domingo, 23 de junho de 2013

Discurso do Secretário Geral da FSM, George Mavrikos, no plenário da 102° Conferência da OIT

sábado, 22 de junho de 2013

FEDERAÇÃO SINDICAL MUNDIAL (FSM) – GRÉCIA





 Rebanadas de Realidad - FSM, Atenas, 19/06/13



Senhoras e senhores,

As condições de vida e trabalho do povo trabalhador hoje são mais difíceis desde a última conferência da OIT.

As taxas extremamente altas de desemprego, redução de salários e pensões, privatizações em todos os setores da economia, políticas criminosas dos empresários no que se refere à falta de segurança nos lugares de trabalho, violência estatal e agressividade imperialista são predominantes.

É significativo que, enquanto a riqueza produzida vai aumentando e os mercados estão cheios de produtos de todo tipo, enquanto os lucros das multinacionais e a maioria dos empregadores continuam sendo absurdamente altas, os direitos dos trabalhadores são eliminados. Estas são as características da profunda crise do sistema capitalista.

Ao mesmo tempo, isso mostra que o capital está aproveitando a crise para aumentar seus lucros, à custa das massas populares.

A situação da classe trabalhadora em todos os continentes vai piorando.

Em Bangladesh, as políticas criminosas das multinacionais e os empresários locais continuam matando trabalhadores. Na Turquia, a violência estatal e o ataque contra os trabalhadores estão aumentando. Na Costa Rica, as greves no setor público estão proibidas. No Panamá, as greves estão proibidas aos trabalhadores do Canal do Panamá. O Chile é um exemplo dos muitos países que, todavia, estão violando os convênios fundamentais ratificados faz 14 anos. No Cazaquistão, nos países do Golfo, Guatemala, quase não existe a liberdade de associação. Na Colômbia, os metalúrgicos e mineradores são atacados constantemente. Os trabalhadores da multinacional GLENCORE estavam em greve durante 98 dias e a multinacional tratam os trabalhadores como delinquentes. A MICHELIN fecha fábrica em Cali e Chusacá. Porém, se levar isso em contra, a OIT excluiu a Colômbia da lista. No Paraguai, dirigentes camponeses são perseguidos, assim como os dirigentes do nosso afiliado MOAPA, são levados a juízo. A classe operária europeia está sendo empurrada para a pobreza pelas políticas aplicadas pela União Europeia e os governos a favor dos empresários. Os trabalhadores e o povo da África vivem em condições péssimas enquanto seus recursos naturais são roubados diariamente pelas multinacionais.

O direito de 8 horas de trabalho estável e seguro, o direito da negociação coletiva setorial e nacional, o direito de greve, o direito à seguridade social e de pensões, o direito à educação pública e saúde se encontram no epicentro do ataque lançado pelo FMI, pelo Banco Mundial, pela União Europeia e pelos governos que os apoiam.

Como Federação Sindical Mundial, que, atualmente, representa 86 milhões de membros em 126 países, vamos deixar de defender estes direitos. Vamos continuar organizando atividades internacionais e jornadas de ação, vamos continuar denunciando estas políticas a nível mundial, vamos continuar organizando o terreno para bloqueá-los, vamos continuar conclamando nossos afiliados e amigos à primeira linha de luta pelos direitos do povo trabalhador.

Lamentavelmente, o papel da OIT e de seus escritórios regionais não está ajudando na construção desta direção. Pelo contrario, os escritórios regionais da OIT em vário continentes, como por exemplo, na América Central e no Oriente Médio, seguem uma política de discriminação contra os trabalhadores. Estão favorecendo outras partes. Eles geram dificuldades e obstáculos para muitos sindicalistas. Isto tem que parar. A função dos escritórios regionais da OIT é tratar todos os trabalhadores e seus representantes por igual. Estamos pedindo que sejam detidas as discriminações contra os afiliados e amigos da FSM, Pedimos a representação proporcional.

Com Federação Sindical Mundial, continuaremos conclamando o movimento sindical internacional para a luta conjunto contra a exploração e a barbárie capitalista. Pelo segundo ano, em 3 de outubro de 2013, chamamos todas as organizações, greves, manifestações e outras atividades pelo direito à alimentação, água potável, medicamentos, livros, habitação para todos, conforme as necessidades atuais do povo.

Ao mesmo tempo, fazemos um chamado a todos os sindicatos combativos, com espírito nacionalista e solidário, para estarem ao lado do povo palestino em sua luta por sua própria pátria independente. Para defenderem o direito do povo da Líbia, do Iraque, Síria, Mali, Venezuela, Honduras, Paraguai de decidir por si mesmos sobre seu presente e futuro, e não a OTAN ou os imperialistas.

Exigirem a suspensão do bloqueio dos EUA e seus aliados contra o povo cubano.

Ao tomar a palavra aqui na OIT, é nosso dever expressar, mais uma vez, o respeito e a admiração da FSM para com a classe trabalhadora da Grécia que, com lutas classistas importantes, resiste, mostra sua desobediência e combate as políticas bárbaras e antipopulares.

Condenamos o Governo da Grécia que despediu, inesperadamente e em uma única noite, 2.660 trabalhadores da Televisão e Radio Públicas Gregas e, com uma decisão ditatorial, fechou a Televisão Pública Grega e a Rádio Pública Grega. Os trabalhadores e os dois milhões de desempregados na Grécia devem saber que não estão sozinhos. Estamos ao seu lado.




Fonte:http://www.rebanadasderealidad.com.ar/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)
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