quinta-feira, 17 de julho de 2014

Trabalhadores do IBGE realizam ato público nesta quinta (17)

QUARTA-FEIRA, 16 DE JULHO DE 2014


rabalhadores do IBGE realizam ato público nesta quinta (17)

apn.org.br
Trabalhadores estão em greve há 50 dias contra a precarização do trabalho

Em greve há 50 dias, os trabalhadores do Instuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizarão um ato público na próxima quinta-feira (17), a partir das 9h, em frente à sede do IBGE, com o mote “SOS IBGE: pela reversão das demissões dos grevistas e pela abertura imediata de negociações com o governo”. Entre as reivindicações, estão o fim da precarização do trabalho tanto dos concursados como dos contratados, além do fim da criminalização dos grevistas.

Confira abaixo a carta do Comando de greve da categoria explicando os motivos da greve.

Os trabalhadores do IBGE estão em greve há 50 dias. Trata-se de uma greve marcada pela defesa da instituição. Em que pese a pertinência do movimento e do tema – dados os problemas estruturais que levaram o IBGE a uma grave crise institucional - não conseguimos até agora efetivar uma negociação com o governo federal.

Atualmente, somos 5.760 trabalhadores do quadro efetivo, dos quais cerca de 4 mil (68%) estão prestes a se aposentar (com mais de 26 anos de serviço). A “saída” apontada pela direção do Instituto para suprir o esvaziamento do quadro técnico vem sendo a massificação do trabalho precário, que em algumas unidades do IBGE chega a 70% do quadro. Hoje, há cerca de 4.800 trabalhadores contratados (Agentes de Pesquisa e Mapeamento – APMs). O último processo seletivo simplificado (PSS) amplia o número de vagas nesta modalidade para 7.825.

Trata-se de trabalhadores que ganham pouco mais de um salário mínimo, nem celetistas nem estatutários, sem FGTS, seguro-desemprego, praticamente nenhum direito essencial. São submetidos a avaliações de desempenho mensais, para renovação ou não dos contratos. Podem ficar até 3 anos no IBGE, mas, na prática, estão submetidos a pressões constantes por produtividade e por desempenhar múltiplas funções (tratamento dos dados, supervisão da coleta, direção de veículos, responsabilidades materiais diversas, etc.), não previstas em seu edital de contratação, podendo ter seus contratos rompidos a qualquer momento, de acordo com a vontade das chefias.

À medida que os APMs tornam-se numericamente muito expressivos, é natural que se organizem coletivamente em torno de suas carências, buscando melhores condições de trabalho e de salários. Porém, a autoritária Direção do IBGE afronta um dos poucos direitos que estão garantidos por Lei a estes trabalhadores: o de reivindicar.

Aproveitando-se da precariedade dos contratos, a Direção do IBGE tenta burlar a lei de greve demitindo os trabalhadores que, na condição de temporários, entraram em greve. Sob o argumento de que somente não está renovando os contratos daqueles que apresentam “baixa produtividade e assiduidade”, o IBGE já promoveu a rescisão de quase 200 trabalhadores, justamente os que se enquadram na condição de grevistas. Afinal, como ter assiduidade e produtividade em greve? A tentativa é de impor uma condição de semiescravidão: aqui só trabalha quem se cala.

Fonte: Agência Petroleira de Notícias e Comando de Greve do IBGE
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