sábado, 18 de maio de 2013
VIII Congresso da FENAJUFE
Entre os dias 26 e 30 de abril, foi realizado na cidade de Caetés (MG) o VIII Congresso da FENAJUFE –
Federação Nacional dos Servidores do Judiciário Federal e MPU. O
Sindicato dos Trabalhadores da Justiça Federal no Ceará – SINTRAJUFE/CE
participou desse congresso com uma delegação de 5 servidores, eleitos em
assembleia geral da categoria.
Trazemos a seguir uma entrevista com Jesu Júnior, militante da UC e
do PCB, diretor executivo do SINTRAJUFE/CE e delegado da categoria ao
VIII CONGREJUFE.
UC: Como está organizada nacionalmente a categoria dos servidores do Judiciário Federal?
Jesu: A FENAJUFE é uma federação composta por 33 sindicatos
filiados nos estados e no DF. Esses sindicatos, por sua vez, representam
servidores da Justiça Federal, Justiça Trabalhista, Justiça Eleitoral,
Justiça Militar e, em alguns estados, também os servidores do MPU. Mais
de 120 mil servidores compõe a base da categoria em todo o país. O
SINTRAJUFE/CE é uma dessas 33 entidades. No Ceará, os sindicatos
representativos da categoria ainda não se unificaram; por isso temos 3
sindicatos distintos: um para cada ramo do Judiciário (Federal,
Eleitoral, Trabalhista).
UC: Qual a importância do Congresso da FENAJUFE para a luta da categoria?
Jesu: Os congressos da FENAJUFE (CONGREJUFE) ocorrem a cada 3
anos e neles são discutidas e votadas propostas de resoluções que
abordam desde a conjuntura internacional até as lutas mais específicas
da categoria, passando pela organização sindical. Portanto, o CONGREJUFE
é o momento quando os delegados representantes de cada sindicato
filiado elegem as prioridades que vão orientar a ação da direção da
FENAJUFE durante o período seguinte. É também no CONGREJUFE que esses
delegados aprovam as contas e elegem a direção da Federação.
UC: As resoluções aprovadas no VIII CONGREJUFE farão avançar a luta da categoria?
Jesu: Esse VIII CONGREJUFE foi marcado por uma intensa disputa
política. Desde a chegada do PT à presidência da república, o
atrelamento da CUT ao governo vinha atrapalhando a atuação da FENAJUFE,
filiada àquela central. Na base, é forte o sentimento de que os
dirigentes CUTistas fazem de tudo para blindar o governo federal. O
resultado disso foi a aprovação da proposta de desfiliação da CUT, por
269 delegados, contra 206 delegados contrários. Consciente da
necessidade de uma FENAJUFE classista e independente do governo
Dilma/PT, a delegação do SINTRAJUFE/CE, que integra o bloco de oposição
nacional “Lutafenajufe”, votou fechada pela saída da CUT. A desfiliação
da CUT, entretanto, é apenas uma etapa que por si só não garante o
avanço da luta. Ademais, é preciso ressaltar que a proposta do bloco
“Lutafenajufe” de desfiliação da CUT acabou contando com o apoio de
setores corporativistas organizados em associações que fazem uso de um
discurso economicista e “apartidarista”. No cotidiano, essas associações
fazem uma espécie de “oposição pela direita”, inclusive disputando base
com as entidades sindicais filiadas à Federação. Portanto, é preciso
ter clareza que nem todos que votaram pela desfiliação da CUT compõe
efetivamente uma oposição classista. O grande desafio para o triênio que
se inicia será exatamente resgatar o sentimento de classe na base e na
direção da FENAJUFE.
UC: Qual o perfil da direção eleita para o triênio 2013/2016?
Jesu: A diretoria eleita no VIIICONGREJUFE reflete as
contradições por que passa a categoria no atual momento. De um total de
18 diretores, 9 são CUTistas, 6 do campo do Lutafenajufe, que é
hegemonizado pela CONLUTAS, e 3 são oriundos das associações
corporativas. Na prática, a CONLUTAS vem adotando a tática de se unir a
esses setores corporativos para fazer frente aos CUTistas, o que
resulta, na atual conjuntura, num “empate” entre essas duas forças.
UC: Diante desse quadro político, como se posiciona o SINTRAJUFE/CE?
