domingo, 19 de maio de 2013

VIII Congresso da FENAJUFE

sábado, 18 de maio de 2013

VIII Congresso da FENAJUFE

UC- Ceará
Entre os dias 26 e 30 de abril, foi realizado na cidade de Caetés (MG) o VIII Congresso da FENAJUFE – Federação Nacional dos Servidores do Judiciário Federal e MPU. O Sindicato dos Trabalhadores da Justiça Federal no Ceará – SINTRAJUFE/CE participou desse congresso com uma delegação de 5 servidores, eleitos em assembleia geral da categoria.
Trazemos a seguir uma entrevista com Jesu Júnior, militante da UC e do  PCB, diretor executivo do SINTRAJUFE/CE e delegado da categoria ao VIII CONGREJUFE.
UC: Como está organizada nacionalmente a categoria dos servidores do Judiciário Federal?
Jesu: A FENAJUFE é uma federação composta por 33 sindicatos filiados nos estados e no DF. Esses sindicatos, por sua vez, representam servidores da Justiça Federal, Justiça Trabalhista, Justiça Eleitoral, Justiça Militar e, em alguns estados, também os servidores do MPU. Mais de 120 mil servidores compõe a base da categoria em todo o país. O SINTRAJUFE/CE é uma dessas 33 entidades. No Ceará, os sindicatos representativos da categoria ainda não se unificaram; por isso temos 3 sindicatos distintos: um para cada ramo do Judiciário (Federal, Eleitoral, Trabalhista).
UC: Qual a importância do Congresso da FENAJUFE para a luta da categoria?
Jesu: Os congressos da FENAJUFE (CONGREJUFE) ocorrem a cada 3 anos e neles são discutidas e votadas propostas de resoluções que abordam desde a conjuntura internacional até as lutas mais específicas da categoria, passando pela organização sindical. Portanto, o CONGREJUFE é o momento quando os delegados representantes de cada sindicato filiado elegem as prioridades que vão orientar a ação da direção da FENAJUFE durante o período seguinte. É também no CONGREJUFE que esses delegados aprovam as contas e elegem a direção da Federação.  
UC: As resoluções aprovadas no VIII CONGREJUFE farão avançar a luta da categoria?
Jesu: Esse VIII CONGREJUFE foi marcado por uma intensa disputa política. Desde a chegada do PT à presidência da república, o atrelamento da CUT ao governo vinha atrapalhando a atuação da FENAJUFE, filiada àquela central. Na base, é forte o sentimento de que os dirigentes CUTistas fazem de tudo para blindar o governo federal. O resultado disso foi a aprovação da proposta de desfiliação da CUT, por 269 delegados, contra 206 delegados contrários. Consciente da necessidade de uma FENAJUFE classista e independente do governo Dilma/PT, a delegação do SINTRAJUFE/CE, que integra o bloco de oposição nacional “Lutafenajufe”, votou fechada pela saída da CUT. A desfiliação da CUT, entretanto, é apenas uma etapa que por si só não garante o avanço da luta. Ademais, é preciso ressaltar que a proposta do bloco “Lutafenajufe” de desfiliação da CUT acabou contando com o apoio de setores corporativistas organizados em associações que fazem uso de um discurso economicista e “apartidarista”. No cotidiano, essas associações fazem uma espécie de “oposição pela direita”, inclusive disputando base com as entidades sindicais filiadas à Federação. Portanto, é preciso ter clareza que nem todos que votaram pela desfiliação da CUT compõe efetivamente uma oposição classista. O grande desafio para o triênio que se inicia será exatamente resgatar o sentimento de classe na base e na direção da FENAJUFE.
UC: Qual o perfil da direção eleita para o triênio 2013/2016?
Jesu: A diretoria eleita no VIIICONGREJUFE reflete as contradições por que passa a categoria no atual momento. De um total de 18 diretores, 9 são CUTistas, 6 do campo do Lutafenajufe, que é hegemonizado pela CONLUTAS, e 3 são oriundos das associações corporativas. Na prática, a CONLUTAS vem adotando a tática de se unir a esses setores corporativos para fazer frente aos CUTistas, o que resulta, na atual conjuntura, num “empate” entre essas duas forças.
UC: Diante desse quadro político, como se posiciona o SINTRAJUFE/CE?
Jesu: Durante do VIII CONGREJUFE os 5 delegados representantes do nosso sindicato mantiveram-se firmes na defesa do documento que elaboramos e distribuímos, fazendo um chamado para a construção de uma FENAJUFE classista e independente do governo Dilma. Chamamos atenção para a necessidade de ser coerente também na avaliação da conjuntura internacional, conseguindo aprovar resoluções por uma postura anti-imperialista da Federação, pela defesa da revolução cubana e em solidariedade ao povo venezuelano e norte-coreano em suas escolhas. Como integrantes do bloco de oposição Lutafenajufe, desde o início, alertamos aos companheiros do PSTU, que são maioria, dos riscos representados pela aliança com os setores corporativos descompromissados com as lutas da classe trabalhadora. A delegação do SINTRAJUFE/CE ainda articulou, dentro do bloco Lutafenajufe, uma aliança com o SINTRAJUFE/PI, dirigido pelo PSOL, possibilitando a eleição da sindicalista Maria Madalena. Isso evitou que o PSTU tivesse hegemonia completa entre os 6 nomes eleitos pelo Lutafenajufe. Ao final do VIII CONGREJUFE, o nosso sentimento é de que cumprimos nossa tarefa, porém somos conscientes das dificuldades que se prenunciam. Fazer o resgate do sentimento de classe e da imprescindibilidade da luta está na ordem do dia!
VEJA ABAIXO NOTÍCIA

