sábado, 31 de agosto de 2013

Acusar governo sírio por uso de armas químicas é "bobagem imunda", diz Putin

Presidente russo mostra, mais uma vez, distanciamento da posição dos EUA sobre intervenção militar na Síria

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, respondeu neste sábado (31/08) às declarações dos Estados Unidos sobre a Síria tachando de "bobagem imunda" as acusações de Washington de que as forças do governo de Bashar al Assad teriam usado armas químicas.

"Dizer que o governo sírio utilizou armas químicas quando o exército da Síria avança" sobre seu inimigo "é uma bobagem imunda", afirmou o líder do Kremlin, citado por agências russas, em um pronunciamento à imprensa na cidade de Vladivostok.

Agência Efe

Putin tem bloqueado intervenções militar na Síria há muitos meses, por meio do veto no Conselho de Segurança da ONU


"Se há provas sobre o uso de armas químicas, estas devem ser apresentadas. Se não forem apresentadas, é porque não existem", enfatizou.

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Putin reagiu assim às ameaças de uma intervenção militar contra a Síria expressadas ontem pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que alegou provas irrefutáveis dos serviços de inteligência do país sobre a autoria do governo de Assad no ataque com armas químicas nos arredores de Damasco.

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"As alusões a não se sabe que intercepções de não se sabe que conversas que não demonstram nada não podem servir de fundamento para tomar decisões tão transcendentes como o uso da força contra um Estado soberano", afirmou Putin.
O líder russo reiterou que as provas, caso existam, não podem permanecer em segredo e devem ser "apresentadas aos inspetores da ONU e ao Conselho de Segurança". "As alusões de que (os EUA) têm essas provas, mas que são secretas e por isso não podem ser apresentadas a ninguém não se sustentam. É simplesmente uma falta de respeito com seus aliados", disse Putin.

O chefe do Kremlin também declarou que a Rússia participará da tomada de medidas de prevenção das armas químicas se for provado que estas foram usadas na Síria. "No que se refere ao uso de qualquer arma de destruição em massa, incluindo as armas químicas, nossa postura é consequente: nos opomos categoricamente, condenamos e, em consequência, se for provado, tomaremos parte na elaboração de medidas de prevenção de tais ações", ressaltou.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou ontem que avalia uma ação militar sem soldados em campo de combate na Síria, pois isso não representaria um "compromisso" bélico a longo prazo. Pouco antes, Kerry disse em Washington que um ataque com armas químicas realizado pelo regime de Assad no dia 21 de agosto causou 1.429 mortes, 426 delas de crianças.

(*) com Agência Efe
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Observação do blog pensarnetuno:

   Entre o governo atual e os comunistas russos estamos muito mais com os comunistas russos, entretanto a Rússia atual capitalista e contraditória, herdou elementos oscilantes de resistência ao imperialismo ocidental e nesse ponto nos encontramos.
   Amaro Sérgio Azevedo

Portugal e exemplos:De Carmona a Cavaco e à "salvação nacional"


por Daniel Vaz de Carvalho

 
Implantando entre nós o sistema de enfeudar os serviços públicos a companhias de especuladores, o cabralismo obedecia ao princípio da sua formação: era uma clientela de ricos. (…) A sua grande falta, a sua fraqueza invencível, eram a ausência de um princípio moral, porque nem a ordem imposta pela força nem a riqueza criada contra a justiça chegam a ser princípios.
Oliveira Martins, Portugal Contemporâneo, vol.II, pág. 130 e 131. Ed. Europa América

O povo emudece; negam-lhe a palavra, não o consultam, nem se conta já com ele. Com quem se conta é com a aristocracia palaciana, com uma nobreza cortesã, que cada vez se separa mais do povo pelos interesses e pelos sentimentos e que de classe tende a transformar-se em casta. (…) Por isso decai também a vida económica: a produção decresce, a agricultura recua, estagna-se o comércio, desaparecem uma por uma as indústrias nacionais; a riqueza é uma riqueza faustosa e estéril, enquanto a miséria se alarga pelo país.
Antero de Quental, Causas da Decadência dos Povos peninsulares, Ed. Contexto, p.22
1 – RECORDAR O PASSADO

É sabido que quem esquece as lições do passado está destinado a repeti-lo. Por isso vale a pena debruçar-nos sobre situações ocorridas aquando da instauração do fascismo salazarista e situações atuais. Trazer à memória aqueles tempos dramáticos não parece irrelevante tanto mais que persiste o seu branqueamento, parecendo que o único problema seria a "censura", apresentada sobretudo nos seus aspetos mais ridículos.

Perante o golpe militar de 28 de maio de 1926, no mesmo dia, um então pequeno partido, o PCP, é o único a caracteriza-lo como um golpe fascista. No golpe participavam o comandante Mendes Cabeçadas, um histórico da instauração da Republica, deseja manter o regime constitucional republicano, mas está conotado com a direita; o general Gomes da Costa, homem da Grande Guerra, assume-se como líder da direita, aspira a uma ditadura presidencialista.

Carmona só adere ao movimento a 2 de junho. É quase um burocrata militar, mas é o homem de confiança da oligarquia. Evidenciara-se como procurador no Tribunal Militar que julgou os responsáveis pelo golpe contra a Republica em 18 de abril de 1925, ao assumir não o papel de acusador mas de defensor: "Por que estão sentados no banco dos réus? Porque a Pátria está doente e manda julgar e acusar os seus melhores filhos". (TCP – 153 ou S FN, vol.1, p.288). Pode dizer-se que traía as suas funções, o Estado e a Constituição que tinha a obrigação de defender. Num julgamento similar, os sediciosos do "19 de julho" são também ilibados, ante os protestos da esquerda.

Mendes Cabeçadas assume de início a presidência e a chefia do governo, um golpe de Gomes da Costa demite-o e prende-o a 17 de junho; Carmona é nomeado chefe do governo. Gomes da Costa em 9 de julho é também demitido e exilado para os Açores. Carmona torna-se assim o chefe da ditadura fazendo-se eleger Presidente da Republica, como candidato único, em 1928. A então "Ditadura Militar" passa a "Ditadura Nacional". Estava escancarada a porta à instauração do fascismo.

O "paternal" Carmona intensifica a repressão, a máscara de tolerância que pusera para os golpistas absolvidos não se aplica aos democratas: milhares de adversários são presos, muitos deles deportados para Angola e Timor: políticos, militares republicanos, sindicalistas, comunistas.

Como se chegou aqui? Em 1924, o governo de direita de Álvaro de Castro para equilibrar as contas públicas aplica medidas de "austeridade", muito semelhantes às atuais: despedimento de funcionários públicos, fecho de tribunais, redução de efetivos e despesas militares, extinção ou redução de pessoal em consulados, cortes nas diversas despesas do Estado.

José Domingues dos Santos. Perante a contestação, o governo cai numa moção de confiança. A 22 de novembro de 1924 toma posse José Domingues dos Santos [1] , um homem da esquerda republicana. A sua noção de equilíbrio das contas públicas é diferente. Promove a remodelação e intervenção no sistema bancário para "o desviar das operações especulativas" e "repatriar fortunas evadidas"; legisla a expropriação de terras declaradamente deixadas incultas; apresenta um projeto de reforma agrária; pretende canalizar os recursos do país para aplicações produtivas, tem um programa de justiça social, assistência e previdência. (TCP p.149 e S FN, vol1, 262) Revoga a "lei das associações", que proibia as federações sindicais e impunha autorização policial para reuniões sindicais. (HP vol.6 p. 230) Anuncia o reconhecimento da URSS. (idem p. 627)

PCP, Sindicatos, Cooperativas Operárias, o Socorro Vermelho, apoiam o governo em grandes manifestações em Lisboa. Numa delas, na praça do Município, Domingues dos Santos declara: "O governo da Republica colocou-se abertamente ao lado dos explorados contra os exploradores" "O povo tem sido explorado pelo alto comércio e pela alta finança". (TCP p.150)

A União dos Interesses Económicos (UIE) desencadeia intensa campanha de insídia contra o governo, Domingos dos Santos reage, a Associação Comercial de Lisboa é encerrada por rebelião. A UIE faz campanha contra os "políticos", "os exagerados impostos", protesta porque "o povo que vive mal" e proclama que "é preciso impormo-nos aos políticos". O populismo atual ao serviço da oligarquia não se exprime de maneira diferente.

