sexta-feira, 17 de maio de 2013

TESE PARA O 24º ENCONTRO NACIONAL DOS FUNCIONÁRIOS DO BB 2013

quinta-feira, 16 de maio de 2013

TESE PARA O 24º ENCONTRO NACIONAL DOS FUNCIONÁRIOS DO BB 2013

UC-Bancários
        BANCÁRIOS

INTRODUÇÃO

Conjuntura Internacional
A crise capitalista, iniciada em 2008 com a explosão da bolha financeira nos EUA, ganhou novos capítulos desesperadores em 2012. Nos EUA, os dados econômicos continuam desanimadores. Apesar do crescimento em 2012 ter sido de 2,2%, no último trimestre foi de apenas 0,1%, o que para alguns analistas é um sinal claro de desaquecimento, pois a expectativa para o 4º trimestre era de 0,5%. Há ainda a previsão de cortes de 500 bilhões de dólares do orçamento em 2013, para que a dívida pública dos EUA, hoje perto do teto máximo de 16,4 trilhões de dólares, não seja considerada impagável. Em dez anos, os cortes deverão atingir 1,2 trilhões de dólares. Desta forma, o crescimento que ainda não foi suficiente para diminuir o desemprego, deverá ser ainda menor em 2013 e nos próximos anos.
A China que vinha crescendo a taxas superiores a 10% ao ano, já sente os efeitos da desaceleração e agora sua economia se expande na média dos 7%. Na Europa, o aprofundamento da crise arrasta para o abismo, uma após a outra, economias inteiras. A bola da vez é o Chipre, onde milhares de trabalhadores viram o sistema financeiro ruir e o seu futuro ameaçado com a utilização das reservas dos fundos de pensão para socorrer os bancos quebrados. A taxa de desemprego média na zona do euro aumentou de 10,9% para 12%, em países como Portugal, Espanha  e Grécia, com índices de desemprego de 17,15%, 26,3% e 26,4%, respectivamente, a situação é bem mais crítica.
Diante deste quadro, a resposta dos governos para a crise é um coquetel de ataques às conquistas históricas dos trabalhadores europeus, denominadas como “política de austeridade”. Essa política reduz direitos previdênciários, corta gastos com saúde e educação públicas, retira direitos trabalhistas e achata os salários, além de novos impostos nas costas dos trabalhadores e menos impostos para as empresas.
Mas os trabalhadores europeus não estão passivos e têm se levantado, manifestações e greves ocorrem na Grécia, Portugal, Espanha, no Chipre e por vários países europeus contra as medidas de austeridade. Também nos EUA, onde ano passado  milhares de pessoas protagonizaram o "Occupy Wall Street", acontecem várias greves de funcionários públicos  contra os cortes nos salários e pensões. Um aspecto perigoso desta crise econômica para os povos do mundo é que no bojo da falência da social democracia, cresce um movimento xenófobo e fascista que ameaça novamente a Europa com o espectro do nazi-fascismo. Estes partidos neo-fascistas tiveram um crescimento, por enquanto, tímido, mas significativo nas últimas eleições parlamentares.
Uma outra face terrível desta crise é a escalada bélica, levada à cabo pelos EUA e seus aliados da OTAN, que resultou na guerra civil na Líbia, na Síria, na intervenção militar francesa no Mali e ameaça agora com um conflito na península Coreana. Esta saída militar nada mais é do que a expressão da impossibilidade do capitalismo resolver a sua crise através dos mecanismos usuais do comércio e crédito internacional, o que obriga-lhe a usar da guerra para se apoderar dos recursos naturais alheios à um custo reduzido, para receber pesadas indenizações de guerra, como recebe hoje do Iraque, e para movimentar o poderoso complexo militar industrial estadunidense que hoje é associado a poderosas corporações militares franco-inglesas, Belgas, Suecas e Israelenses.
Os planos de austeridade e a histeria da guerra parecem ser cada vez mais a saída do capitalismo diante da sua crise. Somente uma poderosa retomada do movimento dos trabalhadores em nível internacional, levando adiante e unificando as lutas anticapitalistas e anti-imperialistas, em torno de um programa socialista de expropriação dos grandes monopólios econômicos, poderá  barrar a ascensão do fascismo e da escalada bélica que ameaça a própria existência da humanidade.
O Brasil no Contexto da Crise Internacional
A redução da atividade econômica internacional já provoca uma queda na demanda dos principais produtos da nossa pauta de exportações, além de pressionarem para baixo os seus preços. Outra consequência direta dessa crise é a diminuição do fluxo de capital externo para novos investimentos e para o refinanciamento da dívida pública ( somatório da dívida interna e externa). 
Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional a dívida pública que está na casa dos R$ 1,95 trilhões, poderá chegar a R$ 2,24 trilhões até o final deste ano. Um fardo pesado mesmo se tratando de uma economia do tamanho da brasileira. Com o prosseguimento da crise internacional poderá se refletir nos custos desse refinanciamento, ou seja, aumento dos juros pagos ao capital rentista.
Sem perder tempo o governo Dilma procura responder a esta situação socorrendo os grandes empresários através da desoneração fiscal e dos empréstimos com taxas subsidiadas.  Como isso não basta, já se prepara uma reforma trabalhista e previdenciária, com o objetivo de reduzir direitos duramente conquistados pela classe trabalhadora.
O anteprojeto apresentado ao governo pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, denominado “Acordo Coletivo Especial”, vem justamente nesse sentido, de colaborar com a redução de direitos. O ACE permite que se negocie acordos por empresa, abaixo do patamar mínimo estabelecido pela CLT ou pelos acordos coletivos das categorias. Por isso mesmo tal projeto vem sendo elogiado pelas lideranças empresariais e corre o sério risco de ser ainda piorado, do ponto de vista dos trabalhadores, por um  Congresso dominado por parlamentares a serviço do empresariado
O BANCO DO BRASIL NO RUMO DA PRIVATIZAÇÃO
O modelo de gestão aplicado no BB desde 1990  aponta a médio prazo para a privatização do banco. O governo Dilma não mudou uma virgula, pelo contrário, seus prepostos no BB estão intensificando essa política. O socorro prestado ao falido banco Votorantim, da família Ermírio de Moraes, deixou um rombo de alguns bilhões no balanço e mostrou até onde vai essa diretriz. 
Desde as estratégias de investimento, passando pela política de recursos humanos, todas as medidas vão no sentido de consolidar um modelo de banco muito semelhante aos grandes banco privados, como Bradesco e Itaú. O avanço da terceirização e dos correspondentes bancários não deixam dúvidas sobre a direção desse processo.
A relação com o funcionalismo é a pior possível. Os ataques continuam, os mais recentes através da implementação de um plano de funções que implanta a jornada de seis horas reduzindo os salários, uma flagrante ilegalidade. As restruturações levam milhares de bancários a viverem sob permanente tensão. A cobrança de metas abusivas e o assédio moral viraram regra no BB. As retaliações contra aqueles que para defenderem seus direitos recorrem a Justiça do Trabalho vão desde os descomissionamentos, até as demissões sem justa causa.
Esse Banco do Brasil não serve aos seus funcionários e aos interesses da maioria do povo brasileiro. Um banco de mercado, colocado a serviço dos grandes acionistas privados e dos monopólios empresariais. O BB que defendemos é um Banco Público, instrumento a serviço dos do financiamento dos setores econômicos e sociais que não conseguem atendimento de suas demandas nos bancos particulares. Um banco público com gestão compartilhada entre o governo e seus funcionários, controlado e fiscalizado pelas organizações populares.
ORGANIZAR, LUTAR E CONQUISTAR
Como podemos ver, chegamos em condições bem desfavoráveis nessa campanha salarial de 2013. Os ataques contra nossos mais elementares direitos e até mesmo aos nossos empregos, são desferidos sem nenhuma parcimônia pela atual direção do BB.
O movimento sindical bancário, majoritariamente dirigido pela Contraf-CUT, nas últimas campanhas salariais não logrou barrar esses ataques e iniciar uma contra-ofensiva. A condução burocrática das últimas campanhas vem afastando os bancários e enfraquecendo nossas mobilizações. A falta de unidade e coordenação com as demais categorias de trabalhadores também debilita nossas forças perante o governo e os banqueiros.
Por mais justas que sejam nossas reivindicações, não vamos conseguir obrigar o banco a negociar efetivamente, se não construirmos uma forte campanha salarial. Para isso é fundamental democratizar as assembléias, dando voz a todos os bancários independente de filiação partidária ou a corrente sindical, garantir reuniões e plenárias regionais, eleger comandos estaduais e um comando nacional que seja representativo de todos os que estejam construindo a luta.

NOSSAS PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES ESPECÍFICAS
1 – Garantia no Emprego.
2 – Jornada de Trabalho de seis horas sem redução salarial.
3 – Piso salarial do DIEESE
4 – Plano de Cargos e Comissões equivalente ao que vigorava até 1997, sem distinção entre os funcionários pré ou pós 1998.
5 – Fim das terceirizações e do correspondente bancário.

ORGANIZAR, LUTAR, CONQUISTAR !

AVANTE BANCÁRIOS !
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