segunda-feira, 1 de julho de 2013

Movimento opositor do Egito dá "ultimato" para que Mursi renuncie


Caso demanda não seja cumprida, grupo ameaça lançar ação de “desobediência civil”.

O clima é de tensão no Egito. O movimento Tamarrod, criado para exigir a renúncia de Mohamed Mursi, divulgou nesta segunda-feira (01/07) que deu um ultimato de 24 horas ao presidente. Caso a demanda não seja cumprida, o grupo ameaça lançar uma ação de “desobediência civil”.

“Damos a Mohamed Mursi até amanhã (02) para deixar o poder e permitir às instituições do estado que preparem uma eleição presidencial antecipada”, afirma um comunicado publicado no site do movimento. Caso o presidente rejeite o ultimato, será lançada uma “campanha de desobediência civil total”, diz a nota oficial.

Agência Efe

Cenas de guerra civil marcaram os protestos da noite deste domingo (30/06) no Egito

Frente às ameaças, quatro ministros egípcios entregaram hoje carta de demissão ao governo. Os chefes de Turismo, Ambiente, Comunicações e dos Assuntos Jurídicos e Parlamentares não "aguentaram a pressão popular", afirma a agência AFP, citando fontes governamentais.

Ontem, cerca de meio milhão de pessoas concentraram-se na Praça Tahrir. Já na cidade de Alexandria, dizem fontes oficiais, cerca de um milhão protestaram contra o governo.

No primeiro momento das manifestações, as frentes opositoras dividiam o espaço dos protestos com os favoráveis à administração de Mohamed Mursi. No entanto, a oposição sufocou o movimento de apoio e agora concentra todas as ações nas cidades egípcias.

Agência Efe

Prédio do governo em chamas; manifestantes exigem a renúncia do presidente

Segundo o balanço feito hoje (01) pelo governo, 16 pessoas foram mortas e 900 ficaram feridas em confrontos com a polícia e defensores da administração Mursi. Manifestantes atacaram ontem à noite com pedras, tiros e coquetel molotov a sede do Partido da Liberdade e da Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana, a que Mursi pertence.

Mohamed Mursi, que completou ontem um ano no governo, afirmou que não haverá uma segunda Primavera Árave, refutando o grito dos manifestantes que pedem sua renúncia. Segundo o presidente, sua saída da presidência representaria uma tragédia para o processo democrático do país, após os protestos que revolucionaram a vida política do país em 2010 e 2011 – processo que ficou gravado na história como Primavera Árabe.

“Não vou tolerar nenhuma ameaça a ordem constitucional. Se trocamos alguém da presidência que está no seu direito legítimo, um ano depois terão novas pessoas fazendo oposição e, depois de uma semana ou um mês, vão pedir a renúncia também. Dessa vez, não haverá revolução”, afirmou à imprensa europeia.
     Fonte: Opera  Mundi
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