sábado, 14 de dezembro de 2013

Campos-RJ/ Alerta máximo com rios subindo

12
Mesmo sem chuvas fortes na sexta-feira (13), municípios da região ainda estavam em atenção quanto ao aumento dos níveis dos rios e previsão de chuvas fortes até este sábado. O Norte e o Noroeste Fluminense somam 223 pessoas desalojadas e 172 pessoas desabrigadas. Em Campos, o rio Paraíba do Sul subiu 41cm em 24 horas, marcando, até a noite de sexta 7,56m, ainda longe da cota de transbordo, que é de 10,30m, mas já começa a preocupar. Já o rio Ururaí baixou 3cm em 24 horas, marcando 3,55m até a noite de sexta — a cota de transbordo é de 3,80m.Em Bom Jesusdo Itabapoana, após uma tragédia no distrito de Calheiros, onde um trecho da rodovia que liga à localidade de Rosal cedeu, uma pessoa morreu e um adolescente de 15 anos estava desaparecido no rio Itabapoana. As buscas foram encerradas no final da tarde de sexta-feira e retornaram na manhã deste sábado. Já em Itaperuna diversos bairros estavam alagados. O posto municipal de saúde também alagou e não funcionou. Segundo a Defesa Civil do município, a tendência do rio é baixar. Seis municípios do Norte/Noroeste estão em alerta máximo quanto a cheio dos rios, segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
— A elevação do Muriaé nos preocupa, principalmente em função dos riscos para os moradores de Três Vendas. Estamos alertando há tempo as autoridades federais do perigo na rodovia BR-356. O rio Ururaí baixou um pouco, mas deve receber mais água novamente, em função da previsão de chuvas e o rio Paraíba vem recebendo muita água do rio Muriaé — relatou o secretário de Defesa Civil de Campos, Henrique Oliveira.
O secretário municipal de Defesa Civil de Itaperuna, tenente-coronel Fabrício Boa Morte, informou que, na noite de sexta-feir, o Muriaé já estava com 4,35m. “Na quinta-feira choveu22 mmem 24 horas. Mas essa água veio da cabeceira do Muriaé e do rio Carangola, que demora de18 a20 horas para chegar aqui”, explicou. De acordo com ele, os bairros Carulas, Frigorífico, Niterói e Boa Vista ficaram alagados, mas nenhuma família ficou desalojada. A avenida Sá Tinoco, conhecida como Beira-Rio, no Centro, também alagou e ficou interditada.
O aposentado Roberto Denis, de 67 anos, mora na rua João da Silva Cunha, no bairro Niterói, há 50 anos. Ele contou que a água chegou a40 cmdentro de sua casa. “A gente sempre perde alguma coisa. Levantamos alguns móveis, mas a água ainda está perigosa. As casas dos vizinhos alagaram”, disse. A dona de casa Ana Marta Cardoso, de 46 anos, mora na mesma rua e disse que já passou por outras enchentes. ”Já levantei todos os móveis e estamos em alerta, vigiando o rio”, disse.
O posto municipal de saúde Dr. Raul Travassos, localizado na rua Dez de Maio, no centro de Itaperuna, chegou a ficar alagado, mas na tarde de sexta a água já havia descido. Segundo o tenente-coronel Fabrício Boa Morte, isso acontece porque a rua é mais baixa nesse ponto. “Quando o rio enche, a água volta nos bueiros e alaga o local, mesmo sendo distante do rio”, informou. A Beira-Rio continua interditada.
Deslizamentos - De acordo com a Defesa Civil, 70 pontos de deslizamentos foram registrados em Itaperuna por conta das chuvas, desde semana passada. Segundo o secretário, sete famílias dos bairros Vinhosa, João Bedin e Aeroporto estão desalojadas e foram abrigadas em casas de parentes.
Municípios ainda enfrentam dificuldades
No município de Varre-Sai, no Noroeste, duas casas desabaram sexta-feira, nos bairros Santo Antônio e Nossa Senhora Aparecida. Segundo a Defesa Civil, outras cinco casas estão parcialmente destruídas, por conta de deslizamentos de encostas. Os imóveis já estavam vazios, por isso, ninguém se feriu. As famílias estão em casas de parentes e amigos. Duas grandes áreas de risco estão sendo mapeadas na cidade. Barreiras também caíram na região rural do município, mas não há relatos de feridos. Todos os acessos à cidade estão desbloqueados.
A Defesa Civil informou ainda que 107 pessoas estavam desalojadas na cidade, mas o abrigo que a Prefeitura montou ainda não recebeu nenhum desalojado, pois as famílias optaram ir para casa de parentes.
Porciúncula – No município, 13 famílias estavam desalojadas. Segundo a Defesa Civil, o bairro Otávio Avelar, conhecido como bairro Operário, continuava alagado. A situação mais preocupante era no bairro Cristo Rei, onde moram 350 famílias e há risco de deslizamento de terra. A Prefeitura da cidade informou que 51 casas estão em área de risco iminente.
Os desalojados estão no Colégio Estadual José Lannes Dantas Brandão, no bairro Ilha. Segundo o secretário de Defesa Civil, Gláucio Mansur, as famílias estão recebendo alimentação, mas os recursos estão acabando e, por isso, as doações são importantes. Além de colchonetes, cobertores, itens de higiene pessoal, alimentos e roupas, há necessidade de cestas básicas ou comidas rápidas ou prontas.
Macaé – No município de Macaé, no Norte Fluminense, o estado de alerta continua por conta da previsão de chuvas fortes para a região. A cidade ainda tem cerca de 120 pessoas desabrigadas pelas últimas tempestades. De acordo com a Defesa Civil o fim de semana será de sol, mas podem ocorrer pancadas de chuva tanto no sábado, quanto no domingo. Devido à previsão, a Defesa Civil montou um estande na Praça Washington Luis, no Centro. A ideia é facilitar o atendimento as pessoas que vivem em área de risco.
Na quarta-feira o prefeito Dr. Aluízio Júnior voltou a pedir para que os moradores de áreas de risco deixem as casas para evitar mortes. No dia 2, uma criança morreu em um deslizamento no Morro de Sant’ Anna.
Delcides NettoLahaynne Gregório
Fotos:
Genilson PessnhaRodrigo Silveira
Anterior Proxima Inicio

0 comentários:

Postar um comentário