Domingues dos Santos, procura construir um bloco baseado no antifascismo, porém a 11 de fevereiro o governo cai. A direita do seu partido, o Partido Democrático (PD), com o objetivo prioritário de "combater a Legião Vermelha" retira-lhe a confiança. (HP p.631e 628). O novo governo "moderado", também do PD, tenta conciliar medidas do anterior com os desejos da UIE. (TCP p.149) Nas eleições seguintes ainda em 1925 o PD tem maioria absoluta; monárquicos e católicos perdem lugares.

A direita "liberal" e a UIE apostam decididamente no golpe. Temem a ascensão da esquerda e a mobilização popular bem viva com Domingos dos Santos. Querem a passagem urgente do liberalismo oligárquico praticado pela maioria dos governos republicanos, anti-populares e instáveis, para a ditadura oligárquica, dominada pelos interesses dos monopólios e latifúndios. O seu lema era a "Salvação da Pátria", isto é, dos seus exclusivos interesses como se viu. Hoje, o lema é a "Salvação Nacional", os objetivos não são muito diferentes.

2 –O PAPEL DE CARMONA E OS OBJETIVOS DA OLIGARQUIA

Carmona foi PR de julho de 1926 a abril de 1951, data do seu falecimento. A propaganda fascista fazia dele uma personagem bondosa, um simpático e inofensivo "corta fitas" fazendo festinhas às crianças. Esta imagem é falsa. Carmona tornou-se de facto um adorno do salazarismo, depois de ter colocado Salazar no poder absoluto e ser instaurado o fascismo.

O papel político de Carmona foi o de um exemplar intriguista, eliminando a contestação republicana e simples vestígios de democracia até a ditadura ser implantada com o apoio da oligarquia financeira, monopolista e latifundiária e da hierarquia católica. Salazar contestado pelos sectores civis e militares republicanos deve a sua ascensão a Carmona: tinha sido o homem escolhido pela UIE e pela alta hierarquia católica, mesmo a nível do Vaticano.

Um padre encarregado de informar confidencialmente o Papa sobre a situação da Igreja e sobre as personalidades que pudessem ajudar a sua causa estava em Portugal. É este padre que diz a Salazar: "A mim não me enganas. Por detrás dessa frieza, há uma ambição insaciável". Perante as hesitações de Salazar em aceitar o cargo de ministro das Finanças em 1928, insta-o a "que não pode furtar-se ao cumprimento do seu dever" (S FN, vol 1, p.330 e 337)

A Republica deixara as contas públicas equilibradas, a ditadura entre 1926 e 1928 leva-as ao descalabro. Salazar, é promovido a "mago das finanças" com poderes absolutos, a democracia "suspensa" e a repressão assumida como forma de gestão pública.

Sob a mão de Carmona lugares chave nas forças armadas, no aparelho de Estado, nas forças de segurança, são entregues a apoiantes do fascismo. A nível político tratava-se de estabelecer um consenso anti-operário como a UIE pretendia, liquidando o sindicalismo e o PCP que alargava a sua influência.

De 1927 a 1933, portanto sete anos sob o domínio direto de Carmona, há registos de 1.972 presos e 1.511 deportados, um total de 3.483 pessoas; além de 200 mortos em combates e 990 feridos. Porém, pelo menos os quantitativos de presos e deportados estão grandemente subavaliados. Assim, por exemplo, em anos de intensa repressão, os registos são claramente insuficientes: em 1926 não há quaisquer registos de presos ou deportados; em 1930 20 presos e 20 deportados, que se referem unicamente a uma nota de 3 de dezembro; em 1932 ano de grande repressão, apenas quatro presos. Em 1928 contam-se 150 presos para o ano inteiro, porém ente número refere-se a uma única data: a revolta do 4 de julho!

Só com a criação da PVDE em 1933 (antecessora da PIDE) há registos mais ou menos sistemáticos das prisões. Assim, entre o golpe de 1926 e 1939, registam-se por motivos políticos mais de 13 mil presos e deportados, cálculo muito subavaliado que não tem em conta as prisões, espancamentos, brutalidade policial e outras vítimas extra judiciais no período. Há ainda registos de 1.500 deportados para as colónias ou para os Açores, 210 mortes em combates e 24 nas prisões. (HP vol 7, p. 208)

Era esta a "salvação nacional" e a "ordem nas ruas e nos espíritos" que o regime estabelecia. Carmona, concretizava assim um programa fascista, protagonizado por Salazar. A sua ação vai desenvolver-se em três frentes:

a) Repressão e perseguição aos democratas, destruir o movimento sindical organizado e o PCP "a grande heresia dos tempos modernos", no dizer de Salazar, justificando assim a instauração de uma nova, mas não menos cruel, inquisição.
b) Unir as direitas em torno de um projeto comum.
c) Neutralizar os militares republicanos mesmo de direita (SP p.70 e seguintes).

Ao contrário do que propaganda fascista veiculava, bem como o branqueamento atual, de 1926 a 1932-33, viveu-se um período de intensa contestação e luta contra o fascismo pelas correntes militares republicanas, pelo movimento operário, pela intelectualidade progressista. A sua derrota deve-se sobretudo a conceções de "golpismo" alheado das massas e voluntarismo anarquista.

Devido à intensa luta contra a ditadura, além das dissidências no seu interior, apenas em 1932 Salazar é chefe do governo. Carmona apoia-o sempre, até ao ponto de rutura com seus apoiantes da primeira hora. Em 1933, é plebiscitada nova Constituição, num ambiente de censura, perseguições, exílios. O "corporativismo" fascista é formalmente instaurado, com a designação de "Estado Novo".

3 - O QUE SE OBTEVE?

A teoria política de Salazar está bem expressa no seguinte: A "adulação das massas" pela criação do "povo soberano", não deu ao povo nem influência na marcha dos negócios públicos, nem aquilo que o povo – soberano ou não – mais precisa, que é ser bem governado". (HP vol 7, p. 198) Sabemos o que foi ser "bem governado", mas estas mesmas ideias estão presentes nas objurgatórias de certos "comentadores".

O "Estado Novo" exprimia confessadamente o ódio classista à iniciativa popular que a revolução republicana permitira. O país mergulha na repressão, atraso, miséria: foi o resultado da entrega do país aos "interesses económicos".

O lema do clerical fascismo salazarista era: Deus, assente na superstição e ignorância popular; Pátria, entregue à oligarquia nacional e estrangeira com o povo submetido a cruel repressão; Família, vegetando na pobreza, miséria, tuberculose e alcoolismo.

Eis a "ordem" oligárquica: A propaganda fascista chamava a isto: "Caminhando para uma vida melhor". Salazar falava na "restauração e desenvolvimento dos valores espirituais". Mas que valores espirituais? A propaganda esclarece: pretende-se "contra as ambições doentias do homem das cidades" a "simplicidade da vida nas aldeias" "onde a miséria total é mais rara, não há dinheiro, falta por vezes a roupa necessária, mas há sempre uma côdea de pão e um caldo" (António Ferro). (P 30, p. 157)

O que se obteve foi uma "onda lamacenta de miséria", como constatava a "Indústria Portuguesa" (P 30, p 123), e repressão policial. Eis o êxito do "mago das finanças".

