domingo, 30 de junho de 2013

Venezuela: Maduro alerta contra ultradireita

Latinoamérica
Domingo 30 de Junio de 2013, 04:19 pm

Presidente venezolano alerta que ultraderecha pretende restaurar el capitalismo

No iframes
El presidente venezolano Nicolás Maduro, declaró este domingo que los sectores de la ultraderecha venezolana persiguen restaurar el capitalismo en el país por lo que señaló la actitud antipatriota del dirigente de la coalición opositora Mesa de Unidad Democrática, durante un acto de ascensos militares en la ciudad de Caracas.
El presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, declaró este domingo que los sectores de la ultraderecha venezolana persiguen el objetivo de restaurar el capitalismo en el país suramericano, en declaraciones emitidas durante un acto de ascensos militares en la ciudad de Caracas (capital).
Advirtió que estos grupos de oposición “creen que ha llegado la hora de la restauración del capitalismo, de la restauración de la cuarta República”, por lo que llamó al pueblo venezolano y a los oficiales de la Fuerza Armada Nacional Bolivariana (FANB) a estar alertas ante estas intenciones.
El señalamiento ocurre luego de que fue presentado por el Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), a través de una rueda de prensa encabezada por Jorge Rodríguez como vocero, un audio en el que se escucha a la diputada de derecha María Corina Machado en conversación con el historiador Germán Carrera Damas; en la gravación, Machado afirma que el secretario de la coalición opositora Mesa de la Unidad Democrática, Ramón Guillermo Aveledo, se habría reunido con el Gobierno de Estados Unidos para planear iniciativas desestabilizadoras en Venezuela.
El audio revela que Aveledo dijo al Departamento de Estado de Estados Unidos que “la única manera de salir de esto es provocar una crisis, un golpe de Estado o un autogolpe, o un proceso de atornillamiento y domesticación donde se genera un sistema de control social total”, idea que la diputada Machado consideró “insuficiente y poco radical”.
El dignatario venezolano alertó que “ellos, en su mundo de conspiración, están lanzando un mensaje muy claro de amenaza a la paz y estabilidad de la República”, y por ello ratificó que su compromiso, al igual que el del comandante Hugo Chávez, está dirigido a continuar la revolución socialista.
“No le tengo miedo a burguesías, ni a fascistas, ni a oligarcas, ni a imperio de ningún tipo del mundo entero”, recalcó el presidente Maduro este domingo, al culminar el acto de ascenso de 224 oficiales y tropas profesionales de la Guardia de Honor Presidencial.
Ascenso a oficiales de la Guardia de Honor Presidencial y FANB
Este domingo fueron ascendidos 224 oficiales y tropas profesionales de la Guardia de Honor Presidencial a los grados de teniente coronel, capitán de fragata, mayor, capitán de corbeta, y teniente de navío, durante un acto en el patio de honor del Cuartel de la Montaña, sitio donde reposa el líder de la Revolución Bolivariana, Hugo Chávez.
Maduro consideró esta jornada como “un día de Patria Libre”, al cumplir el mandato del comandante Hugo Chávez en el ideario de construir una Fuerza Armada Bolivariana de carácter "antiimperialista, socialista, patriota y profundamente chavista", resaltando que el chavismo es el cuerpo de ideas, doctrinas y valores del profundo compromiso patrio.
Luego de recibir la boina roja de Comandante en Jefe por parte de un grupo de militares, el mandatario procedió a felicitar a los profesionales de la Guardia de Honor.
En el acto, realizado en la parroquia caraqueña 23 de Enero, señaló que donde está la Fuerza Armada Nacional Bolivariana está Chávez, “con estas manos, de patriota, de chavista, de revolucionario, les colocaré el ascenso a todos ustedes (..) y allí donde les coloque el ascenso, estará colocándoselo el comandante Chávez".
Más temprano, un total de 118 oficiales de los diferentes componentes de la Fuerza Armada Nacional Bolivariana (FANB) fueron ascendidos a los diferentes grados: desde sargento primero hasta teniente coronel y capitán.
teleSUR-AVN-SIBCI/kp-AT

João Pedro Stedile :Perspectivas das mobilizações de rua...

Entrevista com João Pedro Stedile, coordenador do MST

O significado e as perspectivas das mobilizações de rua no Brasil

Nilton Viana (Brasil de Fato)
30.Jun.13 :: Colaboradores
As grandes movimentações de massa que se vêm verificando no Brasil são sobretudo manifestações de jovens. Para João Pedro Stedile a juventude mobilizada, pela sua origem de classe, não tem consciência de que está participando de uma luta ideológica. Assim, estão sendo disputados pelas ideias da direita e da esquerda.

