sábado, 14 de junho de 2014

O mesmo inimigo terrorista que agora invade o Iraque é o que luta contra o governo sírio

 Natalia Forcat para Oriente Mídia
Com informações de AlManarRT, Hispantv e fontes

De acordo com o ministro do Exterior russo Sergey Lavrov, a situação no Iraque ilustra “o completo fracasso da aventura começada principalmente por EUA e Reino Unido, e que finalmente terminou fora de controle.”


Apresentamos um resumo de informações e análises da complexa situação no Iraque. É importante ressaltar algumas incoerências como o apoio dos EUA aos extremistas em território sírio, enquanto dizem condenar as ações do grupo no Iraque. É provável que os extremistas estejam usando armas fornecidas EUA (direta ou indiretamente) para lutar contra o empobrecido exército iraquiano que, paradoxalmente, também é patrocinado pelos EUA! De qualquer forma não há nenhuma evidência ou indicação ainda de que os EUA apoiem ativamente a escalada takfiri, o que pode significar que esta escalada está sendo patrocinada apenas pela Arábia Saudita e Israel, que estreitaram a sua aliança depois que os EUA se recusaram a bombardear a Síria e flexibilizaram as relações com o Irã.
A toma das cidades provocou o deslocamento de populações e se calcula que entre 500 mil a um milhão de pessoas se tornaram refugiados.
Extremistas sectários declaram guerra e prometem batalhas ferozes

O porta-voz do Estado Islâmico no Iraque e na Síria, AbuMohammed al Adnani, prometeu que a batalha no Iraque chegará a Bagdá e à cidade xiita sagrada de Karbala, um dia depois de os terroristas tomarem a cidade de Mossul, no norte do Iraque.
“Não amoleçam perante o inimigo. A batalha ainda não é encarniçada, mas o será em Bagdá e Kerbala “, disse Adnani, de acordo com a tradução do site da inteligência de uma gravação de áudio e um twiter. “Coloquem os cintos e preparem-se”, exortou.

Os terroristas do Estado Islâmico no Iraque e na Síria (ISIS, na sigla em inglês) não escondem que sua luta é sectária. Seus objetivos são provocar uma guerra religiosa no Oriente Médio, atacando os locais mais importante dos xiitas, como Kerbala eNajaf, que são duas cidades iraquianas sagradas para os xiitas de todo o mundo por estar nelas os mausoléus do ImamHussein e do Imam Ali, respectivamente. Além dessas cidades, oISIS já se encontra há 100 quilômetros da capital do Iraque, Bagdá, outro dos objetivos.
Segundo o analista Yusuf Fernandez, nesta ofensiva participam não apenas militantes takfiris, mas restos das forças de segurança de Saddam Hussein, incluindo o vice-presidente do Iraque daquele tempo, Izzat al Duri. A ameaça aos lugares santos provocará a mobilização dos xiitas no Iraque, quelembram da invasão de Kerbala pelos seguidores de Muhammad ibn Abdul Wahhab, o fundador da correnteWahhabi em 1802, que causou a morte de seus habitantes e o saqueio da cidade. O objetivo final da ofensiva dos wahhabis e seus patrocinadores é a destruição da escola xiita e seus principais símbolos e lugares.
Fragmentar o Iraque
Maliki denunciou as tentativas de dividir o Iraque, acrescentando que a região autônoma do Curdistão e outros, não têm o direito de exigir a separação do país. “Essa demanda contradiz a Constituição, que insiste na unidade territorial do Iraque, lembrando que o país é um Estado federal e independente”. Ele acrescentou que não há rivalidade entre os componentes étnicos e religiosos do país, mas há grupos políticos que usam o confessionalismo.
“Não há nenhum sentimento sectário no Iraque, mas um confessionalismo político praticado por algumas forças para conquistar o apoio popular”, afirmou Maliki.
Arábia Saudita não aceita os resultados das eleições na Síria e no Iraque

Fontes políticas familiarizados com assuntos sauditas disseram aAl-Manar que o regime saudita está discutindo com seus aliados e seus agentes o fracasso de todos os meios utilizados para sabotar as eleições presidenciais na Síria e parlamentares no Iraque. No entanto, o regime saudita se recusa a reconhecer a nova da realidade e os recentes acontecimentos no Iraque e Síria e insiste em “dar murro em ponta de faca” e continuar o envio de terroristas e armas para o interior de ambos países.

As eleições no Iraque reforçaram o primeiro-ministro iraquiano,Nuri al Maliki, cuja reeleição para o cargo é quase certa. Algumas figuras políticas iraquianas financiados pela Arábia Saudita receberam uma reprimenda de seus mentores sauditas, durante uma reunião em Riad, no início da semana passada, devido ao fracasso do plano saudita no Iraque, que consistia principalmente em lançar uma ofensiva política e terrorista que levara as pessoas a não votar em Maliki, que seria responsabilizado pelo fracasso em garantir a segurança.
O regime saudita segue recrutando mercenários para continuar as ações terroristas no Iraque e mantém ligações com alguns partidos políticos que se opõem a Maliki. No entanto, em alguns corredores políticos sauditas há o temor do influxo de terroristas para o reino saudita, vindos da Síria e do Iraque e isso explica as precauções tomadas pelo regime em Riad desde há algumas semanas. Alguns relatórios de inteligência alertaram governantes sauditas sobre planos terroristas para prejudicar a estabilidade do reino.
Em março, Maliki acusou a Arábia Saudita e o Qatar de serem responsáveis pela crise de segurança no país e do terrorismo crescente e denunciaram o regime Al Saud como o principal patrocinador do terrorismo global.
Além do patrocínio saudita aos grupos terroristas, RT divulgou hoje que militantes do grupo Estado Islâmico no Iraque e Levante se apoderaram dos ativos de alguns bancos na cidade iraquiana de Mossul e assim o grupo tornou-se a mais rica organização terrorista do mundo, depois de roubar grandes quantias em dinheiro e barras de ouro, em torno de 500 milhões de dinares (429 milhões de dólares) no total.
Segundo uma fonte, citada pela agência de notícias Al-IraqiQurtas, quatro mil soldados norte-americanos estão em Bagdá, e mais três mil foram enviados para Sulaymaniyah, na região autônoma do Curdistão iraquiano. A missão das tropas dos EUA, diz a fonte, é apoiar as forças iraquianas a recuperar o controle de áreas que estão nas mãos de terroristas como província deNínive, no norte do país árabe.Na quarta-feira, uma fonte ocidental disse à AFP sob condição de anonimato, que o governo de Bagdá já havia solicitado EUA a realização de ataques aéreos contra ISIS. A fonte acrescentou que Washington estaria estudando várias opções para dar maior assistência ao Iraque, incluindo ataques com drones.
Yusuf Fernandez destaca aspecto positivo da ofensiva takfiri
“O resultado positivo em relação a essa escalada pode ser a criação de um consenso regional sobre o perigo que significa o terrorismo takfiri. Se for alcançado tal consenso, será impossível que a Síria fique a margem. O mesmo inimigo terrorista que agora invade o Iraque é o que luta contra o governo sírio. Nesse sentido, resulta estúpida e perigosa a diferenciação que realizam alguns países ocidentais condenando o terrorismo no Iraque e o apoiando na Síria, especialmente considerando que o presidente Bashar al Assad e o Exército Sírio são as principais forças que impedem que a maré terrorista se expanda por toda a região”.


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