Cairo, 23 dez (Prensa Latina)
O Movimento 6 de Abril (MJ6A) anunciou hoje o fim de seu apoio ao
roteiro apresentado como caminho à transição após a derrubada do
presidente Mohamed Morsi.
O fundador do MJ6A, Ahmed Maher, e os ativistas Mohamed Adel e Ahmed
Douma, foram condenados ontem a penas de três anos de prisão e 50 mil
libras egípcias (uns sete mil 300 dólares) de multa após terem sido
declarados culpados de agredir agentes da ordem e de organizar protestos
públicos sem autorização.
A decisão da organização, que teve uma destacada participação nas mobilizações que obrigaram o ex-presidente Hosni Mubarak
renunciar em 2011, e contra Morsi, foi decidida como resposta à senteça
de Maher e dos dois ativistas, disse Amr Alí, coordenador-geral do
MJ6A.
O roteiro incluía procedimentos que proporcionariam justiça transicional.
No entanto as ações do regime só refletem uma justiça de vingança
contra os ativistas e figuras da revolução, afirmou Alí na roda de
imprensa.
Porta-vozes
do grupo atribuem às pressões de que são objeto a uma vingança dos
militares pelos protestos que tiraram Mubarak do poder, quem governou o
Egito com mão de ferro por mais de três décadas.
"Anunciamos a morte do roteiro. O que o atual regime leva adiante é um golpe contra a revolução de 25 de janeiro e suas metas".
A impugnação do MJ6A soma adversários às autoridades interinas instaladas em 3 de julho depois da saída de Morsi, cujos partidários da ilegal Irmandade Muçulmana hostilizam com manifestações populares e nas universidades quase diariamente pedindo a reposição do presidente.
No entanto não é em princípio uma aliança do grupo de juventude com a
IM, aos que combateram a sangue e fogo durante o turbulento ano de mandato de Morsi, ao que acusavam de governar seguindo os ditados islâmicos do grupo islamista.
Constitui-se em um risco para o referendo constitucional programado para os dias 14 e 15 de janeiro próximo, passo inicial para a convocação de eleições legislativas e presidenciais em meados do ano.
tgj/msl/cc |
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