É hora do governo aliar-se ao povo ou pagará a fatura no futuro. Essa é uma das avaliações de João Pedro Stedile, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) sobre as recentes mobilizações em todo o país. Segundo ele, há uma crise urbana instalada nas cidades brasileiras, provocada por essa etapa do capitalismo financeiro. “As pessoas estão vivendo um inferno nas grandes cidades, perdendo três, quatro horas por dia no trânsito, quando poderiam estar com a família, estudando ou tendo atividades culturais”, afirma. Para o dirigente do MST, a redução da tarifa interessava muito a todo o povo e esse foi o acerto do Movimento Passe livre, que soube convocar mobilizações em nome dos interesses do povo.
Nesta entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, Stedile fala sobre o caráter dessas mobilizações, e faz um chamamento: devemos ter consciência da natureza dessas manifestações e irmos todos para a rua disputar corações e mentes para politizar essa juventude que não tem experiência da luta de classes. “A juventude está de saco cheio dessa forma de fazer política burguesa, mercantil”, constata. E faz uma alerta: o mais grave foi que os partidos da esquerda institucional, todos eles, se moldaram a esses métodos. Envelheceram e se burocratizaram. As forças populares e os partidos de esquerda precisam colocar todas as suas energias para ir para a rua, pois está ocorrendo, em cada cidade, em cada manifestação, uma disputa ideológica permanente da luta dos interesses de classes. “Precisamos explicar para o povo quem são os principais inimigos do povo”.
Brasil de Fato – Como você analisa as recentes manifestações que vêm sacudindo o Brasil nas últimas semanas? Qual é a base econômica para elas terem acontecido?
João Pedro Stedile – Há muitas avaliações sobre por que estão ocorrendo estas manifestações. Me somo à análise da professora Ermínia Maricato, que é nossa maior especialista em temas urbanos e já atuou no Ministério das Cidades na gestão Olívio Dutra. Ela defende a tese de que há uma crise urbana instalada nas cidades brasileiras, provocada por essa etapa do capitalismo financeiro. Houve uma enorme especulação imobiliária que elevou os preços dos aluguéis e dos terrenos em 150% nos últimos três anos. O capital financiou – sem nenhum controle governamental – a venda de automóveis para enviar dinheiro para o exterior e transformou nosso trânsito um caos. E, nos últimos dez anos, não houve investimento em transporte público. O programa habitacional Minha casa, minha vida empurrou os pobres para as periferias, sem condições de infraestrutura. Tudo isso gerou uma crise estrutural, em que as pessoas estão vivendo um inferno nas grandes cidades, perdendo três, quatro horas por dia no trânsito, quando poderiam estar com a família, estudando ou tendo atividades culturais. Somado a isso, a péssima qualidade dos serviços públicos, em especial na saúde e mesmo na educação, desde a escola fundamental, ensino médio, em que os estudantes saem sem saber fazer uma redação. E o ensino superior virou loja de vendas de diplomas a prestações, onde estão 70% dos estudantes universitários.
Do ponto de vista político, por que isso aconteceu?
Os 15 anos de neoliberalismo e mais os últimos dez anos de um governo de composição de classes transformou a forma de fazer política em refém apenas dos interesses do capital. Os partidos ficaram velhos em suas práticas e se transformaram em meras siglas que aglutinam, em sua maioria, oportunistas para ascender a cargos públicos ou disputar recursos públicos para seus interesses. Toda a juventude nascida depois das Diretas Já não teve oportunidade de participar da política. Hoje, para disputar qualquer cargo, por exemplo, o de vereador, o sujeito precisa ter mais de um milhão de reais. O de deputado custa ao redor de dez milhões de reais. Os capitalistas pagam e depois os políticos os obedecem. A juventude está de saco cheio dessa forma de fazer política burguesa, mercantil. Mas o mais grave foi que os partidos da esquerda institucional, todos eles, se moldaram a esses métodos. Envelheceram e se burocratizaram. E, portanto, gerou na juventude uma ojeriza à forma dos partidos atuarem. E eles têm razão. A juventude não é apolítica, ao contrário, tanto é que levou a política para as ruas, mesmo sem ter consciência do seu significado. Mas está dizendo que não aguenta mais assistir na televisão essas práticas políticas que sequestraram o voto das pessoas, baseadas na mentira e na manipulação. E os partidos de esquerda precisam reapreender que seu papel é organizar a luta social e politizar a classe trabalhadora. Senão cairão na vala comum da história.
E por que as manifestações eclodiram somente agora?
Provavelmente tenha sido mais pela soma de diversos fatores de caráter da psicologia de massas, do que por alguma decisão política planejada. Somou-se todo o clima que comentei, mais as denúncias de superfaturamento das obras dos estádios, que é são um acinte ao povo. Vejam alguns episódios. A Rede Globo recebeu do governo do estado do Rio de Janeiro e da prefeitura R$ 20 milhões do dinheiro público para organizar o showzinho de apenas duas horas do sorteio dos jogos da Copa das Confederações. O estádio de Brasília custou R$ 1,4 bilhão e não tem ônibus na cidade! A ditadura explícita e as maracutaias que a Fifa/CBF impuseram e que os governos se submeteram. A reinauguração do Maracanã foi um tapa no povo brasileiro. As fotos eram claras, no maior templo do futebol mundial não havia nenhum negro ou mestiço! E aí o aumento das tarifas de ônibus foi apenas a faísca para acender o sentimento generalizado de revolta, de indignação. A gasolina para a faísca veio do governo tucano Geraldo Alckmin, que protegido pela mídia paulista que ele financia, e acostumado a bater no povo impunemente – como fez no Pinheirinho e em outros despejos rurais e urbanos – jogou sua polícia para a barbárie. Aí todo mundo reagiu. Ainda bem que a juventude acordou. E nisso houve o mérito do Movimento Passe Livre, que soube capitalizar essa insatisfação popular e organizou os protestos na hora certa.
Por que a classe trabalhadora ainda não foi à rua?
É verdade, a classe trabalhadora ainda não foi para a rua. Quem está na rua são os filhos da classe média, da classe media baixa, e também alguns jovens do que o Andre Singer chamaria de subproletariado, que estudam e trabalham no setor de serviços, que melhoraram as condições de consumo, mas querem ser ouvidos. Esses últimos apareceram mais em outras capitais e nas periferias. A redução da tarifa interessava muito a todo o povo e esse foi o acerto do Movimento Passe livre, soube convocar mobilizações em nome dos interesses do povo. E o povo apoiou as manifestações. Isso está expresso nos índices de popularidade dos jovens, sobretudo quando foram reprimidos. A classe trabalhadora demora a se mover, mas quando se move afeta diretamente o capital. Coisa que ainda não começou acontecer. Acho que as organizações que fazem a mediação com a classe trabalhadora ainda não compreenderam o momento e estão um pouco tímidas. Mas a classe, como classe, acho que está disposta a também lutar. Veja que o número de greves por melhorias salariais já recuperou os padrões da década de 1980. Acho que é apenas uma questão de tempo, é só as mediações acertarem nas bandeiras que possam motivar a classe a se mexer. Nos últimos dias já se percebe que em algumas cidades menores e nas periferias das grandes cidades já começam a ter manifestações com bandeiras de reivindicações bem localizadas. E isso é muito importante.
Vocês do MST e dos camponeses também não se mexeram ainda…
É verdade. Nas capitais onde temos assentamentos e agricultores familiares mais próximos já estamos participando. Inclusive, sou testemunha de que fomos muito bem recebidos com nossa bandeira vermelha e com nossa reivindicação de reforma agrária, alimentos saudáveis e baratos para todo o povo. Acho que nas próximas semanas poderá haver uma adesão maior, inclusive realizando manifestações dos camponeses nas rodovias e municípios do interior. Na nossa militância está todo mundo doido para entrar na briga e se mobilizar. Espero que também se mexam logo.
Na sua opinião, qual é a origem da violência que tem acontecido em algumas manifestações?
Primeiro vamos relativizar. A burguesia, através de suas televisões, tem usado a tática de assustar o povo colocando apenas a propaganda dos baderneiros e quebra-quebra. São minoritários e insignificantes diante das milhares de pessoas que se mobilizaram. Para a direita, interessa colocar no imaginário da população que isso é apenas bagunça e no final, se tiver caos, colocar a culpa no governo e exigir a presença das Forças Armadas. Espero que o governo não cometa essa besteira de chamar a guarda nacional e as Forças Armadas para reprimir as manifestações. É tudo o que a direita sonha! Quem está provocando as cenas de violência é a forma de intervenção da Policia Militar. A PM foi preparada desde a ditadura militar para tratar o povo sempre como inimigo. E nos estados governados pelos tucanos (SP, RJ e MG), ainda tem a promessa de impunidade. Há grupos direitistas organizados com orientação de fazer provocações e saques. Em são Paulo, atuaram grupos fascistas e leões de chácaras contratados. No Rio de Janeiro, atuaram as milícias organizadas que protegem seus políticos conservadores. E claro, há também um substrato de lumpesinato que aparece em qualquer mobilização popular, seja nos estádios, carnaval, até em festa de igreja, tentando tirar seus proveitos.
Há, então, uma luta de classes nas ruas ou é apenas a juventude manifestando sua indignação?
É claro que há uma luta de classes na rua. Embora ainda concentrada na disputa ideológica. E o que é mais grave, a própria juventude mobilizada, por sua origem de classe, não tem consciência de que está participando de uma luta ideológica. Eles estão fazendo política da melhor forma possível, nas ruas. E aí escrevem nos cartazes: somos contra os partidos e a política? Por isso têm sido tão difusas as mensagens nos cartazes. Está ocorrendo, em cada cidade, em cada manifestação, uma disputa ideológica permanente da luta dos interesses de classes. Os jovens estão sendo disputados pelas ideias da direita e pela esquerda. Pelos capitalistas e pela classe trabalhadora. Por outro lado, são evidentes os sinais da direita muito bem articulada e de seus serviços de inteligência, que usam a internet, se escondem atrás das máscaras e procuram criar ondas de boatos e opiniões pela internet. De repente, uma mensagem estranha alcança milhares de mensagens. E aí se passa a difundir o resultado como se ela fosse a expressão da maioria. Esses mecanismos de manipulação foram usados pela CIA e pelo Departamento de Estado Estadunidense, na Primavera Árabe, na tentativa de desestabilização da Venezuela, na guerra da Síria. É claro que eles estão operando aqui também para alcançar os seus objetivos.
E quais são os objetivos da direita e suas propostas?
A classe dominante, os capitalistas, os interesses do império Estadunidense e seus porta-vozes ideológicos, que aparecem na televisão todos os dias, têm um grande objetivo: desgastar ao máximo o governo Dilma, enfraquecer as formas organizativas da classe trabalhadora, derrotar quaisquer propostas de mudanças estruturais na sociedade brasileira e ganhar as eleições de 2014, para recompor uma hegemonia total no comando do Estado brasileiro, que agora está em disputa. Para alcançar esses objetivos, eles estão ainda tateando, alternando suas táticas. Às vezes, provocam a violência para desfocar os objetivos dos jovens.
Às vezes, colocam nos cartazes dos jovens a sua mensagem. Por exemplo, a manifestação do sábado (22), embora pequena, em São Paulo, foi totalmente manipulada por setores direitistas que pautaram apenas a luta contra a PEC 37, com cartazes estranhamente iguais e palavras de ordem iguais. Certamente, a maioria dos jovens nem sabem do que se trata. E é um tema secundário para o povo, mas a direita está tentando levantar as bandeiras da moralidade, como fez a UDN em tempos passados. Isso que já estão fazendo no Congresso, logo, logo vão levar às ruas. Tenho visto nas redes sociais controladas pela direita, que suas bandeiras, além da PEC 37 são: saída do Renan do Senado; CPI e transparência dos gastos da Copa; declarar a corrupção crime hediondo e fim do foro especial para os políticos. Já os grupos mais fascistas ensaiam Fora Dilma e abaixo-assinados pelo impeachment. Felizmente, essas bandeiras não têm nada a ver com as condições de vida das massas, ainda que elas possam ser manipuladas pela mídia. E, objetivamente podem ser um tiro no pé. Afinal, é a burguesia brasileira, seus empresários e políticos que são os maiores corruptos e corruptores. Quem se apropriou dos gastos exagerados da copa? A Rede Globo e as empreiteiras!
Nesse cenário, quais os desafios que estão colocados para a classe trabalhadora e as organizações populares e partidos de esquerda?
Os desafios são muitos. Primeiro devemos ter consciência da natureza dessas manifestações e irmos todos para a rua disputar corações e mentes para politizar essa juventude que não tem experiência na luta de classes. Segundo, a classe trabalhadora precisa se mover, ir para a rua, manifestar-se nas fábricas, campos e construções, como diria Geraldo Vandré. Levantar suas demandas para resolver os problemas concretos da classe, do ponto de vista econômico e político. Terceiro, precisamos explicar para o povo quem são os principais inimigos do povo. E agora são os bancos, as empresas transnacionais que tomaram conta de nossa economia, os latifundiários do agronegócio e os especuladores. Precisamos tomar a iniciativa de pautar o debate na sociedade e exigir a aprovação do projeto de redução da jornada de trabalho para 40 horas; exigir que a prioridade de investimentos públicos seja em saúde, educação, reforma agrária. Mas para isso, o governo precisa cortar juros e deslocar os recursos do superávit primário, aqueles R$ 200 bilhões que todo ano vão para apenas 20 mil ricos, rentistas, credores de uma dívida interna que nunca fizemos, deslocar para investimentos produtivos e sociais. É isso que a luta de classes coloca para o governo Dilma: os recursos públicos irão para a burguesia rentista ou para resolver os problemas do povo? Aprovar em regime de urgência para que vigore nas próximas eleições uma reforma política de fôlego, que, no mínimo institua o financiamento publico exclusivo da campanha. Direito a revogação de mandatos e plebiscitos populares autoconvocados. Precisamos de uma reforma tributaria que volte a cobrar ICMS das exportações primárias e penalize a riqueza dos ricos, e amenize os impostos dos pobres, que são os que mais pagam. Precisamos que o governo suspenda os leilões do petróleo e todas as concessões privatizantes de minérios e outras áreas publicas. De nada adianta aplicar todo os royalties do petróleo em educação, se os royalties representarão apenas 8% da renda petroleira, e os 92% irão para as empresas transnacionais que vão ficar com o petróleo nos leilões! Uma reforma urbana estrutural, que volte a priorizar o transporte público, de qualidade e com tarifa zero. Já está provado que não é caro, e nem difícil instituir transporte gratuito para as massas das capitais. E controlar a especulação imobiliária. E, finalmente, precisamos aproveitar e aprovar o projeto da Conferência Nacional de Comunicação, amplamente representativa, de democratização dos meios de comunicação. Assim, acabar com o monopólio da Globo, para que o povo e suas organizações populares tenham amplo acesso a se comunicar, criar seus próprios meios de comunicação, com recursos públicos. Ouvi de diversos movimentos da juventude que estão articulando as marchas que talvez essa seja a única bandeira que unifica a todos: abaixo o monopólio da Globo! Mas, para que essas bandeiras tenham ressonância na sociedade e pressionem o governo e os políticos, é imprescindível a classe trabalhadora se mover.
O que o governo deveria fazer agora?
Espero que o governo tenha a sensibilidade e a inteligência de aproveitar esse apoio, esse clamor que vem das ruas, que é apenas uma síntese de uma consciência difusa na sociedade, que é hora de mudar. E mudar a favor do povo. Para isso o governo precisa enfrentar a classe dominante, em todos os aspectos. Enfrentar a burguesia rentista, deslocando os pagamentos de juros para investimentos em áreas que resolvam os problemas do povo. Promover logo as reformas políticas, tributárias. Encaminhar a aprovação do projeto de democratização dos meios de comunicação. Criar mecanismos para investimento pesados em transporte público, que encaminhem para a tarifa zero. Acelerar a reforma agrária e um plano de produção de alimentos sadios para o mercado interno. Garantir logo a aplicação de 10% do PIB em recursos públicos para a educação em todos os níveis, desde as cirandas infantis nas grandes cidades, ensino fundamental de qualidade até a universalização do acesso dos jovens a universidade pública. Sem isso, haverá uma decepção e o governo entregará para a direita a iniciativa das bandeiras, que levarão a novas manifestações, visando desgastar o governo até as eleições de 2014. É hora do governo aliar-se ao povo ou pagará a fatura no futuro.
E que perspectivas essas mobilizações podem levar para o país nos próximos meses?
Tudo ainda é uma incógnita, porque os jovens e as massas estão em disputa. Por isso que as forças populares e os partidos de esquerda precisam colocar todas suas energias, para ir para a rua. Manifestar-se, colocar as bandeiras de luta de reformas que interessam ao povo. Porque a direita vai fazer a mesma coisa e colocar as suas bandeiras conservadoras, atrasadas, de criminalização e estigmatização das ideias de mudanças sociais. Estamos em plena batalha ideológica, que ninguém sabe ainda qual será o resultado. Em cada cidade, em cada manifestação, precisamos disputar corações e mentes. E quem ficar de fora, ficará de fora da historia.

