sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O que a mídia não mostra sobre o Islã e O.M.

Por Hussein Mohamad Taha*
Nos últimos tempos vimos que a imprensa mundial vem distorcendo informações, criando inverdades a respeito da religião Islâmica sobre o Oriente Médio, principalmente em assuntos referentes à crise na Síria, Líbano e em outros países da região, como Irã, Palestina e Arábia Saudita, informações que levam leitores, telespectadores e a todos que buscam informações, terem uma visão completamente distorcida e falsa de inúmeras situações e com isso ajudam a manipular a opinião pública.
A Crise na Síria é tratada como uma guerra decorrente da Primavera Árabe, o presidente Bashar Al-Assad como ditador, os terroristas como rebeldes e opositores ao governo sírio, que é tratado como regime e/ou ditadura. O que ocorre hoje na Síria em nada tem relação com a Primavera Árabe, que foi um levante popular contra governos corruptos opressores em países como Egito, Iêmen, Tunísia, por geração de empregos, por melhores salários, educação, saúde entre outras reivindicações, no início dessas manifestações os governos tentaram sufocar os revoltosos com violências o que gerou ainda mais indignação na população, o que gerou a queda de governantes como Hosni Mubarak no Egito, Ben Ali na Tunísia.
Na Síria não foi um levante popular que causou a crise que já dura quase 4 anos e sim terroristas e mercenários que são financiados por Israel, Estados Unidos e Arábia Saudita, a crise na Síria tem início com a recusa do Governo Sírio em autorizar que Arábia Saudita, Qatar construam um oleoduto que alimentaria a Europa e Israel com o petróleo da Região, esse oleoduto atravessaria a Síria que não seria indenizada pelo uso do seu território. Também há uma aliança entre Síria, Iraque, Rússia e Irã em construir um oleoduto que servirá para alimentar países do leste europeu em petróleo e gás, a Síria se encontra em cima de um bolsão de gás. Temos então um interesse econômico muito grande, mas a grande mídia ocidental não fala disso.
Em relação ao Presidente Bashar al-Assad ser um ditador, é necessário saber como funcionam as eleições na Síria. Os partidos políticos na Síria indicam os nomes dos candidatos ao cargo de presidente, o parlamento Sírio indica o nome do Presidente e a população em referendo aprova ou não o nome do presidente escolhido pelo poder legislativo todos os cidadãos sírios em todo mundo podem votar, Bashar teve seu nome aprovado no último referendo por mais de 80% da população então como ele pode ser ditador?  Simples para grande imprensa mundial é muito mais interessante que o Bashar seja rotulado e lembrando como ditador o que denegriria ainda mais sua imagem enfraquecendo-o perante a comunidade internacional e a opinião pública mundial, mas a grande mídia ocidental não fala disso.
Analisando a crise na Síria não temos um prognóstico futuro animador, já que hoje na Síria existem mais de 40 grupos terroristas ligados ou não a Al-Qaeda, independentemente de serem ou não vinculados a este grupo terrorista, esses mercenários e terroristas não se entendem, não conseguem eleger um líder ou mesmo sequer dizer contra o que ou contra quem estão lutando, uma coisa é certa a crise na Síria começa a gerar uma guerra interna no Islamismo, uma guerra perigosa entre Xiitas e Sunitas, um conflito onde ninguém sairá vencedor, onde pessoas desarmadas que apenas professam e exercem a fé islâmica sairão perdedoras.
A crise na Síria, a intervenção do Hezbollah em apoio ao governo sírio contra os mercenários começa a trazer efeitos colaterais ao Líbano, o que para Israel e benéfico já que o Líbano enfraquecido não ofereceria resistência a uma invasão sionista, que já destruiu a Palestina onde todos os dias matam crianças indefesas, invadem casas desabrigando os palestinos que lá viviam pacificamente, palestinos que apenas se defendem com paus e pedras, mas que a grande mídia financiada por Israel, já que grandes meios de comunicação ocidentais são de propriedade de Sionistas que financiam muitas e grandes empresas nos Estados Unidos, na Europa, então mais um motivo para que os palestinos passem por terroristas e Israel por um ¨pobre país¨ que apenas se defende.
Nesse cenário temos a Arábia Saudita que se passa por um país religioso de grande fé, mas que vem com dinheiro financiando mercenários, terroristas no mundo árabe e falsos muçulmanos fora dele para criar uma guerra interna no Islamismo e com isso destruir “adversários” como o Irã e dessa forma poderá dominar toda a religião levando-a de volta ao século VII e VIII destruindo tudo que foi conquistado nos últimos séculos, muitos sauditas se consideram donos do Islã já que a religião surge na Arábia Saudita, mas o que eles esquecem é que o Islamismo foi revelado para o mundo, para toda a humanidade.
O Islamismo cresceu muito nas últimas décadas tornando-se a maior religião no mundo, mesmo com toda a campanha de difamação que o Islamismo e os muçulmanos vêm sofrendo na última década, com mentiras como que a religião fomenta o surgimento de terroristas, que o Islamismo prega o ódio, prega a submissão das mulheres entre outras mentiras, mas mesmo com toda essa campanha contra a religião islâmica, conta hoje com mais de dois bilhões de seguidores.
Existem outras informações que a grande mídia ocidental se recusa divulgar, como a origem e o alcance do armamento químico supostamente lançado pelo governo Sírio em Agosto de 2013, onde inspetores da ONU provaram que a origem dessas armas era da Arábia Saudita e que seu alcance era muito curto ou seja não poderia ter sido lançadas por tropas do Governo Sírio.
Com essas mentiras e profissionais muito tendenciosos a grande mídia tenta distorcer informações importantes de acordo com os interesses de seus proprietários ou patrocinadores, um ponto importante a ser observado é que poucos meios de comunicações mantem profissionais de relações internacionais que entendam do Oriente Médio ou do assunto abordado, e que não há nenhuma emissora ocidental com correspondentes em países árabes todos estão localizados em Tel Aviv, Israel, ou seja as notícias saem totalmente distorcidas, infundadas, sem nenhuma análise, nenhum embasamento, com isso não se pode formar uma opinião séria  sobre qualquer tema.
*  Hussein Mohamad Taha é formado em Relações Internacionais pela Universidade Tuiuti do Paraná com pós graduação em Geopolítica e Relações Internacionais pela mesma instituição.

Aviação israelense ataca faixa de Gaza quatro vezes


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Imagen activaGaza, 31 jan (Prensa Latina) A aviação israelense atacou esta madrugada quatro áreas ao norte e ao sul da faixa de Gaza, denunciaram aqui fontes de Hamas (Fervor, árabe), a organização islamista que governa este território.
Este é o mais recente de uma série de bombardeios aéreos e artilheiros contra a faixa, iniciada no final de dezembro e que se estendeu até este mês e nos quais foram mortos quatro palestinos, entre eles uma menina de três anos residente no acampamento de refugiados de Khan Younis.

A cidade de Beit Lahiya, o norte, foi impactada em duas ocasiões por foguetes ar-terra disparados pelas caças israelenses, precisaram meios palestinos, segundo os quais em Rafah, ao sul, também foram notificadas explosões.

Porta-vozes militares em Tel Aviv admitiram os ataques e justificaram-nos com a alegação lançamento de um foguete artesanal que "fez alvo em uma zona desabitada sem causar danos materiais nem vítimas", segundo o comunicado difundido através da Rádio Militar.

Membros do gabinete israelense mencionaram em várias ocasiões a intenção de lançar contra a faixa uma agressão militar similar à de novembro de 2012 na qual morreram 180 pessoas, a metade mulheres e crianças, e cerca de dois mil ficaram feridas.

