sábado, 12 de março de 2011

Pauta neocolonial!

Chanceleres árabes discutem sobre zona exclusão aérea na Líbia
Escrito por Camila Carduz
sábado, 12 de marzo de 2011

12 de marzo de 2011, 07:15Cairo, 12 mar (Prensa Latina) Urgidos pelos Estados Unidos e Europa, os chanceleres de 21 países árabes discutem hoje a imposição de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, conscientes de que qualquer decisão deixará uma marca inesquecível nessa comunidade.

Os ministros de Relações Exteriores da Liga Árabe (LA) -integrada por 22 Estados, incluindo à agora suspendida Líbia- chegaram ao Cairo para participar de uma reunião extra-ordinária que o Ocidente vê como fundamental para definir ações contra Trípoli.

Ainda que historicamente a entidade panárabe tem sido incapaz de adotar resoluções que comprometam um respaldo tácito da União Européia (UE) e Washington aos árabes frente a Israel, o documento que se prevê que será aprovado hoje será tomado como aval regional contra Muamar Kadafi.

Diplomatas consultados pela Prensa Latina confirmaram que a sessão de emergência debaterá a conveniência ou não de impor uma zona de livre de vôos sobre o espaço aéreo libio, e de legitimar ao movimento rebelde Conselho Nacional de Transição.

Apesar de que não se descartam decisões de última hora, todos os acontecimentos de dias recentes apontam para que os árabes continurão a pauta traçada pela UE, a Casa Branca e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) com respeito à crise no país.

Os presidentes da UE na sexta-feira passaram em Bruxelas aos árabes a dura responsabilidade de decidir por uma eventual intervenção militar na crise libia, ao afirmar que qualquer passo pressupõe consenso internacional e, sobretudo, avais da LA e a União Africana (UA).

Dessa forma, evita-se que uma operação armada do mar ou sobre o espaço aéreo da Líbia se perceba no mundo como outra prática intervencionista do Ocidente, justificaram os 27, que também pediram uma reunião especial conjunta da UE, UA e LA.

A comunidade árabe suspendeu a Líbia e, por mais que tenha rejeitado uma intervenção militar estrangeira, antecipou o apoio a uma eventual zona de não vôos coordenada com a UA com o alegado fim de facilitar o fornecimento de assistência humanitária a civis.

Tal medida foi pedida na quinta-feira de forma aberta e categórica pelos ministros de Relações Exteriores do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) Pérsico, todos membros do bloco panárabe, em uma declaração que o governo do Kadafi também chamou de "ilegítimo".

O conjunto de países africanos, por outro lado, foi mais enérgico na declaração adotada ontem em Addis Abeba contrária a "qualquer intervenção militar estrangeira" na Líbia, e fez um chamado ao governo e rebeldes a deterem a beligerância e dialogar para conseguir um acordo.

Por outro lado, funcionários de alto rango anteciparam que impediriam a participação na reunião extraordinária de hoje de uma delegação enviada na sexta-feira por Kadafi ao Cairo com a intenção de fazer parte nas discussões. A comitiva líbia está integrada por Umran Abu-KraÂÂ�a, identificado como ministro de Eletricidade, e também por Salma Rashid, designado por Kadafi para substituir ao seu representante na LA que renunciou depois de criticar a forma como seu governo lidou com a crise.

Esclareceram, não obstante, que a solução da crise libia é impensável sem dialogar com as autoridades que governam esse país, dirigentes árabes poderiam se encontrar com os emissários chegados de Trípoli paralelamente a reunião de chanceleres.

As nações árabes também não aceitaram a presença no Cairo do Conselho Nacional de Transição, devindo governo de fato dos insubordinados na cidade de Benghazi, com o que mantêm contatos para seguir de perto a situação humanitária.

Nesta nova disjuntiva, A Liga Árabe pode afiançar sua coesão e credibilidade apostando por um acordo estritamente regional ao problema na Líbia, ou se deixar arrastar por membros influentes para favorecer aos Estados Unidos e, por acréscimo, ao Ocidente.

Fonte: prensalatila.com
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