Documentário retrata territórios palestinos como laboratório para indústria bélica de Israel

"The Lab", do diretor Yotam Feldman, mostra como guerras ajudam no aumento das vendas de armamentos do país

O documentário The Lab (O Laboratório, em tradução livre), do diretor israelense Yotam Feldman, expõe a alta lucratividade dos "testes" realizados pelo Exército de Israel nos territórios palestinos, para a indústria militar do país.

De acordo com o filme, realizado com o apoio do canal 8 da TV israelense, a cada operação militar, novas armas são testadas, gerando um aumento direto das vendas no mercado internacional.

Guila Flint/Opera Mundi

O diretor do documentário vê as guerras como uma fonte de lucro, e não como um peso para Israel


Feldman, de 32 anos, trabalhou três anos e meio para produzir o filme, de 58 minutos, no qual entrevista figuras-chave da indústria bélica israelense.

Alguns dos personagens são militares da reserva e outros são exportadores e empresários. Todos falam abertamente sobre seu ramo de trabalho e expõem visões de mundo diversas.

"Quis fazer um filme sobre esse assunto, que é duro, mas sem cair nos clichês", disse Feldman a Opera Mundi. "Escolhi os personagens que me pareceram mais sinceros e que foram capazes de falar com mais desenvoltura sobre seus negócios.”

Segundo o diretor, durante a pesquisa para fazer o filme, ele se convenceu de que "a prosperidade da economia israelense não ocorre apesar das guerras, mas sim, em grande parte, em decorrência das guerras".

"Na minha pesquisa descobri que, do ponto de vista econômico, as guerras não são uma carga, mas uma fonte de lucro.”

Divulgação
Feldman explica que não há necessariamente uma relação de causalidade entre a motivação para as guerras e os lucros econômicos, ou seja, ele não afirma que Israel inicia guerras supostamente para obter benefícios financeiros.

"Apenas constato que, após cada guerra, na qual são testadas novas armas, as vendas dessas armas aumentam e os lucros são muito grandes", disse.

"Hipocrisia"

Um dos personagens principais do documentário, o general Yoav Galant, aponta o que chama de "hipocrisia" da comunidade internacional.

"Eles denunciam as operações militares de Israel, mas depois todos vêm aqui comprar nossas armas", afirma Galant, que foi chefe do Comando Sul do Exército de Israel e um dos principais planejadores da chamada Operação Chumbo Fundido, que deixou cerca de 1.400 palestinos mortos na Faixa de Gaza e 13 mortos do lado israelense.

Depois dessa ofensiva, que começou em dezembro de 2008 e terminou em janeiro de 2009, as exportações de armas israelenses para dezenas de países aumentaram em 2 bilhões de dólares.

Hoje em dia as vendas do setor bélico são calculadas em 7 bilhões de dólares, o que representa cerca de 20% do total das exportações israelenses.

De acordo com Ehud Barak, que foi ministro da Defesa de 2007 a 2013, cerca de 150.000 famílias em Israel (quase 1 milhão dos 8 milhões de habitantes) se sustentam da indústria militar.

"De certa forma, toda a sociedade israelense sai ganhando com a exportação militar, que, por sua vez, ganha credibilidade com os 'testes' realizados nas guerras", afirma Feldman, que também menciona o fato de muitos dos fundos de pensão no país investirem nas ações sólidas de empresas militares.

Em um dos trechos do filme, o ex-ministro da Defesa Binyamin Ben Eliezer afirma que outros países "gostam de comprar armas que já foram testadas, nossa experiência traz bilhões de dólares para Israel".

"Se algum dia tivermos paz e perdermos o 'laboratório' em Gaza e na Cisjordânia, com certeza esses lucros vão se reduzir significativamente", disse Feldman.

Segundo a revista britânica especializada em assuntos militares, a Jane's IHS, Israel é o sexto exportador de armas do mundo e, desde 2008, o volume de negócios do país nesse setor aumentou em 74%.

Filosofia militar

Outro personagem do documentário é o filósofo militar Shimon Naveh. Naveh colabora no planejamento estratégico "filosófico" do Exército de Israel e foi um dos autores do que chamou de tática "fractal" na ocupação da Kasbah (centro histórico) da cidade palestina de Nablus, na Cisjordânia, em 2002.