Um acordo de quatro pontos, que inclui o levantamento do bloqueio contra Gaza foi assinado entre ambas as partes, com Egito como garantidor, mas permanece descumprido.

tgj/msl/bj
Modificado el ( viernes, 31 de enero de 2014 )
 

Dois, três, muitos Gamonal

DOCUMENTO


Comunicado da Red Roja
30.Jan.14 :: Outros autores


A imagem do povo de Gamonal obrigando, após semanas de duros confrontos de rua, o presidente do município de Burgos a renunciar à barbaridade urbanística que perpetrava juntamente com o empresário Méndez Pozo, condenado por corrupção – em conjunto com um presidente de município destituído pelo mesmo motivo – é o exemplo mais contundente das possibilidades de vitória da luta consequente e organizada.
As importantes mobilizações, em dezenas de cidades e vilas do Estado, de solidariedade com a luta de Gamonal, duramente reprimidas pela polícia, contribuíram para enviar a esse povo uma mensagem inequívoca da melhor expressão de solidariedade: a que reconhece uma luta como sua própria.
As rápidas e alargadas respostas de apoio que a situação de Gamonal levantou não dizem apenas respeito à legítima luta contra o Bulevar, mas mostram que esta foi o rastilho que incendiou a raiva social acumulada face às brutais consequências da crise e perante a actuação impune de um poder estabelecido que cada vez mais mostra a sua natureza profundamente corrupta e essencialmente repressora.
Não pode ignorar-se que a crise económica anda a par de uma crise ideológica, e que os movimentos populares ainda têm caminho a percorrer para encontrar instrumentos efectivos de luta e para deixar para trás condicionamentos morais ‘bem-pensantes’ que apelidam de terrorismo qualquer mobilização que ultrapasse os limites da ordem estabelecida inoculados pela ideologia dominante.
Face a esta situação, a luta popular de Gamonal constitui por si mesma ao mesmo tempo um exemplo e uma vitória, porque aponta o caminho. Apesar do carácter de reivindicação particular e local da luta do bairro burgalês, a rápida e intensa solidariedade que suscitou dá resposta a um anseio geral: o anseio que cada vez mais pessoas têm de que se dê uma definitiva volta ao apodrecido estado das coisas em que vivemos. É a gota que faz transbordar o vaso quando se acumula matéria social altamente inflamável. Muitas grandes transformações históricas seguiram este mesmo padrão; por exemplo, a causa imediata da tomada da Bastilha foi a recusa pagar impostos de guerra para que a monarquia francesa continuasse com as suas campanhas militares nos territórios do norte de América.
A luta de Gamonal e o impressionante eco de solidariedade que levantou contêm muitos ensinamentos de aplicação geral.
Existe muita indignação popular por causa da degradação socio-laboral provocada pelo desemprego massivo, sobretudo da juventude, pela evidente corrupção política e empresarial e pelo programa de cortes e privatizações impostos a partir das instituições europeias e pelos governos ao seu serviço. Acumula-se muita raiva produzida por um sistema que utiliza todo o género de mecanismos para salvar os “corruptos” enquanto executa a sua impiedosa ofensiva contra o povo trabalhador. Mas existe algo que vai mais longe do que isso.
Gamonal grita-nos que a indignação não é suficiente. O povo em luta afasta-se cada vez mais da legalidade institucional criada para nos cilindrar e compreende, na sua própria carne, que o motor da mudança está – em sentido literal - na correlação de forças. Em concreto, que quando a luta alcançou nos últimos dias determinado nível, se conseguiu o que não se obtivera em semanas de mobilizações tradicionais.
Gamonal deu-nos muitas lições através do seu exemplo. Mostrou-nos que, frente a tanto parasita burguês que lucra com a exploração humana e perante uma esquerda envergonhada que se esconde por detrás do conceito de “cidadania”, reivindica com orgulho a sua condição operária. Recorda-nos que o povo trabalhador não dispõe de meios de comunicação e que, face a uma minoria exploradora composta por banqueiros e empresários ladrões sem escrúpulos e mercenários da política que seguram fortemente a trela da selvajaria policial, dispõe da grande força da organização e da luta, e a preciosa arma da solidariedade.
E explica-nos através da prática (o único critério da verdade), que deixemos de procurar argumentos legais para justificar a nossa luta, que somos o povo, e que portanto temos toda a legitimidade para começar a percorrer o caminho até ao poder.
Vivemos um momento histórico enormemente grave, uma dura situação que um Gamonal não alterará. A luta do bairro burgalés alcançou uma importantíssima vitória: apontar-nos o caminho por entre um emaranhado de complexos pacifistas e “bem-pensantes”, um caminho que passa pela luta contundente, que consegue mais no imediato do que a luta canalizada pelas baias de uma legalidade que é cada vez menos legítima, e que põe à vista fissuras e debilidades entre as fileiras destes parasitas que nos agridem.
E isto já não pode depender de Gamonal. Compreendeu-o muita gente combativa no Estado espanhol, e muito especialmente nesse “Madrid que resiste”. O êxito final de Gamonal depende mais de nós do que do próprio Gamonal. Gamonal já venceu. Cabe-nos agora prolongar a vitória. Começando por exigir - como o povo de Gamonal entendeu com toda a clareza - a libertação sem acusação dos detidos, a saída de Burgos das forças anti distúrbios e a demissão do presidente do município.
Essa é a nossa prioridade conjunta imediata e quase depende mais de nós do que dos nossos companheiros y companheiras de classe do bairro burgalés.
Parafraseando o Che Guevara: Criar dois, três, muitos Gamonal, eis a palavra de ordem.
18 de Janeiro de 2014

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Mosquito / Alerta en Centroamérica por virus más peligroso que el dengue

Jueves 30 de Enero de 2014, 10:13 am


Autoridades sanitarias salvadoreñas están en alerta por avance de virus chikungunya en la región. (Foto: Archivo)
La ministra de Salud de El Salvador, María Isabel Rodríguez, alertó que en estos momentos se están tomando todas la medidas necesarias y se está prestando atención al resto de los países centroamericanos ante el avance del del virus chikungunya, que es similar al dengue pero con mayor peligrosidad.
“Ya se han dado indicaciones porque la sintomatología es muy parecida a la del dengue" informó la ministra, quien advirtió que el nuevo virus es más peligroso porque "ataca y produce lesiones irreparables en las articulaciones”.
Rodríguez recordó que “se dan todas las indicaciones que se han dado para la prevención del dengue, todo lo que significa acabar con los zancudos en las casas, acabar con los criaderos... Todo se aplica al chikungunya”.
Hace unas semanas atrás, la Organización Panamericana de la Salud (OPS) conjuntamente con la Organización Mundial de la Salud (OMS), lanzó una alerta epidemiológica ante la alta infestación de Aedes aegypti y la presencia de Aedes albopictus en la región.
Ante la situación, los dos entes hicieron un llamado a los Estados en los que hay presencia del mosquito transmisor de la enfermedad a que mantengan la capacidad para detectar y confirmar casos, manejar pacientes e implementar una efectiva estrategia de comunicación con la población para reducir la densidad del vector.
OPS y OMS recomiendan a los países, sin casos propios de chikungunya, realizar pruebas para su detección en un porcentaje de los que presenten fiebre y artralgias (dolor en articulaciones), o fiebre y artritis por causa desconocida (pacientes con pruebas negativas para malaria o dengue).
Indicaron que detectar de manera temprana permitirá identificar las cepas virales circulantes, la caracterización adecuada del brote y la implementación de una respuesta proporcionada.
OPS-OMS han dejado en claro la importancia de distinguir la infección por virus chikungunya de la del dengue.
teleSUR - La prensa gráfica /jl - FC

Mar :Principais naufrágios ocorridos nos últimos cem anos

16/01/2012 11h39 

Veja os principais naufrágios ocorridos nos últimos cem anos

Cruzeiro afundou na Itália em ano de centenário do naufrágio do Titanic.
Acidente similar ocorrido na costa brasileira em 1927 aparece na lista.

