domingo, 11 de maio de 2014

Separatistas do leste da Ucrânia afirmam que 90% votaram por independência em referendo


Grupos pró-russos de Donetsk e Lugansk dizem que 70% compareceu; pleito foi fortemente criticado Kiev e Ocidente

Uma vez encerrado o dia de votação dos referendos separatistas nas regiões de Donetsk e Lugansk, na Ucrânia, a apuração inicial dá indícios de vitória maciça da corrente independentista: mais de 90% são favorável a romper com Kiev e constituir território autônomo.
As informações preliminares divulgadas por lideranças dos grupos pró-russos que controlam a região e contestam a autoridade do governo central de Kiev dão conta de que, até o momento, apenas 5% votaram contra a independência dos territórios. Potências ocidentais e o governo interino da Ucrânia contestam a legitimidade dos pleitos e não aceitarão seus resultados.

Agência Efe

Membros da comissão eleitoral da autoproclamada "República Popular de Donetsk" contam os votos do referendo
Em Slaviansk, uma das urnas eleitorais contabilizadas apresentou 1.505 votos “sim” e apenas 23 “não” à independência. “Os resultados que temos sugerem que isso aconteceu também em outros centros eleitorais”, disse à AFP um membro da liderança regional.
Integrantes das comissões eleitorais também afirmam que a taxa de participação superou as estimativas: mais de 70% das pessoas aptas a votar entregaram o sufrágio. Apenas em Mariupol, cidade bloqueada por forças ucranianas, o comparecimento foi baixo: somente oito urnas eleitorais foram abertas e não mais do que 30% da população pôde registrar seu voto.
A maioria dos colégios eleitorais fechou as portas às 20h locais (14h, horário de Brasília), mas algumas cidades permaneceriam com as urnas abertas até as 23h para conseguir ainda mais participantes.
Falta de legitimidade
A consulta eleitoral, entretanto, é duramente criticada pelo governo de Kiev e pelas principais potências ocidentais. Os maiores questionamentos sublinham a falta de legitimidade do pleito: a votação foi feita sem a presença de observadores internacionais e sem uma lista atualizada dos eleitores em cada colégio de votação; as cédulas utilizadas foram fotocopiadas e os pontos de votação estavam cercados de homens armados.
Agência Efe

Segundo lideranças dos grupos que controlam Donetsk e Lugansk, comparecimento superou os 70%
A União Europeia já afirmou que não irá reconhecer quaisquer que sejam os resultados dos “pretensos referendos” separatistas de Donetsk e Lugansk. Para a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, os pleitos são “ilegais” e foram organizados sem “legitimidade democrática”.

Se o resultado preliminar for confirmado, os grupos separatistas das duas regiões afirmaram que pretendem manter o território independente — sem planos de unificação com a Rússia, como foi feito na península da Crimeia um mês antes. As lideranças pretendem formar órgãos estatais e um Exército próprios, indicando que considerarão soldados do governo de Kiev “ocupantes” ilegais do território. Há ainda o desejo de juntar-se a outras regiões separatistas da Ucrânia para criar um Estado independente único, que se chamaria “Nova Rússia”.

Uma morte em Donetsk
Palco de intensos conflitos com as forças ucranianas que vitimaram dezenas de pessoas na última semana, neste domingo de votação no leste da Ucrânia houve apenas pontos isolados de violência.
Em Krasnoarmeisk, na região de Donetsk, uma pessoa morreu e várias ficaram feridas quando a população tentou impedir a entrada de veículos blindados do Exército ucraniano. Segundo relatos, oficiais ucranianos abriram fogo contra a multidão nos arredores de um centro de votação.


Fonte:Operara Mundi

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