Em abril daquele ano, depois de uma onda de atentados suicidas nas grandes cidades israelenses, o governo, então chefiado pelo ex-primeiro-ministro Ariel Sharon, resolveu reocupar todas as cidades palestinas que haviam sido entregues à Autoridade Palestina, comandada por Yasser Arafat.
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O plano "fractal" do filósofo Naveh consistiu em ocupar o centro antigo de Nablus, com suas ruelas estreitas, por intermédio da invasão das casas palestinas, sendo que a passagem de uma casa a outra foi feita através de buracos detonados por explosivos nas paredes.

Segundo Naveh, com essa tática o Exército israelense conseguiu surpreender e derrotar os combatentes palestinos que haviam se preparado para uma invasão pelas ruas.

"Viramos o jogo", disse Naveh, "deixamos as ruas vazias e entramos pelas paredes".

De acordo com Naveh, esse e muitos outros métodos são ensinadas por treinadores israelenses a oficiais de muitos exércitos do mundo que vêm aprender em Israel.

Treinamento israelense para o BOPE

Um dos maiores importadores da indústria militar israelense é o Brasil. De acordo com Feldman, o Brasil compra aviões não tripulados, mísseis e programas de treinamentos especializados de empresas israelenses, tanto privadas como estatais.

Um dos principais exportadores para o Brasil é o israelense-argentino Leo Gleser, que esteve envolvido no treinamento do BOPE antes da pacificação das favelas do Rio de Janeiro.

Divulgação

Gleser diz que tenta transformar a venda de armamentos em "um pacote menor e menos fedorento"


"A semelhança física entre as Kasbas (centros históricos) das cidades palestinas e as favelas brasileiras é muito grande", disse Feldman. “Os campos de refugiados palestinos, com suas ruelas estreitas, também são muito parecidos com as favelas".

"Portanto, a experiência de Israel nos territórios palestinos é relevante para o BOPE".

Parte do filme se passa no Complexo do Alemão, onde Leo Gleser é visto sendo calorosamente recebido por oficiais brasileiros que confirmam ter sido treinados por empresas israelenses.

Em uma das cenas, o exportador toma uma caipirinha com Feldman em um bar no Rio de Janeiro.  O diretor lhe pergunta se ele não sente alguma contradição entre seu duro ramo de negócios, "que mata muita gente", e seu caráter simpático, "como pai e avô carinhoso".

Gleser retruca com perguntas: "Você acha que a vida é uma caixa de bombons? Quando você era pequeno sua mãe não limpava seu cocô?".

"Eu não crio a merda, apenas trabalho para transformá-la em um pacote menor e menos fedorento", acrescentou.

Ironia

O documentário também tem uma dose sutil, porém significativa, de ironia. Em uma das cenas, um dos empresários se vangloria de que cada míssil que vende no mercado internacional "vale um apartamento em Tel Aviv" (os preços dos imóveis na cidade estão entre os mais altos do mundo).

Nesse momento, Feldman responde: "mas cada míssil desses também pode destruir um apartamento em Tel Aviv".

"Acho que a ironia, que faz parte de mim, de certa forma facilita olhar para essa realidade, cujos conteúdos são duros", disse Feldman.

De acordo com o diretor, todos os personagens do filme já tiveram a oportunidade de ver o resultado final e "nenhum deles se arrependeu de ter participado".

"Os personagens que entrevistei concordaram em abrir seu mundo perante a câmera, dando ao público uma oportunidade inédita de conhecer de perto uma realidade que geralmente fica apenas nos bastidores", concluiu.


sábado, 29 de junho de 2013

Fábio Bezerra/PCB : Organizar, Estudar e Lutar!