Da Reuters
7 comentários
O naufrágio do cruzeiro Costa Concordia no último final de semana, que deixou ao menos seis mortos na costa da Itália, ocorreu no ano em que se completam cem anos do naufrágio mais famoso da história, o do Titanic. Veja a seguir uma lista com os principais naufrágios não relacionados a situações de guerra nos últimos cem anos.
16 de janeiro - Navios trabalham retirando o óleo e o combustível do Costa Concordia vazado ao mar (Foto: Gregorio Borgia/AP)Navios trabalham nesta segunda-feira (16) retirando o óleo e o combustível do Costa Concordia vazados ao mar (Foto: Gregorio Borgia/AP)
15/04/1912 - CANADÁ - O transatlântico Titanic afunda na sua viagem inaugural, na costa da província de Newfoundland, depois de bater em um iceberg. O navio - que era considerado "inafundável" antes da estreia - levava 2.228 passageiros, dos quais 1.523 morreram.
29/05/1914 - CANADÁ - Pelo menos 1.102 pessoas morrem na colisão do navio de passageiros The Empress of Ireland com um cargueiro norueguês no rio São Lourenço, no Canadá. Ele transportava 1.057 passageiros e 420 tripulantes.
25/10/1927 - BRASIL - O luxuoso transatlântico italiano Principessa Mafalda pega fogo e afunda na costa brasileira, durante o trajeto entre Cabo Verde e o Rio, levando 971 passageiros e 288 tripulantes. Mais de 300 pessoas, incluindo muitos imigrantes italianos, morrem.
31/01/1953 - REINO UNIDO - O Princess Victoria afunda durante uma forte tempestade entre a Escócia e a Irlanda do Norte. Pelo menos 133 pessoas morrem.
29/10/1955 - UNIÃO SOVIÉTICA - O Novorossiysk, nave-mãe da esquadra soviética no mar Negro, explode, vira e afunda quando fundeado perto da costa, em Sebastopol. Os 609 tripulantes morrem.
25/07/1956 - ESTADOS UNIDOS - O navio sueco Stockholm e o italiano Andrea Doria colidem a 45 milhas da ilha de Nantucket, nos EUA. O Stockholm perde cinco tripulantes; o Andrea Doria afunda, causando a morte de 45 dos 1.134 passageiros.
22/04/1980 - FILIPINAS - A balsa Don Juan, que ia de Manila para Bacolod, afunda no estreito de Tablas, perto da ilha de Mindoro, depois de se chocar com a barcaça Tacloban City. Pelo menos mil pessoas morrem.
31/08/1986 - UNIÃO SOVIÉTICA - O Almirante Nakhimov, um navio de passageiros, colide com o cargueiro Pyotr Vasev nos arredores do porto de Novorossiysk, no mar Negro. Entre passageiros e tripulantes há 423 mortos.
6/03/1987 - REINO UNIDO - A balsa Herald of Free Enterprise, que transportava veículos através do canal da Mancha, aderna e afunda logo depois de zarpar do porto belga de Zeebrugge. O barco levava 463 passageiros e tripulantes quando partiu ainda com as portas traseiras abertas. O acidente deixou 193 mortos.
20/12/1987 - FILIPINAS - Na pior tragédia marítima já registrada em tempos de paz, a balsa Dona Paz afunda após colidir com o navio-tanque Vector no mar de Sibuyan, matando 4.375 pessoas na balsa e 11 dos 13 tripulantes do Vector.
11/04/1991 - ITÁLIA - A balsa Moby Prince abalroa o navio-tanque Agip Abruzzo, que estava ancorado, num acidente que mata 140 pessoas. Apenas um tripulante do Moby Prince sobrevive.
15/12/1991 - EGITO - O Salem Express bate em um recife nos arredores do porto de Safaga, no mar Vermelho, causando a morte de 464 pessoas.
28/09/1994 - ESTÔNIA/FINLÂNDIA - No pior desastre marítimo da Europa em tempos de paz, 852 pessoas morrem afogadas no naufrágio do navio Estonia, que naufragou com 989 ocupantes a bordo da ilha finlandesa de Utoe, no trajeto Tallinn-Estocolmo.
2/12/1994 - ITÁLIA - O luxuoso navio de passageiros Achille Lauro afunda a cerca de 250 quilômetros da Somália, mais de dois dias depois de pegar fogo. O navio havia sido sequestrado em 1985 por palestinos que mataram um passageiro judeu-americano, o cadeirante Leon Klinghoffer, e atiraram seu corpo ao mar.
3/02/2006 - EGITO - A balsa Al Salam Bocaccio 98, indo de Duba (Arábia Saudita) para Safaga (Egito), naufraga a 90 quilômetros do destino, depois de um incêndio no deque dos carros. Dos 1.414 ocupantes, 1.026 morrem.
21/6/2008 - FILIPINAS - O navio misto (carga e passageiros) Princess of the Stars afunda na província de Romblon, na região central das Filipinas, após ser atingido por um tufão. Acredita-se que apenas 52 das 825 pessoas a bordo sobreviveram.
13/01/2012 - ITÁLIA - O Costa Concordia, navio de cruzeiro com 114,5 mil toneladas, construído apenas seis anos antes, atinge pedras e tomba com 4.229 passageiros e tripulantes a bordo.

  Fonte: G1

Brasil / Tráfico de Animais Silvestres



 Ambiente Fauna

Tráfico de Animais Silvestres

O Brasil é um dos principais alvos dos traficantes da fauna silvestre devido a sua imensa biodiversidade.




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O Brasil é um dos principais alvos dos traficantes da fauna silvestre devido a sua imensa biodiversidade. Esses traficantes movimentam cerca de 10 a 20 bilhões de dólares em todo o mundo, colocando o comércio ilegal de animais silvestres na terceira maior atividade ilícita do mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas. O Brasil participa com 15% desse valor, aproximadamente 900 milhões de dólares!!!
A fauna apresenta números relevantes em relação a biodiversidade no mundo. Entre os vertebrados, o Brasil abriga 517 espécies de anfíbios (das quais 294 são endêmicas), 468 de répteis (172 endêmicos), 524 de mamíferos (com 131 endêmicas) , 1.622 de aves (191 endêmicas), cerca de 3 mil peixes de água doce e uma fantástica diversidade de artrópodos: só de insetos, são cerca de 15 milhões de espécies (Ministério do Meio Ambiente, Relatório Nacional sobre a iodiversidade, 1998).
A devastação das florestas e a retirada de animais silvestres já causaram a extinção de inúmeras espécies e conseqüentemente um desequilíbrio ecológico. Os animais mais exóticos, raros e até ferozes, dentre muitos outros, pagam com a vida pelo simples prazer que algumas pessoas têm em possuir um animal silvestre em casa.
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Seguindo uma lógica cruel - que determina o valor da espécie pela sua raridade e grau de ameaça de extinção, o tráfico da vida selvagem é hoje um dos principais fatores do desaparecimento da fauna brasileira.
 O Brasil abriga mais de 10% de 1.400.000 seres vivos catalogados no planeta. Na classificação mundial em diversidade de espécies o Brasil é o primeiro em primatas, borboletas e anfíbios. A cada ano um número incalculável de filhotes é retirado das matas para serem vendidos como mercadoria. Para os traficantes, o nosso animal silvestre, alguns em perigo de extinção, não passa de uma mercadoria e a natureza, nossos campos e matas, um grande estoque em prateleira!
A Lei de Crimes Ambientais, criada em fevereiro de 1998, considera os animais, seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, propriedade do Estado, considerando que a compra, a venda, a criação ou qualquer outro negócio envolvendo animais silvestres é crime inafiançável.
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A maior parte das pessoas que possuem animais silvestres em casa enfrentam uma série de problemas. Algumas acreditam estar protegendo os animais sem levar em consideração todo o sofrimento e estresse pelo qual o animal passa. Ao perceberem o trabalho e cuidados especiais que estes animais exigem, além da dificuldade em mantê-los, as pessoas acabam doando os animais aos zoológicos.
O animal em cativeiro perde a capacidade de caçar seu alimento, de se defender dos predadores ou de se proteger de situações adversas. Se forem libertados, mesmo que em locais propícios, dificilmente sobreviverão.
De cada 10 animais traficados, 9 morrem antes de chegar ao seu destino final. Em outras palavras quase 38 milhões de espécimes são arrancados de seus ninhos (aves) e tocas (mamíferos). Desse número, apenas 1% chegará ao destino final. Vocês têm idéia quantos filhotes estão morrendo, diariamente, nas mãos dos contrabandistas? Eles saem do país, pelas fronteiras, escondidos em malas e sacolas, passando nas barbas da polícia, totalmente dopados, anestesiados e provavelmente já mortos por maus tratos!!
Não bastasse a ação dos traficantes, que é intensa, diária e implacável, o quadro de degradação ambiental que o país enfrenta é o resultado de anos de exploração descontrolados dos nossos recursos naturais. Já é do conhecimento de todos que desde o seu descobrimento, há 500 anos, o Brasil perdeu mais de 90% da sua cobertura original de Mata Atlântica. Exatamente por isso, nossa fauna também está ameaçada. Alí, nesses apenas 10% de Mata Atlântica, concentram-se centenas de espécies seriamente ameaçadas de extinção e o ritmo dessa destruição só faz aumentar o perigo para esses animais.
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No Brasil, 218 espécies animais encontram-se ameaçadas de extinção, sendo que 7 delas foram consideradas extintas por não existir registros de sua passagem, observação e presença nas matas há mais de 50 anos. 
O Brasil ocupa o 2º. lugar no mundo de espécies de "aves" ameaçadas.
As principais causas da diminuição das populações de animais silvestres são :

