quinta-feira, 16 de maio de 2013
TESE PARA O 24º ENCONTRO NACIONAL DOS FUNCIONÁRIOS DO BB 2013
UC-Bancários
INTRODUÇÃO
NOSSAS PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES ESPECÍFICAS
1 – Garantia no Emprego.
2 – Jornada de Trabalho de seis horas sem redução salarial.
3 – Piso salarial do DIEESE
4 – Plano de Cargos e Comissões equivalente ao que vigorava até 1997, sem distinção entre os funcionários pré ou pós 1998.
5 – Fim das terceirizações e do correspondente bancário.
ORGANIZAR, LUTAR, CONQUISTAR !
AVANTE BANCÁRIOS !
BANCÁRIOS
INTRODUÇÃO
Conjuntura Internacional
A crise capitalista, iniciada em 2008 com a explosão da bolha financeira
nos EUA, ganhou novos capítulos desesperadores em 2012. Nos EUA, os
dados econômicos continuam desanimadores. Apesar do crescimento em 2012
ter sido de 2,2%, no último trimestre foi de apenas 0,1%, o que para
alguns analistas é um sinal claro de desaquecimento, pois a expectativa
para o 4º trimestre era de 0,5%. Há ainda a previsão de cortes de 500
bilhões de dólares do orçamento em 2013, para que a dívida pública dos
EUA, hoje perto do teto máximo de 16,4 trilhões de dólares, não seja
considerada impagável. Em dez anos, os cortes deverão atingir 1,2
trilhões de dólares. Desta forma, o crescimento que ainda não foi
suficiente para diminuir o desemprego, deverá ser ainda menor em 2013 e
nos próximos anos.
A China que vinha crescendo a taxas superiores a 10% ao ano, já sente os
efeitos da desaceleração e agora sua economia se expande na média dos
7%. Na Europa, o aprofundamento da crise arrasta para o abismo, uma após
a outra, economias inteiras. A bola da vez é o Chipre, onde milhares de
trabalhadores viram o sistema financeiro ruir e o seu futuro ameaçado
com a utilização das reservas dos fundos de pensão para socorrer os
bancos quebrados. A taxa de desemprego média na zona do euro aumentou de
10,9% para 12%, em países como Portugal, Espanha e Grécia, com índices
de desemprego de 17,15%, 26,3% e 26,4%, respectivamente, a situação é
bem mais crítica.
Diante deste quadro, a resposta dos governos para a crise é um coquetel
de ataques às conquistas históricas dos trabalhadores europeus,
denominadas como “política de austeridade”. Essa política reduz direitos
previdênciários, corta gastos com saúde e educação públicas, retira
direitos trabalhistas e achata os salários, além de novos impostos nas
costas dos trabalhadores e menos impostos para as empresas.
Mas os trabalhadores europeus não estão passivos e têm se levantado,
manifestações e greves ocorrem na Grécia, Portugal, Espanha, no Chipre e
por vários países europeus contra as medidas de austeridade. Também nos
EUA, onde ano passado milhares de pessoas protagonizaram o "Occupy
Wall Street", acontecem várias greves de funcionários públicos contra
os cortes nos salários e pensões. Um aspecto perigoso desta crise
econômica para os povos do mundo é que no bojo da falência da social
democracia, cresce um movimento xenófobo e fascista que ameaça novamente
a Europa com o espectro do nazi-fascismo. Estes partidos neo-fascistas
tiveram um crescimento, por enquanto, tímido, mas significativo nas
últimas eleições parlamentares.
Uma outra face terrível desta crise é a escalada bélica, levada à cabo
pelos EUA e seus aliados da OTAN, que resultou na guerra civil na Líbia,
na Síria, na intervenção militar francesa no Mali e ameaça agora com um
conflito na península Coreana. Esta saída militar nada mais é do que a
expressão da impossibilidade do capitalismo resolver a sua crise através
dos mecanismos usuais do comércio e crédito internacional, o que
obriga-lhe a usar da guerra para se apoderar dos recursos naturais
alheios à um custo reduzido, para receber pesadas indenizações de
guerra, como recebe hoje do Iraque, e para movimentar o poderoso
complexo militar industrial estadunidense que hoje é associado a
poderosas corporações militares franco-inglesas, Belgas, Suecas e
Israelenses.
Os planos de austeridade e a histeria da guerra parecem ser cada vez
mais a saída do capitalismo diante da sua crise. Somente uma poderosa
retomada do movimento dos trabalhadores em nível internacional, levando
adiante e unificando as lutas anticapitalistas e anti-imperialistas, em
torno de um programa socialista de expropriação dos grandes monopólios
econômicos, poderá barrar a ascensão do fascismo e da escalada bélica
que ameaça a própria existência da humanidade.