Relatórios confidenciais das autoridades distritais dão conta "do enriquecimento de alguns, da grande falta de trabalho, da miséria cada vez maior" ou "da extrema situação de miséria da classe operária no Alentejo (PPG, p 169). Um relatório da DG Indústria falava da existência miserável dos operários, escaveirados e maltrapilhos vivendo sem quaisquer condições de salubridade (PPG, p. 208). Ao mesmo tempo diplomatas franceses falam da fome e da "população miserável" portuguesa, o embaixador britânico menciona a corrupção e as condições caóticas do mercado interno. (PPG, p. 276, 277)

"Centenas de milhares de indivíduos (os mendigos) fervilham por toda a parte, bandos de pedintes infantis, legiões de prostitutas, crianças a fazer a ronda dos caixotes do lixo" (PPG, p.343). Marcelo Caetano referia-se no início dos anos 40 a: "analfabetismo, alcoolismo, doenças contagiosas". (PPG, p. 368)

Em Braga o governador Civil relatava que a situação económica apenas se tinha agravado para os pobres "desencadeando calamidades quanto a habitação, mendicidade, jogo, prostituição, hospitalização". (PPG, p. 344, 345)

A "obra grandiosa do Estado Novo" refletia-se na carência de cuidados de saúde e hospitais, mortalidade infantil e maternal, esperança média de vida ao nível do "terceiro mundo". Eis o resultado do "equilíbrio das contas públicas" hoje aplaudido pela direita. A filosofia era que só eram pobres porque não queriam trabalhar; hoje porque lhes falta "empreendedorismo".

O ensino público regride para três anos. Salazar explica: "Considero até mais urgente a constituição de vastas elites do que ensinar toda a gente a ler. É que os grandes problemas nacionais têm de ser resolvidos, não pelo povo, mas pelas elites enquadrando as massas" (SP, p.180) Vemos em todos estes aspetos, seja no ensino seja na questão da pobreza e do desemprego, esteios do atual pensamento da direita.

Em "Rumo à Vitória", de 1965, Álvaro Cunhal, traça exemplarmente o quadro da situação de atraso, repressão e miséria em que o país permanecia apontando causas e soluções. Centenas de milhares de portugueses emigram, em grande parte de forma clandestina, fugindo à miséria, à repressão, à guerra colonial, ao desemprego nos campos. O analfabetismo campeia. Em 1970, 15 % do PIB eram remessas de emigrantes.

O país sob o regime do "maior estadista" torna-se alvo de troça e desprezo na Europa. Mesmo nos finais dos anos 60 a escassos quilómetros de Lisboa, o ambiente era como se dizia "terceiro mundista". Um francês manifestava então ao autor a sua opinião sobre Portugal: "com este governo, vocês tornam-se o museu dos povos primitivos na Europa".

Hoje propagandistas da direita exibem na TV gráficos elogiando o "equilíbrio" das contas públicas nesse período…

4 – ONTEM E HOJE

As semelhanças entre a política de direita e a do fascismo são gritantes. Salazar definia então como princípio fundamental para o trabalhador consciente "trabalhar mais e consumir menos". (PPG, p.362) Eis em toda a linha expressas as políticas de austeridade.

O objetivo da direita de "Reestruturar o Estado", não anda longe do "Estado Novo", que se definia com "não parasitário nem social, no sentido de ter como finalidade distribuir a riqueza nacional", pois "o social não pode sobrepor-se aos "interesses nacionais". (PPG 367) Argumentos muito semelhantes aos de hoje para destruírem as funções sociais do Estado, sempre colocadas em termos de "não há dinheiro", exceto para satisfazer a especulação e a fraude e sem tributar o grande capital.

A filosofia era que "a melhoria das condições de vida da classe trabalhadora é sobretudo um problema de aumento da produção e de organização dos mercados e não um problema de redistribuição de riqueza". Aos trabalhadores havia simplesmente que proporcionar "um salário humanamente suficiente" (!) "criando no operariado a função de colaborador consciente do seu chefe" (PPG 362) Formulações que em nada se distinguem das que atualmente a direita difunde.

Com o movimento sindical perseguido, os trabalhadores sujeitos a privações, o argumento dos "custos no trabalho" servia para os trabalhadores serem levados a aceitar o que quer que fosse para manterem o emprego.

O mesmo argumento encontramos hoje nas confederações patronais para manterem a precariedade sem limites legais e liquidarem a contratação coletiva já que, ontem como hoje, a direita considera ser melhor ter emprego precário e mal pago que não ter nenhum.

Como se vê, o objetivo ideológico da direita é sempre procurar nivelar pelo mais baixo possível e que os explorados assumam como estratégia de sobrevivência os critérios dos exploradores.

O "diálogo corporativo" com "sindicatos nacionais" de obediência ao governo e a prepotência patronal com o poder do seu lado, foi uma ficção: desrespeito pelos horários de trabalho, baixa de salários, despedimentos arbitrários, condições de saúde e segurança desprezados.

A atual concertação social do governo da direita já pouco ou nada se distingue da conciliação de classes que o corporativismo pretendia. A negociação é inexistente ou mera cosmética para o governo impor os ditames da oligarquia, agora escudada na troika.

Os ordenados mínimos fixados em 1935, serviram (ontem como hoje) para o patronato baixar salários. Em 1947 e em 1949, um homem do regime, Daniel Barbosa, evidenciava que os salários tinham descido abaixo do mínimo de sobrevivência. (PPG 356 e 357)

Numa "Mensagem ao sr. Presidente do Conselho" os Sindicatos Nacionais nos anos 40 exprimiam "a miséria de muitos em contraste com poderio financeiro e o enriquecimento desenfreado de um reduzido escol" e "o crescimento da riqueza de alguns à custa de todos". Pediam então para o governo "mudar de políticas". (PPG 364) Faz-nos lembrar a UGT, nos seus apelos ao governo no mesmo sentido. Mas a UGT, com linguagem muito mais suave…

Apesar da repressão fascista, as greves e reivindicações sucedem-se, os grevistas são acusados de "minar a ordem económica e social estabelecida". As gentes da "situação" procuravam demonstrar a "sem razão" das reivindicações operárias, "ainda por cima por parte de sectores dos mais bem pagos". (PPG 377)

Eis o que nos traz aos dias de hoje, com a propaganda contra as greves e lutas de "privilegiados" que têm contratos coletivos de trabalho e salários acima da média, prejudicando os desempregados. A hipocrisia política da direita parece não ter limites…

A crise que a oligarquia originou não é um acidente, é uma consequência direta das suas políticas neoliberais tornando-se uma oportunidade para combater a democracia, as iniciativas e ações populares.

Ontem como hoje temos o "elogio da pobreza virtuosa", que o desenvolvimentista Ferreira Dias contestava (PPG 424), com o governo a elogiar "os sacrifícios dos portugueses", escamoteando, que esses sacrifícios não são apenas inúteis mas contraproducentes.

Apesar das duras condições em que eram realizadas, as lutas dos trabalhadores conseguem melhores condições e melhores salários, obrigam o regime a recuar. O temor pelo seu recrudescimento e pela crescente influência do PCP, obriga o governo a cedências.

Certos sectores industriais compreendem que o aumento da produtividade e da produção de mais-valia, não era compatível com as condições de semi-escravatura dos trabalhadores e vão aceitando reivindicações de melhores condições de trabalho e salários. Compare-se com a atual situação na "concertação social" acerca do aumento do salário mínimo: apesar do acordo das confederações patronais não é aceite pelo governo.

5 - HOJE E ONTEM

Cavaco e a sua "salvação nacional" foi uma tentativa de comprometer o PS num mesmo programa político dominado pela direita, instituindo o partido único neoliberal. Declara então: "os portugueses tirarão as suas ilações sobre os agentes políticos se não houver acordo". A direita diz que "foram lançadas sementes"…De quê?

Cavaco tentava assim criar um sucedâneo da União Nacional salazarista ou da ANP marcelista, com políticas à partida definidas pela agenda de total submissão à troika e aos "mercados" da especulação e usura, sempre em nome do "superior interesse nacional".