  •  redução de seus "habitats" devido à destruição da cobertura vegetal primária;
  •  crescente ocupação humana;
  •  exploração econômica de áreas de florestas, pântanos e cerrado;
  •  tráfico de animais silvestres;
  •  caça e pesca predatórias e indiscriminadas, sem leis adequadas que regulamentem sua permissão.
Há quadrilhas organizadas e especializadas no tráfico de animais e que são bem estruturadas para a venda ilegal. Cerca de 70% do comércio é para o consumo interno e o restante é exportado. Este tráfico envolve um grande número de pessoas, iniciando com os capturadores ou caçadores (geralmente pessoas muito pobres e que conhecem o hábitat dos animais).
A captura acontece em lugares em que há grande biodiversidade: como a região Norte, o Pantanal e o Nordeste — regiões pobres do ponto vista sócio-econômico. As principais áreas de captura estão nos estados do Maranhão, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Minas Gerais e região amazônica. Depois, o animal passa por vários intermediários até chegar aos grandes comerciantes que ficam no eixo Rio - São Paulo. 
Nestas capitais acontecem o maior volume de vendas. Os animais tem diversos destinos: muitos são vendidos ilegalmente em feiras, outros vão para criadores ou criadouros, quando exportados, o destino é normalmente a Ásia, a Europa ou o Estados Unidos. É comum acharmos na feira de Praga (Europa) araras brasileiras por 4 mil reais, ou seja, o animal que foi capturado por 50 centavos (R$0,50) é vendido por oito mil vezes mais.
Há informações de que a lucratividade do negócio ilícito atraiu a cobiça de organizações criminosas como a máfia russa, que também está participando do tráfico de animais.
 Quando recolhidos pela fiscalização, os animais silvestres encontram-se em péssimas condições, alguns já mortos, dopados, maltratados, com fome, sede e frio. São filhotes, são bebês, mal enxergam, sem pêlos e sem penas... Necessitam ser rapidamente alojados, alimentados, protegidos e recebem cuidados médicos. Alguns animais sofrem outro tipo de violência: têm seus olhos furados, para não enxergarem a luz do sol e não cantarem - caso das aves, evitando chamar a atenção da fiscalização. Todos são anestesiados para que pareçam dóceis e mansos.
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No Brasil, o comércio ilegal da fauna silvestre divide-se claramente em duas modalidades básicas:
O tráfico interno, que tem como característica a sua desorganização, sendo praticado por caminhoneiros, motoristas de ônibus, pequenos comerciantes e miseráveis, que saem de suas cidades levando animais silvestres que vão lhe garantir dinheiro para a viagem e comida.
O tráfico internacional - sofisticado, esquematizado, planejado, com pessoas inteligentes, grandes nomes na sociedade internacional, artistas milionários, inúmeras empresas e grandes laboratórios, que seguem esquemas criativos e originais, distribuem subornos e contam com a condescendência de funcionários do próprio governo, de empresas aéreas e até de políticos.
 O tráfico da fauna silvestre brasileira divide-se em três objetivos distintos:
  • Colecionadores particulares;
  • Animais para fins científicos;
  • Animais para comercialização internacional em "pet shops".
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Todos esses animais deixam o país através dos portos e aeroportos das principais cidades brasileiras ou então, através das fronteiras dos países limítrofes ao Brasil, como Argentina, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Guianas e principalmente o Suriname, onde jatinhos particulares, aguardam a chegada de dezenas de caminhões brasileiros que levam nossos animais, aos milhares, para terras internacionais.



Estatísticas  

Animais de Estimação
 Nome Comum  Valor em US$ / Unidade 
 Jiboia 800 a 1.500
 Tartaruga 350
 Arara- Vermelha  3.000
 Tucano-toco 2.000

Animais para Coleção
Nome Comum  Valor em US$ / Unidade 
 Arara-azul-de-lear   60.000
 Papagaio-de-cara-roxa  6.000
 Mico-leão-dourado 20.000
 Jaguatirica 10.000

Animais para Fins Cientifícos
 Nome Comum Valor em US$
 Jararaca-ilhoa 20.000 (por unidade)
 Cascavel 1.400 (por unidade)
 Surucucu-pico-de-jaca  3.200 (por unidade)
 Coral-verdadeira  31.300 (por grama de veneno) 

Animais mais procurados pelo tráfico:
Papagaio-de-cara-roxa
Arara canindé
Arara-vermelha
Corrupião
Curió
Tie-sangue
Saíra-sete-cores
Tucano
Mico-leão-dourado
Macaco-prego
Jaguatirica 
Animais para colecionadores particulares e zoológicos: este talvez seja o mais cruel dos tipos de tráfico da vida selvagem, pois ele prioriza principalmente as espécies mais ameaçadas de extinção. Quanto mais raro for o animal, quanto mais ameaçado, ou quanto menos exemplares existir na natureza, maior é o seu valor de mercado.
Exemplos: 
Arara Azul de Lear
Arara Canindé (azul/amarela)
Papagaio Cara Roxa 
Mico Leão Dourado 
Jaguatirica 

Animais para fins científicos: neste grupo encontram-se as espécies que fornecem a química base para a pesquisa e produção de medicamentos. É um grupo que percebeu as facilidades no país e por isso mesmo aumenta a cada dia.
Exemplos: 
Jararaca 
Jararaca Ilhôa 
Cascavel 
Sapos Amazônicos 
Aranha marrom 
Outras aranhas 
Besouros 
Vespas 

Os animais abaixo têm substâncias extraídas para serem vendidas por grama.
Exemplos: 
Jararaca 
Urutu 
Surucucu 
Coral 
Aranha marrom 
Escorpião brasileiro 

Animais para pet shop's: É a modalidade que mais incentiva o tráfico de animais silvestres no Brasil. Devido à grande procura, todas as espécies da fauna brasileira estão incluídas nessas categoria. Os preços variam de acordo com a espécie e quantidade encomendada.
Exemplos: 
Jibóia
Tartaruga 
Arara Vermelha 
Tucano 
Melro 
Saíra 
Saguí 
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    Fonte: Ambiente Brasil

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

1926: Uma Carta ao Camarada Kaganovitch/ Ucrânia

De Uma Carta ao Camarada Kaganovitch e a outros Membros do Comitê Central do Partido Comunista (bolchevique) da Ucrânia

J. V. Stálin

26 de Abril de 1926.


Primeira Edição: ...
Fonte: Editorial Vitória Ltda., Rio, 1946. Tradução de Brasil Gerson. Pág: 295-298.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
Direitos de Reprodução: Licença Creative Commons licenciado sob uma Licença Creative Commons.