O Brasil no Contexto da Crise Internacional
A redução da atividade econômica internacional já provoca uma queda na
demanda dos principais produtos da nossa pauta de exportações, além de
pressionarem para baixo os seus preços. Outra consequência direta dessa
crise é a diminuição do fluxo de capital externo para novos
investimentos e para o refinanciamento da dívida pública ( somatório da
dívida interna e externa).
Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional a dívida pública que está na
casa dos R$ 1,95 trilhões, poderá chegar a R$ 2,24 trilhões até o final
deste ano. Um fardo pesado mesmo se tratando de uma economia do tamanho
da brasileira. Com o prosseguimento da crise internacional poderá se
refletir nos custos desse refinanciamento, ou seja, aumento dos juros
pagos ao capital rentista.
Sem perder tempo o governo Dilma procura responder a esta situação
socorrendo os grandes empresários através da desoneração fiscal e dos
empréstimos com taxas subsidiadas. Como isso não basta, já se prepara
uma reforma trabalhista e previdenciária, com o objetivo de reduzir
direitos duramente conquistados pela classe trabalhadora.
O anteprojeto apresentado ao governo pelo Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC, denominado “Acordo Coletivo Especial”, vem justamente nesse
sentido, de colaborar com a redução de direitos. O ACE permite que se
negocie acordos por empresa, abaixo do patamar mínimo estabelecido pela
CLT ou pelos acordos coletivos das categorias. Por isso mesmo tal
projeto vem sendo elogiado pelas lideranças empresariais e corre o sério
risco de ser ainda piorado, do ponto de vista dos trabalhadores, por um
Congresso dominado por parlamentares a serviço do empresariado
O BANCO DO BRASIL NO RUMO DA PRIVATIZAÇÃO
O modelo de gestão aplicado no BB desde 1990 aponta a médio prazo para a
privatização do banco. O governo Dilma não mudou uma virgula, pelo
contrário, seus prepostos no BB estão intensificando essa política. O
socorro prestado ao falido banco Votorantim, da família Ermírio de
Moraes, deixou um rombo de alguns bilhões no balanço e mostrou até onde
vai essa diretriz.
Desde as estratégias de investimento, passando pela política de recursos
humanos, todas as medidas vão no sentido de consolidar um modelo de
banco muito semelhante aos grandes banco privados, como Bradesco e Itaú.
O avanço da terceirização e dos correspondentes bancários não deixam
dúvidas sobre a direção desse processo.
A relação com o funcionalismo é a pior possível. Os ataques continuam,
os mais recentes através da implementação de um plano de funções que
implanta a jornada de seis horas reduzindo os salários, uma flagrante
ilegalidade. As restruturações levam milhares de bancários a viverem sob
permanente tensão. A cobrança de metas abusivas e o assédio moral
viraram regra no BB. As retaliações contra aqueles que para defenderem
seus direitos recorrem a Justiça do Trabalho vão desde os
descomissionamentos, até as demissões sem justa causa.
Esse Banco do Brasil não serve aos seus funcionários e aos interesses da
maioria do povo brasileiro. Um banco de mercado, colocado a serviço dos
grandes acionistas privados e dos monopólios empresariais. O BB que
defendemos é um Banco Público, instrumento a serviço dos do
financiamento dos setores econômicos e sociais que não conseguem
atendimento de suas demandas nos bancos particulares. Um banco público
com gestão compartilhada entre o governo e seus funcionários, controlado
e fiscalizado pelas organizações populares.
ORGANIZAR, LUTAR E CONQUISTAR
Como podemos ver, chegamos em condições bem desfavoráveis nessa campanha
salarial de 2013. Os ataques contra nossos mais elementares direitos e
até mesmo aos nossos empregos, são desferidos sem nenhuma parcimônia
pela atual direção do BB.
O movimento sindical bancário, majoritariamente dirigido pela
Contraf-CUT, nas últimas campanhas salariais não logrou barrar esses
ataques e iniciar uma contra-ofensiva. A condução burocrática das
últimas campanhas vem afastando os bancários e enfraquecendo nossas
mobilizações. A falta de unidade e coordenação com as demais categorias
de trabalhadores também debilita nossas forças perante o governo e os
banqueiros.
Por mais justas que sejam nossas reivindicações, não vamos conseguir
obrigar o banco a negociar efetivamente, se não construirmos uma forte
campanha salarial. Para isso é fundamental democratizar as assembléias,
dando voz a todos os bancários independente de filiação partidária ou a
corrente sindical, garantir reuniões e plenárias regionais, eleger
comandos estaduais e um comando nacional que seja representativo de
todos os que estejam construindo a luta.
NOSSAS PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES ESPECÍFICAS
1 – Garantia no Emprego.
2 – Jornada de Trabalho de seis horas sem redução salarial.
3 – Piso salarial do DIEESE
4 – Plano de Cargos e Comissões equivalente ao que vigorava até 1997, sem distinção entre os funcionários pré ou pós 1998.
5 – Fim das terceirizações e do correspondente bancário.
ORGANIZAR, LUTAR, CONQUISTAR !
AVANTE BANCÁRIOS !
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