Novas Resoluções são aprovadas pelo 8° Congrejufe
O 8° Congrejufe aprovou um conjunto de Resoluções apresentadas ao Congresso, entre elas a desfiliação da CUT. Veja a síntese abaixo (as Resoluções na íntegra serão posteriormente divulgadas pela Fenajufe).
As Resoluções sobre a Pauta de Reivindicações, Plano de Lutas, Políticas Permanentes e moções serão apreciadas em Plenária extraordinária com data a ser definida pela nova direção da Fenajufe, dentro do período de quatro meses. Não foi possível apreciar todas as resoluções porque houve atrasos no Congresso em função de discordâncias no credenciamento de delegados e de empate na eleição para a Diretoria Executiva, o que levou a Comissão Eleitoral a dedicar mais tempo do que o previsto ao processo eleitoral.
No ponto “Conjuntura Internacional”, foi aprovado um conjunto de propostas que:
-Defende a unificação dos trabalhadores e de seus instrumentos nas lutas sociais e contra todas as medidas de ataques promovidas pela Troika (FMI, Banco Mundial e Banco Central Europeu);
-É contrária aos partidos neonazistas e de ultradireita, contra a xenofobia, o racismo, a homofobia e o machismo, direitos iguais para os trabalhadores imigrantes independentemente de raça, religião ou orientação sexual;
-É contrária às invasões e guerras imperialistas;
-Repudia as manobras imperialistas que visam desestabilizar o governo da Venezuela;
-É solidária à revolução cubana e repudia as tentativas do imperialismo e seus agentes de promover a restauração do capitalismo;
-É solidária ao direito do povo coreano de seguir na sua forma de construção socialista.
 No ponto “Conjuntura Nacional”, foi aprovado o seguinte conjunto de propostas:
-Que a Fenajufe tenha posição clara de oposição de esquerda ao governo Dilma e sua política econômica de ataque aos direitos dos trabalhadores;
-A Fenajufe deve lutar de forma intransigente contra os ataques do governo Dilma ao serviço público, aos servidores federais e aposentados e pensionistas;
-Participar das campanhas contra a privatização e mercantilização da da saúde (Organizações Sociais, Funpresp e Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares-EBSERH) e educação;
-Que a Fenajufe participe amplamente da campanha pela anulação da Reforma da Previdência;
-Os Sindicatos de base da Fenajufe devem organizar, em cada local de trabalho, atividades como assembleias, seminários e reuniões para avançar no debate e fazer uma coleta ampla de assinaturas, dando divulgação nos sites e redes sociais, e incorporar-se às atividades públicas gerais de coleta, em conjunto com as demais categorias;
-Participar do Ato Público Nacional que foi aprovado pelo Fórum Nacional das Entidades dos SPFs no dia 12 de junho, quando as entidades farão a entrega dos abaixo-assinados no STF;
-Retomada do Conap no âmbito da Fenajufe;
-Elaborar e apresentar PL para resgatar todos os direitos previdenciários retirados;
-Defesa da aprovação da PEC 555;
-Que as organizações sindicais de servidores públicos liderem a coleta de 1.300.000 assinaturas para projeto de lei que regule e democratize a mídia no Brasil;
-Solidariedade a todos os perseguidos no movimento social, e que se faça um chamado a todas as entidades para a realização de uma ampla campanha contra a criminalização do movimento social e da pobreza.
No ponto “Organização Sindical”, foi aprovada a seguinte proposta:
- Desfiliação da Fenajufe da CUT.
Fonte: site da FENAJUFE

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