quarta-feira, 27 de maio de 2015

Ex-presidente da CBF e outros dirigentes da Fifa são presos

Ex-presidente da CBF e outros dirigentes da Fifa são presos na Suíça

José Maria Marin estava em Genebra para participar do congresso anual da entidade

EFE
Genebra (Suíça) - O Ministério da Justiça e Polícia da Suíça confirmaram na madrugada desta quarta-feira a detenção, por acusações de corrupção, de seis dirigentes do primeiro escalão da Fifa em Zurique, que estavam hospedados no hotel onde acontecerá o congresso anual da entidade máxima do futebol. Entre os presos está o ex-presidente da CBF, José Maria Marin. As autoridades suíças relataram que os detidos devem ser extraditados para os Estados Unidos, onde a procuradoria de Nova York os investiga pelo recebimento de propinas desde o começo da década de 1990 até os dias de hoje.
"As autoridades dos Estados Unidos suspeitam que (os dirigentes) receberam propina no valor de milhões de dólares", assinalou o Ministério em comunicado.

José Maria Marin, ex-presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa de 2014, foi preso nesta quarta-feira com outros dirigentes da Fifa. Eles são acusados de corrupção
Foto:  Efe

Os detidos participavam de uma série de atividades na sede mundial da Fifa, que são uma prévia do congresso da entidade, que deverá escolher nesta sexta-feira seu presidente para os próximos quatro anos. A reeleição do atual presidente, o suíço Joseph Blatter, para um quinto mandato, era dada como praticamente certa, mas os acontecimentos desta quarta mudam drasticamente essa situação.
Os agentes responsáveis pela operação pertencem ao corpo da Polícia Cantonal de Zurique e chegaram ao luxuoso hotel durante a madrugada, vestidos com trajes civis. Após apresentaram as ordens judiciais pertinentes, receberam as chaves dos quartos respectivos. A detenção ocorreu sem maiores problemas e os seis membros da Fifa serão interrogados hoje mesmo pela polícia.
Os dirigentes são acusados de envolvimento em um esquema de corrupção através do qual "delegados da Fifa e outros de organizações dependentes receberam propinas e comissões - de representantes de meios de comunicação e de empresas de marketing esportivo - que somam mais de US$ 100 milhões", segundo o Ministério suíço. Em troca, os agentes corruptores "recebiam direitos midiáticos, de publicidade e patrocínio em torneios de futebol na América Latina".

Dirigentes da Fifa foram presos num hotel da Suíça onde estavam hospedados. Eles participariam do congresso anual da entidade
Foto:  Reuters

Segundo o pedido de detenção dos Estados Unidos, esses crimes foram preparados e estipulados nesse país, enquanto os pagamentos foram realizados através de bancos americanos. O acordo e os preparativos para a realização desta operação foram feitos nos Estados Unidos. O Ministério de Justiça e Polícia da Suíça indicou que o procedimento será simplificado para aqueles que estiverem de acordo com sua extradição. Nesse caso, as autoridades suíças a aprovarão imediatamente. Se os envolvidos se opuserem, então será solicitado aos Estados Unidos que apresentem um pedido formal de extradição no prazo de 40 dias, como determina o tratado bilateral entre os dois países.
Rússia diz que prisões não têm relação com Copa de 2018
O ministro dos Esportes da Rússia, Vitali Mutko, garantiu que os dirigentes do primeiro escalão da Fifa que foram detidos nesta madrugada em Zurique, na Suíça, por suspeitas de corrupção, não tiveram nenhuma relação com a campanha para escolher a sede da Copa do Mundo de 2018, que será realizada na Rússia.
"Estas pessoas não tiveram qualquer relação com a campanha para a escolha da sede do Mundial de 2018. Não eram membros do Comitê Executivo e não tomaram parte (na campanha)", disse Mutko à imprensa russa. "Eu não disponho de todas as informações, mas a julgar pela lista dos detidos, (eles) não têm relação com o campeonato do mundo de 2018, nem com a escolha do Catar", que sediará a Copa do Mundo de 2022, acrescentou.
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