Jesu: Durante do VIII CONGREJUFE os 5 delegados representantes do
nosso sindicato mantiveram-se firmes na defesa do documento que
elaboramos e distribuímos, fazendo um chamado para a construção de uma
FENAJUFE classista e independente do governo Dilma. Chamamos atenção
para a necessidade de ser coerente também na avaliação da conjuntura
internacional, conseguindo aprovar resoluções por uma postura
anti-imperialista da Federação, pela defesa da revolução cubana e em
solidariedade ao povo venezuelano e norte-coreano em suas escolhas. Como
integrantes do bloco de oposição Lutafenajufe, desde o início,
alertamos aos companheiros do PSTU, que são maioria, dos riscos
representados pela aliança com os setores corporativos descompromissados
com as lutas da classe trabalhadora. A delegação do SINTRAJUFE/CE ainda
articulou, dentro do bloco Lutafenajufe, uma aliança com o
SINTRAJUFE/PI, dirigido pelo PSOL, possibilitando a eleição da
sindicalista Maria Madalena. Isso evitou que o PSTU tivesse hegemonia
completa entre os 6 nomes eleitos pelo Lutafenajufe. Ao final do VIII
CONGREJUFE, o nosso sentimento é de que cumprimos nossa tarefa, porém
somos conscientes das dificuldades que se prenunciam. Fazer o resgate do
sentimento de classe e da imprescindibilidade da luta está na ordem do
dia!
VEJA ABAIXO NOTÍCIA
Novas Resoluções são aprovadas pelo 8° Congrejufe
O 8° Congrejufe aprovou um conjunto de Resoluções apresentadas ao
Congresso, entre elas a desfiliação da CUT. Veja a síntese abaixo (as
Resoluções na íntegra serão posteriormente divulgadas pela Fenajufe).
As Resoluções sobre a Pauta de Reivindicações, Plano de Lutas,
Políticas Permanentes e moções serão apreciadas em Plenária
extraordinária com data a ser definida pela nova direção da Fenajufe,
dentro do período de quatro meses. Não foi possível apreciar todas as
resoluções porque houve atrasos no Congresso em função de discordâncias
no credenciamento de delegados e de empate na eleição para a Diretoria
Executiva, o que levou a Comissão Eleitoral a dedicar mais tempo do que o
previsto ao processo eleitoral.
No ponto “Conjuntura Internacional”, foi aprovado um conjunto de propostas que:
-Defende a unificação dos trabalhadores e de seus instrumentos nas lutas
sociais e contra todas as medidas de ataques promovidas pela Troika
(FMI, Banco Mundial e Banco Central Europeu);
-É contrária aos partidos neonazistas e de ultradireita, contra a
xenofobia, o racismo, a homofobia e o machismo, direitos iguais para os
trabalhadores imigrantes independentemente de raça, religião ou
orientação sexual;
-É contrária às invasões e guerras imperialistas;
-Repudia as manobras imperialistas que visam desestabilizar o governo da Venezuela;
-É solidária à revolução cubana e repudia as tentativas do imperialismo e seus agentes de promover a restauração do capitalismo;
-É solidária ao direito do povo coreano de seguir na sua forma de construção socialista.
No ponto “Conjuntura Nacional”, foi aprovado o seguinte conjunto de propostas:
-Que a Fenajufe tenha posição clara de oposição de esquerda ao governo
Dilma e sua política econômica de ataque aos direitos dos trabalhadores;
-A Fenajufe deve lutar de forma intransigente contra os ataques do
governo Dilma ao serviço público, aos servidores federais e aposentados e
pensionistas;
-Participar das campanhas contra a privatização e mercantilização da da
saúde (Organizações Sociais, Funpresp e Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares-EBSERH) e educação;
-Que a Fenajufe participe amplamente da campanha pela anulação da Reforma da Previdência;
-Os Sindicatos de base da Fenajufe devem organizar, em cada local de
trabalho, atividades como assembleias, seminários e reuniões para
avançar no debate e fazer uma coleta ampla de assinaturas, dando
divulgação nos sites e redes sociais, e incorporar-se às atividades
públicas gerais de coleta, em conjunto com as demais categorias;
-Participar do Ato Público Nacional que foi aprovado pelo Fórum Nacional
das Entidades dos SPFs no dia 12 de junho, quando as entidades farão a
entrega dos abaixo-assinados no STF;
-Retomada do Conap no âmbito da Fenajufe;
-Elaborar e apresentar PL para resgatar todos os direitos previdenciários retirados;
-Defesa da aprovação da PEC 555;
-Que as organizações sindicais de servidores públicos liderem a coleta
de 1.300.000 assinaturas para projeto de lei que regule e democratize a
mídia no Brasil;
-Solidariedade a todos os perseguidos no movimento social, e que se faça
um chamado a todas as entidades para a realização de uma ampla campanha
contra a criminalização do movimento social e da pobreza.
No ponto “Organização Sindical”, foi aprovada a seguinte proposta:
- Desfiliação da Fenajufe da CUT.
Fonte: site da FENAJUFE
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