sexta-feira, 25 de março de 2011

Lágrimas no Japão II


fonte: Prensa Latina
Japão, duas semanas depois
viernes, 25 de marzo de 2011

25 de marzo de 2011, 06:08Tóquio, 25 mar (Prensa Latina) Duas semanas após o terremoto e tsunami, Japão permanece golpeado pela dor e as preocupações, que com o tempo parecem se incrementar para deixar sequelas inesquecíveis na população e na geografia deste arquipélago.

Ao se encontrar diariamente vítimas então se revelam cifras em constante aumento. Até as 11:00 hora local de hoje os mortos somavam 10 mil 35 e os desaparecidos 17 mil 443, enquanto 240 mil evacuados permanecem em refúgios temporários. Em um país onde os cadáveres costumam ser cremados, o enterro torna-se necessidade pela escassez de combustível, uma das consequências do ocorrido na tarde de 11 de março.

Segundo passam os dias, reafirma-se uma conclusão: o regresso à normalidade ainda está longe. Nas zonas arrasadas pelos desastres, a devastação constitui um recordatório da tragédia que só agrava o sofrimento pelas perdas humanas.

Vale recordar que dos 174 cidades e governos locais situados na costa leste do país, 54 foram afetados pelo maremoto.

O custo econômico nas áreas mais golpeadas estima-se em 309 bilhões de dólares, enquanto o governo advertiu que esta realidade pode deter a recuperação da indústria e as exportações.

Indústrias produtivas paradas, escolas por reabrir, limitações no serviço elétrico, centos de famílias sem lar, milhares de toneladas de escombros por recolher... o país vive a pior crise desde 1945, como a qualificou o premiê Naoto Kan.

Tudo isso parece opacar os avanços na recuperação, apreciados em algumas zonas na reabertura de estradas, aeroportos, portoás e planos de construção de moradias temporárias.

Os esforços nesse sentido devêm verdadeiro alívio em frente aos enormes danos à infraestrutura causados pelo sismo de 9.0 graus na escala Richter e o maremoto.

Tanta dor e destruição pudessem ser suficientes para uma tragédia, mas Japão enfrenta outra, com seu centro na planta nuclear 1 da norte oriental prefeitura de Fukushima, a pouco mais de 200 quilômetros de Tóquio, e onde se trabalha para evitar males maiores.

Responsáveis por ela também são o terremoto e o subsequente tsunami. Os efeitos podem resumir-se em escapamentos de radiação que preocupam para além das fronteiras desta nação.

Necessário dizer algo mais dessa central? O governo anunciou há vários dias que finalmente será fechada diante do ocorrido ali depois dos mencionados fenômenos.

Alimentado por explosões de hidrógeno, incêndios e possíveis danos a partes de reatores e piscinas de barras usadas de combustível, o temor a consequências piores está por desaparecer, e bem pode se dizer que aumenta.

Vários trabalhadores da planta afetados por radiação, vegetais contaminados e água com níveis de iodo radiativo acima do normal para meninos menores de um ano em algumas zonas também constituem episódios de uma crise que obrigou a evacuar a milhares de pessoas.

A crise em Fukushima-1 transcende os limites territoriais deste arquipélago.

Alguns países proibiram a importação de alimentos desde as regiões próximas à central nuclear, enquanto informou-se a detecção de pequenas quantidades de material radiativo em postos de observação em Califórnia e Islândia.

Acalmar -se é possível- a dor humana, apagar a devastação e devolver a normalidade ao Japão que há duas semanas o mundo também segue com mostras de solidariedade, conformam um repto histórico em frente ao qual a ajuda internacional se apresenta novamente como apoio e estímulos insubstituíveis.

mv/lam/bj
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