A Comissão de Defesa da
Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de
Imprensa (ABI), o Sindicato de Jornalistas Profissionais do Estado do
Rio de Janeiro, o Sindicato de Jornalistas Profissionais do Município do
Rio de Janeiro, e o Instituto Mais Democracia promovem no próximo dia
20, sexta-feira, a partir das 18h, na ABI, a solenidade de entrega da
Medalha de Direitos Humanos, por serviços prestados a humanidade, ao
direito de cidadania e ao direito à informação a Julian Assange, Edward
Snowden, Glenn Greenwald, Bradley Manning, e Aaron Swartz Mordechai
Vanunu.
O evento será realizado na Sala Belisário de Souza, no 7º andar do
edifício-sede da ABI, localizado na Rua Araújo Porto Alegre, 71 – Centro
do Rio.
Histórico dos homenageados:
-Edward Joseph Snowden
Edward Joseph Snowden é um cidadão estadunidense nascido em 20 de junho
de 1983 em Elizabeth City, na Carolina do Norte. Estudou computação na
Anne Arundel Community College e posteriormente diplomou-se em uma
faculdade comunitária, a General Educational Development. Com Mestrado
da Universidade de Liverpool em 2011, Snowden trabalhou em uma base
militar dos EUA no Japão. Poliglota, fala japonês e mandarin e decidiu
professar a religião budista. Em 7 de maio de 2004 alistou-se no
Exército de seu país.
O emprego seguinte foi como guarda de segurança da Agência de Segurança
Nacional no Centro de Estudos Avançados de Língua na Universidade de
Maryland e na CIA onde passou a exercer a função de agente de segurança.
Considerado como gênio da computação, a partir de 2006 passou a
escrever em um site de notícias de tecnologia e informação.
Snowden revelou como a inteligência norte-americana espiona países e
personalidades. Com isso os brasileiros ficaram sabendo que o país é o
mais vigiado pela NSA depois dos Estados Unidos. A Presidente Dilma
Roussseff e seus auxiliares mais próximos foram monitorados pelos
espiões norte-americanos.
Snowden tornou público detalhes da vigilância de comunicações e do
tráfego de informações executada pelo programa de vigilância PRISM dos
Estados Unidos. Foi considerado pelos EUA como ladrão de propriedade do
governo por comunicação não autorizada de informações de defesa nacional
e comunicação intencional de informações classificadas como de
inteligência para pessoa não autorizada.
Decidido a prestar um serviço de utilidade pública para a humanidade,
Snowden fugiu em 20 de maio de 2013 para Hong Kong. Não conseguiu asilo
político e seguiu para a Rússia, permanecendo um mês na área de
trânsito do aeroporto de Moscou até a concessão de asilo político.
Ele foi indicado pelo professor de sociologia Stefan Svallfors, de
nacionalidade sueca, para o Prêmio Nobel da Paz. Na justificativa,
Svallfors assinalou que os feitos de Snowden são “heróicos e
significaram grandes sacrifícios pessoais”. E acrescentou que a atitude
deste herói da humanidade estimula que pessoas envolvidas em atos
contrários aos direitos humanos possam denunciá-los.
- Glenn Greenwald
Advogado constitucionalista, colunista influente nos Estados Unidos,
blogueiro, comentarista político e escritor. Glenn Greenwald divulgou as
informações reveladas por Snowden no jornal britânico The Guardian.
Grenwlad é autor dos best-sellers, “How Would a Patriot Act”(2006) e “A
Tragic Legacy”(2007), e “Great American Hypocrites”(2008).
Ele reside atualmente no Rio de Janeiro com o companheiro brasileiro
David Miranda, que foi arbitrariamente detido no aeroporto de Londres,
onde respondeu a um interrogatório e teve seus pertences apreendidos.
Gleen Greenwald honrou o exercício do jornalismo e reforçou o direito à informação e o exercício da cidadania.
- Julian Paul Assange
Nascido em 3 de julho de 1971 na cidade australiana de Townsville,
Assange é responsável pelo site Wikileaks, que vem publicando uma série
de denúncias e informações sigilosos do governo norte-americano.
Estudante de matemática e física, Assange foi também programador e
hacker, antes de se tornar editor chefe do WikiLeaks, fundado em 2006.
Pela publicação de documentos sobre execuções extrajudiciais no Quênia, o
jornalista recebeu o prêmio da Anistia Internacional Media Award em
2009.
Além de divulgar documentos relacionados com resíduos tóxicos na África, Assange
revelou o tratamento desumano que as autoridades estadunidenses dão aos
prisioneiros de Guantánamo. Em 2010, o WikiLeaks publicou detalhes
pormenorizados sobre o envolvimento dos Estados Unidos nas guerras do
Afeganistão e Iraque.
A partir de 28 de novembro de 2010, o Wikileaks, jornais europeus e
norte-americanos começaram a publicar os telegramas secretos da
diplomacia dos Estados Unidos.