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(Eis a fórmula de Lênin para se inserir revolucionariamente na Luta de Classes)
Compreender o cenário atual, seus atores políticos, organizar as massas em jornadas que de fato representem vitórias de classe e ou acúmulo de experiência revolucionária e a consecutiva alteração no nível da consciência política são as expressões dialéticas da necessária luta ideológica e orgânica que os comunistas devem travar nesse momento.
As recentes manifestações do Congresso brasileiro e do Senado aprovando 75% dos royaltes da exploração do Petróleo para a educação e 25% para a saúde e a avaliação em caráter de urgência pelo Senado da aprovação da Lei do Passe Livre para estudantes do ensino secundarista, são iniciativas do parlamento que tentam dar respostas rápidas ao clamor das massas, principalmente aos setores mais organizados e que despertaram a onda de manifestações por todo o país, caso da juventude em especial.
Mas no vácuo desse processo que vem das manifestações das ruas e que ainda está em aberto, é muito provável que os setores mais conservadores e parcela dos liberais que momentaneamente dão apoio ao Governo Dilma, irão se articular para através da bandeira da reforma política promover emendas que restrinjam mais ainda a possibilidade de partidos de esquerda conseguirem ter alguma participação no Poder, seja via congresso ou câmaras municipais e ou estaduais.
Ao ouvir a entrevista do Presidente do STF, o Ministro Joaquim Barbosa, ficou claro o destaque em torno da proposta do voto distrital, forma de reduzir a participação do eleitorado de um estado a uma sessão específica apenas e o mandato revogável (desde que o distinto parlamentar não se condicione a determinadas regras de conduta que serão estabelecidas pelo próprio congresso) presumindo-se daí que aqueles parlamentares que se envolverem com manifestações consideradas desordeiras ou com movimentos classificados como “terroristas” segundo o PL 728/2011 que tramita no congresso, poderão vir a perder os seus direitos.
Ora, a Lei da Ficha Limpa, em tese, barraria políticos desonestos, fraudadores, corruptos e que sofriam algum tipo de processo ou foram condenados em processos cíveis ou penais por crimes dessa natureza. No entanto, sabemos de muitos casos de bandidos e corruptos pertencentes à alta burguesia que puderam se candidatar, ao mesmo tempo em que não foram poucos os militantes de movimentos sociais, como os sem-terra, por exemplo, que por estarem respondendo a processos por “invasão de terras”, movido por latifundiários, também tiveram seus direitos políticos restringidos.
Do ponto de vista politico há uma diferença abismal entre uma situação e outra !
O Governo Dilma está acuado pelas pressões que vêm das ruas e tentará dar respostas até determinados limites a essas reivindicações, sem contudo alterar a lógica perversa da macroeconomia em curso há mais de dez anos e que em grande medida é a responsável direta pela falência do sistema público e aumento das contradições sociais a que a grande maioria da população está submetida. Um dos elementos desse processo é a manutenção do superávit primário, que mesmo tendo diminuído nesse primeiro semestre em comparação com o mesmo período do ano passado, ainda é altíssimo. Além disso, nada foi feito na contramão do processo de aprofundamento das relações capitalistas e da superexploração dos trabalhadores em nosso país.
Mas temos que avaliar alguns aspectos desse cenário “novo” que se instalou no país desde o início da Copa das Confederações.
Destaquei entre aspas a ideia de novo, como alguns colunistas tem redigido por aí, pois sempre ocorreram manifestações de rua no país nesses últimos anos, porém, com singularidades muito específicas (campanhas salariais, reivindicações locais, protestos de determinados grupos sociais) sem contudo atingir uma conotação nacional e ampla como o que ocorre nesse momento.
Ao contingente de indignação contra tantas arbitrariedades, muitas delas amplamente divulgadas em veículos televisivos, outras sentidas no dia a dia da classe trabalhadora, somou-se a volumosa propaganda feita pela mídia às passeatas promovidas pelo MPL (Movimento pelo Passe Livre) em São Paulo contra o aumento das passagens de ônibus, feita no governo petista e assim como em 1992, que após dar destaque à onda de passeatas na avenida Paulista puxadas pela UNE e UBES, a imprensa conseguiu proliferar como rastilho de pólvora manifestações em toda a parte e com significados muito parecidos.
Mas é bom que se entenda que a proximidade entre o Movimento do Fora Collor e as atuais manifestações de rua ficam apenas no quesito divulgação pela mídia, pois no resto possuem muitas e significativas diferenças.
Primeiro, em 1992, a UNE e a UBES (unificada pouco antes) eram as duas principais entidades estudantis e que se prestaram a impulsionar nas ruas as primeiras manifestações pelo impeachment de Fernando Collor, abalado por uma sequência de denúncias de corrupção veiculadas pela mídia e que alimentaram o sentimento de revolta da população.
Outro dado necessário para se destacar é que naquele episódio havia um foco central que era a questão da corrupção no Governo Federal e em um determinado momento chegou-se até a haver uma disputa política entre as forças de esquerda que participavam dos protestos em relação aos rumos que deveriam ser dados pós-impeachment, pois um setor defendia o arrefecimento das manifestações e o diálogo com o recém empossado presidente Itamar, acreditando em um pacto entre classes e outros defendiam a radicalização do movimento com a ampliação das reivindicações.
Na prática nem uma e nem outra, pois nem se radicalizou mais as manifestações - e nesse sentido as entidades de classe (CUT, UNE e UBES) tiveram papel preponderante -, tampouco houve o tão sonhado pacto governamental.
Sanada a questão do posto mandatário da república, a mesma mídia que alardeou as manifestações e promoveu o denuncismo, subsumiu o movimento no espectro da ordem e da moralidade instauradas com a posse de Itamar.
Mas isso não significa que o neoliberalismo tenha sido interrompido.
Hoje não foram as entidades de classe a organizarem e protocolarem as pautas das manifestações, mas, ao contrário, foram movimentos alternativos aos Partidos de Esquerda e às grandes entidades de classe (estas últimas hoje em sua grande maioria fazendo parte da base de apoio ao governo) a impulsionar tais manifestações que encontram no senso comum e na ausência de uma formação política de corte mais classista o ambiente propício para o discurso moralista e os preconceitos tipicamente pequeno-burgueses contra os partidos e entidades de classe.
Nesse ponto é importante destacar que essas entidades de classe, em especial a CUT e a UNE, possuem significativa responsabilidade pela ausência de uma cultura de formação da consciência política da juventude e mesmo de parcela da classe trabalhadora, pois se apagaram enquanto movimentos autônomos e combativos, agregando-se como correias de transmissão das políticas do governo substituindo a combatividade e independência de classe por cargos e exclusividade em projetos financiados pela estrutura do Estado.
O fruto disso pode-se verificar em uma geração de jovens que desconfiam dos sindicatos e que não se veem representados pelas entidades estudantis ligadas à UNE e à UBES.
Quanto aos partidos, há uma evidente degeneração desse tipo de estrutura organizativa no país, aos olhos da população em geral, mas o uso do preconceito aos partidos em geral tem como epicentro as contradições expostas por tantos oportunistas do PT e do PC do B que, uma vez no poder, nada fizeram para romper com as causas das contradições do sistema capitalista, servindo como exemplo pelos discursos de direita e por setores oportunistas que são contra a presença de partidos marxistas nos movimentos, como forma de rechaçar qualquer possibilidade de participação de partidos revolucionários nessas movimentações.
É importante ter claro que, diante da crise do sistema capitalista que se aprofunda em todo o mundo e que, parece, será mais implacável com os países em “ascensão”, não interessa à burguesia o crescimento da influência da esquerda marxista junto às inevitáveis manifestações de rua, pois isso seria altamente perigoso às pretensões das investidas contra direitos trabalhistas e mesmo contra as medidas de austeridade que inevitavelmente irão ser aplicadas no país com o desenvolvimento da recessão econômica e as imposições dos organismos financeiros internacionais.
Quando digo inevitáveis manifestações é porque inauguramos no cenário político do país uma nova etapa de organização e manifestação das lutas sociais.
Retomando como parâmetro de amplo movimento de massas ocorrido nesse país, ao contrário de 1984 que tinha como pano de fundo as “Diretas Já” ou 1992 o “Fora Collor”, o que marca a atualidade desse movimento de massas é a amplitude das reivindicações que vão desde o preço das passagens de ônibus, até a presença do Deputado evangélico Marcos Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos do Congresso, desde questões relativas à desmilitarização da PM, a defesa da redução da maioridade penal, da luta específica contra governos locais à adoção da pena de morte no Brasil!
Ou seja, no vácuo de uma plataforma mínima de reivindicações, o movimento se tornou o esteio de diversas pautas, algumas sem a devida atenção dada por centrais e sindicatos e muitas inclusive tipicamente conservadoras e reacionárias e que vão tentando “disputar” corações e mentes daqueles que assistem e ou se envolvem nas passeatas.
Inevitáveis também porque, com a ampla divulgação dos atos de rua desde o Amapá até o RS e com a facilidade com que os manifestantes convocam e divulgam em redes socais os atos, sem necessariamente pedir licença ao sindicato A ou ao Partido B, impulsionados pela indignação e pela resposta com que os governos deram a redução (renúncia fiscal) das passagens de ônibus em diversas cidades, mais e mais atos de rua irão ocorrer nos próximos meses e com certeza no ano de 2014, quando Copa do Mundo e eleições gerais serão os palcos dessas manifestações.
É importante, ao meu ver, ter claro que nesse momento estamos diante de uma possível diáspora em curso nas manifestações de rua.
De um lado há movimentos sociais, suprapartidários e alguns se autodenominando apartidários, como é o caso do MPL, que por terem essas características tentaram reunir os descontentes contra a ordem e tentaram dar um sentido programático e ideológico às ações de rua. Nesse contexto, entendo que os Partidos do campo marxista devem procurar estabelecer diálogos táticos no sentido de aprofundar a caracterização da crise econômica e social não como fenômeno moral ou democrático (ausência de ou caduquice do atual modelo), mas como efeito dialético da crise do modo de produção capitalista. Esse campo guarda ainda contatos e diálogos com os atingidos pelas contradições do sistema e são mais factíveis de possíveis ações conjuntas contra a ordem capitalista, mesmo que não haja ainda uma mesma estratégia para a ação política.
De outro lado, a Direita transvestida de oposição tenta sequestrar a indignação da juventude em especial, alimentando o preconceito às organizações de esquerda em geral, com discursos e ou slogans tipicamente fascistas e não raro com repressão física a todo e qualquer militante de esquerda que esteja participando das manifestações de rua. Creio que mesmo com a diminuição do espaço dessas organizações ou mesmo de seus ecos junto as movimentações de rua, pois setores que compõem o grupo configurado acima já identificaram essa ação oportunista da Direita e a todo tempo rechaçam esses grupos fascistas e seu ufanismo nacionalista, as provocações ainda continuarão, alimentando-se do senso comum até que consigam ter um corte próprio ideológico e orgânico junto as massas, em especial a juventude.
Isso pode significar, no futuro próximo, ações de rua tipicamente fascistas e conservadoras, instrumentalizadas por partidos de Direita que nesse momento estão fora do poder administrativo do Estado brasileiro e mesmo a criação de entidades de massas com discurso anti-partidário e não apartidário tendo como princípios os ideais da pátria e a moralidade judaico cristã.
Ainda nesse assunto, haverá sem sombra de dúvidas um pseudo-revigoramento, mesmo que plastificado e imposto pelas circunstancias, dos chamados movimentos sociais da ordem, ou seja, aqueles sindicatos e entidades de classe que estiveram ausentes das ruas e se transformaram em correntes de transmissão das políticas do Governo. Estes têm tentado nesse momento participar das passeatas, mas guardam profundas diferenças em relação aos outros movimentos sociais e partidos de esquerda em relação às críticas e responsabilidades ao Governo Federal, advogando inclusive o clima de golpe institucional contra a presidente da república e a ação direta do PSDB e DEM como artífices desse possível processo.
O fato é que vivemos uma fase onde a luta de classes no Brasil atingiu um elevado e rico processo de efervescência, onde todos os setores têm se manifestado e os atores políticos se apresentam com todas as suas potencialidades.
É importante destacar que as ações de "vandalismo" e enfrentamento contra as forças de repressão do Estado ocorreram em outras grandes manifestações de massas em 1984 e 1992 e acontecem esporadicamente em outras tantas manifestações de rua que ocorrem sempre em que há uma ação repressiva da PM e ou a exaustão de qualquer perspectiva de atendimento de negociação com os governos locais. Mas dessa vez é diferente.
Nunca antes foram vistas tantas ações congêneres como nas atuais manifestações e curiosamente com a mesma intensidade e com o mesmo modus operandi.
Apenas vivendo a realidade dos confrontos de rua é que conseguimos identificar ao menos três tipos distintos de manifestantes que provocam os tão divulgados atos de vandalismo que passaram a ser ultimamente as cenas mais destacadas das manifestações e que possuem um porquê dessa divulgação, que mais abaixo tentaremos identificar.
Mas quanto aos chamados “vândalos” podemos classificar em :
a) Os movimentos políticos organizados que necessariamente não possuem a mesma origem e identidade ideológica, chegando mesmo a serem antagônicos (alguns agrupamentos de orientação anarquista e skinheads);
b) O lúmpen de aluguel a serviço de Partidos e ou políticos de Direita e que estão em oposição ao Governo Federal formado principalmente por membros de torcidas organizadas e mercenários de artes marciais que se prestam a agitar os manifestantes mais jovens e propensos ao enfrentamento como forma de esvair sua revolta e a reprimir os militantes de esquerda.
c) E parte da juventude trabalhadora, que aproveita o ensejo das manifestações para exprimir sua revolta e repulsa ao sistema que os oprime e descrimina, através justamente da quebradeira e da violência direta contra tudo aquilo que representa o Estado ou a ordem social.
A esse último grupo cabe uma atenção redobrada da esquerda, pois essa gama de jovens tem experimentado diretamente na escola dos enfrentamentos de rua, uma lição primorosa da luta de classes, ou seja, o embate contra as forças de repressão do Estado capitalista, mas infelizmente canalizam sua revolta e indignação em ações poucos consequentes e muito pouco construtivas para consolidar de fato uma conduta revolucionária; ao contrário, acabam jogando “água no moinho” daqueles que tentam desqualificar as manifestações perante os olhos da chamada opinião pública, construindo assim o patamar para justificar as ações repressivas do Estado contra as futuras e inevitáveis manifestações que ocorreram, seja lá quem forem os governantes eleitos em 2014.
Haverá, sem sombra de dúvidas, uma forte tendência a aumentar a criminalização aos movimentos sociais e tentativa de desmoralizar atos de rua perante a opinião pública, na tentativa de combater ideologicamente as expressões que se manifestam, vindas principalmente dos setores da classe trabalhadora.
O grau de violência e agressividade, ora estimulado pela Direita para causar uma sensação de instabilidade política contra o Governo Federal, ora para desqualificar o próprio movimento, possui uma contradição in loco que foge ao controle da mídia que tanto explorou esses episódios inicialmente, pois demonstra o grau de radicalidade que parcela dos manifestantes atingiram e mesmo que tentam canalizá-la eleitoreiramente contra o Governo Federal, sabe-se bem que esses episódios representam um potencial perigo para a manutenção do status quo da sociabilidade do capital caso parte desses manifestantes forem organizados com o mesmo ímpeto e coragem a enfrentarem as políticas, governos e estruturas sociais que os exploram.
Enfim, o Governo Federal tenta fazer do limão uma limonada, ou seja, emplacar algumas medidas que possam diminuir a cobrança nas ruas (como é o caso do Passe Livre) e mesmo antecipar reformas que estariam previstas mas não encontravam condições internas satisfatórias ou cômodas, como é o caso da chamada Reforma Política. Tenta se antecipar frente à oposição de direita, mas poderá fazer o jogo do “quem dá mais”, leiloando essas medidas para mitigar o apoio da burguesia e do mercado financeiro internacional para continuarem no poder.
Aos movimentos sociais progressistas e que não possuem “rabo preso” com os governos sociais-liberais do PT e aliados e tampouco nutrem ilusões com a teoria de disputar o governo à esquerda nesse momento de crise, como advogam algumas organizações que acreditam que o atual governo e mesmo o PT poderão ter uma postura mais popular e progressista frente às pressões das massas, cabe manter o movimento vivo e depurar nas contradições vividas nas ruas e com a dinâmica que se dará nos próximos meses, as reais necessidades de alteração da ordem, das reivindicações paliativas e dos grupos oportunistas de fato, que se infiltram para fins outros que não seja a radicalização da luta de classes a um patamar de ruptura com o sistema, organização do povo e fomentação de uma consciência de classe revolucionária.
Nesse sentido, a pequena-burguesia reformista, os agrupamentos fascistas e a direita liberal, serão sem dúvidas desmascarados.
Mas ainda continuo compreendendo que cabe aos partidos revolucionários um papel destacado nesse processo e sou pessimista quando leio ou escuto avaliações de intelectuais e ou setores movimentistas e ou espontaneístas que pregam o preconceito ideológico aos marxistas e em especial às organizações leninistas.
Decerto que o hegemonismo professado por algumas dessas organizações de esquerda, além de comprometer o debate e convencimento ideológico, condição sine qua non para se estabelecer qualquer início de ação tática em uma frente de massas, respeito e confiança necessários, acaba servindo de exemplo para a desconfiança e ou preconceito, que nessa altura do campeonato só atende às forças conservadoras ou aos colaboradores de classe, que querem manter ainda alguma influência nos movimentos sócias e depois vender-se como porta-vozes para a elite em nome da democracia.
Ao meu ver estamos diante de um cenário onde os revolucionários têm que buscar dialogar com esses movimentos sociais de novo tipo, que mesmo não tendo acento junto ao operariado, representam setores significativos da sociedade e que vêm sofrendo cada vez mais as contradições do sistema e compreendendo na luta direta que travam contra os governos e os organismos políticos e ou financeiros do sistema a realidade das contradições políticas, substanciadas nas condutas práticas ( leis, manejo dos recursos públicos, posicionamento do parlamento, acordos espúrios etc,etc).
Dar um sentido de classe a estas contradições, demonstrar a necessidade da unidade política como forma de avançar e unificar as lutas diversas contra o mesmo monstro capitalista, politizar o debate sob pautas mais abrangentes e que desmascarem o Estado e a democracia burguesa, assim como os seus agentes, são algumas das tarefas que os comunistas e demais revolucionários possuem nesse momento.
Aliança se faz sob as trincheiras da luta contra o mesmo inimigo e nesse sentido passos importantes estão sendo dados em diversas capitais do país, onde o preconceito aos partidos de esquerda e a desconfiança estão dando lugar a importantes ações conjuntas entre partidos revolucionários e os movimentos autônomos.
O pronunciamento em defesa da esquerda e contra o antipartidarismo, feito pelo MPL após a Prefeitura de São Paulo ter retornado as tarifas aos patamares anteriores, foi uma importante manifestação no sentido da unidade política progressista que ajudou a combater o preconceito incutido em muitos ativistas.
A tentativa de organização das manifestações em BH através do COPAC (Comitê Popular dos Atingidos pela Copa) que reúne diversos movimentos setoriais e agrupamentos anticapitalistas também é uma importante ação no sentido de tentar organizar e coordenar as legitimas manifestações de rua ora em curso, que até o momento estavam sendo disputadas pela Direita liberal e pelos fascistas de plantão.
Mas dentro desse processo todo cabe às esquerdas a tentativa de firmar uma necessária frente política, anticapitalista e anti-imperialista, a fim de garantir não apenas a intervenção ideológica contra a hegemonia conservadora que pode se efetuar sobre os movimentos de massas, mas a retomada de uma agenda programática com conteúdo socialista e que possibilite avanços reais rumo a perspectiva do Poder Popular.
Fábio Bezerra.
Professor EBTT de Filosofia-Instituto Federal e membro do CC do PCB
PCB Creative Commons

