quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Em meio a instauração de califado, Parlamento da Líbia se refugia em balsa grega


Equipe de Redação OrientePress

“Precisamos de tempo para construir o nosso Exército de segurança e desenvolver nossas habilidades para dirigir o país”, diz vice-presidente
ma balsa grega foi contratada de última hora para servir de alojamento para o Parlamento da Líbia, que fugiu da guerra civil na capital do país até a cidade de Tobruk, na fronteira com o Egito.
Nos últimos dias, as milícias islâmicas tomaram Trípoli e grande parte de Benghazi, a segunda maior cidade do país. Derna, próxima da costa, também foi declarada um califado. Nessas circunstâncias, o pequeno porto de Tobruk é o reduto que abriga o que resta do poder soberano da Líbia.
“Tivemos apenas três dias para preparar tudo em Tobruk, para encontrar espaços para reuniões, lugares para ficar, internet, tudo”, afirmou o Muftah Othman, chefe da comissão eleitoral da cidade. “Se não houver um navio, onde você vai ficar?”, questiona ao Guardian.
De acordo com o jornal inglês, o clima a bordo é sombrio. Crianças dos parlamentares que fugiram com a família brincam nos corredores, enquanto grupos de funcionários e mulheres em xales se aglomeram em torno de mesas, onde são servidos lanches pela tripulação grega.
“Não é [uma situação] comum, mas os líbios são muito educados”, diz um mordomo. “Estamos aqui há uma semana, talvez a gente fique meses, mas não sabemos”.
O governo da Líbia não conseguiu elaborar um Exército profissional capaz de se impor e de integrar os grupos armados que se desenvolveram em 2011, com a queda do líder Muamar Kadafi. Tal incapacidade facilitou uma autonomia dessas brigadas, que cada vez mais desafiam as autoridades centrais em transição. Teme-se, com isso, que a instabilidade do país resulte em uma guerra civil.
“Precisamos de tempo para construir o nosso Exército de segurança e desenvolver nossas habilidades para dirigir o país”, afirmou o vice-presidente do Parlamento, Mohammed Ali Shuhaib.
A instabilidade do país gerou a evacuação de diversas embaixadas em Trípoli. Entre os que fecharam a representação diplomática na Líbia estão o Brasil, os Estados Unidos, a ONU (Organização das Nações Unidas), a delegação da UE (União Europeia), a Espanha e a Turquia.
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