sábado, 13 de abril de 2013

Coreia do Norte: ameaçadora ou ameaçada?

 -
110413 coreia-norteCoreia do Norte - PCO -
 Na última semana, a imprensa burguesa vem noticiando a “ameaça norte-coreana à paz mundial”, com um forte cheiro de anticomunismo à la década de 1960. Tudo indicaria que os “malucos” da Coréia do Norte decidiram iniciar uma guerra nuclear contra o império norte-americano, como nos filmes hollywoodianos.

Essa versão fantasiosa dos fatos é típica dos Estados Unidos e da imprensa a ele subordinada. Não se viu nessa mesma imprensa, que agora noticia o suposto ímpeto belicista do país asiático, o mesmo detaque para as notícias sobre as sanções imposta a esse país pela ONU ou às manobras militares que os EUA realizam na península conjuntamente com a Coreia do Sul.
As manobras, batizadas de Key Resolve, foram postas em movimento e se somaram a outras que já estavam em andamento na península com o claro objetivo de ensaiar uma invasão à Coreia do Norte. Tais operações contam com dezenas de milhares de soldados norte-americanos e sul-coreanos, portando sofisticados armamentos nucleares.
Vale a pena lembrar também que os Estados Unidos nunca respeitaram a soberania da Coreia do Norte, fazendo por ano mais de 200 vôos de reconhecimento anuais, ameaças militares e sabotagens econômicas, que cresceram com o governo do republicano George W. Bush, o mesmo que deu início à invasão do Afeganistão e do Iraque no início da década passada.
Chega a ser ridículo acusar a Coreia do Norte de ameaçar o mundo com uma guerra nuclear quando é evidente que esse país não possui tecnologia e armamento suficiente para tal e, em segundo lugar, que são os Estados Unidos que ameaçam esse país de maneira constante, com um poder bélico inúmeras vezes superior.
As declarações norte-coreanas são assim meramente defensivas, como são todas as iniciativas dos povos oprimidos contra o imperialismo. É evidente que uma guerra iniciada pela Coreia do Norte contra os Estados Unidos terminaria com o esmagamento do primeiro. Por isso, é muito conveniente para o imperialismo norte-americano apresentar a situação como uma resposta supostamente inevitável à “terrível” ameaça norte-coreana, uma vez que esmagar esse país por razões meramente comerciais, que estão de fato por trás da tensão militar, seria imediatamente repudiado por todos os povos do mundo.
É por isso também que os Estados Unidos sempre que desejam invadir um país, tendo por trás objetivos estratégicos, econômicos ou militares, necessitam sempre se fazer de vítimas da situação, como forma de esconder esses objetivos inconfessáveis.
A sua primeira invasão, que se deu em Cuba ainda no século XIX, teve como pretexto o suposto incêndio do navio militar Maine pela Espanha, fato que se comprovou ser mentiroso. Da mesma maneira, a entrada dos Estados Unidos na guerra do Vietnã foi justificada por ataques à frota norte-americana estabelecida no Golfo de Tonkin, fato que posteriormente também se revelou falso. Mais recentemente, quem não se lembra das supostas “armas de destruição em massa” que Saddam Hussein possuiria contra os EUA? Nem é preciso dizer que o argumento absurdo foi desmascarado e que hoje não há qualquer dúvida sobre os verdadeiros interesses norte-americanos no Golfo Pérsico.
Mais uma vez a história se repete, de maneira cômica e trágica, onde a imprensa capitalista dá suporte para o conto de fadas de que os países esmagados pelo imperialismo são a grande ameaça a uma paz mundial inexistente e impossível sob o terrorismo imperialista.

Anterior Proxima Inicio

0 comentários:

Postar um comentário