Colômbia/ Catatumbo Resiste. Santos: Não mate seu povo

sábado, 29 de junho de 2013






"……..yo soy el hombre que ha perdido el miedo para decirle a los de arriba los que son/
de fiesta en fiesta mantienen al pueblo para que nunca estalle la revolución/
aquí en Colombia todo lo bueno está planeado pa’ los de arriba, y los de abajo siguen viviendo sin pan sin techo y sin medicina….".
        Leandro Díaz, compositor de vallenatos  
Os camponeses e moradores colombianos da região do Catatumbo, Departamento de Norte de Santander, tem sido vitimas das políticas de exploração estrangeira patrocinadas pelo governo do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que juntamente com os comandantes do exército e da polícia vêm apontando os lavradores de ser aliados ou “infiltrados” da insurgência, com o único objetivo de não atender às suas reivindicações e que, ao contrário, militarizou a região e está assassinado, com balas, tacapes e gases, aos manifestantes com o fim de frear a mobilização do povo que exige o cumprimento dos seus justos direitos e que, em número não superior a 20 mil, tem-se mobilizado há mais de três semanas.   
Este presidente, a quem bem cabe o termo de pacificador que fala de paz nos cenários nacionais e internacionais e que se oferece como “mediador” para o conflito entre Israelenses e Palestinos, não pratica no seu país o que tenta oferecer no exterior e que está atacando, sem misericórdia, indolente e brutalmente, à população colombiana, seguindo a estratégia de guerra ordenada pelo governo norteamericano e assinando convênios de apoio com a OTAN para continuar aplicando na Colômbia a guerra contrainsurgente com tecnologia de ponta.
Os camponeses do Catatumbo apenas reclamam que a erradicação dos denominados cultivos ilícitos seja feita de forma gradual e de comum acordo com as comunidades, além de pedir ao governo colombiano que autorize a criação da Zona de Reserva Camponesa, prevista em lei há mais de duas décadas. 
Entretanto, até agora a única resposta que os manifestantes receberam tem sido as balas dos militares e policiais do Estado que já assassinaram seis lavradores e feriram a mais de meia centena de pessoas.
As reivindicações justas da população do Catatumbo são uma manifestação e rebeldia a mais contra a denominada locomotora mineira que está saqueando a Colômbia dos seus recursos naturais para beneficio exclusivo das multinacionais, deixando somente mortos, desolação, deslocamento e violência na Colômbia.
 
