sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Lakhdar Brahimi,emissário neocolonial na Síria. Lamentável!

 

 

Síria acusa enviado especial da ONU de estar do mesmo lado de rebeldes

Damasco responde a declarações recentes de Lakhdar Brahimi que fez duras críticas a Assad

Atualizado às 17:33

O governo sírio denunciou nesta quinta-feira (10/01) que o enviado especial da ONU e da Liga Árabe para o país, Lakhdar Brahimi, possui uma visão do conflito favorável aos opositores.

Em comunicado oficial, o Ministério de Relações Exteriores da Síria respondeu às declarações feitas pelo diplomata argelino no dia anterior sobre Bashar al Assad. Além de ter realizado duras críticas ao seu último discurso, o enviado disse que o presidente sírio não poderá compor o governo de transição no país.

Reprodução / SANA (24/12)

O Enviado Especial da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, se reuniu com presidente Bashar al Assad em Damasco

“A fala de Brahimi sai da essência de sua missão e demonstra, de forma flagrante, sua inclinação àqueles que estão conspirando contra a Síria e o seu povo”, diz o texto divulgado nesta quinta (10/01) pela agência oficial Sana e citado pela Agência Efe.

A crítica das autoridades sírias, que se disseram surpreendidas com os comentários, atinge o cerne do trabalho do diplomata. Como mediador do conflito sírio, o argelino deve ser imparcial e neutro em seus posicionamentos e declarações.

 
Ainda em resposta às afirmações de Brahimi, o Ministério defendeu o programa proposto de Assad em seu último pronunciamento ao descrevê-lo como “a única saída política para solucionar a crise por se basear em um diálogo integral entre todos do povo sírio”.

A nota não difere de outras declarações do governo sírio, argumentando que o povo é quem tem a autoridade exclusiva sobre o seu futuro, regime e eleição de seus representantes. Além disso, alerta ao enviado, de que a Síria não vai aceitar a ingerência estrangeira em seus assuntos.

A polêmica pode inviabilizar o processo de paz iniciado pelo mediador internacional ou levar a sua substituição do cargo. O Ministério, no entanto, acrescentou que ainda continuará com o diplomata para a solução da crise síria.

Plano de paz

Em mais uma tentativa de conseguir apoio internacional para seu plano de paz, Brahimi vai se reunir com representantes de Moscou e da Casa Branca nesta sexta-feira (11/01). A Rússia é a principal aliada do governo de Assad e os Estados Unidos já declararam apoio formal aos opositores.

Reprodução/BBC

O enviado especial da ONU, Lakhdar Brahimi, durante entrevista à BBC; diplomata faz duras críticas a Assad

No mês passado, o diplomata organizou três encontros com as autoridades russas e norte-americanas antes de ter viajado à Síria para se reunir com membros do governo e da oposição. Como resultado dessas negociações, o enviado anunciou que iria apresentar, em breve, à comunidade internacional uma nova proposta de solução da crise no país.

Em entrevista coletiva no dia 30 de dezembro, o enviado explicou que a nova iniciativa "contém bases válidas para o lançamento de um processo de paz" e inclui um cessar-fogo, a formação de um governo "com todos os poderes" e a convocação de eleições para escolher o sucessor de Assad e um sistema parlamentar.

No entanto, o recente pronunciamento de Assad – o primeiro em cinco meses – sinaliza que um acordo de paz entre o governo e os opositores pode estar distante. Neste domingo (06/01), o presidente reiterou que sua missão atual é "defender a Síria de seus inimigos" e rejeitou negociar com “terroristas”, como define os grupos rebeldes.

Assad não fará parte do governo de transição

“Tenho a impressão de que o discurso do presidente foi uma repetição de iniciativas anteriores do governo que, obviamente, não funcionaram. O que foi dito, desta vez, não foi diferente e talvez seja ainda mais sectário e unilateral”, afirmou Brahimi em entrevista a rede BBC divulgada nesta quarta (09/01).

“Eu acho que o presidente Assad deve responder às aspirações do povo sírio ao invés de resistir”, acrescentou ele que insistiu na negociação entre as partes.

O diplomata argelino também afirmou que Assad não deve compor o governo de transição sugerido em seu plano de paz, uma informação inédita sobre a sua proposta. “Certamente, ele não seria um membro deste governo”, respondeu ele a jornalista da Reuters nesta quarta (09/01).

Efe (10/01)

Criança é vista em tenda de campo de refugiados sírios no Líbano; cerca de 600 mil pessoas já deixaram país

Foi o posicionamento mais duro do enviado especial em relação ao governo sírio. Brahimi, que assumiu o cargo em substituição a Kofi Annan, considera o conflito “quase impossível” de ser resolvido.

Crise humanitária
A luta entre forças opositoras e o governo sírio completou 21 meses e de acordo com estimativas da ONU, ao menos 60 mil pessoas já foram mortas.

Com a intensificação da luta e a falta de um acordo de paz, a crise humanitária se agravou ao redor de todo o território sírio. O número de deslocados internos chegou a 2 milhões e, neste mês de janeiro, a ACNUR registrou 600 mil refugiados da Síria.

Além disso, a ONU afirmou nesta terça-feira (08/01) que não consegue providenciar alimentação para cerca de 1 milhão de pessoas famintas. A organização estima que 4 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária urgente.
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