domingo, 2 de fevereiro de 2014

Guerra de...1914-1918*

1914-1918*


02.Fev.14 :: Colaboradores
Evocar o centenário do início da I Guerra Mundial não pode ser o mero assinalar de uma efeméride. A Guerra de 1914-1918 é a primeira grande guerra da fase imperialista do capitalismo. Mostrou-o na brutal barbárie e na colossal destruição que provocou, e também no agudizar das suas tensões internas. O mundo que sucedeu a essa guerra trouxe uma nova realidade, iniciada com a grande Revolução Socialista de Outubro. Mas permanece ainda incerto o dia em que os povos, derrotando de vez o capitalismo, se verão finalmente libertos da guerra.


Passam 100 anos sobre o início da I Grande Guerra (1914-1918). Para os comunistas e para a toda humanidade progressista os acontecimentos de há cem anos e o mundo que se lhes seguiu permanecem um tema central de estudo.
Em “A era dos extremos”, o historiador marxista Eric Hobsbawm destaca importantes aspectos da colossal ruptura que a guerra de 1914-1918 representou: “Em 1914 não havia uma grande guerra há um século […]. Não houvera, em absoluto, guerras mundiais […]. Tudo isso mudou em 1914. A Primeira Guerra Mundial envolveu todas as grandes potências […]. “Essa guerra, ao contrário das anteriores, tipicamente travadas em torno de objectivos específicos e limitados, travava-se por metas ilimitadas […]. A política e a economia tinham-se fundido […]. “As ‘fronteiras naturais’ da Standard Oil, do Deutsche Bank ou da De Beers Diamond Corporation eram no fim do universo, ou melhor, nos limites da sua capacidade de expansão”.
Efectivamente, é na obra de Lénine, nomeadamente na análise do imperialismo e do processo de partilha do mundo “entre as associações de capitalistas” que essa imensa tragédia encontra elementos fundamentais de compreensão. A identificação leninista do imperialismo não parte do seu historial de agressões militares e de ocupação de territórios. Reside na análise do “grau de concentração mundial do capital e da produção”. Não é a guerra que caracteriza o imperialismo. É o imperialismo que conduz às guerras, como as que marcam tragicamente todo o século XX.
O desencadear da Primeira Guerra Mundial teve uma profunda repercussão no movimento operário. Por um lado, com a traição da II Internacional. Por outro lado, porque contribuiu para a criação das condições políticas, sociais e históricas que conduziram à Revolução de Outubro de 1917. Cujas primeiras medidas são sobre a terra, sobre o pão e sobre a paz.
Em 2014, como em 1914, a luta contra a guerra e pela paz é uma das batalhas centrais da luta entre a grande massa dos explorados da terra e o pequeno punhado de exploradores que tem na guerra um dos instrumentos da sua dominação global.
*Este artigo foi publicado no “Avante!” nº2096, 30.01.2014
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