Desde a Europa denunciamos e pedimos aos diversos países da União Européia que se manifestem urgentemente sobre esta situação e que nos diversos parlamentos onde se discute o acordo do Tratado de Livre Comércio entre a UE e a Colômbia sejam suspensas ou negativadas visto que não é concebível que os países civilizados e defensores dos Direitos Humanos patrocinem e assinem acordos com um governo colombiano corrupto e assassino.
Ao mesmo tempo, responsabilizamos o governo colombiano pelos mortos e feridos, e exigimos parar com a violência contra o povo do Catatumbo, bem como pedimos a solidariedade e o apoio internacional urgente para com os milhares de lavradores que hoje se levantam contra a exploração e o abandono ao qual têm sido submetidos por um governo e um sistema que, internacionalmente, diz viver em democracia, mas que mata, massacra, desaparece, desloca e aprisiona os que contra ele protestam.
Acompanhamos solidariamente aos manifestantes do Catatumbo em suas lutas assim como motivamos aos camponeses do restante da Colômbia para que percam o medo e se levantem organizadamente a se solidarizar com seus companheiros do Catatumbo e exijam seus direitos e reivindicações, demonstrando de passagem, ao próprio presidente Juan Manuel Santos, que a chave da paz com justiça social não está nas mãos de um mandatário com vocação de pacificador, mas com o povo em seu conjunto.
Convocamos as organizações internacionais para que se juntem aos delegados do Canadá, França, Espanha e do Observatório dos Direitos Humanos Paz e Conflito Alfredo Correa D’Andreis da Universidade Distrital de Bogotá, que estão preparando uma missão a ser realizada no contexto da campanha nacional e internacional de solidariedade com as comunidades: “O Catatumbo Resiste”. Nos dias 3 a 6 de julho, faremos uma visita à região acompanhados de representantes da mídia internacional. A missão se encontrará com os camponeses e comunidade, com o propósito de receber as denuncias sobre os ataques e violações dos direitos humanos sofridos pelos milhares de habitantes para, posteriormente, apresentar um relatório aos órgãos internacionais de defesa dos direitos humanos.

(*) Eliécer Jiménez Julio é membro do Observatório dos Direitos Humanos Paz y Conflito “Alfredo Correa D’ Andreis”, da Universidade Distrital de Bogotá - Capitulo Europa.
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Privatizações-desnacionalizações : Honduras e a saga das cidades privadas

Honduras e a saga das cidades privadas

Modelo de privatização não surge apenas em Honduras e está presente inclusive no Brasil

Alguns de vocês podem lembrar o “negócio” do governo de Honduras com uma empresa norte-americana para a construção de “cidades modelo” no país. O acordo – consolidado através de um projeto de lei aprovado no Congresso – permitiria a cessão de um pedação do território hondurenho pra a empresa construir, vender e gerir a cidade, definindo para isto inclusive uma legislação própria, distinta do conjunto do país.

Depois de intensa polêmica e mobilização por parte de entidades e organizações contrárias ao projeto, em outubro do ano passado, a Suprema Corte hondurenha considerou o projeto inconstitucional por violar os princípios de soberania e integridade territorial.

Mas esse não foi o fim da história. Em dezembro, o Congresso Nacional hondurenho aprovou a destituição de quatro juízes da Suprema Corte e, no mesmo dia, o presidente do Congresso juramentou os quatro novos juízes que os substituiriam. A Relatora Especial da ONU para a independência do judiciário, Gabriela Knaul, questionou o motivo para a destituição desses juízes, argumentando que esse é um procedimento usado em casos de má conduta ou incompetência, e não deveria ser usado como represália contra juízes independentes.
Segundo notícias da imprensa hondurenha, essa destituição está diretamente relacionada à questão das cidades modelo. Os juízes destituídos foram exatamente aqueles que votaram contra as cidades privadas. Na semana passada, o Congresso apresentou e aprovou um novo projeto para construção dessas cidades, que inclui diversas modificações na Constituição nacional.

De acordo com o advogado Óscar Cruz, responsável por conseguir a inconstitucionalidade da lei anterior, o projeto aprovado não é o mesmo, é pior: viola a organização territorial do Estado, a forma do governo, o marco jurisdicional do país e os direitos fundamentais dos habitantes. Além disso, não foram estabelecidos limites nem territoriais nem jurídicos para a aplicação das zonas das cidades modelo.

A aprovação do projeto no Parlamento gerou diversos protestos e, provavelmente, será submetida à Suprema Corte mais uma vez. Contudo, com sua nova composição, as cidades modelo podem ser ratificadas e, finalmente, implementadas. O perigo das cidades privatizadas que ronda Honduras nada mais é do que a exacerbação de um modelo que se insinua em várias cidades do mundo, inclusive do Brasil, no qual a dimensão essencial do caráter público e universal da cidade e do papel do Estado em garanti-lo e promovê-lo é abandonado em nome de uma lógica pautada unicamente pela rentabilidade do negócio. Honduras pode ser a ponta de lança para que esse modelo atinja outros lugares do globo.

* artigo publicado originalmente no blog da autora
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Detalhes do atentado cotra TV Síria em agosto de 2012

Confiesa terrorista como detonó una bomba dentro de la TV siria en agosto del año pasado
Jun 29, 2013

Damasco, SANA
El terrorista Mahmoud Mohamed Hassan, admitió como colocó un artefacto explosivo en el edificio de la Dirección General de Radio y Televisión y lo detonó por control remoto, el día 6 de agosto del año pasado, lo que provocó la lesión de un número de trabajadores, además de daños materiales.
El Terrorista Hassan dijo en confesiones difundidas por la TV siria, que “él trabajaba como técnico en la Sección de Montaje en los canales “Syria Drama” y “Nour Al-Sham”, y que su padre trabajaba en esos canales también”.
El terrorista reveló que “fue detenido por un tiempo y luego salió de la cárcel después de la emisión de un decreto de amnistía”, y agregó que el comandante de un grupo de terroristas armados en la localidad de Jedeidet Artouz, donde él reside, le pidió volar el edificio de la televisión a cambio de un millón de libras sirias, un pasaporte falso y asegurar su viaje, su residencia y un trabajo en el extranjero con su familia”.
El terrorista confesó que el líder del grupo armado le dijo que “llegaron instrucciones de Arabia Saudita para detonar el edificio de la televisión, y que le dio dos latas de refresco que incluían líquido transparente explosivo y le pidió que los introdujera dentro de la sede de la televisión y que no los abriera, ya que contienen un líquido explosivo.
El terrorista Hassan dijo: “el siguiente día me dieron dos cajas de cigarros que contenían los detonadores de las dos latas de refresco explosivas y los puse dentro de mi armario privado en el trabajo, donde yo trabajaba hasta las tres de la madrugada pero muchas veces me quedaba hasta por la mañana porque no hay tráfico”.
A las dos de la madrugada, llamé a Mohammed y me dio las instrucciones de cómo conectar los detonadores con las dos latas explosivas…
El terrorista dijo que puso una lata-bomba en la primera habitación del montaje y la segunda detrás de un ordenador.
“A las 8 de la mañana, saliendo de la sede de la Radiotelevisión y a la media hora después de llegar a mi casa, mi mujer me dijo que se produjo una explosión en Radiotelevisión, y yo llamé a mis colegas para saber de ellos y felicitarles por salir ilesos” dijo el terrorista.
Cabe resaltar que un grupo terrorista armado detonó un artefacto explosivo en el tercer pido del edificio de la TV siria en el seis de agosto del año pasado, lo que dio lugar a la lesión de cuatro de sus empleados y daños materiales en los equipos, los accesorios y los techos, además de romper las ventanas de nueve oficinas.
Fady M., Lynn A.
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PCB DENUNCIA UM LOCKOUT MASCARADO DE GREVE GERAL


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Setores da oligarquia e dos monopólios estão espalhando rumores sobre uma greve geral, nesta segunda-feira. Há inclusive grandes empresas dispensando seus empregados do trabalho nesse dia. Para esta segunda-feira, está sendo convocada também uma paralisação de 72 horas dos caminhoneiros em âmbito nacional, convocada pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro. Apesar da justeza de algumas reivindicações desse movimento, formado em grande parte por proprietários dos caminhões, com as quais simpatizamos, a coincidência da data pode não ter sido fortuita.
Recomendamos aos militantes, amigos e simpatizantes do PCB que não participem dessas movimentações, sobretudo por que não foram convocadas por centrais sindicais e nem por organizações de esquerda.
PCB - Partido Comunista Brasileiro
Comitê Central

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Paul Craig Roberts : A "venda a descoberto" e a falsificação do mercado do ouro

O assalto do Fed ao ouro

– A "venda a descoberto" e a falsificação do mercado do ouro


por Paul Craig Roberts
Fui o primeiro a indicar que o Federal Reserve estava a falsificar (rigging) todos os mercados, não apenas os preços de títulos e as taxas de juro, e que o Fed está a falsificar o mercado do ouro a fim de proteger o valor de troca do US dólar, o qual está ameaçado pela sua facilidade quantitativa (quantitative easing) . Com o Fed a aumentar a oferta de dólares mais depressa do que aumenta a sua procura, o valor cambial do dólar está destinado a cair.