capa Nas declarações de Shumski existem algumas ideias acertadas. É certo que na Ucrânia se formou e se desenvolve um amplo movimento em prol de uma cultura e de uma vida social ucranianas. É certo que não se pode, de maneira alguma, deixar esse movimento nas mãos de elementos que nos sejam estranhos. É verdade que na Ucrânia toda uma série de comunistas não compreende o sentido e a importância desse movimento e não adota as medidas necessárias para haver-se com ele. É verdadeira a necessidade de introduzir mudança radical nos quadros de nossos ativistas do Partido e dos Sovietes, que estão imbuídos de um espírito de ironia e cepticismo com relação ao problema da cultura e da vida social ucranianas. É verdadeira a necessidade de selecionar minuciosamente e formar quadros com homens capazes de haver-se com o novo movimento na Ucrânia, tudo isso é certo. Mas, ao mesmo tempo, Shumski comete pelo menos dois graves erros.
Em primeiro lugar, confunde a ucranianização de nosso aparelhamento do Partido e dos Sovietes com a ucranianização do proletariado. Pode-se e deve-se ucranianizar nossos aparelhamentos de Partido, de Estado, etc., que estejam a serviço da população, observando, ao fazê-lo, um determinado ritmo. Mas não se pode ucranianizar o proletariado a partir de cima. Não se pode obrigar as massas operárias russas a renunciar ao idioma russo e à cultura russa e a reconhecer como próprios a cultura e o idioma ucranianos. Isso estaria em contradição com o princípio do livre desenvolvimento das nacionalidades. Isso não seria uma liberdade nacional, mas uma forma particular de opressão nacional.
É indubitável que a composição do proletariado ucraniano se irá modificando na medida do desenvolvimento industrial da Ucrânia, na medida em que vão afluindo para a indústria operários ucranianos procedentes das aldeias vizinhas. É indubitável que a composição do proletariado ucraniano se irá ucranianizando, da mesma forma que o proletariado da Letônia e da Hungria, por exemplo, que tinha um caráter alemão e depois se foi letonizando e magiarizando. Mas esse processo é lento, espontâneo, natural. Tentar substituir esse processo espontâneo pela ucranianização violenta do proletariado, a partir de cima, significa realizar uma política utópica e prejudicial, capaz de provocar na Ucrânia um chovinismo anti-ucraniano entre as camadas não ucranianas do proletariado. Parece-me que Shumski interpreta erroneamente a ucranianização e não atenta nesse último perigo.
Em segundo lugar, acentuando com acerto o caráter positivo do novo movimento que se efetua na Ucrânia em prol da cultura e da vida social ucranianas, Shumski não percebe, entretanto, os lados negativos desse movimento. Shumski não vê que, em razão da debilidade dos quadros comunistas do país, esse movimento na Ucrânia, frequentemente dirigido por intelectuais não comunistas, pode adquirir às vezes o caráter de luta por isolar a cultura e a vida social ucranianas do conjunto da cultura e da vida social soviéticas, o caráter de luta contra “Moscou" em geral, contra os russos em geral, contra a cultura russa e sua suprema manifestação: o leninismo. Não vou deter-me em demonstrar que esse perigo se torna cada vez mais real na Ucrânia. Apenas quero dizer que mesmo certos comunistas ucranianos não estão livres desse defeito. Refiro-me a um fato de todos conhecido, como é o artigo do conhecido comunista Khvylevoy, publicado na imprensa ucraniana. Sua exigência da “desrussificar imediatamente o proletariado” na Ucrânia; sua opinião de que “a poesia ucraniana deve fugir o mais depressa possível da literatura russa e de seu estilo”; sua declaração de que “as ideias do proletariado nos são suficientemente conhecidas sem a arte de Moscou”; seu entusiasmo por não se sabe que papel messiânico da “jovem” intelectualidade ucraniana; sua intenção ridícula e não marxista de separar a cultura da política, todos esses fatos e outros semelhantes, soam agora (e não podem deixar de soar) de modo mais que estranho na boca de um comunista ucraniano. Enquanto os proletários da Europa ocidental e seus Partidos Comunistas estão cheios de simpatia para com "Moscou”, para com essa cidade do leninismo e do movimento revolucionário internacional, enquanto os proletários da Europa ocidental olham com entusiasmo a bandeira que ondula em “Moscou”, o comunista ucraniano Khvylevoy não tem nada a dizer em favor de “Moscou”, a não ser convidar os militantes ucranianos a fugir de “Moscou”, “o mais rapidamente possível”. E a isso se chama internacionalismo! Que dizer então de outros intelectuais ucranianos do campo não comunista, se os comunistas começam a falar, e não apenas a falar, mas também a escrever na nossa imprensa soviética com a linguagem de Khvylevoy? Shumski não compreende que só é possível haver-se com o novo movimento que se desenvolve na Ucrânia em prol de uma cultura ucraniana, lutando contra os excessos de Khvylevoy, nas fileiras comunistas.
Shumski não compreende que somente lutando contra esse excessos é possível converter a cultura e a vida social ucranianas, que começam a elevar-se, numa cultura e numa vida social soviéticas.

África do Sul/ Massacre de operários em Marikana, só negligência?

Brigadeiro sul-africano admite negligencia em caso Marikana PDF Imprimir E-Mail
  
Imagen activaPretoria, 29 jan (Prensa Latina) O brigadeiro sul-africano Adriaan Calitz admitiu que foi negligente ao não registrar corretamente os acontecimentos da tragédia de Marikana, em agosto de 2012, quando uma intervenção policial causou a morte a 34 mineiros.
As declarações de Calitz foram emitidas a Comissão Investigadora liderada pelo juiz Ian Farlam e que analisará até 30 de abril depoimentos relacionados com os fatos ocorridos na jazida da empresa britânica Lonmin, na província North West.

Segundo o brigadeiro, no dia fatal também dois agentes da polícia foram assassinados a marretadas pelos mineiros em greve, mas esses eventos não aparecem nos registros das autoridades no terreno naquele momento.

Interrogado pelo delegado da Associação de Mineiros e Sindicato da Construção, Anthony Gotz, Calitz admitiu também que ao menos um membro da polícia poderia ter utilizado uma escopeta de chumbo contra os trabalhadores grevistas.

Esse tipo de munições estão proibidas pela lei, ninguém em posse de uma licença para um arma de fogo pode as comprar, recordou Gotz.

O advogado das vítimas Dali Mpofu disse que o oficial simplesmente tenta distorcer a verdade e a realidade é que ordenou disparar contra os operários na mina próxima a Rustenburg.

Segundo Mpofu, quando Calitz ordenou a seus sargentos participarem ativamente na repressão do protesto, quis dizer disparar com munição real contra centenas de manifestantes.

tgj/jvj/cc
Modificado el ( miércoles, 29 de enero de 2014 )
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O temor à realidade objectiva e o oportunismo


O temor à realidade objectiva e o oportunismo

por Rómulo Pardo Silva [*]
'Catrina', de José Guadalupe Posada Não é desconhecimento da realidade e sim manipulação política da população mundial. Mencionam-se factos problemáticos mas ocultam-se suas raízes e consequências.

Diz-se que os Estados Unidos gastam em armas, que a China fabrica porta-aviões, que a Rússia protesta pela defesa anti-mísseis da NATO... Não se diz que se está a preparar uma guerra nuclear que poderia significar o fim da humanidade.

A imprensa fala da crise financeira, do desemprego, de baixos crescimentos económicos e recessões... Oculta-se que se trata de uma crise estrutural do sistema.

Alguém explicou como fazer cidades sustentáveis... (num sistema global insustentável).

O maior produtor de cobre, o Chile, tem reservas para 66 anos e é o seu principal rendimento. Depois...

O petróleo, o gás, o carvão não serão eternos.

Aparentemente é certo que alguns não vêem o problema futuro.

Mas há muitos que o vêem e calam. Só o reconhecem em privado.

Não é democrático manejar à vontade a informação, todos devem saber o que é importante para si e para os descendentes.

Muitos poucos são sinceros e confessam em voz baixa que não lhes convém politicamente dizer em público o que se enfrentará no amanhã.

O concreto é que o futuro é ameaçador. Podem-se discutir datas e números mas não que ocorrerá um fim de época.

A grande verdade que ocultam é que se vive uma marcha para um colapso inevitável desta civilização de espoliação insustentável de recursos naturais, que desaparecerá.

Não se trata de uma subjectividade pessimista e sim de uma objectividade que deve ser enfrentada construindo uma ordem planificada e solidária.

Explicando, propondo e actuando.
28/Janeiro/2014
[*] Analista político. Edita o blog www.malpublicados.blogspot.pt/, romulo.pardo@gmail.com

O original encontra-se em www.argenpress.info/2014/01/el-temor-la-realidad-objetiva-y-el.html


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
29/Jan/14

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Prosseguem negociações da greve de mineiros sul-africanos


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Imagen activaPretoria, 28 jan (Prensa Latina) A Associação de Mineiros e Sindicato da Construção (AMCU) e empresas produtoras de platina entram hoje em seu terceiro dia de negociações em busca de uma solução para deter uma greve nos jazidas desse mineral na África do Sul.
Mais de 70 mil trabalhadores das minas Implats, Lonmin e Anglo American Platinum (Amplats) pararam as ferramentas na quinta-feira última em busca de aumento do salários base para 12.500 rands ao mês (1.200 dólares).

As companhias, a maioria de capital britânico, alegam que essa quantidade de dinheiro é impossível devido a queda do preço internacional do metal e os baixos investimentos estrangeiros neste campo.

As negociações estão sendo facilitadas pela Comissão de Conciliação, Mediação e Arbitragem (CCMA) do Ministério do Trabalho e outros politicos.

Seguimos confiando que nesta semana encontraremos uma solução para resolver o litigio, as partes devem chegar ao processo com disposição de compromisso, comentou na rádio a diretora de CCMA, Nerine Kahn.

