Nova Delhi, 19 dez (Prensa Latina)
A Índia mudou de sua missão permanente nas Nações Unidas à vice-cônsul
geral em Nova York, Devyani Khobragade, para livrá-la de uma eventual
nova detenção por parte da polícia de Estados Unidos.
Khobragade foi interceptada na quinta-feira da semana passada quando levava uma de suas filhas à escola, e revistada em público com acusação cometer fraudes no visto de uma mulher, também indiana, que tinha contratado como doméstica.
Conduzida a uma delegacia de polícia,
forçaram-na a despir-se para registrá-la e enclausuraram-na junto com
presos comuns. Atualmente está em liberdade depois de declarar-se não
culpada e pagar uma fiança de 250 mil dólares.
Diante do temor de uma nova vexação, a Índia transferiu-a de seu posto na ONU para dotá-la de imunidade diplomática completa, pois Washington alega que os servidores públicos dos consulados só recebem tal proteção por atos de sua linha de trabalho.
Ontem, em uma email enviado pela vice-cônsul a sua chancelaria enalteceu os meios políticos e à cidadania em geral.
"Rompi a chorar várias vezes
à medida que humilhava-me reiteradamente, e me tocavam, se me
revistaram vexatosamente em partes intimas, extraíam-me mostras, no meio
de criminosas (...) mesmo reivindicando sem parar minha imunidade
diplomática", relatou Khobragade, de 39 anos.
Ao comparecer
diante do Parlamento, o chanceler Salman Khurshid disse que cumpriria "a
qualquer preço" seu dever de "trazer de volta e restaurar sua
dignidade".
Líderes de todos os partidos políticos indianos condenaram o episódio, pediram ao governo fazer todo o possível por seu regresso e exigiram uma desculpa formal dos Estados Unidos, ao que acusaram de violar a Convenção de Viena sobre a imunidade do corpo diplomático.
Enquanto, centenas de cidadãos manifestaram-se em frente da embaixada
dos Estados Unidos para condenar o fato e exigir a liberdade da
servidora pública.
Na terça-feira, a Índia retirou as vedações
que protegiam a legalização e começou a cancelar as acreditações do
pessoal dos consulados estadunidenses, bem como os passe que lhes dão acesso gratuito e prioritário aos aeroportos.
Pediu assim, relatórios sobre os salários dos servidores públicos e empregados dos consulados norte-americanos,
incluídos os que prestam serviços domésticos, a respeito dos vistos dos
professores das escolas dos Estados Unidos no país, quanto lhes paga e
detalhes sobre suas contas bancárias.
Nos dias anteriores, importantes figuras da política indiana
suspenderam reuniões programadas com uma delegação do Congresso dos
Estados Unidos que estava de visita no país.
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