Passos Coelho, a quem o PS dispondo-se ao "consenso" ofereceu credibilidade e uma renascida segurança, tirando o governo e o próprio PR do atoleiro para onde as suas políticas os tinham levado, fala sem pudor em "união nacional". Não é uma maneira de falar, é muito pior: é uma maneira de pensar, associando-se ao branqueamento e à difusão de expressões conotadas com o salazarismo.

Situação que conduziria, tal como no salazarismo, a eleições sem permitirem alternativas políticas, à Constituição alterada de acordo com os desejos da oligarquia, podendo ainda ser subvertida por leis avulsas.

O PS não entende que a UE é uma entidade reacionária, que já se encaminhou para o domínio neocolonial-neofascista da potência hegemónica, a Alemanha. Os tratados da UE estabeleceram uma "contra revolução preventiva" "uma construção visando contrariar preventivamente os reveses que a ordem capitalista poderia ter da parte dos movimentos sociais e políticos da classe trabalhadora" " A UE é "uma entidade política de soberania fragmentada, que não vê a sua unidade política senão garantida pela burocracia de Bruxelas submetida à finança internacional" (EFFE p.27 e 90)

A Revolução de ABRIL trouxe para Portugal respeito, admiração, progresso. Hoje, a política de direita faz-nos regressar a situações da ditadura. O desprezo pelo nosso país exprime-se no qualificativo de PIGS, preguiçosos e gastadores, que a direita europeia pôs a circular para os povos mais vulneráveis submetidos às suas iníquas políticas.

P. Coelho, assume-se como defensor dos interesses dos especuladores internacionais: "O país não precisa de gente que acalente a perpétua vontade do Norte da Europa passar a pagar as nossas dívidas" – declarou em julho perante o CN do PSD, a que a comunicação social assistiu. Sublinhe-se a expressão de conteúdo fascista: "o país não precisa de gente". Eis como um governo sem legitimidade real trata os que se opõem às suas políticas de submissão aos interesses estrangeiros.

O governo neoliberal de Cavaco criou nos anos 80 as condições para a destruição da indústria e da agricultura e o desmantelamento das pescas, a troco das transferências de verbas da CE (UE). A condecoração de ex-pides e a recusa de subvenção a Salgueiro Maia, mostraram ser o homem com que a oligarquia mais podia contar.

Cartoon de Fernão Campos. Neste contexto, não surpreende que António Borges (ex-assessor do governo e ex-quadro superior da megafraudulenta Goldman Sachs), que afirmara "não ser possível fazer reformas com a gritaria da oposição", tenha merecido elogio fúnebre como "um dos maiores economistas da sua geração". No entanto, a morte de Urbano Tavares Rodrigues, um dos maiores escritores da sua geração, internacionalmente prestigiado, tenha sido ignorada em Belém.

Hoje, um governo com o apoio de Cavaco, assume-se perante a atual "UIE" como o garante do projeto anticonstitucional, formalizando a destruição do projeto económico e social da revolução portuguesa. Um governo que encaminha o país para o subdesenvolvimento económico, político, social e cultural, numa via semelhante à do fascismo: um país sem cidadãos, ou antes, cidadãos marginalizados, potencial ou realmente perseguidos.

Pelo espírito de sacrifício e dedicação sem limites à causa da liberdade e do progresso do nosso povo e do nosso país, o PCP tornou-se "na longa noite fascista" o Partido da esperança. Esperança que hoje se expressa na defesa dos valores de ABRIL.
[1] Domingues dos Santos participa em 1927 num golpe contra a ditadura, reprimido num banho de sangue. Na sequência desta derrota vai para Paris. Só regressa a Portugal em 1954, morrendo em 1958 com 73 anos. Até ao fim da vida lutou contra o fascismo.

FFE – En finir avec l'Europe , Cédric Durant , Ed. La Fabrique, 2013
HP – História de Portugal, coord. José Matoso, Ed. Circulo de Leitores 1994
P 30 – O Estado Novo Anos 30, Fernando Rosas, Ed. Estampa, 1986
S FN - Salazar, Franco Nogueira, Atlântida Editora, 1977
SP – Salazar e o Poder, Fernando Rosas, Ed. Tinta da China, 2012
PPG – Portugal entre a Paz e a Guerra, Fernando Rosas, Ed. Estampa, 1990
TCP – Tesouros da Caricatura Portuguesa (1856 - 1928), Paulo Madeira Rodrigues, Ed. Circulo de Leitores 1977

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Opositores Sirios Admiten Culpabilidad en el Ataque Químico en Guta



Los rebelses sirios en el suburbio de Guta, en Damasco, admitieron ante Dale Gavlak, un corresponsal que trabaja para la agencia Associated Press, que ellos fueron los responsables del incidente de la pasada semana del que los gobiernos occidentales han culpado a las fuerzas del presidente Bashar al Assad. Ellos han señalado que las bajas producidas fueron consecuencia de un accidente causado por un mal manejo por parte de los opositores de armas químicas enviadas por Arabia Saudí.
“A través de numerosas entrevistas con médicos, residentes en Guta, combatientes rebeldes y sus familias... muchos creen que los rebeldes recibieron armas químicas por parte del jefe de la Inteligencia saudí, príncipe Bandar bin Sultan, y fueron los responsables del mortífero ataque con gas”, escribe Gavlak.
Los rebeldes dijeron a Gavlak que ellos no estaban adecuadamente entrenados para manejar las armas químicas y algunos ni siquiera sabían que estaban allí. Parece que las armas saudíes estaban destinadas a ser entregadas supuestamente al Frente al Nusra, un grupo vinculado a Al Qaida.
“Nosotros sentíamos mucha curiosidad ante tales armas. Y, desgraciadamente, algunos de los combatientes las manejaron  de forma impropia y provocaron las explosiones”, dijo un militante llamado “J” a Gavlak.
Sus afirmaciones fueron repetidas por otra combatiente llamada “K”, que dijo a Gavlak: “Ellos no nos dijeron lo que eran estas armas o cómo utilizarlas. No sabíamos que eran armas químicas. Nunca imaginamos que ellas eran armas químicas”.
Abu Abdel Moneim, padre de un líder de la oposición, dijo también a Gavlak: “Mi hijo vino hace dos semanas y me preguntó lo que pensaba que eran las armas que él tenía que llevar”, describiendo a algunas como “una estructura en forma de tubería” mientras que otras parecían “una enorme botella de gas”. El padre citó el nombre del militante saudí que proporcionó las armas: Abu Ayesha.
Según Abdel Moneim, las armas explotaron dentro de un túnel matando a 12 rebeldes.
“Más de una decena de rebeldes entrevistados informaron que sus salarios procedían del gobierno saudí”, añade Gavlak.
Estas confesiones podrían destruir completamente las alegaciones estadounidenses dirigidas a justificar un ataque contra Siria y que culpaban a Assad de estar detrás del ataque químico. La credibilidad de Gavlak es impresionante. Él ha sido coresponsal de Associatex Press en Oriente Medio durante dos décadas y ha trabajado para la Radio Pública Nacional (NPR) de EEUU. También ha escrito artículos para BBC News.
El sitio en el que la noticia apareció originalmente, Mint Press (que está actualmente caído como resultado del enorme tráfico que el artículo está atrayendo), es un medio de comunicación basado en Minnesota (EEUU).
El papel de Arabia Saudí en el suministro de armas químicas a los rebeldes, a los que apoya con determinación, no es una sorpresa dada las revelaciones aparecidas esta semana de que los saudíes amenazaron a Rusia con atentados terroirstas contra los Juegos Olímpicos de Invierno de Sochi a menos que abandonaran su apoyo a Siria. “Yo puedo daros una garantía para proteger los Juegos Olímpicos de Sochi del próximo año. Los grupos chechenos que han amenazado la seguridad de los Juegos están bajo nuestro control”, dijo el príncipe Bandar al presidente ruso, Vladimir Putin, según señala el Daily Telegraph. Esto también sugiere que Bandar envió las armas químicas a Siria con el fin de llevar a cabo una grave provocación dirigida a crear un pretexto para una intervención estadounidense.
Esto tiene lugar en un momento en el que la Administración Obama quiere presentar un informe sobre sus hallazgos de inteligencia con el fin de culpar al Ejército sirio de estar detrás del ataque del 21 de Agosto, a pesar de que responsables estadounidenses han admitido al New York Times que no hay pruebas que vinculen a Assad con el mismo.
Otros responsables de inteligencia de EEUU dijeron también a Associated Press que no existen datos que prueben la culpabilidad de Assad.
En realidad, como señalamos la pasada semana, las llamadas telefónicas de un responsable del Ministerio de Defensa sirio asustado pidiendo información sobre la existencia del ataque químico, que son mencionadas por el gobierno estadounidense, sugieren únicamente que éste no fue ordenado por el Ejército sirio.