As negociações iniciaram-se em Johannesburgo na sexta-feira, continuaram em Pretoria na segunda-feira, e estão programadas até amanhã quarta-feira.

África do Sul é o maior produtor de platina do mundo e tem a ao redor de 134 mil operários empregados neste setor industrial.

Este metal utilizado sobretudo em conversores catalíticos de automóveis, para discos duros de computadores e obturações dentais.

As assinaturas Amplats, Implats e Lonmin emitiram uma declaração no fim de semana onde descrevem as demandas trabalhistas como "inalcansavís e pouco realistas". Advertiram que a ação trabalhista poderia custar postos de trabalho.

tgj/jvj/cc
Modificado el ( martes, 28 de enero de 2014 )
 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Armas químicas e.....Mentiras obscenas*

Mentiras obscenas*

Jorge Cadima
27.Jan.14 :: Outros autores
Jorge CadimaA questão das armas químicas na Síria desenrola-se em episódios de folhetim: primeiro foi e é a duvidosa atribuição de responsabilidades no seu uso; agora é o processo do seu desarmamento, transporte e deposição, com igualmente duvidosas garantias de segurança.

No final do Verão, o Presidente Obama anunciou a sua decisão de atacar a Síria, acusando o seu governo dum ataque com armas químicas. O discurso de Obama (10.9.13) não admitia dúvidas: «no dia 21 de Agosto […] o governo de Assad matou com gases mil pessoas, incluindo centenas de crianças. […] Sabemos que o regime de Assad é responsável». O MNE Kerry desdobrou-se em pormenores «comprovativos». A comunicação social de regime estava em «frenesim de guerra» e o «socialista» Hollande chegou a dar ordens para começar o ataque na madrugada de 1 de Setembro (Nouvel Observateur, 29.9.13). Foi uma (inacabada) versão B da obscena telenovela de Bush, Blair e Barroso.
Dois peritos norte-americanos, Postol (do MIT) e Lloyd (ex-inspector armamentista da ONU) afirmam agora (relatório de 14 de Janeiro) que «não é possível que [o gás sarin] tenha sido disparado a partir da zona controlada pelo governo sírio indicada no mapa dos serviços secretos publicado pela Casa Branca a 30 de Agosto de 2013». Também o canal noticioso oficial alemão, Deutsche Welle noticia o estudo e acrescenta (18.1.14): «esta conclusão não é inteiramente nova. Há um mês, um inspector armamentista da ONU, Ake Sellström, também questionou a versão dos EUA sobre a atrocidade». O canal russo RT (16.1.14) cita Postol: «quando comecei este processo, a minha opinião era que só podia ser o governo sírio que estava por detrás do ataque. Mas hoje já não tenho a certeza de nada. A narrativa do governo [dos EUA] nem sequer se aproxima da realidade». Sem imputar responsabilidades pelo ataque, Lloyd acrescenta: «os rebeldes têm seguramente a capacidade para criar este tipo de armas, talvez até tenham mais capacidade do que o governo sírio». O mesmo afirma Seymour Hersh (London Review of Books, 19.12.13), jornalista famoso pela sua denúncia do massacre de My Lai na guerra do Vietname: «o exército sírio não é a única parte na guerra civil do país com acesso ao sarin».
Para evitar o ataque Hollande-Obama, o govero sírio aceitou um «acordo» que impôs o seu desarmamento unilateral de armas químicas, mas não impôs nada aos «rebeldes» e seus múltiplos padrinhos externos, ou ao vizinho israelita (para se defender do qual o regime tinha as armas químicas). Mas o próprio processo de desarmamento químico, no qual Paulo Portas quis envolver o nosso país, é uma saga obscena. As potências bélicas, sempre prontas para ataques militares, querem lavar o mais possível as mãos do processo. As armas já foram embaladas e transportadas até ao porto sírio de Latakia pelo exército sírio com auxílio russo. O transporte marítimo para fora da Síria é assegurado por países nórdicos, pela Rússia e China. Mas nenhum país está disposto a acolher e destruir as armas no seu território: a França, a Bélgica e a Noruega recusam. Em Novembro lembraram-se da Albânia! Após dias de manifestações de protesto nas ruas, o sempre dócil governo albanês foi obrigado a recusar (Telegraph, 18.11.13). E assim, ganha forma a ideia (Telegraph, 9.1.14) de as armas químicas serem levadas para o Sul de Itália, trasladadas para bordo dum navio civil dos EUA (da US Maritime Administration do Ministério dos Transportes), onde militares dos EUA procederão à sua decomposição, sendo os compostos menos tóxicos «destruídos por uma companhia comercial» em Inglaterra e os mais tóxicos… despejados em pleno Mediterrâneo. A julgar pelo mapa que acompanha a notícia do Telegraph, algures ao largo de costas PIGS: Itália, Grécia, Líbia. Se as garantias de segurança são como as garantias de culpa do governo sírio, os motivos de preocupação são sérios.
*Este artigo foi publicado no “Avante!” nº 2095, 23.01.2014

domingo, 26 de janeiro de 2014

Capitalismo chinês continua avançando. O que diria o mestre Mao Zedong?

China anuncia principais reformas financeiras de 2014 PDF Imprimir E-Mail
  
Imagen activaBeijing, 25 jan (Prensa Latina) A China anunciou hoje as principais reformas financeiras de 2014, entre elas a expansão do uso de sua moeda além de suas fronteiras, a expansão regulada do crédito e a melhoria do mercado de capital em vários níveis.
De acordo com as versões oficiais divulgadas nesta capital, o Banco Popular de China, banco central deste país, continuará a expansão do uso do yuan ou renminbi fora das fronteiras nacionais, ao mesmo tempo em que manterá uma política monetária prudente e um também prudente aumento dos créditos.

O país, aponta a nota, cada vez mais se vinculará às regulações financeiras internacionais para a adoção de suas políticas neste setor.

À Comissão Reguladora Bancária da China ficará incumbida de coordenar três dos cinco bancos privados que funcionarão sobre risco próprio, com a abertura do setor bancário ao capital privado nacional e estrangeiro.

O comunicado agrega que a vigilância da indústria bancária se reduzirá gradualmente para permitir o funcionamento de bancos privados e aliviará as necessidades dessas entidades quanto às operações em renmimbi.

A Comissão Reguladora Bancária também manterá um rastreamento junto às imobiliárias para reduzir o risco de incumprimentos no que chamaram os "suportes débeis da corrente de dinheiro da indústria da construção".

Outra responsabilidade desta reguladora será reestruturar tecnologicamente as indústrias que trabalham com sobre carga, liquidar o trabalho humano direto quando não recomendado e reduzir os riscos de mortes.

tgj/ir/cc
Modificado el ( sábado, 25 de enero de 2014 )
 

As crianças-soldados dos EUA


Ann Jones*
25.Jan.14 :: Outros autores
O Congresso dos EUA aprovou no Outono de 2008 a Lei de Prevenção de Meninos Soldados com o objectivo de proteger crianças em todo o mundo de modo a não serem obrigadas a lutar na guerra dos grandes. Mas acontece que os Estados Unidos têm o maior e o mais eficiente sistema do mundo para recrutar crianças soldados. Com uma modéstia pouco característica, o Pentágono não utiliza essa descrição. Chama-lhe «programa de desenvolvimento da juventude».

