segunda-feira, 26 de maio de 2014

Bomba geoestratégica para os EUA: Rússia e China preparam canal interoceânico na Nicarágua

SEGUNDA-FEIRA, 26 DE MAIO DE 2014



A parceria entre a Rússia, China e Nicarágua, para a construção de um canal interoceânico ligando o Atlântico ao Pacifico é uma poderosa bomba geoestratégica para os EUA, diz o escritor russo Alexander Projánov. À medida que aumenta as ameaças de invasão da Nicarágua pelos EUA, no norte do país, a Nicarágua assinou um acordo com Moscou em que navios de guerra russos que navegam nas águas do Mar do Caribe. E também que bombardeiros russos de longo alcance podem aterrissar na capital, Manágua, explica o especialista citado pelo Izvestia.

Recentemente, após uma reunião com o chanceler russo, Sergey Lavrov, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega destacou a posição continua do seu país em apoiar a Rússia na resolução pacífica dos conflitos no Oriente Médio, e na Ucrânia e rechaça categoricamente a política de sanções e os padrões duplos de moralidade estabelecidos pelos EUA.

Projánov diz ser improvável que a presença de navios e aviões russos na região venha provocar confrontos militares. A única coisa que é certa é o fato de que a abordagem da China e da própria Rússia está assustando o Ocidente, acrescentou o escritor russo.

A Nicarágua convidou empresas da China e da Rússia para que em parceria com o governo nicaraguense elas comecem a construir este canal, cujas obras deverão ser iniciadas no final deste ano e concluídas na sua totalidade em 2019.

Com uma profundidade de 27 metros, uma largura de 83 metros e um comprimento de 286 km, o canal da Nicarágua deverá ser o mais profundo, mais amplo e mais longo do que o seu homólogo no Panamá e terá um custo menor do que a construção o canal construído pelos EUA no Panamá.

Dois portos, uma na costa do Pacífico, e o outro na costa atlântica, aeroportos, tudo isso vem formar a grande capacidade do canal que oferecerá a possibilidade de economizar até 10 dias, em comparação com o do Panamá. E esta é uma grande economia, uma grande atração e uma grande competição, disse Projánov.

"E agora, as empresas russas e chinesas começam a atuar em uma área perto dos Estados Unidos. Claro, isso não é agradável para os americanos", disse ele.

O diretor do Instituto Nacional de Energia da Rússia, Sergey Pravosúdov, por sua vez, disse que o canal da Nicarágua enfraquece consideravelmente a posição dos EUA, causando um duro golpe para o prestígio de Washington na região.

"EUA controla os principais pontos das rotas marítimas do Canal do Panamá, o Canal de Suez e as principais rotas comerciais através de Singapura, Gibraltar, etc. Portanto, para EUA o surgimento de uma rota alternativa é um desafio direto", diz Pravosúdov citado pelo 'Svobodnaya Pressa’.


Tradução: Valter Xéu
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