Paul Joseph Watson - Infowars.com

Source: Sitios Web
31-08-2013 - 15:23 Última actualización 31-08-2013 - 15:23 | 546 visitas
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Decolagem da Wall Street: 2012 – 2013

31.Ago.13 :: Colaboradores
James Petras«Em 2013, os lucros capitalistas, especialmente no capital financeiro, crescem rapidamente enquanto a crise do trabalho continua, aprofunda-se e provoca a alienação política. Fora da América do Norte, especialmente na periferia europeia, o desemprego em massa e a degradação do nível de vida tem levado a protestos massivos e repetidas greves gerais.
Na primeira metade de 2013, os trabalhadores gregos organizaram quatro greves gerais de protesto contra o despedimento em massa de trabalhadores do setor público. Em Portugal, duas greves gerais levaram à exigência de demissão do primeiro-ministro e novas eleições. Em Espanha, a corrupção ao mais alto nível, a austeridade fiscal responsável por 25% de desemprego e a repressão levaram à intensificação da luta de rua e à exigência de queda do regime».


A 16 de julho, o Goldman Sachs, quinto maior banco por ativos, anunciou que os lucros do segundo trimestre ultrapassaram os do ano anterior por 1,93 mil milhões de dólares. O J. P. Morgan, o maior banco de todos, fez no segundo trimestre 6,1 mil milhões de dólares, cerca de 32% mais que no ano anterior, e espera fazer 25 mil milhões de lucros em 2013. Wells Fargo, o quarto maior banco, arrebanhou 5,27 mil milhões de dólares, mais 20%. Os lucros do Citigroup atingiram 4,18 mil milhões, mais 42% que no ano passado.
A elite dirigente, os Diretores Gerais financeiros, vê os seus vencimentos subirem em flecha. John Stumpf do Wells Fargo recebeu 19,3 milhões em 2012; Jamie Dimon do J. P. Morgan Chase empochou 18,7 milhões e Lloyd Blankfein do Goldman Sachs ficou com 13,3 milhões.
Os resgates da Wall Street por Bush e Obama tiveram como resultado o agravamento da financeirização da economia americana. A finança substituiu a indústria tecnológica como setor lucrativo da economia dos EUA. Enquanto a economia dos EUA estagna e a União Europeia se debate com a recessão e com mais de 50 milhões de desempregados, as grandes empresas financeiras americanas do índice 500 da Standard & Poor ganhavam lucros consolidados de 49 mil milhões no segundo trimestre de 2013, ao passo que o setor técnico anunciava 41,5 mil milhões. Para 2013, Wall Street projeta ganhar 198,5 mil milhões de dólares em lucros, enquanto as empresas técnicas esperam 183,1 mil milhões. Dentro do setor financeiro, os setores mais «especulativos», isto é, os bancos de investimento e as firmas de corretagem, são dominantes e com crescimento dinâmico de 40% em 2013. Mais de 20% dos lucros das empresas do índice 500 S & P estão concentrados no setor financeiro.
O crash financeiro de 2008-2009 e o resgate de Obama reforçaram o domínio da Wall Street sobre a economia dos EUA. O resultado é que o setor financeiro parasitário extrai rendas e lucros colossais da economia e priva as indústrias produtivas de capital e ganhos. A recuperação e boom dos lucros das corporações desde a crise estão concentrados no mesmo setor que provocou o crash alguns anos antes.
A Crise do Trabalho agrava-se – 2013
A nova bolha especulativa de 2012-2013 é um produto da política de juros baixos ou virtualmente nulos dos bancos centrais (nos EUA, a Reserva Federal), que permitem à Wall Street empréstimos baratos e especulação, atividades que inflacionam o preço das ações mas não geram emprego e, além disso, deprimem a indústria e polarizam a economia.
A promoção de lucros financeiros pelo regime de Obama é acompanhada das suas políticas de redução dos padrões de vida para os trabalhadores com vencimento e assalariados. A Casa Branca e o Congresso cortaram a despesa pública na saúde, na educação e nos serviços sociais. Cortaram fundos para o programa de senhas de alimentação (subsídios de alimentação para as famílias pobres), centros de dia, benefícios para desempregados, indexação à inflação da segurança social, Medicare e programas Medicare. Como resultado, o fosso entre os 10% do topo e os 90% abaixo foi alargado. Vencimentos e salários baixaram em termos relativos e absolutos, visto que os empregadores tiram vantagem do elevado desemprego (oficialmente 7,8%), subemprego (15%) e emprego precário.
Em 2013, os lucros capitalistas, especialmente no capital financeiro, crescem rapidamente enquanto a crise do trabalho continua, aprofunda-se e provoca a alienação política. Fora da América do Norte, especialmente na periferia europeia, o desemprego em massa e a degradação do nível de vida tem levado a protestos massivos e repetidas greves gerais.
Na primeira metade de 2013, os trabalhadores gregos organizaram quatro greves gerais de protesto contra o despedimento em massa de trabalhadores do setor público. Em Portugal, duas greves gerais levaram à exigência de demissão do primeiro-ministro e novas eleições. Em Espanha, a corrupção ao mais alto nível, a austeridade fiscal responsável por 25% de desemprego e a repressão levaram à intensificação da luta de rua e à exigência de queda do regime.
O mundo bi-polar de banqueiros ricos no norte colhendo lucros record e por todo o lado trabalhadores recebendo uma parte cada vez menor do rendimento nacional mostra a base de classe da «recuperação» e da «depressão» com a prosperidade para poucos e a miséria para muitos. Pelo final de 2013, os desequilíbrios entre finança e produção antecipam um novo ciclo de boom e queda. É emblemática da morte da «economia produtiva» a declaração de falência de Detroit que, com 79.000 casas, lojas e fábricas vazias, parece Bagdad depois da invasão americana – nada funciona. A cidade devastada pela Wall Street, em tempos berço da indústria automóvel e do salto dos operários industriais organizados para a classe média, tem agora dívidas que totalizam 20 mil milhões de dólares. As três grandes companhias do automóvel deslocalizaram-se para o estrangeiro e para estados fora da união, enquanto os banqueiros bilionários «reestruturam» a economia, quebram os sindicatos, baixam salários, renegam pensões e governam por decreto administrativo.

* James Petras, Professor da Universidade de Nova Iorque, é amigo e colaborador de odiario.info.