O importante trabalho de Assange no site WikLeaks foi reconhecido em
várias partes do mundo tendo sido apontado pelo jornal Le Monde em 2008
como “Homem do Ano”. Em 2011, Assange foi incluído na lista da revista
Time como um dos 100 mais influentes do planeta.
Assange foi acusado na Suécia por abuso sexual e estupro. Perseguido e
ameaçado de deportação para a Suécia e para os Estados Unidos, Assange
pediu asilo na embaixada do Equador, em Londres, onde permanece há mais
de um ano. O governo britânico o mantém sob vigilância permanente e
ameaçou prendê-lo caso tente embarcar para o Equador.
- Bradley Edward Manning, atualmente Chelsea Elizabeth Manning
Nascido em Crescent, na Califórnia(EUA), em 17 de dezembro de 1987, o
soldado do Exército estadunidense foi preso em maio de 2010, e
processado por acesso e divulgação de informações sigilosas. Foi
condenado a 35 anos de prisão pela Justiça norte-americana sob a
acusação de ter vazado 700 mil documentos secretos para o site
WikiLeaks.
O soldado servia no contingente militar norte-americano no Iraque e
Afeganistão. Foi preso por agentes do Comando de Investigação Criminal
do Exército com base em informações recebidas de autoridades federais
por Adrian Lamo, a quem Manning revelou que havia sido responsável pelo
vazamento de um vídeo do ataque de um helicóptero a civis iraquianos, em
12 de julho de 2007, imagem divulgada no site WikiLeaks. Manning foi
acusado de vazar mais de 150 mil documentos para o site dirigido por
Julian Paul Assange, mas a acusação nunca foi provada.
Os militares norte-americanos mantiveram Manning preso na base de
Quântico, no Estado da Virgínia, em condições ilegais e desumanas. Ele
foi impedido de falar com um juiz e também de impetrar habeas corpus.
Logo após a divulgação da sentença, Bradley Manning pediu que fosse
considerado mulher e submetido a tratamento hormonal e passou a se
chamar Chelsea Elizabeth Manning.
- Aaron Hillel Swartz
Nascido em Chicago a 8 de novembro de 1986, Aaron Hillel Swartz,
programador estadunidense, escritor, organizador político, ativista da
internet, fundador da organização ativista online Demand Progress e
membro do Centro Experimental de Ética da Universidade de Harvard.
Ele ajudou a criar o Creative Commons, que possibilitou acesso a milhões
de arquivos públicos do judiciário norte-americano, além de textos
acadêmicos de bancos de dados.
Em 6 de janeiro de 2011, Swartz foi preso por autoridades federais
estadunidenses, acusado de compartilhar artigos em domínio público pagos
pela revista científica JSTOR, e por crime de invasão de computadores, o
que resultaria em pena de até 35 anos de prisão e multa de mais de um
milhão de dólares.
Swartz era contrário à prática da JSTOR de compensar financeiramente as
editoras, e não os autores, e de cobrar o acesso aos artigos, limitando o
acesso para finalidades acadêmicas.
Na manhã de 11 de janeiro de 2013, Aaron Swartz foi encontrado enforcado em seu apartamento no Brooklin.
Ao comentar a morte de Aaron Swartz, Gleen Greenwald disse que ele “foi
destruído por um sistema de ‘justiça’ que dá proteção integral aos
criminosos mais ilustres (…) mas que pune sem piedade e com dureza
incomparável quem não tem poder e, acima de tudo, aqueles que desafiam o
poder.”
Depois da morte de Aaron Swartz, a promotoria federal em Boston retirou as acusações contra ele.
- Mordechai Vanunu
Também conhecido pelo nome de batismo de John Crossman, Mordechai Vanunu
nasceu a 13 de outubro de 1954, em Marrakesh, no Marrocos.Depois de
emigrar para Israel, tornou-se técnico nuclear e revelou informação
sobre o programa nuclear do Estado de Israel, fato divulgado pela
imprensa britânica em 1986, e que é omitido oficialmente pelas
autoridades daquele país.
Vanunu foi seqüestrado em Londres pelo Mossad, serviço secreto
israelense, sendo julgado e condenado por traição. Permaneceu preso
durante 18 anos, sendo mais de 11 em cela solitária.
Mesmo libertado em 2004, Vanunu continua sujeito a uma série de
restrições de comunicação e movimento. Mesmo após a soltura, voltou a
ser preso diversas vezes acusado de não respeitar tais restrições.
Em março de 2005, Vanunu foi citado por 21 acusações de contravenção à
ordem legal, crime sujeito a pena máxima de 2 anos de prisão por cada
acusação. Ele aguarda o julgamento em liberdade.
Vanunu é considerado por defensores dos direitos humanos como um
prisioneiro da opinião. A Anistia Internacional condena as restrições
impostas pelo Estado de Israel a ele
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