sábado, 13 de agosto de 2011

Teatro Dulcina , espaço reaberto.

Reportagens

Nathalia Timberg, Bibi Ferreira e Marília Pêra na reabertura do Dulcina/Rogério Resende
09-08-2011 ////////

Teatro Dulcina

Cerimônia reabre espaço na Cinelândia, fechado por quase oito anos

Mulher de teatro, como ela mesma dizia, Dulcina de Moraes ensinava que duas certezas acompanham a vida de qualquer ator: a do sucesso e a do fracasso. Com o teatro que leva o seu nome, não foi diferente. Depois de passar por longo período de abandono e ficar quase oito anos fechado, o Dulcina, patrimônio cultural carioca inaugurado em 1935, reabriu em grande estilo após uma grande reforma para voltar aos tempos em que era sinônimo de grandes espetáculos (leia mais aqui).

“A importância da reabertura do Dulcina é proporcional a algo fundamental que, como dizia aquela que nomeia este lugar, não morre nunca: o teatro”, afirma Nathalia Timberg, com quem Bibi Ferreira faz coro: “É necessário guardar este e todos os palcos do Brasil. Aqui é a loja em que vendemos o nosso produto, a arte, a cultura”.

Na histórico bairro da Cinelândia, o teatro passou por uma reforma, iniciada pela Funarte em 2010, que restaurou aspectos arquitetônicos originais, em estilo art déco. Foram completamente restaurados a fachada, o foyer e as instalações prediais. Já as poltronas, camarins, balcões e frisas foram remodelados, assim como o palco, que recebeu novos e modernos equipamentos. “Nossa próxima meta é restaurar o Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo”, anunciou o ator e presidente da Funarte, Antonio Grassi.

A reinauguração foi realizada em grande estilo no dia 2 de agosto, com a apresentação do espetáculo “Um Brinde à Dulcina!”, em que Bibi Ferreira, Nathalia Timberg e Marília Pêra fizeram uam leitura de depoimentos de Dulcina de Moraes. A celebração reuniu diversos artistas consagrados além de representantes do setor público, entre os quais a ministra da Cultura, Ana de Hollanda. “A recuperação de um teatro sempre comove os artistas que têm esse berço teatral”, diz Marília Pêra, que frequentava o teatro com os pais na época em que ainda se chamava Regina.

Em agosto, o público poderá ver no Dulcia espetáculos como “Bibi in Concert IV”, com Bibi Ferreira; o premiado infantil “Fedegunda”, de Karen Acioly; “Viver sem Tempos Mortos”, com Fernanda Montenegro, e “Uma Festa Privilegiada!”, da companhia Os Fudidos Privilegiados, criada no próprio teatro. Em setembro, o teatro recebe o célebre encenador inglês Peter Brook, que fará a estreia sul-americana do espetáculo “Uma Flauta Mágica”, adaptação da ópera de Mozart.

Inaugurado em 1935 com o nome de Teatro Regina, foi rebatizado em 1977 em homenagem à atriz, diretora e empresária teatral Dulcina de Moraes. Filha de atores, Dulcina construiu carreira vitoriosa e múltipla, totalmente dedicada às artes cênicas. Com Odilon Azevedo, seu marido, fundou sua própria companhia teatral, com a qual ganhou inúmeros prêmios, atuando e dirigindo. Em 1955, criou a Fundação Brasileira de Teatro, responsável pela formação de artistas como Suely Franco, Irene Ravache, Rubens Corrêa, entre muitos outros.
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