sábado, 10 de agosto de 2013

Cristãos sírios ameaçados de extinção por radicais islâmicos

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Imagen activaDamasco, 10 ago (Prensa Latina) Entre as múltiplas e nefastas consequências da guerra na Síria encontra-se hoje a ameaça de desaparecimento das comunidades cristãs em uma sociedade que refrenda o laicismo, ameaçadas pelo enraizado fundamentalismo de grupos radicais islâmicos.
Tal perigo se exacerba pela presença de grupos jihadistas (que chamam à Jihad ou Santa Guerra) e takfiríes (extremistas) que procuram derrocar ao governo do presidente Bashar al-Assad e impor um califato regido pela sharia, a lei islâmica.

Entre ditos agrupamentos sobressai-se a Frente al-Nusra, uma derivação em território levantino da rede terrorista Al Qaeda, que impõe seu credo a ponta de espada ou pistola, degolando ou disparando a todo aquele que qualifique de herege ou recuse converter-se ao Islã.

Meses atrás, a Al-Nusra tomou a localidade de al-Thawrah (também conhecida como al-Tabqah), na setentrional província de Raqqa, tomando posse da represa do lago al-Assad, o maior de seu tipo no país e principal hidrelétrica.

Os extremistas iniciaram a expulsão de todos os cristãos sírios que ali viviam, sob a ameaça de que deviam ser convertidos ao islã, caso contrário seriam assassinados, detalha um reporte da agência Assyrian International News Agency.

Também tomaram o controle das três quartas partes das instalações onde se albergavam os trabalhadores da represa e só permitiram que permanecessem os muçulmanos sunítas para que continuassem a mantendo-a operativa, precisa.

Segundo o artigo, os irregulares ocuparam os lares dos cristãos e roubaram seus bens, que agora vendem no mercado negro para comprar armas e munições com as quais combater as autoridades.

Testemunhas cristãs que fugiram de al-Thawrah, e que agora se encontram deslocados em outras partes do território nacional ou no Líbano e na Turquia, relataram ao meio que os opositores armados demolieram toda imagem ou ícone religioso da Igreja Ortodoxa de Antioquia de São Sergio e São Baco, a principal da localidade.

Romperam as cortinas do santuário, Biblias e outros livros sagrados, ao igual que as cruzes, cadeiras e ícones de Jesús e dos santos, lamentou um refugiado.

Outro explicou que ainda que tenha abandonado a localidade, os extremistas se apossaram do número de seu telefone celular, por onde o ameaçam com frequência lhe dizendo que se retorna a Al-Thawrah "lhe cortarão a cabeça e a mostrarão na igreja para que todos os muçulmanos possam vê-lo e se sentir-se orgulhosos disso".

A igreja estava sob a jurisdição da Arquidiócese de Alepo, cujo líder, o metropolita ortodoxo grego Boulos Yazigi foi sequestrado o 22 de abril junto com seu par ortodoxo sírio da mesma cidade, Gregorios Youhanna Ibrahim.

Ambos foram retidos por um grupo de chechenos sócios da Frente al-Nusra, que assassinou o diácono que os acompanhava e transladou os prelados até um lugar desconhecido sem que até o momento se tenham notícias deles, assinala um reporte das autoridades que denunciaram o acontecimento às Nações Unidas.

Tais fatos, unidos à a cada vez mais frequentes massacres dos radicais islâmicos contra comunidades das minorias confessionais (alauitas, drusos, cristãos), empurram ao êxodo em massa de ditos grupos ante o temor de ser vítimas do fundamentalismo dos que alguns, no Ocidente, fazem questão de qualificar como rebeldes.

rc/lr/cc
Modificado el ( sábado, 10 de agosto de 2013 )
 
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