quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Drones no Iêmen: mais ataques e mais insurgência


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Escrito por Erica Soares   
lunes, 19 de agosto de 2013
Imagen activa19 de agosto de 2013, 14:39Havana, 15 ago (Prensa Latina) Dezenas de civis mortos e o aumento de movimentos insurgentes parecem ser as consequências das últimas ações da marinha estadunidense no Iêmen, que justifica sua presença com o pretexto de lutar contra o terrorismo no Oriente Médio.
Nas últimas duas semanas os Estados Unidos lançaram cerca de oito ataques com aviões teleguiados (drones) nesse país da península Arábica, os piores em mais de uma década.

Segundo o governo norte-americano todos os eliminados são "supostos militantes da Al-Qaeda", no entanto, informes locais confirmam que apenas uma das vítimas estava na lista de terroristas mais procurados, que Washington costuma elaborar de modo unilateral.

A presença militar estadunidense no Iêmen é muito maior do que o que se conhece publicamente, como destaca uma reportagem do jornal The Wall Street Journal, publicada na última semana.

A cooperação nessa área baseia-se em um comando conjunto entre o Iêmen e os Estados Unidos onde ambos os países analisam a informação de inteligência obtida por Washington e outros aliados, como a Arábia Saudita.

Dessa maneira decidem quando e como realizar os ataques com mísseis contra membros de uma lista de supostos agentes da Al-Qaeda, afirma o jornal.

Esse trabalho conjunto foi estabelecido antes da administração do atual presidente do país arábico, Abd Rabbuh Mansour Hadi.

Precisamente, a significativa escalada de ataques estadunidenses no Iêmen coincidiu com a reunião sustentada no início deste mês em Washington entre o presidente iemenita e seu homólogo Barack Obama.

Por sua vez, o professor Gregory Johnson, especialista no Iêmen da universidade de Princenton, afirmou que longe de eliminar o problema, a presença norte-americana nesse país favorece o recrutamento pela Al-Qaeda.

O dano colateral é gerador de mais dificuldades, já que os ataques com drones matam civis, pessoas com família, clãs, muitos dos quais se integram à Al-Qaeda devido ao seu ódio contra nossas tropas, disse Johnson.

Em Washington, Obama assinalou que ainda que Hadi enfrente desafios econômicos significativos, os Estados Unidos reafirmam seu compromisso de trabalhar conjuntamente para respaldar a transição no Iêmen.

Segundo especialistas, é do interesse de Hadi manter o apoio norte-americano, pois sua popularidade mantém-se muito baixa e não conseguiu estabilizar o país após as revoltas de 2011.

Muitos setores populares que se levantaram nesse ano contra o então presidente, Ali Abdulah Saleh, seguem insatisfeitos com o plano do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG)

O presidente iemenita chegou ao poder com a ajuda da Casa Branca, após a referida iniciativa do CCG, que propiciou a saída de Saleh em troca da inunidade judicial para ele e seus correlegionários.

Este pacto também incluía a criação de um governo provisório de unidade apoiado pelo ocidente, e a convocação a eleições gerais, realizadas em fevereiro de 2012 com Hadi como único candidato.

Enquanto isso, a administração estadunidense anunciou na semana passada que uma enorme ameaça, a qual não especificou, forçou o fechamento de quase duas dúzias de embaixadas na zona, incluída sua sede em Sanaa.

Segundo a fonte, a medida foi motivada pela Agência de Segurança Nacional, que interceptou uma teleconferência na qual supostamente líderes da Al-Qaeda discutiam um plano de ataques contra objetivos ocidentais.

Nesse sentido, analistas não descartam a possibilidade de que essa ação sirva como pretexto para manter os bombardeios com drones sobre o território iemenita e a presença das tropas estadunidense na região.

Nas palavras do professor Johnson, Washington está claramente em guerra no Iêmen, a Casa Branca afirma que seu objetivo é lutar contra o terrorismo, mas os ataques teleguiados criam tantos ou mais militantes que os que eliminam, pontuou o especialista.

O catedrático acrescentou que os Estados Unidos está enviado sinais confusos, pois ataca os terroristas no Iêmen ao mesmo tempo em que apoia os grupos insurgentes armados na Síria.

ucl/nvo/es
Modificado el ( martes, 20 de agosto de 2013 )
 
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