Assunção,
23 mar (Prensa Latina) Organizações defensoras dos direitos dos
indígenas paraguaios reclamaram a destituição e encarceramento de um
alto servidor público do governo por vender ilegalmente terras
pertencentes a essa comunidade, prática repetidamente denunciada neste
país.
A imputação afeta Rubén Quesnel, nada menos que presidente do Instituto
do Indígena (Indi), organismo criado precisamente para ajudar aos
agrupamentos de nativos existentes no Paraguai.
Quesnel, várias
vezes acusado de ceder terrenos sobre os quais têm prerrogativas
ancestrais algumas dessas comunidades, autorizou pessoalmente a venda de
25 mil hectares pertencentes aos Cuyabia, integrante do povo Ayoreo.
A transação comercial fez-se a favor de uma mulher que, mediante
resolução oficial do INDI, passou a apropriar das terras e legalizou
essa posse no departamento de Concepción, a mais de 400 quilômetros
desta capital, apesar dos protestos dos indígenas ali residentes.
A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos no Paraguai e a organização
Tierraviva encabeçaram uma jornada de rejeição à atitude de Quesnel e
inclusive assinalaram os benefícios econômicos que, possivelmente,
recebera por tal operação.
Atos de protesto, declarações de
setores políticos progressistas e firme posição dos indígenas dispostos a
recuperar suas terras, obrigaram a Quesnel a anunciar, semanas depois,
que revisaria sua decisão para anular a venda.
No entanto, o
fato de existir uma resolução de um organismo estatal faz que reverter a
venda só possa ser logrado mediante longa disputa judicial, o que
colocou em primeiro plano a petição de destituição do presidente do INDI
e sua apreensão, respaldada pelos indígenas.
tgj/jrr/cc |
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