O Congresso queria sem dúvida actuar correctamente quando, no Outono de 2008, aprovou a Lei de Prevenção de Crianças Soldados (CPSA, de acordo com a denominação em Inglês). A lei tinha o objectivo de proteger crianças em todo o mundo para não serem obrigadas a lutar na guerra dos grandes. A partir daí, imaginava-se que qualquer país que pressionasse crianças a tornarem-se soldados perderia toda a ajuda militar dos Estados Unidos.
No entanto, acontece que o Congresso — num raro momento de preocupação com a futura geração — se enganou rotundamente. Na sua grande sabedoria, a Casa Branca achou que países como o Chade e o Iémen são tão vitais para o interesse nacional dos Estados Unidos que preferiu passar por alto o que acontecia aos meninos à sua volta.
Como a CSPA exige, este ano o Departamento de Estado voltou a enumerar dez países que utilizam crianças soldados: Birmânia (Myanmar), República Central Africana, Chade, República Democrática do Congo, Ruanda, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Síria e Iémen. Sete deles deveriam receber milhões de dólares em ajuda militar norte-americana assim como o chamado «Financiamento Militar Estrangeiro dos Estados Unidos». Trata-se de um ardil orientado para apoiar os fabricantes de armas norte-americanos entregando milhões de dólares públicos a «aliados» tão suspeitos, que devem dar uma volta e comprar «serviços» do Pentágono ou «material» dos habituais mercadores da morte. Já os conhecemos: Lockheed Martin, McDonnell Douglas, Northrop Grumman, etc.
Era uma oportunidade para Washington ensinar a um grupo de países a proteger as suas crianças, não a levá-los à matança. Mas em Outubro, como sempre acontece desde que a CSPA foi promulgada, a Casa Branca tornou a conceder «dispensas totais ou parciais a cinco países na lista de «não ajuda» do Departamento de Estado: Chade, Sudão do Sul, Iémen, República Democrática do Congo, e Somália.
Má sorte para os jovens — e para o futuro — desses países. Mas há que pensar: porque deveria Washington ajudar as crianças do Sudão ou do Iémen a escapar da guerra se não poupa gastos dentro do país para pressionar os nossos americanos, impressionáveis, idealistas, ambiciosos, a fazerem o «serviço militar»?
Não deveria ser segredo que os Estados Unidos têm o maior sistema, o mais eficiente do mundo para recrutar crianças soldados. Com uma modéstia pouco característica, no entanto, o Pentágono não utiliza essa descrição. Chama-lhe «programa de desenvolvimento da juventude».
Impulsionado por múltiplas firmas altamente remuneradas de relações públicas e publicidade de alta potência, contratadas pelo Departamento de Defesa, o programa é algo importante. O seu rosto principal é o Corpo de treinamento de reserva de oficiais menores (o JROTC em inglês).
O que torna este programa de recrutamento de crianças soldados tão impressionante é que o Pentágono realiza-o perante centenas e centenas de estabelecimentos de ensino médio privados, militares e públicos nos Estados Unidos.
Ao contrário dos senhores da guerra africanos ocidentais Foday Sankoh e Charles Taylor (levados ambos a tribunais internacionais por acusações de crimes de guerra), o Pentágono realmente não sequestra crianças nem as arrasta fisicamente para a batalha. Em vez disso trata de transformar os jovens «cadetes» no que John Stuart Mill chamou «escravos voluntários», tão enganados pelo guião do amo que aceitam os seus papéis com uma vontade que passa por ser escolha pessoal. Com esse fim o JROTC influencia as suas mentes ainda não totalmente desenvolvidas, inculcando-lhes o que os livros do programa chamam «patriotismo» e «liderança» assim como uma atenção por reflexo às ordens autoritárias.
A conjura é muito mais sofisticada — tanto mais «civilizada» — que qualquer outra imaginada na Libéria ou Serra Leoa, e funciona. O resultado é o mesmo: as crianças são levadas a servir como soldados, uma tarefa que não poderão abandonar, e durante a qual serão obrigadas a cometer atrocidades terríveis. Quando começam a queixar-se e a não suportar a pressão, nos Estados Unidos, como na África Ocidental, aparecem as drogas.
O programa JROTC, que existe em institutos de ensino médio em todo o país, custa aos contribuintes dos Estados Unidos, centenas de milhões de dólares por ano. Custou os filhos a uma quantidade inenarrável de contribuintes.
As brigadas de acne e aparelhos dentais
Encontrei alguns rapazes do JROTC há alguns anos num desfile do Dia dos Veteranos em Bóston. Antes de começar, passei por grupos uniformizados que se instalavam ao longo de Boston Common. Havia alguns velhos empunhando bandeiras dos seus grupos da Legião Americana, algumas bandas escolares de ensino médio e alguns jovens em elegantes uniformes de gala, recrutadores militares da grande Bóston.
E depois vinham os rapazes. As brigadas de acne e aparelhos dentais, de 14 e 15 anos de uniformes militares, com espingardas ao ombro. Algumas dos grupos de meninas tinham elegantes luvas brancas.
Demasiados grupos semelhantes, com demasiadas crianças impúberes, estavam ao longo de Bóston Common. Representavam todos os ramos das forças armadas e muitas comunidades locais diferentes, embora quase todos fossem morenos ou negros afro-americanos, latinos, filhos de imigrantes do Vietname e de outros pontos do Sul. No mês passado em Nova Iorque vi esquadrões semelhantes do JROTC codificados por cores, marchando pela Quinta Avenida no dia dos Veteranos. O JROTC não é uma coligação arco-íris.
Em Boston perguntei a um rapaz de 14 anos porque tinha ido para o JROTC. Tinha um uniforme do Exército para jovens e levava uma espingarda quase do seu tamanho. Afirmou: «O meu pai abandonou-nos e a minha mãe tem dois trabalhos, e quando chega a casa, bom, não está em muito boas condições. Mas na escola disseram-nos que temos de ter boas condições para chegarmos a algum lado. Por isso aqui estou».
Um grupo de meninas, todas pertencendo ao JRTOC, disseram-me que iam às aulas com os rapazes mas que tinham a sua própria equipa de treino (tudo negro) que competia com outras de tão longe como Nova Jersey. Mostraram-me as medalhas e convidaram-me a ir à escola para ver os seus troféus. Também elas tinham 14 ou 15 anos. Pulavam como entusiastas adolescentes que eram enquanto falávamos. Uma afirmou: Antes nunca tive prémios.
A sua alegria surpreendeu-me. Quando tinha a sua idade, crescendo no Oriente Médio, levantava-me antes do amanhecer para ir a um campo de futebol e praticar manobras em formação cerrada às escuras antes de iniciar o dia escolar. Nada me teria afastado dessa «condição», desse «exercício», «dessa equipe» mas estava numa banda marcial e a arma que empunhava era um clarinete. O JROTC aproveita essa ansiedade juvenil de fazer parte de algo maior e mais importante, que o próprio ser lamentável, solitário, cheio de acne. O JROTC captura o idealismo e a ambição juvenil, retorce-a, arma-a e coloca-a no caminho da guerra.
Um pouco de história
O Corpo de Treinamento de Reserva de Oficiais Menores do Exército dos Estados Unidos foi concebido como parte da Lei de Defesa nacional de 1916 no meio da Primeira Guerra Mundial. Depois dessa guerra, no entanto, apenas seis institutos de ensino médio aceitaram a oferta dos militares de equipamento e instrutores. Uma versão mais adulta do Corpo de Treino para Oficiais da Reserva (ROTC), foi tornada obrigatória em muitos colégios e universidades estatais, apesar da questão controversa da época se o governo podia obrigar os estudantes a ter treino militar.
Em 1961, o ROTC tornara-se um programa optativo, popular nalgumas escolas, mal recebido noutras. Desapareceu imediatamente em muitos colégios de elite e universidades estatais progressistas, excluído por protestos contra a guerra do Vietname e descontinuado pelo Pentágono, que insistia em manter políticas de descriminação (especialmente a respeito da preferência sexual e género) ilegalizadas nos códigos de conduta das universidades. Quando renunciou a «Não perguntes, não o digas» em 2011 e ofereceu um menu de subvenções substanciais para instituições semelhantes, universidades de elite como Harvard e Yale voltaram a aceitar os militares com uma deferência indecorosa.
Durante o exílio do ROTC dessas instituições, este arraigou-se em campus universitários em Estados que não expressavam inconformidade com a discriminação, enquanto o Pentágono expandia o seu programa de recrutamento em escolas de ensino médio. Quase meio século depois do estabelecimento do JROTC do Exército, a Lei de Vitalização do Corpo de Treino de Oficiais de Reserva de 1964 abriu o mesmo treino para jovens a todos os ramos das Forças Armadas. Mais ainda, a quantidade de unidades do JROTC em todo o país, limitada anteriormente a 1.290, aumentou rapidamente até 2001, quando desapareceu a ideia de impor limites ao programa.
