Pretoria,
2 fev(Prensa Latina) A Associação de Trabalhadores Mineiros e da
Construção de África do Sul (AMCU) confirmou hoje que continuará a greve
em massa no setor ligado a platina até que sejam atendidas as
reivindicações trabalhistas.
O comunicado do líder da AMCU, Joseph Mathunjwa, demonstra que a
mobilização prosseguirá por um tempo bem estendido porque os patrões se
posicionam dizendo que o reajuste de salários em 100% é "exagerada e
irreal".
Aproximadamente 70 mil operários grevistas do eixo
metalúrgico de Marikana que abriga várias tensões no nordeste do país,
pedem desde a semana passada novos salários básicos superiores a 12 mil
rands mensais (mais ou menos 1 200 dólares).
A África do Sul tem
um salário mínimo na faixa dos três mil rands ao mês (próximo a 300
dólares), e as remunerações habituais para o setor da mineração estão
na faixa de cinco mil rands (500 dólares).
Delegados sindicais e
executivos das companhias Anglo American Platinum, Impala Platinum e
Lonmin estam a mais de uma semana em torno das mesas de negociações sem
que se vislumbre nenhum acordo para o fim da greve.
Porta-vozes
das empresas afetadas indicaram que o máximo de reajuste é 9% de forma
escalonada em um período de três anos frente a realidade da indústria.
É a primeira vez que os três principais produtores de platina do país se viram prejudicados por uma greve ao mesmo tempo.
África do Sul guarda 80% das reservas globais do metal em seu
território e gera mais de dois terços da produção primária deste produto
no âmbito internacional.
No entanto, a indústria tem sido
atingida a mais ou menos dois anos por protestos de mineiros, um débil
mercado de vendas, e aumentos nos preços da eletricidade e direitos
trabalhistas.
Esta categoria abarca 134 mil operários em todo o
país. A platina é utilizada sobretudo em conversores catalíticos de
automóveis, para discos rígidos de computadores e pastas de dentes.
As semanas nas quais figuraram intensas greves em 2012, durante os
quais a polícia matou a 34 mineiros na região de Marikana, custaram às
três companhias mencionadas em torno de 200 bilhões de dólares em perdas
econômicas.
ro/jvj/cc |
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