Os companheiros são acusados de tomar os veículos de serviços judiciais, agressão a particulares e todo tipo de mentiras. Toda essa farsa está sendo operada pelo Ministério Público do Fórum Comum, Fredy Martinez e sua assistente Claudia Romo.
A denúncia ilegal feita pelo Estado para manter os manifestantes presos é produto de uma série de agressões contra a Frente Popular Revolucionária (FPR) – organização que congrega diversos segmentos populares que lutam pelos direitos dos trabalhadores, por uma nova Constituinte, pela revolução e pelo socialismo – precedidas por dois artigos de jornal, acusando-os de todos os tipos de crimes e ligações com grupos armados, o que é totalmente falso.
A situação de fundo é a atitude da FPR e o total apoio à luta dos professores em Oaxaca, em que procuram quebrar sua unidade com o movimento social, o que não será permitido, afirmam os integrantes da frente e do sindicato.
O governo federal e Gabino Cué e seu governo serão responsabilizados de qualquer agressão que possam sofrer os camaradas nas masmorras onde são mantidos prisioneiros, declarou a FPR. Ao mesmo tempo, é exigida a libertação imediata dos presos, caso contrário, os integrantes da FPR se reservam o direito de agir para assegurar sua libertação.
Boicote às eleições
Estas prisões ocorrem porque a FPR e diversas forças democráticas e revolucionárias do país decidiram boicotar as eleições de 7 de junho, impedindo a instalação de urnas, mediante o bloqueio de rodovias e a vigília permanente da população. Além disso, promoveram ações de incineração de material eleitoral e, onde não foi possível, chamaram a população a anular o voto no México. De acordo com Florentino López, presidente da FPR, em entrevista aA Verdade, “temos um sistema eleitoral totalmente antidemocrático e corrupto. Essa é a razão principal do boicote”.
Florentino também denuncia que “o narcotráfico, como fruto do processo de decomposição da sociedade capitalista, como um novo e poderoso ramo da economia nacional, intervém como qualquer outra forma de capital. Os traficantes buscam a continuidade de seus negócios, o lucro máximo e o controle político, econômico e social do povo explorado e oprimido. Em várias regiões do país, o narcotráfico controla todos os partidos políticos, que, por sua vez, buscam o financiamento do narcotráfico para garantir suas campanhas eleitorais e a compra de funcionários e consciências. Ambos mantêm uma relação de negócios e proteção mútuos. Os traficantes não controlam apenas os partidos, controlam áreas estratégicas do governo federal e dos governos locais, especialmente os altos funcionários encarregados do exército e das forças policiais”.
A verdade é que o governo mexicano está cada dia mais enlameado com o crescente nível de denúncias de corrupção, de associação ao tráfico vinculada à chacina de 43 estudantes da Escola Normal Rural de Ayotzinapa, além de pretender privatizar a água e todo o sistema petrolífero, entre outras medidas neoliberais. Quanto mais a repressão e as medidas políticas e econômicas antipopulares aumentam, mais setores aderem à luta e isolam o governo, promovendo enfrentamentos diretos com o Estado em importantes ramos da indústria e do comércio.
A tensão aumentou muito nos últimos meses, e os revolucionários da FPR e do Partido Comunista do México (marxista-leninista) seguem lutando juntos e organizando o povo para derrubar o governo de Peña Nieto, instalar um governo popular e revolucionário e convocar uma Constituinte Livre e Soberana para garantir uma vida digna aos trabalhadores e ao povo e o socialismo como sistema de organização da nova sociedade.
Marcos Villela, Rio de Janeiro
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