmados e sem ficha criminal, tomaram repercussão em todo o mundo; há pouco menos de um mês um terrorista invadiu e matou nove pessoas em uma igreja, que era conhecida por ser frequentada pela população negra e como espaço de resistência nos tempos da segregação racial, na mesma cidade das manifestações da KKK. Agora, vemos a cobra do nazifascismo rastejando pelas ruas da cidade de Columbia e carregando bandeiras da confederação e com a suástica, saudando a ação deste terrorista.
O racismo deve ser denunciado e combatido
Precisamos analisar a questão racial sob a luz do marxismo, que nos leva ao materialismo histórico e ao caráter de classes dessa forma de preconceito. Uma sociedade construída sobre a exploração do povo negro, que se negou durante mais de 400 anos a dar o direito de que um negro pudesse sentar na mesma lanchonete que um branco, não vai eliminar o racismo de um dia para o outro, muito menos se tentarmos “esconder o problema” debaixo do tapete da Casa Branca.
cavaliers-nets-basket_franEnquanto algumas pessoas defendem que o racismo seja camuflado, a grande maioria, como os manifestantes de Ferguson, os militantes do New Panther Party (organização que tenta reconstruir o Partido dos Panteras Negras, famoso por defender os(as) negros(as) nos anos 60) e pessoas anônimas ou influentes da sociedade, denunciam todos os dias e combatem de forma ideológica e prática o racismo.
Devemos combater e denunciar no dia-a-dia qualquer atitude deste tipo dentro da sociedade. “NÃO PODEMOS RESPIRAR” enquanto jovens negros(as) morrerem assassinados na periferia ou enquanto qualquer negro(a) seja tratado de forma inferior por causa da cor da sua pele ou da sua cultura.
Coordenação Nacional da UJR
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Um comentário:

  1. E vem de lá uma boa sugestão p. prevenir o racismo:
    http://saudepublicada.sul21.com.br/2014/09/18/sindrome-do-disturbio-racial-seria-um-bom-diagnostico-para-o-racista-brasileiro-e-para-o-antissemita/

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