Tradução: Jorge Vasconcelos

Partidos Comunistas convocam para lutar em solidariedade com a Síria

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TRIBUNA POPULAR 29 de AGOSTO de 2013
Comunicado dos Partidos Comunistas e Operários contra o ataque militar imperialista contra a Síria
Nós dos Partidos Comunistas e Operários expressamos nossa solidariedade com o povo sírio e condenamos o ataque militar contra a Síria, que está sendo preparado pelos imperialistas dos EUA, da OTAN e da UE junto a seus aliados para a promoção de seus interesses na região.
Repudiamos os pretextos imperialistas que, como demonstrado, foram utilizados também na guerra contra o Iraque e nas demais guerras imperialistas contra a Iugoslávia, Afeganistão e Líbia.
Convocamos a classe trabalhadora, os povos em todo o mundo para combater e condenar a nova guerra imperialista, exigir que os governos de seus países não se envolvam e nem apoiem o ataque militar criminoso.
Assinam:
Partido Comunista do Azerbaijão – Partido Comunista Alemão – Partido Comunista da Austrália – Partido Argelino pela Democracia e o Socialismo – Tribuna Progressista Democrática, Bahrein – Partido Comunista da Bélgica (PC de Valonia – Bruxelas) – Partido do Trabalho da Bélgica – Partido Comunista de Bielorrússia – Partido Comunista dos Operários na Bielorrússia – Partido Comunista de Bohemia e Moravia – Partido Comunista do Brasil – Partido Comunista Brasileiro – Partido Comunista da Bretanha – Novo Partido Comunista da Bretanha – Partido Comunista do Canadá – Partido Comunista do Chile – AKEL, Chipre – Partido Comunista de Cuba – Partido Comunista na Dinamarca – Partido Comunista Dinamarquês – Partido Comunista de Eslováquia – Partido Comunista dos Povos de Espanha – Partido Comunista das Filipinas – 1930 – Partido Comunista da Finlândia – Partido Comunista Operário da Finlândia – Polo de Renascimento Comunista na França – Partido Comunista Unificado da Geórgia – Partido Comunista da Grécia – Partido Operário Húngaro – Partido Tudeh do Irán – Partido Comunista da Irlanda – Partido dos Comunistas Italianos – Comunistas Esquerda Popular-Partido Comunista, Itália – Grupo Ativista SHISO-UNDO, Japão – Partido Comunista Jordaniano – Partido Socialista da Letônia – Frente Popular Socialista da Lituânia – Partido Comunista de Luxemburgo – Partido Comunista de Malta – Partido Comunista do México – Resistência Popular, Moldávia – Partido Comunista da Noruega – Partido Comunista do Paquistão – Partido Comunista Palestino – Partido do Povo Palestino – Partido Comunista da Polônia – Partido Comunista Português – Partido Comunista da Federação Russa – Partido Comunista Operário Russo – Partido Comunista da Unão Soviética – Partido Comunista Sírio – Partido Comunista Sírio (Unificado) – Partido Comunista do Sudão – Partido Comunista da Suécia – Partido Comunista do Tajiquistão – Partido Comunista da Turquia – Partido do Trabalho (EMEP), Turquia – Partido Comunista da Ucrânia – União dos Comunistas de Ucrânia – Partido Comunista da Venezuela
Fonte: http://prensapcv.wordpress.com/2013/08/29/partidos-comunistas-llaman-a-combatir-en-solidaridad-con-siria/
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

Réus acusados pela morte de Cícero Guedes participam de audiência


Em nota, os sem terra do Rio de Janeiro dizem esperar que os réus sejam pronunciados e o julgamento prossiga em júri popular
29/08/2013


Nesta quinta-feira (29), acontece a segunda parte da audiência em que serão ouvidos testemunhas e réus acusados pela morte do militante Cícero Guedes, ocorrida no dia 26 de janeiro de 2013.
A previsão é de que seja ouvido como testemunha de acusação o delegado da 134ª DP, Dr. Geraldo Assed, responsável pelo inquérito. Além dele, devem ser ouvidas as testemunhas de defesa e os 4 réus no processo: José Renato Gomes de Abreu, acusado de ser o mandante, Renan Monção Barreto, Alcidenes Moreira Alves e Marivaldo Ribeiro dos Santos, suspeitos de serem os executores.
As outras testemunhas de acusação foram ouvidas na primeira parte da audiência, realizada no dia 23 de julho.
Em nota, os sem terra do Rio de Janeiro dizem esperar que os réus sejam pronunciados e o julgamento prossiga em júri popular. “Além disso, esperamos que seja pedida a prisão preventiva dos réus que ainda respondem em liberdade. Entendemos que somente desta forma a investigação poderá transcorrer de forma justa”.
Destacam também a importância deste julgamento diante do grave contexto de violência no campo que tem ocorrido em todo o país, especialmente na cidade de Campos dos Goytacazes, onde além de Cícero, a militante Regina Pinho do Santos também foi assassinada neste ano.

Acampamento Luis Maranhão
Outra luta dos sem terra da região está relacionado com o acampamento Luis Maranhão, coordenado pelo próprio Cícero.
Desde 1998 foi publicado um decreto que declara o conjunto de fazendas de interesse social para fins de reforma agrária. No entanto, as famílias que estão acampadas no local ainda sofrem com a incerteza de sua permanência na área, pois ainda perdura na Justiça uma ação de reintegração de posse em favor da empresa Caldas S.A., que arrendou o local.
Os sem terra também alegam que a manutenção dos imóveis da Usina Cambahyba também é fundamental para que se investigue as denúncias de que o local teria sido usado para incinerar corpos de presos políticos assassinados durante a ditadura civil-militar do Brasil.
“Esperamos que o Poder Judiciário rompa com a ausência de efetivação da justiça que temos historicamente observado na luta pela terra. Um bom sinal neste sentido foi a prisão preventiva decretada dos réus confessos da chacina de Felisburgo, nove anos após os assassinato de 5 Sem-Terras em Minas Gerais”, diz a nota.

O caso
Em janeiro de 2013, Cícero Guedes foi assassinado por pistoleiros, nas proximidades da Usina Cambahyba, no município de Campos dos Goytacazes (RJ). Cícero foi baleado com tiros na cabeça quando saía do assentamento de bicicleta.
Cícero Guedes era uma forte liderança do acampamento Luís Maranhão, localizado na Usina Cambahyba.
A usina é um complexo de sete fazendas que totaliza 3.500 hectares. O local tem um histórico de 14 anos de luta pela terra. Em 1998 a área recebeu Decreto de Desapropriação para fins de Reforma Agrária. No entanto, até hoje a desapropriação não ocorreu.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Diana Johnstone: EUA utilizam crimes passados para legalizar crimes futuros

por Diana Johnstone [*]
Os falcões da guerra estão a tactear em busca de um pretexto a que possam chamar "legal" para travar guerra contra a Síria e têm sugerido a "Guerra do Kosovo" de 1999.

Isto não é surpreendente na medida em que um objectivo primário daquela orgia de 78 dias de bombardeamento dos EUA/NATO sempre foi estabelecer um precedente para mais guerras assim. O pretexto de "salvar os kosovares" de um imaginário "genocídio" era tão falso como o pretexto das "armas de destruição maciça" para a guerra contra o Iraque, mas a falsificação teve muito mais êxito entre o público geral. Portanto o Kosovo mantém sua utilidade no arsenal de propaganda.

Em 24 de Agosto, o New York Times informou que ajudantes de segurança nacional do presidente Obama estão "estudando a guerra aérea da NATO no Kosovo como um possível plano para actuar sem um mandato das Nações Unidas". (A propósito, a "guerra aérea" não foi "no Kosovo", mas atingiu a totalidade do que era então a Jugoslávia, destruindo principalmente infraestrutura civil da Sérvia e expandindo também a destruição ao Montenegro.)

Na sexta-feira, Obama admitiu que entrar e atacar outro país "sem um mandato da ONU e sem prova clara" levantava questões em termos de direito internacional.

Segundo o New York Times, "o Kosovo é um precedente óbvio para o sr. Obama porque, como na Síria, foram mortos civis e a Rússia tinha laços antigos com as autoridades governamentais acusadas dos abusos. Em 1999, o presidente Bill Clinton utilizou o endosso da NATO e a racionalização de proteger uma população vulnerável para justificar 78 dias de ataques aéreos".

"É um passo demasiado grande dizer que estamos a formular justificações legais para uma acção, uma vez que o presidente não tomou uma decisão", disse um alto responsável da administração, o qual falou na condição de anonimato a discutir as deliberações. "Mas o Kosovo, naturalmente, é um precedente de alguma coisa que talvez seja semelhante".

