actualizado às 15:29 - 10 agosto
Cameron anuncia resposta à violência em Inglaterra
10 agosto '11 TextoVídeoÁudio
"O problema é uma completa falta de responsabilidade, falta de educação dos pais adequada, falta de ética e de valores morais", comentou David Cameron
Andy Rain, EPA
A noite foi relativamente calma em Londres, mas a violência alastrou a outras cidades a norte da capital britânica. A situação mais grave registou-se em Manchester, onde a polícia diz são os piores distúrbios dos últimos 30 anos. Este é um desafio ao primeiro-ministro que reuniu novamente o gabinete de crise em Londres. David Cameron admite que na origem dos conflitos estão problemas sociais.Cameron anuncia resposta à violência em Inglaterra
0 twitterA violência dos últimos dias revela que "partes da sociedade estão doentes", afirmou o primeiro-ministro, que voltou a renuir em Downing Street o gabinete de crise, designado de COBRA.
"O problema é uma completa falta de responsabilidade, falta de educação dos pais adequada, falta de ética e de valores morais", comentou David Cameron, a propósito das imagens de jovens a vandalizar viaturas e lojas.
"Quando eu digo que partes da sociedade estão doentes, a palavra que usaria para resumir é irresponsabilidade", sublinhou.
David Cameron mobiliza canhões de água
"A resposta (à onda de violência) está em curso", disse David Cameron, acrescentando que vai elevar o grau de combate aos motins e conflitos nas ruas.
Para além de manter o reforço do policiamento em Londres e da autorização para utilizar balas de borracha, o governo decidiu também autorizar as forças de segurança a recorrer aos canhoes de água para manter a ordem, até aqui reservados para combater confrontos na Irlanda do Norte. A polícia está autorizada a recorrer a "qualquer tática que entender necessária".
O primeiro ministro-britânico prometeu ainda uma acção rápida da justiça para identificar e punir os responsáveis. Downing Street fez saber que não haverá "complacência" com os criminosos, independentemente da sua idade. “Isto é pura e simples criminalidade que tem de ser confrontada e derrotada”, declarou David Cameron.
David Cameron identificou os problemas sociais como a origem destes distúrbios."É evidente que algumas coisas vão mal na nossa sociedade", admitiu o chefe do executivo, para depois sublinhar que as autoridades britânicas não vão deixar "que uma cultura de medo se instaure nas nossas ruas".
O “mayor” de Londres apelou ao Governo para reconsiderar o propósito de reduzir o número de efetivos policiais, argumentando que os motivos foram “substancialmente enfraquecidos” pelos motins.
Está já marcada para amanhã uma nova reunião do gabinete de crise, seguindo-se uma sessão extraordinária do parlamento para analisar o problema e decidir futuras medidas a aplicar.
Milícias populares em Londres
Outro dos movimentos que Cameron deverá ter em conta é o aparecimento das milícias populares. Centenas de habitantes da capital organizaram-se em grupos para defender os bairros.
Determinadas milícias foram constituídas por comerciantes que pretendiam proteger as suas lojas das pilhagens.
Em Eltham, um dos bairros de Londres, as milícias foram apoiadas por elementos da Liga de Defesa Inglesa, um grupo que luta contra o radicalismo islâmico no Reino Unido.
A violência começou após uma manifestação pacífica, realizada no sábado, contra a morte de um homem durante uma operação policial na quinta-feira passada.
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Comentários de Netuno:
Será o caso da ONU discutir uma zona de exclusão para proteger o povo da periferia de ataques do governo inglês como se faz na Líbia? A ONU tem que ser coerente.
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