O motivo foi bastante evidente. Em 1973, o governo de Nixon descartou o serviço militar obrigatório a favor de um exército profissional permanente «apenas de voluntários». Mas onde estavam esses profissionais? E como iam ser «persuadidos» a tornarem-se voluntários? Desde a II Guerra Mundial, os programas do ROTC em instituições de ensino superior tinham administrado 60% dos oficiais comissionados. Mas o exército precisava de soldados de infantaria.
Oficialmente, o Pentágono afirma que o JROTC não é um programa de recrutamento. Em privado, nunca considerou que seja algo diferente. O JROTC descreve-se agora como «desenvolvido de alguma fonte de recrutas alistados e candidatos a oficiais a um programa de cidadania dedicado à elevação moral, física e educacional da juventude norte-americana. Mas, o ex Secretário de Defesa William Cohen, testemunhando perante o Comité de Serviços Armados da Câmara em 2000, qualificou o JROTC como «um dos melhores instrumentos de recrutamento que podemos ter».
Com essa missão não acreditada em mãos o Pentágono pressionou por um objectivo planeado primeiro em 1991 por Colin Powell, então chefe do Estado Maior Conjunto: o estabelecimento de 3.500 unidades do JROTC para «elevar» os estudantes nas escolas de ensino médio em todo o país. O plano era expandir para «áreas educacional e economicamente marginalizadas». As escolas de má qualidade dos centros urbanos, os cinturões industriais, o Sul profundo e o Texas tornaram-se ricos campos de caça. No início de 2013, só o Exército reciclava 4 mil oficias na reserva que dirigiram os seus programas em 1.731 escolas de ensino médio. No total, unidades do JROTC do Exército, a Força Aérea, a Armada e os Marines surgiram em 3.402 escolas em todo o país — 65% delas no Sul — com um total de 557.129 rapazes.
Com funciona o programa
O programa funciona assim: o Departamento de Defesa gasta várias centenas de milhões de dólares — 365 milhões em 2013 — para fornecer uniformes, textos aprovados pelo Pentágono e equipamento para o JROTC, assim como parte dos salários dos instrutores. Esses instrutores, designados pelos militares (não pelas escolas) são oficiais na reserva. Continuam a receber a pensão federal, apesar de se exigir que as escolas cubram os seus salários ao nível que receberiam no serviço activo. Os militares reembolsam à escola cerca da metade da considerável remuneração, mas apesar disso custam muito dinheiro à escola.
Há dez anos o Comité de Serviço de Amigos (CSA em espanhol e AFSC em inglês) estabeleceu que o verdadeiro custo dos programas do JROTC para os distritos escolares locais era «a miúdo muito mais elevado — em muitos casos mais do dobro — do custo mencionado pelo Departamento de Defesa». Em 2004, os distritos escolares locais estavam a gastar mais de 222 milhões de dólares só em custos de pessoal».
Vários directores escolares que me falaram do problema elogiaram o Pentágono por subvencionar o pressuposto da escola, mas evidentemente não compreendiam as finanças das próprias escolas. O facto de as escolas públicas que oferecem programas do JROTC subvencionarem actualmente a campanha de recrutamento do Pentágono. De facto, uma classe de JROTC custa às escolas (e aos contribuintes) significativamente mais do que custaria um curso regular de educação física ou de história dos Estados Unidos — embora seja frequentemente considerada um substituto adequado para ambos.
As escolas locais não têm qualquer controlo sobre os planos de estudo do JROTC prescritos pelo Pentágono, que são inerentemente orientados para o militarismo. Muitos sistemas escolares simplesmente adoptam programas do JROTC sem mesmo ver o que se ensina aos estudantes. O Comité de Serviços de Amigos dos Estados Unidos, Veteranos pela Paz, e outros grupos civis compilaram provas de que essas aulas não só são mais dispendiosas que as aulas regulares, mas também inferiores em qualidade.
Que outra coisa para além de qualidade inferior poderia esperar-se de livros de texto interessados escritos por ramos em competência das forças armadas e utilizados por militares na reserva, sem qualificações ou experiência pedagógica? Em primeiro lugar, nem os textos nem os instrutores ensinam o tipo de pensamento crítico central actualmente nos melhores planos de estudo escolares. Em seu lugar, inculcam obediência à autoridade, medo a inimigos, e postulam a primazia da força militar na política exterior norte-americana.
Grupos civis apresentaram uma série de outras objecções ao JROTC, que vão desde práticas discriminatórias — por exemplo, contra gays, imigrantes e muçulmanos — a outras perigosas, como levar armas às escolas (precisamente). Algumas unidades incluso estabeleceram polígonos de tiro onde se usam espingardas automáticas e munição de guerra. JROTC tem a mística perigosa de tais armas, transformando-as em objectos pelos quais se deve ansiar, aceitar, e apressar-se a encontrar a possibilidade de utilizá-las.
Em sua própria defesa o programa publicita uma vantagem principal amplamente aceite nos Estados Unidos que administra «condição», que evita que os rapazes abandonem a escola, e transforma meninos (e agora meninas) com antecedentes «problemáticos» em «homens» que, sem o JROTC para os salvar (e ao resto de nós contra eles), se tornariam drogados ou criminosos ou algo pior. Colin Powell, o primeiro graduado da ROTC que chegou ao posto máximo nas forças armadas, pregou precisamente essa linha nas suas memórias My American Journey. «Meninos dos centros urbanos pobres» escreveu, muitos de lares desfeitos, [encontram estabilidade e modelos a imitar no JROTC.
Não há provas para essas afirmações, no entanto, aparte testemunhos de estudantes como o que apresentou o de 14 anos que me disse ter participado em busca de «condição». Aquilo de que esses meninos (e os pais) se deixam convencer por esse argumento de vendas é uma medida das suas próprias condições limitadas. A grande maioria dos estudantes encontra melhor «condição», mais positiva para a vida, na própria escola através de cursos académicos, desportos, coros, bandas, clubes de ciência ou língua, períodos de capacitação — em escolas onde existam essas oportunidades. É precisamente em escolas com programas semelhantes, onde administradores, mestres, pais e filhos, trabalhando em conjunto, teriam mais êxito em manter fora o JROTC. Aos sistemas escolares «económica e socialmente deficitários» que são o objectivo do Pentágono fica-lhes a possibilidade de eliminar «detalhes» semelhantes e gastar o seu dinheiro num coronel ou dois que podem oferecer aos estudantes necessitados de «estabilidade e modelos» um futuro promissor, embora talvez muito curto, como soldados.
Dias na escola
Numa dessas escolas do bairro marginal do centro de Bóston predominantemente negra, estive em classes do JROTC onde rapazes viam filmes intermináveis de soldados a desfilar, e depois tiveram de fazê-lo também no ginásio da escola, de espingarda na mão. (Tenho que admitir que podiam marchar muito melhor do que esquadrões do Exército Nacional Afegão, que também observei, mas é isso motivo de orgulho? Já que essas classes pareciam consistir frequentemente em passar um bocado, os estudantes tinham muito tempo para conversar como o recrutador do Exército cujo escritório estava convenientemente instalado na sala de aulas do JROTC.
Também conversaram comigo. Uma menina afro-americana de 16 anos, que era a primeira da sua aula e se tinha alistado no Exército, disse-me que passaria para as Forças Armadas. O seu instrutor — um coronel branco que considerava como o pai que nunca tivera — tinha levado a classe a crer que a «nossa guerra» continuaria durante muito tempo, como declarou, «até termos matado o último muçulmano na Terra». Ela queria ajudar a salvar os Estados Unidos, dedicando a sua vida a essa «grande tarefa que nos aguarda».
«Oh, não senhora, afirmei, «Malcolm X era norte americano”.
Um rapaz mais velho, que também se havia alistado com o recrutador, queria escapar à violência das ruas da cidade. Alistou-se pouco depois de um dos seus melhores amigos, apanhado no fogo cruzado de outros, ser morto num minimercado muito perto da escola. Afirmou-me: Aqui não tenho qualquer futuro. Era o mesmo que estar no Afeganistão. Pensava que as suas probabilidades de sobrevivência seriam ali melhores, mas estava preocupado pelo facto de ter de acabar a escola secundária antes da incorporação para cumprir o seu «dever». Afirmou: «Só espero poder chegar à guerra”.
Que espécie de sistema escolar oferece aos alunos e alunas tais «alternativas»? Que espécie de país?
Que se passa nas escolas da tua cidade? Não é hora de o descobrir?
*Ann Jones, colaboradora regular de TomDuispatch, é autora do livro: Eles eram soldados: Como voltam os feridos das guerras da América — A história não contada. Um projecto de Dispatch Books em cooperação com Haymarket Books. (Jeremy Scahill acaba de o escolher como favorito de 2013. Jones, que informou do Afeganistão desde 2002, é também autora dos livros sobre o impacto da guerra em civis: Kabul no Inverno e A Guerra não acaba quando acabar. Está na web em annjonesonline.com.

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