Ivo H. Daalder, um antigo embaixador dos Estados Unidos na NATO, sugere que a administração podia argumentar que a utilização de armas químicas na Síria equivale a uma grave emergência humanitária, assim como a administração Clinton argumentou em 1999 que "uma grave emergência humanitária" apresentava à "comunidade internacional" a "responsabilidade de actuar".

Isto equivale à legalidade criativa digna do Estado Canalha (Rogue State) número um do planeta.

Uma guerra ilegal como precedente para mais guerra

A guerra dos EUA/NATO contra a Jugoslávia, a qual utilizou força unilateral para fragmentar um estado soberano, destacando a histórica província sérvia do Kosovo e transformando-a num satélite dos EUA, foi claramente em violação do direito internacional.

Em Maio de 2000, a eminente autoridade britânica em direitos internacional, sir Ian Brownlie (1936-2010), apresentou um Memorando de 16 mil palavras , avaliando o status legal da guerra para o Comité sobre Negócios Estrangeiros do Parlamento Britânico.

Brownlie recordou que disposições chave da Carta das Nações Unidas declaram bastante claramente que "Todos os Membros abster-se-ão nas suas relações internacionais da ameaça ou da utilização da força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer Estado, ou em qualquer outra maneira inconsistente com os Propósitos das Nações Unidas".

Brownlie acrescentou que o alegado direito à utilização da força para propósitos humanitários não era compatível com a Carta da ONU.

Durante a década passada, as potências ocidentais inventaram e promoveram um teórico "direito a proteger" ("right to protect", R2P) num esforço para contornar a Carta da ONU a fim de abrir o caminho para guerras cujo propósito final é mudança de regime. A utilização do R2P para derrubar Kadafi na Líbia mostrou o jogo, assegurando a oposição russa e chinesa a qualquer outra de tais manobras no Conselho de Segurança da ONU.

Em relação à guerra do Kosovo, no seu Memorando o professor Brownlie chegou às seguintes conclusões principais:
- A justificação primária para o bombardeamento da Jugoslávia foi sempre a imposição dos planos da NATO para o futuro do Kosovo. Foi neste contexto que a campanha de bombardeamento foi planeada em Agosto de 1998.

- As ameaças de ataques aéreos maciços foram feitas no mesmo contexto e foram tornadas públicas pela primeira vez em Outubro de 1998. Nem o propósito dos ataques aéreos planeados nem a sua implementação relacionaram-se com eventos sobre o terreno no Kosovo em Março de 1999.

- A razão dos ataques aéreos era bastante simples: uma vez que a Jugoslávia não havia cedido às ameaças, as ameaças tinham de ser executadas.

- A base legal da acção, tal como apresentada pelo Reino Unido e outros Estados da NATO, não foi em nenhuma etapa adequadamente articulada.

- Intervenção humanitária, a justificação tardiamente avançada pelos Estados da NATO, não tinha lugar nem na Carta das Nações Unidas nem no direito internacional convencional.

- Se tivesse sido mantida a visão de que os Membros Permanentes do Conselho de Segurança reconheceriam a necessidade de acção humanitária, então sem dúvida uma resolução teria sido exigida.

- As intenções dos Estados Unidos e do Reino Unido incluíam a remoção do Governo da Jugoslávia. É impossível reconciliar tais propósitos com intervenção humanitária.

- A afirmação de estar a actuar em bases humanitárias parece difícil de reconciliar a desproporcionada quantidade de violência envolvida na utilização de munição pesada e mísseis. As armas tinham efeitos explosivos extensos e os mísseis tinham um elemento incendiário. Uma alta proporção de alvos estava em cidades. Muitas das vítimas foram mulheres e crianças. Após sete semanas de bombardeamento pelo menos 1.200 civis foram mortos e 4.500 feridos.

- Apesar das referências à necessidade de uma solução pacífica ser encontrada em Resoluções do Conselho de Segurança, as declarações públicas da sra. Albright, do sr. Cook, do sr. Holbrooke e outros e as ameaças reiteradas de ataques aéreos maciços, tornam muito claro que nenhuma diplomacia comum foi encarada.
O "tratamento Kosovo"

Como sinopse final, Brownlie escreveu uma nota profética sobre a utilização futura do "tratamento Kosovo":
"O autor tem contactos com um grande número de diplomatas e juristas de diferentes nacionalidades. A reacção à campanha de bombardeamento da NATO fora da Europa e da América do Norte geralmente foi hostil. A maior parte dos Estados tem problemas de separatismo e podiam, numa base selectiva, serem os objectos da "gestão de crise" ocidental. A selecção de crises para o "tratamento Kosovo" dependerá da geopolítica e da agenda colateral. É nesta base, e não numa agenda humanitária, que a Jugoslávia está destinada à fragmentação numa base racial, ao passo que a Rússia e a Indonésia não estão".
Ele acrescentou: "Intervenção coerciva para servir objectivos humanitários é uma pretensão possível apenas para Estados poderosos contra os menos poderosos. O destino da Jugoslávia terá provocado dano considerável à causa da não proliferação de armas de destruição em massa".

O Memorando Brownlie para o Parlamento Britânico é a mais completa avaliação do status legal da Guerra do Kosovo. É bastante notável que o falcões da guerra liberais em torno de Obama falem em utilizar aquela guerra como um "precedente legal" para uma nova guerra contra a Síria.

Isto equivale a dizer que um crime cometido uma vez torna-se um "precedente" para justificar o crime a ser cometido na vez seguinte.

Quantas vezes pode você enganar a maior parte do povo?

Se entendida correctamente, a guerra do Kosovo foi na verdade um precedente que deveria actuar como um sinal de advertência.

Quantas vezes podem os Estados Unidos utilizar um alarme falso para começar uma guerra agressiva? "Genocídio" não existente no Kosovo e na Líbia, armas de destruição maciça não existentes no Iraque e agora aquilo que parece para grande parte do mundo como uma "falsa bandeira" de armas químicas no ataque à Síria.

Os Estados Unidos habitualmente anunciam a presença de um casus belli desejado ignorando pedidos de prova concreta.

No Kosovo, os Estados Unidos obtiveram a retirada de observadores internacionais que poderiam ter testemunhado se sim ou não havia evidência de "genocídio" de kosovares. As acusações escalaram durante a guerra e quando, posteriormente, nenhuma evidência de tal assassínio em massa foi encontrada, o assunto foi esquecido.

No Iraque, nunca houve qualquer prova de ADM, mas os EUA foram em frente e invadiram.

Na Líbia, o pretexto para a guerra foi uma declaração citada erroneamente de Kadafi a ameaçar um "massacre de civis" em Bengazi. Isto foi denunciado como uma falsificação mas, mais uma vez, a NATO bombardeou, o regime foi derrubado e o pretexto caiu no esquecimento.

Domingo, assim que o governo sírio anunciou estar pronto a permitir a inspectores internacionais investigarem alegações de utilização de armas químicas, a Casa Branca respondeu: "demasiado tarde!"

Um alto responsável da administração Obama, pedindo anonimato (pode-se razoavelmente admitir que o responsável era a falcoa Conselheira de Segurança Nacional de Obama, Susan Rice) emitiu uma declaração afirmando que havia "muito pouca dúvida" de que forças militares do presidente Bashar al-Assad haviam utilizado armas químicas contra civis e que uma promessa de permitir a inspectores das Nações Unidas terem acesso ao sítio era "demasiado tardia para ser crível".

No mundo para além das grandes auto-estradas, há uma grande dúvida – especialmente acerca da credibilidade do governo dos Estados Unidos quando se trata de encontrar pretextos para ir à guerra. Além disso, estabelecer "armas químicas" como um "limite" ("red line") que obriga os EUA a irem à guerra é totalmente arbitrário. Hás muitas maneiras de matar pessoas numa guerra civil. Seleccionar uma delas como um disparador para intervenção estado-unidense serve primariamente para dar aos rebeldes uma excelente razão para executarem uma operação de "falsa bandeira" que introduzirá a NATO na guerra que eles estão a perder.