Uma queda na taxa de câmbio do dólar incrementaria os preços de importação e, portanto, a inflação interna. Assim, o Fed perderia controle sobre taxas de juro. O mercado de títulos entraria em colapso e com ele o valor de dívidas relacionadas com derivativos nos balanços do "bancos demasiado grande para falirem". O sistema financeiro entraria em perturbação e reinaria o pânico.

A ascensão rápida dos preços do ouro constituía uma indicação de perda de confiança no dólar e assinalava uma queda na taxa de câmbio do dólar. O Fed utilizou vendas a descoberto (naked shorts) no mercado de ouro-papel para compensar o efeito de uma ascensão da procura pela posse de ouro. Vendas a descoberto que deitam abaixo o preço disparam ordens de minimização de perdas (stop-loss) que automaticamente levam a vendas individuais de haveres em ouro uma vez atingido o seu limite de perdas.

Segundo Andrew Maguire, na sexta-feira, 12 de Abril, os agentes do Fed golpearam o mercado com 500 toneladas de vendas a descoberto. Normalmente, uma venda a descoberto verifica-se quando um investidor pensa que o preço de uma acção ou commodity vai cair. Ele quer vender antes da queda, embolsar o dinheiro e a seguir comprar outra vez após a queda de preço, portanto fazer dinheiro na venda a descoberto. Se ele não tiver o produto (acção ou commodity), toma emprestado de alguém que o tenha, disponibilizando como colateral uma quantia de dinheiro igual ao preço corrente do mercado. A seguir vende o produto, espera pela sua queda de preço, compra-o outra vez ao preço mais baixo e devolve-o ao proprietário o qual devolve o seu colateral. Se forem efectuadas suficientes vendas a descoberto, resultado pode ser deitar abaixo o preço de mercado.

Uma venda a descoberto verifica-se quando o vendedor não tem ou toma emprestado o produto que vende, mas mesmo assim vende. No mercado de ouro-papel, os participantes estão a apostar nos preços do ouro e contentam-se com o pagamento monetário. Portanto, geralmente, quando os participantes não estão interessados em receber a entrega do ouro, vendas a descoberto não precisam ser cobertas com o metal físico.

Por outras palavras, com vendas a descoberto, nenhum metal físico é realmente vendido.

Há pessoas que me perguntam como sei que o Fed está a falsificar o preço do ouro e parecem surpreendidas por alguém pensar que o Fed e o seus agentes bancários de ouro possam fazer tal coisa, apesar do conhecimento público de que o Fed está a falsificar o mercado de títulos e de que bancos com conhecimento do Fed falsificaram a taxa Libor. A resposta é que a evidência circunstancial é poderosa.

Considerem-se as 500 toneladas de ouro-papel vendidas na sexta-feira. Comece com a pergunta: quantas onças equivalem a 500 toneladas? Há 500 mil quilogramas numa tonelada. Há 32,15 onças em cada quilograma, o que resulta em 16 milhões de onças de vendas a descoberto na sexta-feira.

Quem tem 16 milhões de onças de ouro? No princípio daquele dia o preço do ouro era cerca de US$1.550, o que resulta em US$24.800.000.000. Quem tem tanto dinheiro?

O que acontece quando 500 toneladas de vendas de ouro são despejadas no mercado num só momento ou num só dia? Correcto, conduz o preço para baixo. Investidores que querem sair de grandes exposições arrancariam com vendas antecipadas de modo a não reduzir suas receitas de vendas. A venda deitou abaixo o preço do ouro cerca de US$73 por onça. Isso significa que o vendedor ou vendedores perderam 73 dólares 16 milhões de vezes, ou US$1.168.000.000.

Quem é que se pode permitir perder tanto dinheiro? Só um banco central que o pode imprimir.

Acredito que as autoridades gostariam de deitar abaixo o preço do ouro ainda mais e, se puderem, golpearão o mercado do ouro ainda um par de vezes na próxima semana colocando o ouro a US$1.400 por onça ou menos. Os declínios sucessivos poderiam talvez alarmar possuidores individuais de ouro físico e resultariam em vendas líquidas reais de ouro físico quando as pessoas reduzissem seus haveres do metal.

Contudo, o corrector de ouro Bill Haynes informou à kingworldnews.com na sexta-feira passada que os compradores de ouro ultrapassaram os vendedores na proporção de 50 para 1 e que os prémios no preço spot das moedas de ouro e prata são os mais elevados em décadas. Eu próprio verifiquei isso junto à Gainesville Coins e disseram-me que muitos mais compradores do que vendedores haviam respondido à queda de preço.

A menos que as autoridades tenham metal real para suportar a venda a descoberto, elas poderiam deparar-se com pedidos de entregas. Se incapazes de cobrir a escassez de metal real, o esquema seria revelado.

Será que as autoridades têm metal para cobrirem as vendas? Eu não sei. Contudo, correctores bem informados têm suspeitas. Alguns pensam que stocks de ouro físico dos EUA foram utilizados em esforços de vendas para interromper a ascensão do preço do ouro dos US$272 em Dezembro de 2000 para US$1.900 em 2011. Eles apontam o recente pedido da Alemanha de que os EUA devolvam o ouro alemão armazenado nos EUA e a resposta do governo estado-unidense de que devolveriam gradualmente o ouro ao longo de sete anos. Se os EUA têm o ouro, porque não o devolvem à Alemanha?

A implicação evidente é que os EUA não podem entregar o ouro.

Andrew Maguire também informa que bancos centrais estrangeiros, especialmente o da China, estão a carregar-se de ouro físico aos baixos preços tornados possíveis pela venda a descoberto. Se bancos centrais estão a utilizar seus haveres em dólares para comprar ouro a preços de saldo, o resultado provável será pressão sobre o valor cambial do dólar e um declínio no mercado de oferta de ouro físico. Por outras palavras, ao tentar proteger o dólar da sua política de facilidade quantitativa o Fed pode estar a precipitar a morte do dólar.

Possivelmente o Fed teme uma crise do dólar ou uma explosão próxima de derivativos e está a tentar desactivar o preço ouro/dólar antes que estoure a perturbação. Se maus ventos são previstos, o Fed pode sentir-se melhor posicionado para tratar da crise se o preço do ouro estiver mais baixo e a confiança no mesmo como refúgio tiver sido abalada.

Além da venda a descoberta que é destinada claramente a deitar abaixo o preço do ouro, a orquestração também é indicada pelos anúncios avançados este mês primeiro por casas correctoras e a seguir pela Goldman Sachs de que hedge funds e investidores institucionais estariam a vender suas posições em ouro. O objectivo destes anúncios foram encorajar investidores individuais a saírem do ouro antes de os big boys o fazerem. Será que alguém acredita que hedge funds e a Wall Street anunciariam suas vendas antecipadamente de modo a que o peixe miúdo possa sair do ouro a um preço mais alto do que o deles?

Se estes anúncios não são orquestração, o que é que são?

Vejo o esforço orquestrado para refrear o preço do ouro e da prata como um sinal de que as autoridades estão aterrorizadas com a perturbação que está a fermentar e com a possibilidade de não poderem controlá-la a menos que haja forte confiança no dólar. Do contrário, que sentido tem as pesadas vendas a descoberto e os anúncios orquestrados de vendas de ouro antes de venderem?
Nota: Os pesos do ouro baseiam-se em toneladas métricas e onças troy. 1 onça troy = 31,103 gramas. 500 toneladas = 16.075.619,72 onças troy.
27/Junho/2013
Acerca do ouro, ver também:
  • Ameaça à hegemonia do US Dólar? – O mercado manipulado do ouro
  • O assalto ao ouro
  • Colapso financeiro à vista
  • Gold Panic & The Accelerating Great Collapse


  • Massive 580 Tons Of Gold Purchased In Just 7 Days

    O original encontra-se em www.globalresearch.ca/


    Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
  • Damasco sofre mais um atentado terrorista

    Cuatro muertos y ocho heridos en un atentado terrorista en Bab Sharki en el Antiguo Damasco
    Jun 28, 2013

    Damasco, SANA
    Cuatro ciudadanos resultaron muertos tras un atentado terrorista suicida que ocurrió este jueves cerca de la sede de una asociación de caridad en el barrio de Bab Sharki en el casco antiguo de Damasco.
    Una fuente oficial informó que un terrorista suicida se inmoló entre varios ciudadanos que recibían servicios médicos en la Asociación Caritativa de al-Ihsan, causando la muerte de 4 personas y heridas a otras ocho.
    El atentado terrorista ocasionó colosales daños materiales en las tiendas comerciales en el lugar del incidente.
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    Lynn A., Fady M.
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