Quem realmente quer ou precisa da intervenção dos EUA? O povo americano? Que bem lhe fará ficar envolvido em ainda outra interminável guerra no Médio Oriente?

Mas quem tem influência sobre Obama? O povo americano? Ou é ao invés "nosso mais firme aliado", o qual é o mais preocupado em reconfigurar a vizinhança no Médio Oriente?

"Não se deve permitir que esta situação continue", disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, exprimindo notável preocupação por civis sírios "que eram tão brutalmente atacados por armas de destruição em massa".

"Aos regimes mais perigosos do mundo não se deve permitir possuírem as mais perigosas armas do mundo", acrescentou Netanyahu.

Incidentalmente, inquéritos efectuados mostram que para grande parte do mundo, o regime mais perigoso do mundo é Israel, ao qual é permitido possuir as armas mais poderosas do mundo – as armas nucleares. Mas não há probabilidade de que Israel alguma vez obtenha "o tratamento Kosovo".
26/Agosto/2013
Ver também:
  • The Forbidden Truth: The U.S. is Channeling Chemical Weapons to Al Qaeda in Syria, Obama is a Liar and a Terrorist
    (A verdade proibida: Os EUA estão a canalizar armas químicas para a Al Qaeda na Síria, Obama é um mentiroso e um terrorista)
  • False Flag Chemical Weapons Attack on Syria. Pretext for All Out War?
    (Ataque de armas químicas sob falsa bandeira na Síria. Pretexto para guerra total?)
  • Russian foreign ministry: Materials implicating Syrian govt in chemical attack prepared before incident
    (Ministro russo dos negócios estrangeiros: Materiais que implicam governo sírio em ataque químico foram preparados antes do incidente)
  • Expert casts doubt on Syria chemical weapons footage (Video)
    (Peritos lançam dúvida sobre filmagem de armas químicas na Síria)
  • Carla del Ponte: 'Evidently Syrian Rebels used SARIN'
    (Carla del Ponte: "Evidentemente rebeldes sírios utilizaram Sarin")
  • Preliminary Evidence Indicates that the Syrian Government Did NOT Launch a Chemical Weapon Attack Against Its People
    (Evidência preliminar indica que o governo sírio NÃO lançou um ataque com arma química contra o seu povo)
  • Syrian rebels use toxic chemicals against govt troops near Damascus
    (Rebeldes sírios utilizam produtos químicos tóxicos contra tropas governamentais perto de Damasco)
  • The Syria 'Chemical Weapons' Media Hype: Pushing for Military Intervention
    (O alarde dos media acerca de "armas químicas" na Síria: pressionando pela intervenção militar)
  • O Ocidente revida na Síria

    [*] Autora de Fools Crusade: Yugoslavia, NATO and Western Delusions , diana.josto@yahoo.fr

    O original encontra-se em www.counterpunch.org/2013/08/26/us-uses-past-crimes-to-legalize-future-ones/


    Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
  • Rússia, China e Irã se opõem à guerra contra a Síria

    Líderes alertam para “graves consequências” caso Estados Unidos e Europa ataquem a Síria sem provas de que ataque químico ocorrera a mando de Assad

    27/08/2013

    Achille Lollo,
    de Roma (Itália)

    A intervenção militar da OTAN contra a Síria, mesmo se limitada ao lançamento de foguetes dos navios e dos submarinos, aos bombardeios ditos “cirúrgicos” dos F-16 e aos ataques com aviões sem pilotos (os drones telecomandados), provocou uma dura reação no Kremlin por parte do presidente Vladimir Putin e do governo russo que não admitem mais outras “guerra humanitárias da OTAN” contra países aliados ou amigos da Rússia, tal como aconteceu com a Iugoslávia em 1999.
    Por isso, o ministro das Relações Exteriores Sergei Lavrov, após ter conversado por telefone com o secretário de Estado dos EUA John kerry publicamente advertiu que “se a hipótese de ataque militar à Síria for efetivado haverá consequências muitos graves, uma vez que o Ocidente acusa a Síria sem ter provas deste país ter feito uso de armas químicas. Por outro lado, uma intervenção militar sem a aprovação do Conselho de Segurança das Nações Unidas seria uma grave violação do direito internacional.”
    Depois, tentando esfriar a situação, Sergei Lavrov sublinhou que conversou novamente com John Kerry, o qual “prometeu fazer uma nova avaliação dos argumentos que estão empurrando os EUA para uma intervenção militar.”
    Fato é que as palavras de Lavrov devem ter tocado algumas questões estratégicas importantes. Tanto que o mesmo presidente Barack Obama, no dia 26, disse que precisava de mais 48 horas para decidir se os EUA vão apoiar o projeto da Grã-Bretanha e da França, que juntos atacariam a Síria, “com uma guerra humanitária para salvar os civis, como foi feito no Kosovo”, nos próximos dez dias.
    A China também, que no Conselho de Segurança, juntamente com a Rússia, havia votado o envio de uma comissão de fiscais da ONU para realizar uma profunda análise do que aconteceu em Goutha, tomou posição contrária à “guerra humanitária” da OTAN. Wang Yi, ministro das Relações Exteriores, alertou os países ocidentais pedindo “mais cautela em julgar os elementos da crise na Síria, uma vez que quando se fala de armas químicas todas as partes deveriam ser questionadas” e de que é preciso resolver a questão síria por meio de uma solução política.
    A advertência do ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, se refere, antes de tudo, à Conferência que a Rússia pretende realizar com os EUA e outros países para debater uma real e possível solução política para a crise síria, visto que a guerra civil entrou no terceiro ano.
    O Irã também advertiu os Estados Unidos por meio de uma intervenção na TV iraniana do comandante das Forças Armadas, Massoud Jazayery, que sem os meios termos da linguagem diplomática logo afirmou: “Os Estados Unidos conhecem as limitações da linha vermelha na frente síria. Se Washington vai violar essas limitações, então a Casa Branca vai sofrer sérias consequências por tê-lo feito.”
    Advertências políticas que devem ter deixado o presidente Barack Obama ainda mais confuso porque o que agora está em jogo não é somente a queda do regime de Bashar el-Assad, mas, quem irá sucedê-lo. De fato, os grupos salafitas e jihadistas sírios – todos ligados à Al Qaeda – monopolizam a resistência armada, enquanto os homens do ESL ficaram famosos em gerenciar os campos de refugiados no exterior no lugar de combater no interior da Síria.

    Achille Lollo é jornalista italiano, correspondente do Brasil de Fato na Itália e editor do programa TV “Quadrante Informativo”.

    Campos-RJ :Trabalhadores da educação marcham até a prefeitura

    sexta-feira, 30 de agosto de 2013

    PROFESSORES SÃO BARRADOS NA PREFEITURA

    Do Blog do Fernando Leite
    Movimento dos professores municipais de Campos, na manhã desta sexta feira, 30. Um grupo grande marcou concentração na Praça do Santíssimo Salvador e de lá, rumou para a sede do centro administrativo da prefeitura - o cesec - que serviu de acampamento quando a prefeita foi afastada de seu cargo, pela Justiça. A categoria também reivindica justiça. Além de querer melhores condições trabalhistas e funcionais.

    Os professores foram impedidos de entrar, à despeito da lei nos igualar à todos, por direitos e deveres, mas, pelo exemplo, a prefeita é mais igual do que os professores. Veja a sequência de fotos que revela a estatura da manifestação:

    Concentração de professores da rede municipal, pela manhã, na praça do Santíssimo Salvador. A luta começou.
    O Movimento se desloca para o centro administrativo do Município - CESEC -
    Policiais Militares e guardas civis municipais fecharam as vias de acesso ao CESEC
    A aglomeração de professores tomou conta, literalmente, da rua em frente a prefeitura
    A administração da prefeitura ordenou que ninguém entrasse no CESEC
    Professores, num trio elétrico, deram o seu recado. Fizeram o enterro simbólico da Educação

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